Corregedor avisa que tem 45 dias para entregar seus pareceres sobre motim

Hugo Motta na cadeira de presidente da Câmara cercado por bolsonaristas e aliados

Piada do Ano! Hugo Motta prometeu punições com rapidez

Pepita Ortega e Victor Ohana
(Broadcast)

O corregedor da Câmara dos Deputados, Diego Coronel (PSD-BA), afirmou nesta segunda-feira, 11, ao Estadão/Broadcast que terá até 45 dias para proferir o parecer sobre os casos dos 14 parlamentares acionados na esteira da ocupação da Mesa Diretora da Casa na semana passada. Segundo Coronel, o prazo consta de ato citado na representação que lhe foi encaminhada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O corregedor da Câmara disse ter recebido nesta segunda-feira a notificação sobre as representações apresentadas contra os deputados. Inicialmente, a expectativa era a de que o corregedor tivesse que dar seu parecer sobre os pedidos de punições em até dois dias, conforme inclusive foi citado por Hugo Motta em entrevistas. Hoje, Coronel indicou que o prazo é maior, mas sua intenção é analisar as representações o “mais rápido possível”.

45 DIAS – Coronel relatou que vai notificar os parlamentares acionados a partir desta terça-feira, 12, com a abertura do “prazo para o contraditório”. Os parlamentares terão cinco dias para apresentarem suas defesas e, em seguida, o corregedor vai mandar a documentação para análise técnica. Segundo Coronel, o prazo é de 45 dias, “mas pode ser reduzido a depender da demanda”

“Isso é regimental […] Existem na verdade dois atos da mesa, o ato nº 180 e o ato nº 37. O ato nº 180 eu teria 48 horas para dar um parecer opinativo e encaminhar para a Mesa Diretora tomar uma providência. Mas o ato que consta na representação que eu recebi hoje, é o nº 37 de 2009. Esse ato muda um pouco o rito. Se for cumprido fidedigno muda um pouco porque eu abro espaço para o contraditório – que eu acho justo, inclusive. Vamos notificar todos os parlamentares, eles terão até 5 dias para apresentar sua defesa. Posterior a isso, teria-se no regimento 45 dias para que eu possa tecer algum parecer”, indicou.

14 PARLAMENTARES – As representações que chegaram às mãos de Coronel nesta segunda, 11, foram encaminhadas à corregedoria, por Motta, na sexta-feira, 8.

Os nove documentos citam 14 parlamentares de oposição: o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ); o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS); a líder da Minoria, Caroline de Toni (PL-SC); e os deputados Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS), Domingos Sávio (PL-MG) e Júlia Zanatta (PL-SC).

As representações foram apresentadas pelos deputados João Daniel (PT-SE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Pedro Campos (PSB-PE), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Gilberto Abramo (Republicanos-MG).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGVejam que o próprio presidente da Câmara, Hugo Motta, não conhece o regimento e fica passando informação errada aos jornalistas. Devia se dedicar mais ao cargo, para aprender o que pode ou não pode fazer. (C.N.)

6 thoughts on “Corregedor avisa que tem 45 dias para entregar seus pareceres sobre motim

  1. ‘Sim, ele é um f.d.p., mas é o nosso f.d.p.’

    Laranjão e ex-mito devem se lembrar dessa famosa frase quando pensam um no outro

    Uma frase atribuída ao presidente Franklin Roosevelt nos anos 1940 sobre o ditador nicaraguense Anastasio Somoza tornou-se um clássico da realpolitik: “Claro, ele é um f.d.p. Mas é o nosso f.d.p.”.

    Ela resume o apoio dos EUA a ditadores estrangeiros, no poder à custa de fraudar eleições, calar a Justiça, prender, torturar e matar opositores e violar direitos humanos em nome da “liberdade”.

    Sim, a Ex-Urss e seus satélites também praticavam esses crimes, de que eram com justiça acusados pelo bloco democrático. Mas este fazia vista grossa à legião de iguais fs.d.p. acobertados pelos presidentes americanos.

    Exemplos:

    Idi Amin Dada, de Uganda. Hugo Banzer, da Bolívia. Ngo Dihn Diem, do Vietnã. François Duvalier, do Haiti. Ferdinand Marcos, das Filipinas. Mobutu, do Zaire. General Manuel Noriega, do Panamá. O xá Reza Pahlevi, do Irã. George Papadopoulos, da Grécia. General Pinochet, do Chile. Pol Pot, do Camboja. Halie Selassié, da Etiópia. Oliveira Salazar, de Portugal. Generalíssimo Franco, da Espanha. Somoza Jr., da Nicarágua. Ian Smith, da Rodésia. Alfredo Stroessner, do Paraguai. General Suharto, da Indonésia. Rafael Trujillo, da República Dominicana. General Jorge Rafael Videla, da Argentina.

    Todos sanguinários. Nenhum deles levou a Lei Magnitsky.

    Muitos tomaram o poder na esteira de ações da CIA à base de espionagem, desestabilização do poder constituído, fomento de greves e passeatas e farta verba para propaganda.

    No Brasil, em 1964, isso se deu por meio do infame Ipês, Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, financiado pelos americanos. Naturalmente, todos os generais que se seguiram em Brasília tiveram as bênçãos dos EUA.

    Laranjão deve se lembrar da frase de Roosevelt quando lhe falam do ex-mito. Para salvar o ex-mito da cana e tê-lo de volta, tenta desestabilizar o Brasil, dando ordens a nossas autoridades como se fosse um bedel e abalando a economia do país.

    O engraçado é que o ex-mito também deve se lembrar da frase de Roosevelt quando pensa em Laranjão.

    Fonte: Folha de S. Paulo, Opinião, 13.ago.2025 às 8h00 Por Ruy Castro

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