Divulgação de “provas” quer inflamar o público às vésperas do julgamento

JH: Investigação aponta que Silas Malafaia atuava em linha com o  ex-presidente Jair Bolsonaro

Carolina Brígido
Estadão

Mais do que o conteúdo das mensagens de Jair Bolsonaro, vale atentar para o momento que elas foram divulgadas. A menos de duas semanas do início do julgamento do ex-presidente e outros sete réus da trama golpista, o Supremo Tribunal Federal (STF) revelou nesta quarta-feira, 20, diálogos do capitão com interlocutores próximos – entre eles, o filho Eduardo, que atua nos EUA para tentar salvar o pai.

As mensagens instruem outra investigação em andamento no STF, sobre as artimanhas de Bolsonaro para se esquivar de eventual punição por ter planejado um golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes decretou neste inquérito medidas cautelares ao ex-presidente e, diante do descumprimento, a prisão domiciliar.

EXISTÊNCIA DA TRAMA – Ou seja, Moraes diz que já tem convicção da existência da trama para livrar Bolsonaro da Justiça. Com o apoio de áudios e transcrições, acha que os fatos se tornam irrefutáveis. Assim, diante da força das provas, o ministro preferiu divulgar as mensagens ao público.

Os celulares usados por Bolsonaro foram apreendidos em 18 de julho e em 4 de agosto – respectivamente, quando foram impostas as medidas cautelares e quando a prisão foi decretada. Ou seja: a primeira leva do material estava com a Polícia Federal há mais de um mês.

A decisão de divulgar as provas agora não parece aleatória. A pouco tempo do julgamento final de Bolsonaro, áudios, transcrições de mensagens e vídeos comovem a opinião pública.

CONDENAÇÃO – Portanto, a condenação do ex-presidente pelo STF é inevitável. Agora, o relator da ação penal lembra os brasileiros dos crimes que Bolsonaro cometeu e prepara o terreno para o julgamento, agendado para iniciar dia 2 de setembro.

Moraes também ressalta, com a divulgação no material, que o réu é o ex-presidente, e não o ministro – que acabou punido pelos EUA, por influência de Eduardo.

2 thoughts on “Divulgação de “provas” quer inflamar o público às vésperas do julgamento

  1. Espero que Justiça seja feita e que ela não se sujeite a ameaças de quem quer que seja – dentro ou fora do país.
    É tempo de acabar com o uso de idealismos comprovadamente fracassados para manter no poder sujeitos despreparados, incompetentes, indecentes e desonestos. Allea iacta est!

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