Impune, Lula usa e abusa do descumprimento das leis eleitorais

Reunião com os ministros: Lula usa boné 'anti-Trump'

Ministros de Lula usam o boné da campanha antecipada

Dora Kramer
Folha

Se o uso que o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) faz do cargo para alimentar a campanha à reeleição não é abuso de poder, adiante ficará difícil a Justiça Eleitoral dizer o que é.

Com precisão, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível por entender como abusiva reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, nas dependências do Palácio do Planalto, para desqualificar o sistema eletrônico de votação.

TUDO NA MESMA – Pois Lula se expõe a interpretações semelhantes quando chama de reunião ministerial um comício, no mesmo Palácio, em que ele e seus ministros vestem bonés com slogan de indisfarçável caráter eleitoral para tratar de assuntos que nada tem a ver com decisões de natureza governamental.

O presidente tem agido assim diariamente. Não há evento oficial em que não faça referência à sua condição de candidato na próxima eleição, em 2026.

Desanca adversários, posiciona-se como invencível e espreme até o caroço o lema da soberania nacional que lhe deu o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

APENAS POLÍTICA – No encontro de terça-feira (26), em torno da mesa oval onde se espera que sejam discutidas ações de interesse do país, o presidente ignorou questões administrativas em prol de abordagens exclusivamente políticas.

Esse tipo de reunião ministerial nunca serviu de muita coisa, a não ser para dar asas à exaltação de realizações de governo pelas lentes cor-de-rosa do oficialismo.

Mas, desta vez, Lula foi além e limitou-se a fazer tudo pelo eleitoral.

NOVO SLOGAN – Preencheu o tempo com a repetição de ataques, convocação ao engajamento de ministros num projeto partidário e o lançamento do novo slogan “do lado dos brasileiros”, quando o correto seria dizer “ao lado”. De todos e não apenas junto aos que têm um lado, como pressupõe o dístico.

O presidente se sente livre para voar no campo do palanque porque benevolente vem sendo a ótica sob a qual é visto: um político esperto que aproveita oportunidades.

Quando o candidato se alia ao presidente, isso flerta de modo flagrante com a transgressão.

3 thoughts on “Impune, Lula usa e abusa do descumprimento das leis eleitorais

  1. A esquerda tem pavimentado a subida da direita

    A esquerda eleitoral tem pavimentado a subida da direita radical em todo o mundo

    A esquerda, quando chega ao poder, tem se demonstrado absolutamente ineficaz na solução dos problemas da população. Ela é (…) agradável e generosa no discurso, mas, como diz o dito popular, discurso “não põe mesa”.

    A esquerda sempre teve fortes limitações por parte do setor econômico e político para atingir os seus objetivos.

    Essa discussão, sobre como seguir, teve início em 1889 na fundação do SPD – Partido Social Democrata Alemão, que congregava os trabalhadores e descontentes com a situação social na Alemanha.

    O SPD era “social”, no sentido da inclusão dos trabalhadores nas benécias da economia; e “democrata”, uma vez que os sistemas capitalistas à época, em sua maioria, não eram eleitorais.

    Kautsky argumentava por ganhos contínuos através da via eleitoral; e Rosa Luxemburgo pelos “métodos revolucionários”, dizendo que os “votos econômicos” são desproporcionais em relação aos “votos eleitorais”, com a predominância do econômico. Prevaleceu a posição de Kautsky.

    Até 1960, as democracias eleitorais prosperaram, com ganhos para o capital e o trabalhador. A partir de 1960, entretanto, aumenta a concentração de renda, com o decréscimo da participação no PIB das classes médias e trabalhadoras.

    Quando as classes médias são comprimidas, tornam-se presas fácil do discurso da direita radical, que culpam as elites sendo eles da própria elite.

    Nessa situação, a esquerda eleitoral quando chega ao poder, diante da forte concentração de renda e das decisões políticas, pouco pode fazer. Não supre às demandas eleitorais da população.

    Crescem então os líderes da direita radical, com o discurso do ódio. A irracionalidade é também um produto da modernidade.

    A tendência para o fascismo acelera.

    Fonte: Metrópoles, 29/08/2025 11:06 Por Ricardo Guedes, Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago e autor do livro “Economia, Guerra e Pandemia: a era da desesperança”

  2. “Com precisão, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível por entender como abusiva reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, nas dependências do Palácio do Planalto, para desqualificar o sistema eletrônico de votação.”

    A “repórter” poderia me informar qual foi a lei infringida aí? Aonde está o abuso em se encontrar com embaixadores? Aonde está o crime de “desqualificar a urna eletrônica”? É um direito de qualquer um duvidar do Estado, duvidar dos seus representantes e dos servidores. É o Estado que tem que provar sempre que não está abusando dos poderes que lhe foram delegados pela população.

    Aliás duvidar do Estado não apenas é um direito, como é um dever de qualquer cidadão.

    Mas a repórter quer fazer parecer que é crime duvidar e desacreditar das ações do Estado, isso só existe em ditaduras.

  3. NO BRASIL, NA SEARA POLÍTICA, O FATO NOVO DE VERDADE EXISTE, inclusive com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, e até se manifestou nas ruas do país em Junho de 2013, aos gritos de “sem partidos, sem violência, sem corrupção, sem golpes, sem ditaduras, sem estelionatos eleitorais, sem corrupção, basta, chega dos me$mo$, você$ não nos representam”, o problema é que, sem candidaturas avulsas como existem nos EUA, p. ex, proibidas no Brasil, com o monopólio eleitoral dominado por donos de partidos, com o congresso nacional parecendo mais uma congregação de vigaristas, salvo exceções, com os donos de partidos arvorados em sócios-proprietários da república, NÃO HÁ COMO O FATO NOVO DE VERDADE ENTRAR NA CENA ELEITORAL, por razões óbvias e ululantes, ante a ausência de partido de rabo preso com a Democracia de Verdade, Direta, com Meritocracia e Deus na Causa, disposto a jogar de antissistema e, por conseguinte, bater de frente contra o sistema, fato esse que, desde 2010, tem levado os eleitores indignados, cada vez mais e mais, para as abstenções e para os votos em branco e nulos, que continuam crescendo eleição após eleição, ao ponto de chegar a um contingente eleitoral que somado tem vencido de fato as últimas eleições, chegando a um percentual em torno de 40%, que com os eleitores antiLula e antiBolsonaro, numa possível eleição, caso encontre o que procuram desde 2010, podem chegar aos 60% do eleitorado, e assim aplicar um coça eleitoral histórica, não apenas em Lula e Bolsonaro, e no seus puxadinhos, mas tb e, principalmente, no próprio sistema, com prazo de validade vencido há muito tempo.

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