Briga entre Trump e Lula se radicaliza e se torna “o maior espetáculo da Terra”

Lula manda recado a Trump após anúncio de tarifas de importação. #charge # lula #trump #tarifas

Charge do Jônatas (Instagram)

Julia Chaib
Folha

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil é um parceiro comercial ruim, tem leis ruins e promove uma execução política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Brasil tem sido um parceiro comercial horrível em termos de tarifas. Como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que cobrávamos deles. Na verdade, praticamente não cobramos nada”, afirmou Trump a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

O Brasil, no entanto, registra déficit na relação comercial com os EUA há 17 anos —ou seja, os americanos mais vendem que compram. Ao ser questionado, Trump também afirmou que não há preocupação sobre a aproximação comercial do Brasil e do México com a China.

LULA REAGE – “Eles [o Brasil] também nos trataram muito mal como parceiros comerciais por muitos anos. Um dos piores. Um dos piores países do mundo nesse sentido. Eles cobravam tarifas enormes e tornavam tudo muito difícil. Então agora estão sendo cobrados com tarifas de 50%, e não estão felizes, mas é assim que as coisas são”, afirmou.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Trump mente ao afirmar que o Brasil é um mau parceiro comercial. “O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano”, disse ele, que foi aplaudido.

A fala do petista ocorreu no final da tarde, durante discurso na cerimônia de entrega de 599 títulos de regularização fundiária de interesse social a moradores da comunidade de Brasília Teimosa, no Recife. Nos dados parciais de 2025, a vantagem americana é de US$ 1,6 bilhão. O Brasil exporta principalmente commodities e produtos primários –como petróleo bruto, café e bens de ferro e aço. Já as importações de itens americanos ao Brasil têm no topo componentes de aeronaves.

FALHA DE TRUMP – O comentário foi feito após Trump dizer que o Brasil tem leis ruins e repetir que acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro é um bom homem.

“E o Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo. Eles pegaram um presidente e o colocaram na prisão ou estão tentando prendê-lo. E eu conheço esse homem, e vou te dizer: eu sou bom em avaliar as pessoas. Acho que ele é um homem honesto, e acho que o que fizeram… Isso é uma… Isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com o Bolsonaro. Acho isso terrível.”

A sobretaxa de 50% imposta por Trump a exportações brasileiras para o mercado americano entrou em vigor no último dia 6 de agosto. A tarifa atinge 36% dos produtos exportados pelo Brasil aos EUA, segundo o governo brasileiro, incluindo itens importantes na relação comercial entre os dois países, como máquinas agrícolas, carnes e café.

HÁ EXCEÇÕES – Graças a cerca de 700 exceções previstas no decreto (leia a íntegra) que oficializou a medida, 43% do valor de itens brasileiros exportados para o país escapam das novas alíquotas, como mostrou levantamento feito pela Folha. Estão isentos deste tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil —o que livra a Embraer— e suco de laranja. Cerca de 20% das exportações, como aço, alumínio e autopeças, são sujeitas a tarifas setoriais específicas.

Desde abril, o país já sofria uma sobretaxa de 10% imposta pelos EUA a uma série de países. No mês passado, Trump adicionou mais 40% devido a questões políticas. Com isso, produtos brasileiros que estão fora da lista de exceções passam a pagar sobretaxa de 50%, além das tarifas que já incidem normalmente.

O etanol, por exemplo, pagava tarifa de 2,5% antes de Trump voltar ao poder. Agora, a alíquota passará a 52,5%.

CRÍTICAS AO BRASIL – O decreto assinado por Trump, embora trate de uma medida econômica, foca críticas ao governo brasileiro e a decisões do Judiciário e não menciona o comércio bilateral.

O texto do decreto, por sua vez, menciona diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu em inquérito que apura tentativa de golpe em 2022. A Casa Branca afirma que a medida visa “lidar com ameaças incomuns e extraordinárias à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

O governo brasileiro afirma que não vai ceder nos pontos considerados políticos da medida e tenta levar as conversas para a seara comercial. Enquanto isso, porém, as negociações com os EUA seguem travadas. Uma conversa que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) teria com seu equivalente nos EUA, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, por exemplo, acabou cancelada há duas semanas repentinamente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É o maior espetáculo da Terra, melhor do que o filme de Cecil B. DeMille. De um lado, um lunático como Trump; e de outro, um político corrupto e desclassificado. Comprem pipocas, porque a tarifa do milho também deve subir. (C.N.)

Piada do Ano! Governo acha que “defesa escrita robusta” reduzirá tarifas dos EUA

FIESC recebe Tatiana Prazeres para debater rumos do comércio exterior |  FIESC

Tatiana Prazeres prepara a tal “defesa escrita robusta”

Luciana Amaral
da CNN

O governo federal prepara uma manifestação escrita “robusta”, em estágio avançado de preparação, para responder à investigação aberta pelos Estados Unidos por supostas práticas comerciais desleais do Brasil. A intenção é evitar a aplicação de novas sanções pelos americanos.

O calendário do processo da investigação foi definido de forma unilateral pelo USTR (United States Trade Representative) e está em etapa inicial.

Essa primeira parte engloba o envio dos argumentos de defesa escritos pelo Brasil até a próxima segunda-feira (18). A previsão é que haja uma audiência no próprio USTR, em Washington D.C, em 2 e 3 de setembro, em que o Brasil continuará sua defesa.

CONSULTAS – O governo brasileiro já apresentou formalmente um pedido de realização de consultas, que está previsto no regulamento da investigação, mas a data ainda não foi definida.

A investigação aberta pelos Estados Unidos em julho sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 (Trade Act) abrange uma série de setores. Por exemplo, comércio digital, tarifas preferenciais, proteção da propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol, aplicação de leis anticorrupção e desmatamento. Até mesmo o sistema de pagamento do Pix está sendo questionado.

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, reafirmou que o Brasil “não é um problema comercial” para os Estados Unidos, e estar empenhada em mostrar que a relação é de ganha-ganha.

SETOR PRIVADO – Tatiana Prazeres também disse que os argumentos a serem enviados a Washington contam com as perspectivas do setor privado.

“Fizemos reuniões com o setor privado brasileiro também, para que os argumentos deles sejam devidamente levados em conta na nossa defesa, e para que o setor privado também se manifeste nessa investigação da 301.”

As declarações da secretária foram dadas na manhã desta quarta-feira (13), em audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quando determinou o tarifaço, Trump deu prazo para que os países pudesses contestar e expor suas razões. O Brasil não quis responder. Quando saíram as tarifas, as do Brasil estavam entre as menores (10%). Ao invés de negociar, Lula e Moraes decidiram retaliar, e o resultado foi o aumento das tarifas. Agora, o ministério de Alckmin resolve fazer uma defesa robusta, para resolver a questão. Em tradução simultânea, a incompetência abunda nesse governo. (C.N.)

Na poesia de Alvim, o jangadeiro que queria um emprego público

Francisco Alvim > Meu Lado Poético

Francisco Alvim, um poeta bem-humorado

Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata e poeta mineiro Francisco Soares Alvim Neto, em “História Antiga”, reconta poeticamente o caso do homem que queria um emprego público, uma história iniciada no Brasil com a carta de Pero Vaz de Caminha, na chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral.

HISTÓRIA ANTIGA
Francisco Alvim

Na época das vagas magras,
redemocratizado o país,
governava a Paraíba
alugava de meu bolso
em Itaipu uma casa.

Do Estado só um soldado
que lá ficava sentinela
um dia meio gripado
que passara todo em casa
fui dar uma volta na praia
e vi um pescador
com sua rede e jangada
mar adentro e saindo;

Perguntei se podia ir junto
não me reconheceu partimos
se arrependimento matasse
nunca sofri tanto jogado
naquela velhíssima jangada
no meio de um mar
brabíssimo.

Voltamos agradeci
meses depois num despacho
anunciaram um pescador
já adivinhando de quem
e do que se tratava
dei (do meu bolso) três contos
é para uma nova jangada
que nunca vi outra
tão velha.

Voltou o portador
com a seguinte notícia
o homem não quer jangada
quer um emprego público

Para todos os efeitos, Lula preferiu abandonar as negociações com EUA

Lula liga para Xi Jinping, e China 🇨🇳 diz estar pronto para, juntos, “dar exemplo de autossuficiência do Sul Global” Segundo o relato chinês da conversa telefônica que mantiveram na manhã deWilliam Waack
Estadão

Não está claro se Donald Trump quer apenas ajudar Bolsonaro a escapar da cadeia ou derrubar o governo de Lula. Ou se ele acredita que um levaria ao outro. Mas está claro – e as informações de bastidores confirmam – que ele está disposto a escalar as ações contra o Brasil.

Diante dessa inédita crise nas relações centenárias entre os dois países, para todos os efeitos o presidente brasileiro desistiu de negociar o lado político. Não há caminho possível neste momento para entendimentos “técnicos” (leia-se comércio e tarifas) por conta da questão política, mas Lula acha que nem vale a pena tentar.

EFEITO BRICS – Lula foi procurar nos Brics um bloco que não existe. É claro, no momento em que Trump está fazendo uma escolha pelo Brasil – empurrando o país para o lado da China.

No fundo está acontecendo exatamente o que deveria ser evitado, mas Lula está confortável com o tipo de situação, pois, no fundo, acredita que o “Sul Global” está do “lado certo” da história.

Chegou a louvar a possibilidade de “autossuficiência” do Sul Global, uma afirmação que expressa apenas a profunda ignorância do presidente brasileiro em relação a como funciona o mundo moderno. Não existe autossuficiência em parte alguma e Xi Jinping poderia ter lembrado o presidente brasileiro disso.

VIRADA DO JOGO – Jinping preferiu gastar com Lula palavras protocolares de pouco significado prático para um País, como o Brasil, que descobriu que nadava pelado quando a maré baixou.

Mas esse é apenas o primeiro autoengano. Um segundo autoengano tem a ver com o fato de que Lula parece mesmo convencido de que o esforço de Bolsonaro para escapar da cadeia com a ajuda de uma potência estrangeira, não importa quanto o País saia prejudicado, seria uma “virada do jogo”.

Não é. Os dados de pesquisas diversas indicam que o dano de popularidade sofrido pelo presidente tem fatores estruturais de longo prazo. Não há dúvidas de que Trump, querendo salvar Bolsonaro, está, na prática, ajudando Lula – que está desperdiçando essa vantagem pela incapacidade de, mais uma vez, formar uma aliança de amplo espectro.

FALSO ESTADISTA – Lula prossegue confiando nas armas de sempre, um tipo de assistencialismo agora costurado à medida para grupos sociais diversos, e o ar de “estadista” que Trump e Bolsonaro lhe emprestaram. Ignorando profundas transformações sociais exatamente nas áreas que sempre o garantiram: Nordeste e periferias das grandes cidades.

Assim, não é difícil entender na postura do governo a falta de um sentido de urgência diante dos danos econômicos e geopolíticos que o País está sofrendo. Lula acha que está ganhando.

Lula e a estratégia prudente diante do “tarifaço” americano

Diante da crise, Lula reforça a sua liderança política

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva adotou uma postura prudente e estratégica diante do tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros, optando por não retaliar de imediato com restrições comerciais aos Estados Unidos. Longe de ser um gesto de passividade, a decisão representa um cálculo político e econômico preciso: evitar dar pretexto para novas medidas punitivas por parte da Casa Branca e preservar o canal de diálogo entre os dois países.

Ao não taxar produtos americanos, o governo brasileiro impediu que se criasse uma narrativa de contradição e manteve o fluxo de insumos e bens estrangeiros — inclusive dos EUA — como parte integrante do processo produtivo nacional. Essa escolha também protege empresas americanas que operam no Brasil, evitando danos colaterais que poderiam agravar o clima diplomático.

BLINDAGEM – Paralelamente, Lula agiu de forma prática para blindar o setor produtivo nacional. Autorizou um pacote emergencial de R$ 30 bilhões em crédito, complementado por R$ 4,5 bilhões em benefícios fiscais, destinados a exportadores afetados. O objetivo é compensar, ao menos parcialmente, o impacto das tarifas sobre setores-chave como agronegócio, siderurgia e indústria de transformação.

A mensagem é clara: embora as transações de governo para governo requeiram cautela e diplomacia, as relações comerciais entre empresas devem seguir seu curso, preservando empregos e competitividade. Essa postura integra um plano de reação em quatro frentes: atuação jurídica na Organização Mundial do Comércio para questionar a legalidade do tarifaço; articulação diplomática com parceiros estratégicos, especialmente no âmbito dos BRICS; implementação de medidas econômicas imediatas para sustentar os exportadores; e defesa firme da soberania nacional diante de pressões externas.

EQUILÍBRIO –  A recém-aprovada Lei da Reciprocidade foi mantida como instrumento de reserva, a ser acionado apenas se o diálogo fracassar, sinalizando equilíbrio e maturidade política. Em suas declarações, Lula também reafirmou que questões internas, como julgamentos de ex-presidentes, são atribuição exclusiva do Judiciário brasileiro, rechaçando qualquer tentativa de ingerência estrangeira.

Ao evitar uma guerra tarifária imediata, o presidente ganhou tempo para proteger a economia, reduzir o impacto sobre produtores e projetar, no cenário internacional, a imagem de um Brasil firme, mas aberto ao diálogo. A estratégia mostra que, em política externa, a serenidade pode ser mais eficaz que a retaliação impulsiva.

Em vez de escalar o conflito, Lula transformou a crise em oportunidade para reforçar sua liderança e provar que é possível enfrentar desafios externos com inteligência, coesão interna e respeito às regras do jogo internacional.

Barroso tem imóvel de R$ 27 milhões em Miami e está proibido de viajar para lá…

O “Oceana” é um dos condomínios mais luxuosos de Miami

Andre Shalders
Metrópoles

O imóvel da família do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, em Miami, foi comprado à vista, sem hipoteca. A propriedade fica na ilha de Key Biscayne e estava avaliada em US$ 4,1 milhões. Atualmente, um imóvel com a mesma metragem no Oceana é anunciado por US$ 5 milhões (R$ 27 milhões).

A informação consta em documentos públicos do Condado de Miami-Dade, consultados pela coluna com a ajuda de um especialista local.

O imóvel está registrado em nome de uma empresa offshore, chamada Telube Florida LLC. O nome da firma é formado pelas sílabas iniciais dos membros da família do ministro.

NA PLANTA – A compra foi feita ainda na planta, antes da chegada de Barroso ao STF em junho de 2013, mas o trâmite burocrático foi concluído em 2014, quando ele já estava na Corte, segundo mostra a papelada. O imóvel foi adquirido diretamente do empreiteiro que construiu o edifício, o bilionário argentino Eduardo Constantini.

O apartamento – com 158 metros quadrados – fica no condomínio Oceana, de frente para o mar.

Só a taxa de condomínio do imóvel é de US$ 2.827,00 (ou R$ 15.266,93). Já os impostos anuais somam mais US$ 50 mil (ou R$ 270 mil, cerca de R$ 22,5 mil mensais). O aluguel de um apartamento com a mesma metragem no Oceana era anunciado nesta quinta-feira (14/7) por US$ 20 mil mensais (ou R$ 108,19 mil).

COM O FILHO – O apartamento era usado até recentemente pelo filho de Barroso, o banqueiro Bernardo Van Brussel Barroso, diretor associado do banco BTG Pactual, que morava em Miami.

Bernardo desistiu de voltar aos EUA por não ter certeza se conseguiria permanecer no país após a decisão do governo do republicano Donald Trump de suspender os vistos de oito ministros do STF, entre eles Barroso. Além de Barroso, tiveram os vistos suspensos Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

No fim de julho, o governo Trump anunciou a sanção a Moraes por meio da Lei Magnitsky. Caso o instrumento seja estendido a outros integrantes do Supremo e seus familiares, a propriedade da família de Barroso em Miami pode ser afetada.

INDISPONÍVEL – Se Barroso for sancionado com base na Lei Magnitsky, o imóvel pode ficar indisponível para uso, diz o advogado especialista em direito internacional Pablo Sukiennik, mesmo que o bem não esteja em nome do ministro.

A sanção “pode ser aplicada a terceiros e inclusive não precisa nem ser familiar”, explica ele. “Um imóvel no nome de um ‘laranja’ também pode ser sancionado, eventualmente. Para evitar que o objetivo da sanção seja frustrado, a lei prevê a desconsideração de simulações”, afirma Pablo Sukiennik.

Prédio foi anunciado em 2012. Propriedade inclui benfeitorias como academia e piscinas. Área é uma das mais valorizadas de Miami. Unidades no condomínio podem chegar a até 750 metros quadrados

CARREIRA DE ÊXITOS – Antes de ingressar no STF, em 2013, Luís Roberto Barroso teve uma carreira exitosa na advocacia. Graduou-se em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1980 e é professor da Faculdade de Direito da instituição desde 1982.

Em 1981, abriu seu próprio escritório de advocacia, chamado inicialmente Luís Roberto Barroso & Associados. Hoje, a banca chama-se Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça Advogados, ou BFBM, e é considerado um dos principais escritórios do país. Como advogado, Barroso atuou em casos importantes no STF, como o que garantiu a equiparação de direitos aos casais homossexuais, em 2011.

A coluna procurou o ministro Barroso para comentários por meio da assessoria, mas ele decidiu não se pronunciar. O espaço segue aberto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vejam a ironia do destino. Como presidente do Supremo, cabia a Barroso evitar os exageros e erros de Moraes, a partir do inquérito do fim do mundo, que não termina nunca. Mas Barroso deixou Moraes solto e dava força às decisões ilegais do ministro. Agora está preocupado com o apartamento de luxo em Miami, onde não pode mais pisar. Não teria sido mais simples enquadrar o ministro Moraes, para evitar tanta maluquice? (C.N.)

Às vésperas de julgar Bolsonaro, STF quer recuperar a credibilidade que jogou no lixo

Carolina Brígido
Estadão

Tribuna da Internet | O que fazer quando o próprio Supremo age de forma  totalmente inconstitucional?

Charge do Zappa (humortadela.com)

Cansado de apanhar no meio digital, um ambiente dominado pela extrema direita, o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu investir no “rebranding”. O termo do marketing é usado para o reposicionamento de uma marca, um processo pelo qual empresas fazem ajustes na forma como se apresentam ao público.

Desde 2018, atacar o STF virou tendência nas redes sociais. Os ataques escalaram para ameaças aos ministros e para o incentivo à violência contra eles. O resultado foi a sede da Corte invadida no 8 de janeiro de 2023. No ano seguinte, um atentado a bomba resultou na morte do autor em frente ao prédio do tribunal.

DITADOR DE TOGA – A carta de Donald Trump que impôs barreiras tarifárias em represália a decisões tomadas pelo Supremo colocou a Corte novamente na vitrine. Alexandre de Moraes foi mais uma vez alçado a inimigo número um da direita. Nas palavras de seguidores de Jair Bolsonaro, um ditador de toga.

Na tentativa de reverter a situação, o STF chamou 26 influenciadores digitais para visitar a Corte nesta semana, com o cuidado de não incluir no grupo nenhum crítico ao Judiciário. Ao contrário: entre os criadores de conteúdo, estava o humorista paraibano Mizael Silva, que se apresenta nas redes sociais como “advogado de Alexandre de Moraes”.

Na quarta-feira, 13, o encontro de Moraes com o “advogado” rendeu um diálogo leve e bem-humorado. Moraes perguntou se Mizael Silva falava inglês, para poder defendê-lo nos EUA. Arrancou gargalhadas dos presentes. A cena divertida foi parar no noticiário.

REPRISE – Para o STF, a fórmula fez tanto sucesso que, no dia seguinte, Moraes se encontrou novamente com os influenciadores – dessa vez, com autorização para a cobertura da imprensa.

O evento funcionou como um respiro em meio a notícias mais duras sobre o tribunal, que está prestes a julgar Jair Bolsonaro por suspeita de arquitetar um golpe de Estado. No mesmo dia que Moraes sorria com os influenciadores, encerrou-se o prazo para os réus apresentarem alegações finais. A partir de agora, o ministro vai elaborar um voto e enviar o caso para julgamento na Primeira Turma.

A presença dos influenciadores e as postagens referentes ao encontro, entretanto, tiveram um efeito adverso. Com o aumento da exposição do STF nas redes, vieram também as críticas. “Convidar donos de páginas voltadas para assuntos jurídicos vocês não fazem, né”, comentou um internauta na conta do Supremo no Instagram.

QUE FASE… – “Uma Suprema Corte que precisa chamar influencers para tentar melhorar sua imagem. Que fase… Saudades da época em que a gente nem sabia o nome dos juízes do STF simplesmente porque eles se preocupavam em fazer apenas o que deve ser feito, defenderem a Constituição”, postou outra pessoa na rede social.

Não é a primeira vez que o Judiciário usa influenciadores para tentar um “rebranding”. Nas eleições de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chamou a cantora Anitta para incentivar jovens a emitirem o primeiro título de eleitor e enfatizar a segurança das urnas eletrônicas. Funcionou. O então presidente da Corte, Edson Fachin, comemorou naquele ano que, entre janeiro e abril, houve um aumento de 47,2% do alistamento de jovens em relação ao mesmo período em 2018.

A tentativa do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, de renovar a imagem do tribunal não terá um resultado numérico imediato. Talvez a estratégia tenha sido pensada a partir das últimas pesquisas de opinião sobre a Corte. No último dia 5, o Datafolha divulgou que 36% dos brasileiros classificam o trabalho do Supremo como “ruim ou péssimo”. O número representa alta de 8 pontos em relação a março de 2024.

DITADURA DA TOGA – A pesquisa Atlas/Bloomberg, divulgada nesta quarta-feira, mostra que, para 45,4% dos brasileiros, o País vive sob uma ditadura do Judiciário. Outras 43,3% das pessoas ouvidas acreditam que o Judiciário está cumprindo seu papel corretamente.

Para 11,2% das pessoas ouvidas, o Brasil não vive uma ditadura do Judiciário. No entanto, para esse grupo, muitos juízes cometem abusos e ultrapassam suas atribuições. Apenas 0,1% não soube responder.

Os números trazem algumas conclusões possíveis. A primeira é que estão mais frequentes as pesquisas de opinião sobre o Judiciário – um Poder que, até bem pouco tempo, estava longe dos holofotes. A segunda é que, embora a população esteja dividida sobre o desempenho do Judiciário, uma boa parcela dos entrevistados não está de acordo com o papel que os tribunais assumiram nos últimos anos.

SEM CREDIBILIDADE – A última conclusão é uma exclamação: apenas 0,1% das pessoas questionadas não têm opinião formada sobre o Judiciário. Sinal que os tribunais hoje têm protagonismo na opinião pública.

Diante deste cenário, o STF dificilmente vai recuperar a credibilidade apenas recebendo a visita de influenciadores engraçados. Além de estar longe de furar a bolha da extrema direita nas redes sociais, o tribunal corre o risco de adotar a postura de “lacrador”.

Fachin toma posse como presidente do STF em 29 de setembro. O ministro não apareceu no encontro com os influenciadores. O mais provável é que, na gestão dele, a estratégia para recuperar a imagem do tribunal seja outra.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Caramba! O Supremo está mais perdido do que parecia. Recuperar a credibilidade é missão impossível. O sonho (?) de hegemonia do Judiciário terminou como um pesadelo estrelado por Moraes. A solução é abandonar a megalomania e voltar a ser apenas um tribunal de péssima categoria. Mas isso eles não aceitam. (C.N.)

Antecipação do julgamento demonstra que Bolsonaro não escapará da pena de prisão

Moraes impõe duas novas derrotas a Bolsonaro em inquéritos do STF - PCdoB

Rigor excessivo de Moraes criou um problema muito grave

Vicente Limongi Netto

Cidadãos brasileiros assistem perplexos à insistência de Donald Trump de insultar o Brasil com os olhos sangrando de ódio e ressentimento. Parece um menino mimado chorando por mais pirulito. Como chefe da nação do país mais poderoso do mundo, Trump acostumou-se a elevar o tom e distribuir patadas com tudo e com todos.

Continua enfurecido com o Brasil porque seus ataques de fígado não são ouvidos nem atendidos pelo governo brasileiro. Ameaças de Trump são consideradas piadas de extremo mau gosto e torpe grosseria. O presidente norte-americano é patético, infantil e mal informado, defendendo Bolsonaro achando que o ex-presidente é o santo mais imaculado e puro de todas as igrejas do mundo.

Perde tempo e saliva. Cuidado com o coração. Nada nem ninguém alivia a barra de Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF). Nem mesmo se um raio dos deuses vier atingir em cheio o prédio do STF, com todos os ministros presentes, isso só adiaria a decisão.

DATA ANTECIPADA – Nessa linha, o ministro relator Alexandre de Moraes antecipou a data do julgamento do réu, Jair Bolsonaro. Sinal evidente que não vai dobrar a espinha para o raivoso Trump.

Saiba o topetudo republicano que é bobagem abissal achar que o deputado fujão Eduardo Bolsonaro seria a pessoa indicada para obter informações isentas sobre o Brasil. Trump encantou-se com os olhos verdes do fujão. Problema dele. Gosto duvidoso é isso.

Há quem acredite que Trump ficaria sensibilizado com o convite para as posses do futuro presidente e vice-presidente da Suprema Corte, os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Amoleceria o estressado coração de Trump. Seria recebido com banda de música e passistas da Mangueira. Poderia jogar golfe na Academia de Tênis de Brasília, com o boné vermelho escrito 50%. Por último, Trump visitaria, de barco, no Pantanal a maior concentração de esfomeados jacarés do mundo.

STF se mostra incapaz de controlar Moraes, e Trump volta a ameaçá-los

Tribuna da Internet | Entre a retaliação e a estratégia: A resposta do  Brasil ao tarifaço de Trump

Charge do Jônatas (Arquivo Google)

Mario Sabino
Metrópoles

Noticia-se aqui e ali sobre a preocupação de ministros do STF com as sanções do governo de Donald Trump adotadas contra as excelências. Soube-se, por exemplo, que Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes reuniram-se com banqueiros, que queriam informar os ministros sobre o alcance da Lei Magnitsky.

Ouviram o que todo mundo já sabia, menos os ministros iludidos com a própria onipotência: que os bancos brasileiros não teriam como desobedecer à legislação extraterritorial americana, sob pena de serem alijados do sistema financeiro internacional. Ou seja, a ideia quixotesca de decidir que a Lei Magnitsky não se aplicava ao Brasil deve ser arquivada.

FILHO DE BARROSO – Publicou-se também que Luís Roberto Barroso aconselhou o seu filho a não voltar aos Estados Unidos, onde morava, depois das férias na Europa. O rapaz era diretor associado do BTG em Miami. É que não se sabe se o visto do filho do ministro foi cancelado, assim como o do seu pai, e ele poderia ser surpreendido com a proibição de entrar no país.

Os ministros mais poderosos passaram, ainda, recados via imprensa a Alexandre de Moraes. Na semana passada, estampou-se em letras garrafais que “prisão de Bolsonaro irrita ministros do STF, isola Moraes e pode ser reconsiderada”.

Como de hábito, quem passou o recado apareceu logo depois para dizer que não, não é nada disso, muito pelo contrário — que Alexandre de Moraes continua a contar com o apoio dos colegas e coisa e tal.

PEDIDO DIRETO – Há, por fim, as confidências calculadas feitas por assessores, como a publicada pela jornalista Malu Gaspar, segundo a qual Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso pediram a Alexandre de Moraes para maneirar nas decisões relativas ao processo da fabulosa trama golpista.

“Relatos feitos pelos próprios ministros a interlocutores são de que não houve briga ou discussão, até porque Moraes não reage bem à pressão”, diz a jornalista. Eles deram apenas um toque ao ministro. Alexandre de Moraes, contudo, “deixou claro aos dois que não pretende recuar”.

Conclui-se dos retalhos jornalísticos que os ministros do STF, inclusive os que se mantêm silenciosos, acham que o colega está indo longe demais e que não subestimam o preço que lhes foi apresentado pelo governo de Donald Trump.

MEDO DE QUÊ? – Depreende-se que eles têm medo de confrontar Alexandre de Moraes diretamente, seja porque não querem transmitir a impressão de que o tribunal cedeu às pressões do amigo americano de Jair Bolsonaro, seja porque o temem pessoalmente por sua personalidade incontrastável.

Infere-se, portanto, que o Supremo Tribunal Federal se mostra incapaz de controlar Alexandre de Moraes depois de lhe terem dado tanto poder.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O pior é que o fogo não abaixa e o caldo está engrossando. O governo Trump planeja mais sanções ao STF e os ministros estão em pânico, especialmente Barroso, que pagou R$ 22 milhões nos EUA à vista por um superapartamento à beira-mar em Miami. E agora? O que fazer? (C.N.)

Justiça volta a barrar compra do Master pelo BRB, banco estatal de Brasília

Banco de Brasília (BRB)

BRB já colocou sob sigilo toda a documentação a respeito

Eduardo Barretto
Estadão

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) voltou a barrar nesta quarta-feira, 13, a assinatura do contrato definitivo de compra pelo Banco de Brasília (BRB), órgão estatal, do Banco Master, negócio estimado em R$ 2 bilhões. A Justiça cobrou autorização da Câmara Legislativa do DF e da Assembleia de Acionistas do BRB, em linha com o processo movido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Em nota, o BRB disse que vai enviar um projeto de lei sobre a operação à Câmara Legislativa, e que recorrerá da decisão judicial. 

ORDEM JUDICIAL – A 7ª Turma Cível do TJDFT restabeleceu uma ordem judicial de maio que havia vetado a negociação, a pedido do Ministério Público. Nesse período, o BRB havia derrubado a decisão. Agora, o banco foi derrotado.

O MPDFT apresentou o processo em abril, como mostrou a Coluna do Estadão. Os procuradores afirmaram que o processo de compra não poderia continuar sem o aval legislativo e dos acionistas do banco estatal. Segundo o MP, a Diretoria e o Conselho de Administração do BRB “incorreram em ilegalidade ostensiva”. O MP afirmou que o banco violou trechos da Constituição, Lei Orgânica do Distrito Federal e do próprio estatuto.

O negócio entre BRB e Master está em análise no Banco Central (BC). Anunciada em março, a intenção de compra chamou a atenção do mercado pelo rápido crescimento do Master, além de alertas de operações do banco privado fora do padrão levados ao BC.

GESTÃO TEMERÁRIA – Como mostrou o Estadão nessa terça-feira, 12, prestadores de serviços do Master denunciaram ao BC o que consideram ser uma gestão temerária do banco. O grupo alega falta de pagamento por serviços desempenhados à empresa, pede a suspensão da venda ao BRB e que os administradores do Master sejam banidos do mercado. O Master negou irregularidades.

O Banco Master multiplicou por dez seu patrimônio e quintuplicou sua carteira de crédito desde 2021. Esse crescimento foi tracionado pela oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDB) que pagam ao investidor taxas bem agressivas, muito acima dos concorrentes, de até 140% do CDI. No mercado financeiro, a instituição também é alvo de comentários por ter comprado participações de companhias em dificuldades financeiras.

Em entrevista ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que a operação foi técnica, sem ingerência política, e com a análise de carteiras e produtos do Master que representavam sinergia com os interesses do banco público.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não há a menor possibilidade de o BRB comprar o Master. A Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que recebeu um extenso estudo da Tribuna da Internet, já abriu investigação. O BRB impôs sigilo a todos os documentos internos relacionados à operação. A única coisa que pode acontecer é o BRB comprar algum ativo do Master, jamais o banco inteiro, de porteira fechada. (C.N.)

Relações entre Brasil e Estados Unidos entram num cenário de tensão inédita

Lula defende Cuba, reafirma soberania do Brasil e reage a Trump: 'não é imperador' | Brasil 247

Lula está adorando uma briga muito prejudicial ao país

William Waack
da CNN

Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos prosseguiram nos ataques mútuos e na guerra de palavras, em uma sensível piora de um clima político já muito precário — para se dizer o mínimo.

Donald Trump utilizou dados falsos para criticar o Brasil em relação às suas práticas comerciais e voltou a afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofre uma perseguição que equivale, segundo ele, a uma execução política.

LULA BELICOSO – Por sua vez, o presidente Lula (PT) assumiu a defesa do regime ditatorial comunista cubano diante das ações e sanções impostas pelos Estados Unidos e declarou que, se Trump quer briga, então vai ter briga.

Trump encontrou no Brasil em geral — e no governo Lula em particular — um alvo fácil, no qual se entrelaçam fatores geopolíticos e ideológicos. E Lula, por sua vez, vê em Trump um inimigo conveniente, com comportamento de brutamontes e demandas políticas igualmente agressivas.

Desapareceram, pelo menos por ora, as pautas tradicionais das relações entre os dois maiores países do continente americano, que jamais enfrentaram estremecimento dessa natureza em mais de 200 anos.

NÃO FAZ SENTIDO – É evidente que, do ponto de vista geopolítico, não faz sentido o que os Estados Unidos estão fazendo com o Brasil. Diga-se de passagem, também não fizeram muito sentido algumas ações de Trump contra vários de seus antigos aliados, tratados por ele de maneira pior do que seus inimigos declarados.

Da mesma forma, sob essa perspectiva geopolítica, tampouco faz sentido para o Brasil assumir um lado no grande confronto mundial entre Estados Unidos e China — país onde Lula tem buscado conforto político e econômico.

Não é possível antecipar até onde esse conflito pode chegar. Ambos os lados dessa espiral parecem gostar do barulho de suas próprias palavras e se consideram senhores de qualquer conflito.

Corregedor avisa que tem 45 dias para entregar seus pareceres sobre motim

Hugo Motta na cadeira de presidente da Câmara cercado por bolsonaristas e aliados

Piada do Ano! Hugo Motta prometeu punições com rapidez

Pepita Ortega e Victor Ohana
(Broadcast)

O corregedor da Câmara dos Deputados, Diego Coronel (PSD-BA), afirmou nesta segunda-feira, 11, ao Estadão/Broadcast que terá até 45 dias para proferir o parecer sobre os casos dos 14 parlamentares acionados na esteira da ocupação da Mesa Diretora da Casa na semana passada. Segundo Coronel, o prazo consta de ato citado na representação que lhe foi encaminhada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O corregedor da Câmara disse ter recebido nesta segunda-feira a notificação sobre as representações apresentadas contra os deputados. Inicialmente, a expectativa era a de que o corregedor tivesse que dar seu parecer sobre os pedidos de punições em até dois dias, conforme inclusive foi citado por Hugo Motta em entrevistas. Hoje, Coronel indicou que o prazo é maior, mas sua intenção é analisar as representações o “mais rápido possível”.

45 DIAS – Coronel relatou que vai notificar os parlamentares acionados a partir desta terça-feira, 12, com a abertura do “prazo para o contraditório”. Os parlamentares terão cinco dias para apresentarem suas defesas e, em seguida, o corregedor vai mandar a documentação para análise técnica. Segundo Coronel, o prazo é de 45 dias, “mas pode ser reduzido a depender da demanda”

“Isso é regimental […] Existem na verdade dois atos da mesa, o ato nº 180 e o ato nº 37. O ato nº 180 eu teria 48 horas para dar um parecer opinativo e encaminhar para a Mesa Diretora tomar uma providência. Mas o ato que consta na representação que eu recebi hoje, é o nº 37 de 2009. Esse ato muda um pouco o rito. Se for cumprido fidedigno muda um pouco porque eu abro espaço para o contraditório – que eu acho justo, inclusive. Vamos notificar todos os parlamentares, eles terão até 5 dias para apresentar sua defesa. Posterior a isso, teria-se no regimento 45 dias para que eu possa tecer algum parecer”, indicou.

14 PARLAMENTARES – As representações que chegaram às mãos de Coronel nesta segunda, 11, foram encaminhadas à corregedoria, por Motta, na sexta-feira, 8.

Os nove documentos citam 14 parlamentares de oposição: o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ); o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS); a líder da Minoria, Caroline de Toni (PL-SC); e os deputados Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS), Domingos Sávio (PL-MG) e Júlia Zanatta (PL-SC).

As representações foram apresentadas pelos deputados João Daniel (PT-SE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Pedro Campos (PSB-PE), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Gilberto Abramo (Republicanos-MG).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGVejam que o próprio presidente da Câmara, Hugo Motta, não conhece o regimento e fica passando informação errada aos jornalistas. Devia se dedicar mais ao cargo, para aprender o que pode ou não pode fazer. (C.N.)

Não existe clima para anistiar quem “planejou” matar pessoas, diz Motta 

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

Motta não sabe distinguir entre “planejar” e “matar”

Luísa Marzullo
O Globo

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira que não há ambiente na Casa para aprovar um projeto de anistia que beneficie envolvidos nos atos que culminaram no 8 de janeiro, especialmente o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é acusado de planejar os assassinatos de autoridades. A declaração foi dada durante entrevista à GloboNews.

— Pelo menos com quem eu converso, não vejo clima para anistiar quem planejou matar pessoas. Há, sim, uma preocupação com penas exageradas, e talvez um projeto alternativo tenha um ambiente melhor entre partidos de centro — disse.

VERDE AMARELO – Segundo a Polícia Federal, um documento apreendido durante as investigações intitulado “Punhal verde amarelo” descreve como deveria ser executado o plano de assassinato, que previa uso de armamento pesado e a possibilidade de envenenamento dos alvos.

A investigação aponta o general do Exército Mário Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, como responsável por sua elaboração. A apuração cita ainda que cópias do arquivo foram impressas no Palácio do Planalto e levadas para uma reunião no Palácio da Alvorada, onde estava Bolsonaro.

Motta também criticou o motim de parlamentares da oposição durante a semana passada, classificando a ação como obstrução inadmissível. “Não podemos permitir que vire costume. Vamos agir para que os parlamentares possam ser responsabilizados, mas também não podemos fazer nada fora do regimento. É preciso apuração imparcial” — declarou.

CLIMA RUIM – O presidente da Câmara relacionou o clima de tensão no Congresso ao atual cenário político e judicial do país. Sobre as discussões em torno da anistia, do foro privilegiado e das prerrogativas parlamentares, Motta disse que não pretende interromper o debate, mas defende cautela.

— Não podemos ter preconceito com pautas, porque isso é interromper o debate. As matérias devem continuar sendo levadas ao colégio de líderes, que decide se vai ou não pautar. A pauta do foro é complexa, precisa saber qual é o texto e qual o objetivo. Há incômodo com decisões do Supremo, mas não vejo um sentimento de ampla maioria.

Motta também negou ter participado de negociações para retomar votações na Câmara após o motim.

SEM DELEGAR — “Como posso validar um acordo do qual não participei? Não deleguei ao presidente Arthur [Lira] fazer acordo por mim e não pactuei nenhum acerto para reiniciar os trabalhos. Eu decidi não pautar.

Sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Motta declarou que não há previsão regimental para “mandato à distância” e criticou condutas que, segundo ele, prejudicam o país.

— Não existe mais ou menos deputado. Quero registrar nossa total discordância com atitudes que trazem prejuízos a pessoas e empresas e não deveriam estar no debate político.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Eis o cerne da questão. Planejar não significa praticar crime, situação que se configura a partir da tentativa. As doutrinas e os princípios consideram errado planejar um crime, tal procedimento é abominável, porém as leis e as jurisprudências reconhecem mais importante a decisão posterior de não praticá-lo, fato que deve ser considerado excludente de criminalidade. No entanto, dentro da cabeça de luminares como Hugo Motta e Alexandre de Moraes, é preciso punir de qualquer jeito, independentemente do que diz a lei, fortalecida pela jurisprudência. É lamentável haver tamanha ignorância jurídica em pleno Terceiro Milênio. (C.N.)

Supremo tem problemas, mas ainda não dá para falar em Ditadura da Toga

Tribuna da Internet | Esses ministros do Supremo fazem por merecer algum  respeito da sociedade?

Charge do Bier (Arquivo Bier)

Hélio  Schwartsman
Folha

O Judiciário brasileiro é muito ruim. É moroso, inconsistente e cheio de vieses. Se levarmos em conta o fator preço –gastamos com o sistema de Justiça 1,33% do PIB, contra uma média internacional de 0,3%–, torna-se sério candidato ao posto de um dos piores do mundo.

O STF é tudo, menos inocente nessa história. É dele que vem muito da instabilidade jurídica que marca nosso sistema. E da politização também. Um ministro conseguiu a façanha de votar de modo diametralmente oposto a si mesmo no mesmo processo. Bastou que mudasse de Dilma para Temer o nome do presidente da República que poderia perder o cargo numa interminável ação na Justiça Eleitoral por abuso de poder que ele julgava.

SEM DITADURA – Ainda assim, é preciso ter perdido o juízo para achar que vivemos sob uma ditadura da toga, como afirmam bolsonaristas.

É o próprio conceito de ditadura judicial que se mostra problemático. Praticamente todos os regimes autocráticos instrumentalizam o Judiciário para servi-los. Vimos isso aqui mesmo no Brasil durante os anos de chumbo do período militar. Mas não conheço caso de Judiciário que tenha atropelado Executivo e Legislativo e passado a comandar um país. É que o Judiciário, sem tropas e sem votos, tende a ser o menos resiliente dos três Poderes.

É justamente aí que está o ponto chave. O Judiciário extrai sua legitimidade dos serviços que presta ao país.

CONTENÇÃO DO GOLPE – O Supremo tem algum crédito por seu papel na contenção do golpe que Jair Bolsonaro e seus aliados tentaram dar. Até algumas das heterodoxias do tribunal se mostram defensáveis, quando se considera que uma Procuradoria-Geral da República (PGR), muito próxima ao bolsonarismo, se fazia perigosamente inerte.

Mas a situação mudou. A PGR voltou ao normal, Bolsonaro deixou o poder e está sendo julgado. Não há mais justificativa para ousadias. Mais do que nunca, o STF tem de operar em modo ortodoxo.

A corte máxima precisa dar sua contribuição para tornar a Justiça brasileira mais estável, menos partidarizada e mais barata. Para torná-la, enfim, menos ruim.

Se não existisse a pessoa amada, nem mesmo a poesia poderia ter sentido

Mais Uma Vez O Tempo Me assusta | Poema de Flora Figueiredo com narração de  Mundo Dos PoemasPaulo Peres
Poemas & Canções

A tradutora, cronista e poeta paulista Flora Figueiredo pergunta, no poema “Reverência”, o que seria dela se não existisse a pessoa amada. 

REVERÊNCIA
Flora Figueiredo

Se não fosse você, eu andaria
a caminho do nada,
pra lugar nenhum.

Eu erraria por entre vagas abertas,
sobre páginas incertas
de um pobre verso comum.

Se não fosse você, eu perderia
a noção do sol e do vento,
de todo e qualquer elemento
que me induzisse à beleza.

Se não fosse você, eu ficaria presa
na trama dos desafetos,
dos amores incompletos
que o mundo encaixa nos cantos.

Se não fosse você, triste seria
e a memória por certo contaria
minha historia na pobreza de um clichê.
…..e eu certamente me demitiria
dos ternos devaneios da poesia.
Que seria de mim, se não fosse você?

Jair Bolsonaro é vítima de perseguição ou a Justiça funciona assim mesmo?

Bolsonaro deve fugir mais uma vez (e não sentirá falta do Brasil) – blog da  kikacastro

Charge do Céllus (Arquivo Google)

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Bolsonaro atentou contra as eleições e esteve no centro da mobilização golpista mais grave desde a redemocratização

Desde o primeiro anúncio do tarifaço ao Brasil, Donald Trump o justifica pela perseguição que Bolsonaro sofreria nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal). Não é segredo para ninguém também que, dentre os críticos mais assertivos de Alexandre de Moraes, muitos sejam partidários de Bolsonaro que querem livrá-lo da Justiça e reabilitá-lo para concorrer em 2026.

Cabe perguntar então: será que Bolsonaro sofre perseguição? Vou rememorar fatos já amplamente sabidos.

ALGUNS FATOS – Ao longo de seu mandato e especialmente a partir de 2022, Bolsonaro promoveu ativamente, sempre que pôde, acusações falsas de fraude contra as urnas eletrônicas e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para dessa forma negar os resultados das eleições caso perdesse, como de fato veio a ocorrer.

Bolsonaro colocou à frente da Abin seu aliado Alexandre Ramagem, que a transformou num órgão de inteligência paralela para monitorar opositores e mesmo aliados suspeitos do presidente, além de produzir conteúdos enganosos sobre as eleições.

No segundo turno das eleições de 2022, a Polícia Rodoviária Federal de seu governo planejou e executou um plano de bloqueio de rodovias seletivo, cujo critério eram regiões em que Lula obteve mais votos no primeiro turno.

ACAMPAMENTOS -Após a derrota nas urnas, milhares de apoiadores seus armaram acampamento na frente de quartéis por todo o Brasil, pedindo um golpe militar. Os acampamentos de Brasília se notabilizaram por promover uma noite de incêndios e depredações em 12 de dezembro, e um de seus participantes colocou uma bomba na frente do aeroporto de Brasília na véspera de Natal, que só não explodiu por falha técnica. Esses acampamentos estavam em comunicação constante com o alto escalão do governo.

Em 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu com generais do alto comando do Exército para persuadi-los a apoiar um decreto de estado de sítio que impediria a posse do presidente eleito. Conseguiu o apoio de um deles, mas não dos outros dois. Foi isso que, aparentemente, o fez desistir do plano, apesar das cobranças insistentes de militares e apoiadores.

Já em 2023, depois de ter saído do país, seus seguidores tentaram provocar uma intervenção militar com a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro. Em nenhum momento Bolsonaro tentara desmobilizar os acampamentos e desautorizar seus pedidos por um golpe.

FOI O CAUSADOR – Por tudo isso, Bolsonaro foi o presidente que mais atentou contra nossas eleições e esteve no centro da mobilização golpista mais grave desde a redemocratização.

Isso não exclui críticas a diversas decisões questionáveis de Moraes: cautelares injustificadas, prisões preventivas indevidas, penas muito duras, a decisão de não se declarar impedido para julgar um crime no qual ele figurava como um dos principais alvos.

Há ainda questionamentos que se pode fazer à acusação contra Bolsonaro: até que ponto ele estava ciente de todas as frentes que se organizavam por um golpe? Ele teve algo a ver com as movimentações posteriores à posse de Lula, que culminaram no 8 de janeiro? Sua conduta chegou a configurar o crime de golpe de Estado? É justamente para esse tipo de discussão que serve o julgamento. Mas que ele esteja sendo julgado por tudo que foi descrito acima não é perseguição; é o mais elementar funcionamento da Justiça.

Influência bolsonarista em Washington e o desafio à soberania brasileira

Relatório de direitos humanos facilita novas decisões dos EUA contra o Brasil

How Donald Trump's criminal charges are defining his White House race

Relatório dá a Trumo os argumentos que ele necessitava

William Waack
da CNN

A Casa Branca acusa o governo brasileiro de participar da supressão da liberdade de expressão e liberdade na internet. No relatório anual de direitos humanos, a cargo do Departamento de Estado, os Estados Unidos dizem que o Planalto minou o debate democrático, suprimindo, segundo os americanos, desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), cuja atuação – e também a do STF – tem sido aberta e fortemente criticada no Brasil nos mais variados setores, de forma direta e contundente, no ambiente da imprensa e das redes digitais.

MESMOS MOTIVOS – O significado político desse relatório, portanto, não é a denúncia em si – já bastante vocalizada no Brasil, inclusive por uma oposição aguerrida e atuante – mas quem a faz. Ela é feita por um governo americano chefiado hoje por um presidente que se recusou a aceitar o resultado de uma eleição limpa, e que, aparentemente, se vê como um espelho de Jair Bolsonaro (PL) – que está sendo processado por esse mesmo motivo.

Parece evidente que os Estados Unidos fundamentam mais ações contra o Brasil por meio desse relatório, e não só contra integrantes individuais do Supremo, como foi o caso da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. 

A motivação da conduta de Washington é política e ideológica, sem que se saiba exatamente até onde quer chegar. Trump quer sobretudo ajudar Jair Bolsonaro em seus problemas com a Justiça? Ou mudar o regime brasileiro inteiro? Até aqui não está conseguindo nem um, nem outro. 

Moraes infringe a lei ao bloquear contas do marido de Carla Zambelli

Marido de Zambelli pediu licença por problema de saúde na família

Aginaldo, marido de Zambelli, está sem acesso às contas

Jhonny Chavão
O Globo

O marido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, teve as contas bloqueadas assim que chegou a Israel. O militar, que já foi secretário de Segurança Pública em Caucaia (CE) e comandante da Força Nacional no governo Bolsonaro, descobriu não ter acesso às suas contas ao tentar usar o dinheiro que recebe como policial militar. O bloqueio das contas foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O militar não tem previsão de voltar para o Brasil. De acordo com o advogado Fábio Pagnozzi, que representa Aginaldo e Zambelli, o cliente recebeu a notícia com indignação. Aginaldo foi colocado em um inquérito no STF, que tramita em sigilo.

SEM DINHEIRO — O prejuízo é o mesmo para os dois, pois ninguém sobrevive sem dinheiro. Diretamente, estão fechando um cerco em toda a família da deputada — disse Fábio Pagnozzi.

Antes de ir para Israel, Aginaldo estava em Roma com Carla Zambelli. A deputada estava foragida da Justiça brasileira desde que foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A deputada foi presa na Itália no final de julho, em um apartamento de Roma, onde estava hospedada.

— Várias decisões do ministro são afrontas à constituição e toda legislação brasileira. O ministro dentro do processo de Carla se põe acima das legislações e ignora completamente o Regimento Interno da Câmara dos Deputados — disse o advogado do casal.

FOI SURPRESA – O advogado afirma que eles foram informados sobre o bloqueio das contas quando Aginaldo já estava em Israel. Ele também comenta que a ida ao país foi de cunho totalmente religioso. Questionado se a ida de Aginaldo ao país pode influenciar no processo de Carla Zambelli na Itália, o advogado disse não acreditar que isso ocorra:

— Acreditamos que não interfira. A viagem não teve motivação política, então acreditamos que não vá acontecer nada. — disse Fábio Pagnozzi.

Presa desde o dia 29 de julho, no complexo penitenciário de Rebbibia, em Roma, a deputada passou hoje por audiência para decidir o seu processo de extradição para o Brasil. Só que a deputada alegou não se sentir bem e precisou de atendimento médico. Com isso, a audiência foi suspensa, e a decisão sobre o processo de extradição deve ser retomada no dia 27 de agosto.

CUSTÓDIA – No dia 01, Carla Zambelli passou por audiência de custódia na qual decidiu que continuaria presa na capital italiana. O processo seguiu para a Corte de Apelação, onde a deputada seria ouvida hoje. Caso decida pela extradição na volta da audiência, o processo pode ser contestado na instância máxima do judiciário italiano, a Corte de Cassação. E a palavra final é dada pelo Ministério da Justiça da Itália, que pode aceitar ou negar a extradição da deputada brasileira.

Enquanto isso, o STF decide na próxima sexta-feira (15), se condena Carla Zambelli por porte de arma ilegal e constrangimento por perseguição ao jornalista Luan Araújo. O caso aconteceu às vesperas do segundo turno das eleições de 2022.

O processo estava parado por pedido de vista do ministro Nunes Marques. Seis magistrados já votaram pela condenação da deputada a 5 anos e 3 meses de reclusão em regime semiaberto, além da perda do mandato.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes simplesmente descumpre as leis, quando bem entende, e continua impune. Na Constituição, é cláusula pétrea a proibição de que o cônjuge ou terceira pessoa sejam punidos em nome do réu. No caso, foi ainda pior, porque Moraes mexeu no salário do coronel, que fica sem condições de pagar as contas e até de se alimentar. É a pena de morte, na versão de Moraes, que nada entende de Direito. Com ministros como ele, a Justiça brasileira entrou em parafuso. (C.N.)

Nova sanção dos EUA acerta petistas envolvidos na corrupção internacional

mais medicos | BLOG DO AMARILDO . CHARGE CARICATURA

Charge do Amarildo (Arquivo Google)

Deu em O Globo

Em mais uma fase da escalada de tensão entre Estados Unidos e o Brasil, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, veio à público criticar o programa Mais Médicos e anunciar revogação vistos americanos de funcionários do governo brasileiro no país. O Departamento de Estado Americano revogou os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman e seus familiares.

Mozart e Kleiman trabalharam no Ministério da Saúde durante o programa Mais Médicos e participaram do planejamento e da implementação do programa no Brasil. Atual Secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales é conhecido no governo por ser o “Pai do Mais Médicos”.

COM PADILHA – Braço direito do ministro Alexandre Padilha, criou o programa durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff junto com Padilha, que na época também ocupava o comando do Ministério da Saúde.

Mozart é formado em medicina pela Universidade de Pernambuco. Nas gestões petistas, Mozart sempre atuou próximo ao gabinete de Padilha. Enquanto o ministro esteve no comando da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula em 2009 e agora, no terceiro mandato, entre 2023 e até fevereiro de 2025, Mozart ocupou cargo de assessor especial.

Alberto Kleiman foi diretor do Departamento de Relações Internacionais do Ministério da Saúde de abril de 2012 a janeiro de 2015, período em que foi concebido o Mais Médicos. Atualmente, é o coordenador-geral para COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental da qual fazem parte os governos de países que têm floresta amazônica em seus territórios.

EM WASHINGTON – Kleiman foi diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Washington por sete anos, até fevereiro de 2022.Também trabalhou no Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) por dois anos, até março do ano passado. Antes de assumir o cargo na OTCA, foi diretor de Relações Institucionais da Presidência da República.

“Esses funcionários foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos por meio de trabalho forçado. Esse esquema enriquece o regime cubano corrupto e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais”, diz o Departamento de Estado dos Estados Unidos no texto que anuncia a sanção aos dois brasileiros. O Mais Médicos, no entanto, já foi elogiado em relatório da ONU sobre cooperação internacional Sul-Sul na área da saúde.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Caramba! A decisão mostra que o governo dos EUA sabe mais sobre o Brasil do que os próprios brasileiros. O Departamento de Estado acertou com precisão cirúrgica dois petistas de alto coturno, que se dedicam a cuidar da saúde da estrutura montada pelo PT para controlar o Brasil per saecula saeculorum, mas se esqueceram de que Lula é mortal e já está com a validade vencida. Comprem pipocas. (C.N.)