
Charge do Cláudio (Folha)
Pedro do Coutto
O Brasil se prepara para acompanhar, a partir de 2 de setembro de 2025, um dos julgamentos mais marcantes de sua história recente. O Supremo Tribunal Federal dará início ao processo que coloca no banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete de seus aliados mais próximos, acusados de articular um golpe para impedir a posse de Lula da Silva, vencedor das eleições de 2022.
Entre os acusados estão generais, um ex-ministro da Justiça, o ex-chefe da Abin e até o ex-comandante da Marinha, numa lista que simboliza o peso institucional da tentativa de ruptura. A repercussão é inevitável: nunca tantos protagonistas políticos e militares haviam sido levados a julgamento por conspirarem contra a vontade expressa das urnas.
DELAÇÃO PREMIADA – No centro da acusação está a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou ter participado e testemunhado reuniões nas quais se discutia a chamada “minuta do golpe”, documento que previa decretar estado de defesa, prender autoridades e até anular o resultado legítimo das eleições.
Cid revelou ainda que teria recebido dinheiro para financiar manifestações, além de relatar operações de espionagem contra ministros do Supremo e planos de violência batizados de “Punhal Verde e Amarelo”. Embora sua colaboração seja contestada pelas defesas, que questionam sua credibilidade, o próprio STF decidiu levantar o sigilo da delação para garantir transparência e ampliar o direito de contraditório.
O julgamento, que deve se estender por cinco sessões, ultrapassa a esfera penal. Ele se transforma em um momento de teste institucional, capaz de influenciar diretamente o cenário político de 2026. Caso Bolsonaro ou parte de seus aliados sejam condenados, a consequência será não apenas jurídica, mas também eleitoral, redesenhando os caminhos da direita brasileira.
FRAGILIDADES – Por outro lado, eventuais fragilidades probatórias ou percepções de politização podem alimentar narrativas de perseguição e injustiça, aprofundando a polarização. O que está em jogo não é apenas o destino dos acusados, mas a mensagem que as instituições passarão à sociedade: se a democracia brasileira é capaz de se proteger de ameaças internas ou se continuará refém de discursos que tentam relativizar o valor das urnas.
É importante observar que o julgamento acontece em um ambiente social delicado. O 7 de setembro se aproxima e, com ele, cresce o risco de manifestações acaloradas que podem ultrapassar os limites da ordem pública. Por essa razão, Brasília já vive sob esquema especial de segurança, com drones, policiamento reforçado e restrições de acesso em pontos estratégicos. O país, ainda marcado pelas cicatrizes do 8 de janeiro de 2023, sabe que qualquer sinal de fragilidade institucional pode ser explorado por grupos extremistas, o que torna a condução firme e equilibrada do julgamento ainda mais necessária.
No fundo, o processo contra Bolsonaro e seus aliados representa um divisor de águas. Se de um lado há quem veja uma tentativa de criminalizar a política e enfraquecer adversários, de outro existe a convicção de que o Estado Democrático de Direito só se sustenta quando aqueles que tentam subvertê-lo são responsabilizados. O STF não julgará apenas crimes, mas a própria memória do país. A decisão que emergir deste processo será lembrada como um marco: ou consolidará a democracia como valor inegociável, ou abrirá espaço para que a ideia de golpe continue assombrando a vida política brasileira.
E viva a cachaça !!!
1) Li hoje que o fundador do Bradesco, em tempos idos, dormiu na rua e não tinha faculdade…
2) Outrora li que Roberto Marinho também não tinha faculdade, ele contou isso em uma entrevista no Pasquim…
3) Escrevo o acima porque muitos reclamam que Lula não fez o Ensino Médio…
Amador Aguiar: a história do ex-presidente do Bradesco
Chegou a dormir em um banco de praça e passou fome até conseguir trabalho em uma tipografia em Bebedouro-SP
Amador Aguiar é um mito do empresário brasileiro, aquilo que se espera do próprio país no cenário internacional: um humilde trabalhador braçal com pouco estudo que emerge das massas e, através do trabalho estóico e disciplinado, conquista o seu império e fortuna.
Sem trambiques nem malandragens, fez de uma pequena agência bancária de Marília (SP) a maior instituição financeira privada da América Latina, o Bradesco, que atualmente conta com um total de ativos superior a US$ 369 bilhões e 85 mil funcionários.
Aguiar teve uma educação escolar precária. Aos 13 anos abandonou os estudos para ajudar o pai, João Antônio Aguiar, na lavoura de café de uma fazenda em Sertãozinho (SP). Três anos depois, fugiu para o município de Bebedouro (SP), atitude atribuída ao comportamento violento de seu pai.
Chegou a dormir em um banco de praça e passou fome até conseguir trabalho em uma tipografia na cidade. No novo emprego, teve o dedo indicador da mão direita amputado em uma máquina impressora.
Seu primeiro contato com o mundo das instituições bancárias foi como contínuo no Banco Noroeste.
Em dois anos, já ocupava o cargo de gerente: segundo o próprio Aguiar, a asma o impedia de dormir tranquilamente à noite, e, durante o tempo em que ficava acordado, estudava tudo o que podia sobre operações bancárias.
(…)
Administradores, Carreira, 15 jan 2014 às 11:30 Por Eber Freitas
E assim podemos dizer que loola é um exemplo a ser seguido pelos nossos jovens.