Indulto antecipado pode representar um risco à democracia

Tarcísio: primeiro ato, se for presidente, será indulto a Bolsonaro

Pedro do Coutto

 
A recente declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em entrevista ao Diário do Grande ABC, reacendeu o debate sobre os rumos da política brasileira às vésperas da eleição de 2026. Ao afirmar que, caso fosse eleito presidente da República, seu primeiro ato seria conceder indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio não apenas antecipou um gesto de perdão a um aliado político ainda sem condenação definitiva, como também sinalizou um movimento estratégico: disputar a herança do bolsonarismo e se consolidar como nome viável da direita no cenário nacional.
 
A fala, embora revestida de aparente naturalidade, expõe uma contradição que não pode passar despercebida: de um lado, o governador afirma não ser candidato; de outro, projeta uma medida presidencial que o coloca inevitavelmente como protagonista no xadrez sucessório.
EFEITOS – Essa antecipação tem efeitos graves. Ao pressupor a condenação de Bolsonaro, Tarcísio transmite à sociedade uma mensagem clara de desconfiança no sistema de Justiça, sugerindo que o Supremo Tribunal Federal já teria sua decisão tomada. Mais do que uma manifestação de solidariedade pessoal, a fala revela uma estratégia política: captar e fidelizar o eleitorado órfão de Bolsonaro antes mesmo do início oficial da corrida eleitoral.
 
A promessa de indulto, portanto, não é apenas um gesto de lealdade, mas também um instrumento eleitoral de alto impacto, que reposiciona o governador no tabuleiro nacional. Ao se alinhar de forma tão explícita contra a lógica das instituições, Tarcísio assume um papel de antagonista da ordem constitucional, o que abre espaço para questionamentos sobre sua real compreensão do papel do Estado de Direito.

O episódio, no entanto, não se limita a uma bravata de palanque. Ele lança luz sobre um fenômeno recorrente na política brasileira: a instrumentalização do instituto do indulto como ferramenta de barganha política e sinalização ideológica. No caso de Tarcísio, o gesto é duplamente problemático, pois antecipa uma medida de exceção para um aliado ainda em julgamento e reforça a polarização, ao colocar o Supremo e as instituições democráticas como adversários indiretos de seu projeto.

 
CREDIBILIDADE –  Se por um lado essa estratégia pode galvanizar a base bolsonarista, por outro compromete sua imagem de gestor técnico, moderado e pragmático, construída desde o início de seu governo em São Paulo. Essa mudança de postura pode custar caro: ao tentar agradar a ala mais radical, Tarcísio corre o risco de perder a credibilidade junto ao eleitorado mais amplo, que busca estabilidade institucional e governabilidade.

Em última instância, a declaração evidencia que o governador, mesmo negando publicamente sua candidatura, já age como presidenciável. O cálculo é claro: assumir a dianteira no campo da direita, projetando-se como sucessor natural de Bolsonaro, mesmo à custa de tensionar as relações com o Judiciário. O problema é que, ao lançar mão de uma promessa de perdão a um aliado político, Tarcísio reforça a percepção de que o jogo político brasileiro ainda é conduzido não pelo compromisso com as instituições, mas pela conveniência de proteger aliados e instrumentalizar a máquina pública.

 
O episódio é, portanto, um alerta: quando a política se orienta mais pela lealdade a figuras do que pelo respeito às regras do jogo democrático, o país inteiro se torna refém de projetos pessoais travestidos de pacificação nacional.

20 thoughts on “Indulto antecipado pode representar um risco à democracia

  1. Sr. Pedro

    Até agora o Ladrão de Aposentados não foi preso, nem é investigado, fora o passa pano da Extrema-Comuna-Esquerdopata Midia Nefasta e Corrupta que não dá uma linha sobre esse bandidão com o sugestivo apelido de Frei Chico…

    E o pior de tudo, tem uma longa vida no crime, mesmo com 83 anos, o velhaco não parou de roubar, e fez uma atrocidade com os velhinhos aposentados…, um ato desumano….

    Será que já foi dado o “indulto” ao Irmão Bandido..??

    aquele abraço..

  2. Risco a democracia não foi o fachin liberar o molusco, risco a democracia não é o toffoli limpar a barra de todos os corruPTos e corruPTores ligados a Lava Jato. Risco a democracia não é aparelhar o stf com amigos incomPTentes?

  3. Pois é, o que me chateia é antever o que certamente aconteceria se o Tarcísio vencesse. Ele seria, naturalmente, visto apenas como um “apontado” pelo Bolsonaro para governar o pais.

    Chega! a gente não aguenta mais essa beatificação da ignorància. No norte, o Laranja americano sendo gozado diariamente pela sua incompetência; aqui, estamos vivendo uma fase dominada pela corrupção sob o governo de um velho nefasto e vaidoso.

  4. Tarcisio é uma fraude. Ale´m de dizer que o seu primeiro ato cono presidente seria anistiar boçalnaro, vi e ouvi um discurso dele dizendo que era escolhido de Deus para a missão de governar o país, depois de proferir a palavra Deus muitas vezes, como se fora Deus e não ele, se eleito, a governar o Brasil.

    O projeto do país para ele é esse. Deus governará e ele será apenas o presidente por procuração. Tá loko.

  5. “O episódio é, portanto, um alerta: quando a política se orienta mais pela lealdade a figuras do que pelo respeito às regras do jogo democrático, o país inteiro se torna refém de projetos pessoais travestidos de pacificação nacional.”
    Na mosca. Começou com a libertação do maior corrupto e corruptor da história nacional.

  6. Dom $talinacio Curro de La Grana não é uma pessoa normal, segundo ele, é apenas uma ideia.
    E vai daí que muita gente vota numa ladrão imaginário, um ladrão abstrato.
    Uma entidade abstrata não fica na cadeia, por óbvio.

  7. O carioca, que governa São Paulo, esse vassalo do Bolsonaro, mordeu a mosca azul da presidência.

    Já não governa o Estado de São Paulo, sua cabeça está na campanha de 2026. Trata-se de um traidor do Brasil, pois apoiou o tarifaço do Trump contra o Brasil. Depois, alertado pela Faria Lima e pelo Agro paulista, mudou o discurso. Botou naquela cabeça de Calabar, o boné vermelho do Trump ( Make América Great Again). Nada mais sugestivo de que é um agente americano, governando São Paulo.

    Os paulistas estão envergonhados de terem votado nesse carioca patrimonialista e interesseiro. Autoritário em altíssimo grau, nas palavras, nos gestos e nas atitudes.

    Tarcísio é mais perigoso para a Democracia do que Bolsonaro. Só não vê, quem não quer. Até Eduardo Bolsonaro, já percebeu que Tarcísio não vale nada.

    • Sr. Roberto,
      Um cara que pretende ser presidente do Brasil, disse ao vivo e a cores que não acredita na justiça.

      É isso mesmo: NÃO ACREDITA NA JUSTIÇA!

      Então, acredita em que?
      Na justiça que ele fará, que não passará apenas de justiçamento.

      Esse troglodita violento é autoritário, não pode ser o chefe do executivo de jeito nenhum.

      Com ele no poder, voltaremos a estaca zero, porque vai querer imitar o trump em tudo e vai entregar o nosso país para o laranjão ensandecido.

      O povo brasileiro, já está em alerta máximo!

      Esse canalha subserviente não será jamais nosso presidente.

      Um forte abraço,
      José Luis

      P.S. Já começou mentindo, disse que seu primeiro ato, seria indultar o bolsonaro.
      Sabe que isso é impossível porque é uma medida totalmente inconstitucional.
      Já começou, mal mentindo pro gado.
      Só otário, cai na conversa dele.

      • Depende de que lado nos postamos, ora pois: Se do lado dos rebeldes que acreditam que “mãos humanas” podem alterar os rumos que a humanidade segue, ou quilometricamente “separados” dessa babilonia politico/religiosa, aguardamos que o que está milenarmente escrito, se cumpra?!
        Não existe remédio em “olímpicos revesamentos”!

  8. Na ânsia de mostrar lealdade a Bolsonaro, de quem deseja os votos no campo da extrema direita, Tarcísio debocha da Justiça, dizendo que o Judiciário não é confiável. Nesse comentário ele já da um sinal claro de seu Autoritarismo.
    Na verdade, Tarcísio vive visitando Ministros do STF como um lobista de suas causas anti republicanas e o pior é recebido por suas excelências, afinal, o Estado de São Paulo é poderoso demais.
    Pois bem, enquanto visitamos gabinetes da Suprema Corte, nos bastidores, mete o pau e fala cobras e lagartos de alguns ministros, principalmente de Alexandre de Morais, Dino, Zanin e o presidente Roberto Barroso.
    Acho que os ministros deveriam observar o sinal vermelho, estampado na cara de Tarcísio, que trai qualquer um sem a menor cerimônia.
    Ao deitar e colocar a cabeça no travesseiro, Tarcísio, ora pela condenação de Jair Bolsonaro e pela manutenção da inelegibilidade do mito de pés de barro, simplesmente para tirar do páreo presidencial o ex- presidente para ele seguir firme com os votos de Bolsonaro, do Centrão e da Faria Lima, a elite nacional em torno desse monstro de sete cabeças.

    Esse candidato Tarcísio, governador de São Paulo, representa um perigo para os pobres, os trabalhadores privados e servidores públicos e pior ainda, seguirá as ordens de Trump para levar o Brasil para os braços dos EUA, sem nenhuma contrapartida para a nação brasileira.

    Tarcísio pretende também, eliminar todas as conquistas do Bem Estar Social, reduzir o Orçamento da Saúde e da Educação, tornar o Estado mínimo do mínimo e flexibilizar toda a Legislação Ambiental.

    O Brasil está a um passo das Trevas.

  9. As articulações do governador carioca Tarcísio de Freitas, que governa o Estado de São Paulo, para a votação de ANISTIA para Bolsonaro, está aumentando na Câmara. Hugo Motta, o presidente da Câmara dos Deputados, sofre pressão avassaladora de Tarcísio de Freitas, que usou até o Presidente dos Republicanos, Partido de Motta na pressão.

    Estão preparando um monstrengo legislativo, com o nome de Bolsonaro encabeçando a lista dos anistiados. Mas, Tarcísio de Freitas, articula uma chantagem para cima de Bolsonaro:

    ANISTIA, porém, mantém a Inegibilidade, o que impede Bolsonaro de concorrer em 2026 para novo mandato presidencial. Quem será ungido a candidato presidencial na vaga de Bolsonaro? Lógico, o governador Tarcísio de Freitas, que não dá ponto sem nó.

    Bolsonaro está tão fragilizado, que aceitou essa facada nas costas, como César, o imperador, recebeu de Brutus.

    Até tu, Brutos.

    • Sr. Roberto,
      O que esse canalha fez ao ir pra Brasília, sem uma agenda prévia e nada pra fazer lá, só interferir na justiça, que é crime, além de ter abandonado seu posto de governador de São Paulo sem motivo.

      Este biltre, continua fomentando um golpe e colocando os três poderes num enorme conflito.

      Moraes, está vendo essa manobra e já, já, dará um jeito nesse New Golpista!

      QUE CANALHA!!!

      Um abraço,
      José Luis

  10. Senhor Jorge , sugiro se inteirar melhor o que de fato ocorreu quando da saga da ” libertação ” e posterior reabilitação política do condenado Luís Inácio da Silva , vulgo Lula pelos juízes do STF envolvidos , contando com anuência dos então Presidente da República Jair Bolsonaro , seu vice Hamilton Mourão , o então Presidente da Câmara Federal Arthur Lira e do Senado Federal Rodrigo Pacheco ao serem consultados pelos juízes do STF envolvidos nessas ” tramas e conspirações ” contra o Brasil e seu povo , sendo então Presidente da República Jair Bolsonaro , seu vice Hamilton Mourão se negaram em denunciar na TV e nos demais órgãos de ” imprensa nacional e internacional ” tais crimes contra o país , preferindo se omitirem e fazerem ouvidos de moucos prejudicando o país e a seu povo,

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