
Determinadas colocações de Moraes deixam mal o Supremo
Josias de Souza
do UOL
No primeiro dia do julgamento do núcleo crucial do complô do golpe, esperava-se do relator que fizesse a leitura do relatório que resume a tramitação do processo, sem juízo sobre o mérito das acusações.
Alexandre de Moraes foi ao ponto, cumprindo a tarefa com precisão. Mas achou que seria uma boa ideia inserir na sua manifestação um prefácio de conotação política. Com isso, introduziu na fase final do processo uma curva fora do ponto.
LOCAL INAPROPRIADO – No discurso que serviu de introdução para o resumo do trâmite processual, Moraes disse coisas certas num local inapropriado. Torpedeou a ideia de anistia:
“A impunidade, a covardia e a omissão não são opções para a pacificação”. Deu a entender que o eventual perdão legislativo será julgado inconstitucional:
“Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, significa impunidade e desrespeito à Constituição.”
SOBERANIA – Moraes enrolou-se na bandeira da defesa da soberania.
Numa referência às sanções de Trump, estimuladas por Eduardo Bolsonaro, declarou que foi descoberta uma “verdadeira organização criminosa” que, agindo de forma “covarde e traiçoeira”, tentou “coagir” o Supremo, para submeter o tribunal “ao crivo de outro Estado estrangeiro.”
A curvatura política do discurso inicial de Moraes desvirtuou o ponto. No resumo do processo, o ministro se absteve de fazer juízo sobre o mérito da causa, como convém ao devido processo legal.
COMO UMA LÁPIDE – Mas o teor do prefácio caiu sobre as biografias de Bolsonaro e dos outros sete réus como uma lápide. O ministro como que esboçou os contornos condenatórios do seu voto, que será apresentado apenas na semana que vem.
Moraes confundiu a bancada do Supremo com uma tribuna da Câmara ou do Senado. Sua fala inicial soou antijurídica e desnecessária.
Na prática, o ministro forneceu pano para o figurino de vítima de réus cujas defesas não conseguiram refutar os fatos que os incriminam.
Esse evento entre réus e verdugos já me deixou enjoado.
Já sabemos o final do filme.
Contar o final do filme para pessoas que ainda não viram é uma forma de desagradar e ser um chato.
Entretanto, ler o Globo, Folha e Estadão, é como nas histórias de caçadas onde os caçadores fazem fila para se mostrar mijando no couro da onça morta.
Outro assunto.
Cabeça de brasileiro não está valendo merda nenhuma, um português está anunciando 500 euros pela cabeça de cada brasileiro, enquanto Trump oferece milhões de dólares pela cabeça de um venezuelano, Maduro.
Temos então que a cabeça de venezuelano vale milhões de vezes mais que a de um brasileiro.
Considerando-se esse fator pode-se concluir que é por isso que brasileiros elegem ladrão com se fosse um estadista de alta categoria. Hehehe.
Sobre o golpe.
Podemos concluir que não se fazem mais golpes de estado como antigamente, fuzilando o adversário, e como a história se repete como farsa não se dá golpe ou revolução com tiro de feijão.
A pompa e circunstancia dos atores dessa peça de ópera bufa serve de catarse para uns e mortificações para outros.
O desfecho da bufa faz o contraponto do Hamlet, mas que existe algo de podre no reino da Dinamarca, existe!
Ser ou não ser, eis a questão.
Tem o fator Tagliafero
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/09/02/csp-vai-liberar-documentos-de-tagliaferro-para-reus-do-8-de-janeiro
‘Declara-se’ permanentemente ‘candidato’ a ditador, assim como sempre o faz o ex-mito.
DOUTOR MORAES: “A impunidade, a covardia e a omissão não são opções para a pacificação”. “Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, significa impunidade e desrespeito à Constituição.” A nosso ver, a depender do congresso que aí está, caso o STF se acovarde, o que sairá do processo será apenas o mesmo e velho Brasil bandido que não altera a Constituição para fazer a coisa certa conforme a vontade do povo que dizem representar mas que não se faz de rogado para introduzir nela as suas próprias safadezas e indecências do tipo reeleição, fundões partidários bilionários, emendas e orçamentos secretos bilionários, etc. e tal… A nosso ver, é agora ou nunca, anistia só se for mediante rendição do sistema apodrecido em prol do possível novo caminho para o necessário novo Brasil de verdade, confederativo, com Democracia Direta, Meritocracia e Deus na Causa, como propõe a RPL-PNBC-DD-ME inclusive porque, em sã consciência, como têm demonstrado nas urnas as abstenções e os votos em branco e nulos, ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice dos me$mo$. https://www.tribunadainternet.com.br/2025/09/02/primeira-manifestacao-de-moraes-soou-antijuridica-e-desnecessaria/#comments