Supremo vai condenar os golpistas sem provar os crimes de cada um

O recado que Bolsonaro quer dar a Lula na posse de Moraes no TSE

Os brasileiros mais amados e mais odiados deste país

Carlos Newton

Na discussão do processo de Jair Bolsonaro, o país continua dividido e o Supremo não consegue atrair o apoio da maioria da opinião pública, por mais que alegue e divulgue ter apresentado provas de que o ex-presidente e seu núcleo duro “tentaram” aplicar um golpe de estado. Como se sabe, nesse tipo de processo é preciso provar que se configurou uma “tentativa”, para que possa haver crime concretamente, com a devida punição.

Não há a menor dúvida de que os réus “planejaram” o golpe e alguns deles chegaram até a imaginá-lo de uma forma espetacular, com assassinato de alguns envolvidos.

Esse “planejamento” está mais do que provado nos autos, mas faltou comprovar que houve mesmo a “tentativa”, e essa lacuna jogaria tudo por terra, juridicamente, num país sério.

DOGMA JURÍDICO – A configuração da “tentativa” é tema importantíssimo, porque se trata de um dos principais dogmas jurídicos em vigor no mundo inteiro, inclusive no Brasil, mas agora o Supremo inventou de tentar desconhecê-lo, para inicialmente condenar os envolvidos no 8 de Janeiro.

As defesas, é claro, exigem obediência a essa doutrina jurídica, mas a acusação finge que nem existe polêmica, e o procurador Paulo Gonet, também passa por cima, ao concordar com a posição claramente equivocada do ministro relator Alexandre de Moraes.

Para a acusação, a “tentativa” de golpe teria ocorrido devido a três motivos – a manutenção dos acampamentos diante dos quartéis, o episódio de vandalismo de 12 de dezembro e o quebra-quebra de 8 de janeiro, como se existisse uma forte conexão de causalidade entre os três eventos, que então teriam sido liderados pessoalmente por Bolsonaro e o núcleo duro, embora o ex-presidente estivesse morando nos EUA desde 30 de dezembro de 2022.

FALSA CONEXÃO – Com a máxima vênia, a acusação não tem nenhuma prova desta falsa conexão, que fez o Supremo considerar como “terroristas armados” os cidadãos que invadiram os Três Poderes no domingo 8 de janeiro, absolutamente desarmados, para protestar contra a eleição e posse de um criminoso vulgar, extraído da cadeia pelo Supremo sem motivo rigorosamente legal, conforme todos sabem.

Pela invasão dos Três Poderes, cidadãos de bem foram para a cadeia cumprir indevidamente 17 anos de cadeia e pagar multa milionária.

Por isso, o Supremo tem agora dificuldade para julgar os supostos líderes, porque teriam de receber penas ainda mais graves.

###
P.S. – Bolsonaro, Lula, Alexandre de Moraes, é tudo uma vergonheira só. São maus brasileiros, despreparados para servir ao público. Eu não entendo por que são tão odiados e amados ao mesmo tempo, mas talvez Freud explique. (C.N.)

16 thoughts on “Supremo vai condenar os golpistas sem provar os crimes de cada um

  1. Deveriam ser desprezados.

    Usurpadores.

    Farsantes.

    Não merecem o país que têm nas mãos.

    Parabéns ao Brasil pelos 203 anos.

    O atual momento histórico não admite demonstrações de fraqueza, sobretudo moral.

    • Tudo engendrado, para “Estancar a Sangria, com STF e tudo”, disse Jucá à Sergio Machado e não ficou só em palavras ditas aos ventos, conforme provam as inegáveis “blindagens” e desimportâncias, certo Carlos Newton?

  2. 7 de setembro

    Dia para se revoltar com o caráter leviano com que esses homens sem honra tratam a soberania.

    Precisamos de uma indústria bélica com o mínimo de autonomia.

    Combater a dependência tecnológica e a defasagem absurda, injustificável.

    Brasil vive um momento de apreensão diante do risco de exclusão do programa FMS (Foreign Military Sales) dos Estados Unidos, responsável por fornecer armas e equipamentos.

    Existe uma dependência absurda, ridícula, que não poderia existir para um país com essas dimensões e recursos.

    O tema preocupa não apenas o alto comando das Forças Armadas, mas também setores da indústria de defesa que dependem diretamente da parceria com os Estados Unidos.

    Transferência e aprimoramento local de tecnologias criaram potências militares no oriente em meio a uma nova corrida armamentista.

    A ausência de recursos orçamentários adequados e previsíveis impede a continuidade de projetos estratégicos e a aquisição de equipamentos modernos.

    Basta olhar os equipamentos na Praça da Paz Celestial em Pequim, no último dia 3 de setembro, em comemoração aos 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra de Potências Imperiais do Século XX, e comparar com o Brasil no 7 de setembro dos 203 anos de independência política de Portugal.

    O momento histórico é o pior possível para a desmoralização das Forças Armadas e sucessivos cortes, destruindo algo que é imprescindível e estratégico e que já funcionava mal.

    Temos excelentes engenheiros, inclusive militares, gente qualificada em tecnologia de ponta, inclusive para as guerras cibernéticas.

    Estamos, no Brasil que acaba de jogar no lixo um quarto de século XXI sob essa gestão temerária e fraudulenta de ladrões e mentirosos, diante do maior desperdício de recursos físicos e humanos da história da humanidade.

    A leniência impera.

    O caráter pusilânime e o engodo retórico de “soberania” dos dirigentes nos vestem como um gigante enfraquecido, uma presa com muita carne e sem recurso algum de defesa.

    “Si vis pacem, para bellum”

  3. NEM PARANOICO NEM PSICOPATA, JAIR BOLSONARO É PERVERSO

    Psiquiatras chegaram a suspeitar de doença mental já antes de ele ser eleito, mas a classificação adequada é criminoso; e a série de delitos não é pequena

    Durante o governo Jair Bolsonaro, particularmente em 2020, ano em que ele começou a desqualificar a ciência, dizendo que a Covid não passava de uma “gripezinha” e tirando selfies com apoiadores, eu me perguntei se ele era louco.

    A questão foi esclarecida por Marco Antonio Coutinho Jorge, psiquiatra e psicanalista, no artigo “A Exclusão do Sujeito – Crime e Sadismo a Toda Prova”, no qual eu me baseio.

    A loucura, em geral, se apresenta através da perda de limites —acentuada falta de cuidado consigo mesmo, imaginação delirante, falta de respeito pela integridade física do semelhante (psicopatia) ou autoengrandecimento narcísico desmedido (paranoia).

    Já antes de ser eleito, Bolsonaro, que começa a ser julgado nesta terça-feira (2), chamou a atenção dos especialistas em doença mental. Qual seria, segundo eles, o tipo de comprometimento de um presidente que havia elogiado a tortura, humilhado mulheres, negros, indígenas, homossexuais e nordestinos e que, por isso, mereceu ser chamado de “Bolsonero”, em comparação ao imperador romano Nero?

    Seria ele paranoico? A paranoia é um tipo de psicose em que o paciente aparenta completa normalidade, mas é movido por ideias delirantes e afetos de ódio. A onipotência leva o sujeito a inventar inimigos que ele passa a perseguir por ter certeza de que o perseguem. Não preciso citar aqui os perseguidos e os perseguidores imaginários de Bolsonaro porque isso é do domínio público.

    Seria ele psicopata por ser carente de compaixão e incapaz de medir as palavras? Uma declaração sua poderia me levar a dizer que sim: “Morrer nós todos vamos. E daí?”. Como pode o presidente da República dizer “e daí”?

    Mas Bolsonaro não pode ser enquadrado no diagnóstico de paranoia, tampouco de psicopatia. Não tem ideias delirantes como o paranoico e, ao contrário do psicopata típico, que passa por cima da família —mata pai e mãe sem culpa alguma—, o ex-presidente tem grande apego pelos seus.

    Por isso, houve psiquiatras que não o classificaram como doente mental, mas como criminoso. E a série de delitos inventariada por eles não é pequena: crimes contra a Constituição, o Estado de Direito e a humanidade.

    Bolsonaro, como outros líderes contemporâneos, é um perverso, um sádico que goza infligindo dor ao semelhante. Daí os elogios ao coronel Carlos Brilhante Ustra, um conhecido torturador da ditadura militar.

    A crueldade do ex-presidente se manifestou das mais diversas formas. Assim como, por exemplo, com a escolha de ministros da Saúde incapazes de lidar com uma pandemia, porém capazes de obedecer cegamente às suas ordens. Entre elas, a de deixar qualquer embarcação —com ou sem doentes contaminados— aportar no Brasil para não interferir no turismo marítimo. Ou a de desinformar a imprensa e a população sobre os óbitos.

    O resultado dessa necropolítica foram 693 mil mortos durante o governo Jair Bolsonaro.

    Fonte: Folha de S. Paulo, Opinião, 1º.set.2025 às 22h00 Por Betty Milan, escritora e psicanalista.

  4. Cidadãos de bem não invadem e depredam a sede dos três poderes com o intuito de fazer com que as FA pratiquem o golpe de Estado. Cidadãos de bem não clamam por uma ditadura, querendo extinguir a democracia. Cidadãos de bem não propagam fake news prejudiciais à maioria.

    Tentativa é uma palavra que tem muitos sinônimos, por exemplo::
    – Ensaios: Para o sentido de prática ou exercício.
    – Experiências: Para o sentido de testar algo novo ou de tentar uma ação.
    – Provas: Semelhante a um teste, para verificar algo.
    – Investidas: No sentido de um esforço para realizar um objetivo.
    Iniciativas: Esforços para começar algo ou para propor uma nova ideia.
    – Empreendimentos: Projetos ou ações de grande dimensão que envolvem risco.
    – Testes: Ações para verificar a capacidade de uma pessoa ou a funcionalidade de algo.
    – Intentos: Esforços que visam atingir um determinado fim ou objetivo.

    Para mim houve planejamento de golpe e tentativa de execução do plano. E houve o fracasso dessa tentativa, ainda bem, graças à maioria do alto comando do exército. Se houvesse adesão da maioria, a tentativa teria sucesso.

    • Não houve possibilidade de interromper o multilateral seguimento de corruptos de elevados “matizes”, para “Estancar as Sangrias”, conforme ouviu-se no diálogo entre Juca e Sergio Machado.
      Resta saber, quem deu uma “forcinha” para esse destrambelhado e desacreditado epílogo, que livrou essa renca de ladrões e traidores da pátria?

  5. A verdade não está na direita ou na esquerda ou entre as duas. A verdade está nas ruas, na cozinha sem comida, num morro sem silèncio, no sol escaldante que cada vez fica mais quente, na esperança que morre a cada instante, na tromba do elefante – está na alma de todas as gentes!
    Por isso eu digo quase sempre: a vida é curta e nada nos custa ser ao menos decentes.
    Bom domingo a todos!

  6. Contra o Presidente L. Inácio isso não foi problema para o CN.
    Obs: ainda está em tempo para publicar aqui no tabloide as provas que incriminam o Presidente.

  7. Os medonhos terroristas armados do 8 de janeiro estavam munidos da arma mais poderosa que existe, a maquina de dar tiro de feijão, todos os terroristas manifestantes tinham uma.
    Essa tal máquina é a soma de todos os medos dos ferrenhos defensores da democracia.
    Se Alexandre não falou, deveria ter falado, “Não façam da sua máquina de dar tiro de feijão, uma arma, a vítima pode ser você. Seria macuco no bornal, como foi!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *