Fux demorou a reagir e também é culpado pelos erros do Supremo

LUIZ FUX COMETEU O CRIME DE LESA-PÁTRIA – VISÃO PLURAL

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Carlos Newton

A vingança é um tempero que não pode ser usado na Justiça. É preciso que os magistrados e operadores do Direito lutem com todas as suas forças para conduzir com imparcialidade todas as causas, não interessa quem esteja envolvido.

Num processo como o que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados, a situação fica ainda pior, porque a vingança deixou de ser tempero para se transformar no prato de resistência da política brasileira.

SEM PERDÃO – Realmente, não há desculpa para juízes e operadores do Direito que se deixem levar pela revanche. Sempre que isso acontece, o quadro se torna sinistro e maldito. De uma forma ou de outra, o veneno da vingança acaba transbordando do cálice e termina por atingir quem o destilou.

No caso do processo de Bolsonaro, essa deformação jurídica começou devido à revolta dos ministros com a invasão da Praça dos Três Poderes por bolsonaristas em 8 de Janeiro de 2023.

Assim, quando se iniciaram os julgamentos do vandalismo, os ministros ainda estavam cheios de ódio e aceitaram prazerosamente inventar crimes e situações para justificar penas de 17 anos de prisão e multa partilhada de R$ 30 milhões, para todos os que invadiram os palácios, sem que houve prova de que participaram ou não do vandalismo. Aliás, uma simples foto selfie, enviada para a família, era considerada prova material.

NUNES E MENDONÇA – Essa posição antijurídica e ditatorial do relator Alexandre de Moraes foi partilhada por todos os ministros, exceto os dois bolsonaristas, Nunes Marques e André Mendonça. Até mesmo Luiz Fux, considerado o maior processualista brasileiro, apoiou essas penas teratológicas.

Na época, a Tribuna da Internet fez questão de criticar Fux, que até então tinha rejeitado participar de outras decisões errôneas do Supremo, como a libertação de Lula, em 2019, e a descondenação dele, em 2021, para que o petista pudesse se candidatar.

Após esse posicionamento jurídico, porém, Fux também se deixou levar pelo sentimento de vingança e apoiou os inconcebíveis 17 anos para os vândalos.

ALTA CRIATIVIDADE – Para chegar a esses 17 anos, o relator Moraes teve de explorar a criatividade, aatribuindo aos vândalos cinco crimes que só eram três: 1) Organização criminosa armada; 2) Abolição violenta do Estado Democrático; 3) Golpe de Estado; 4) Dano ao patrimônio público; e 5) Deterioração de patrimônio tombado.

O primeiro crime (Organização criminosa armada) não existia, por falta de armas. Os dois seguintes  (Abolição violenta do Estado Democrático e Golpe de Estado) são excludentes, pois o réu comete um ou o outro, jamais os dois. E os dois últimos (Dano ao patrimônio público e Deterioração de patrimônio tombado) também são excludentes, não podem ser cometidos conjuntamente.

Foi com essa aritmética antijurídica que Moraes acaba de conseguir 27 anos e três meses para condenar Jair Bolsonaro, um bocado de exagero.

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P.S. 1
Trata-se de um julgamento fora da lei. Luiz Fux é um dos culpados, porque ajudou a criar penas exageradas. Se tivesse apoiado Nunes Marques e André Mendonça lá no início, reduzindo as condenações do 8 de Janeiro, esse julgamento não seria tão vexaminoso. Fux demorou muito a acordar. Portanto, também é culpado e já passou a ser discriminado pelos demais ministros que apoiam Lula e o PT.

P.S. 2 – Falta agora a reação da matriz USA. Como a direção da filial Brazil decidiu desobedecer ordens lá da sede em Washington, agora estamos esperando o troco, em moeda forte. (C.N.)

20 thoughts on “Fux demorou a reagir e também é culpado pelos erros do Supremo

  1. CONGRESSO: ÚLTIMA CHANCE DO EX-MITO CONDENADO

    APÓS FRACASSAR NAS TENTATIVAS DE GOLPE E SER INEDITAMENTE DERROTADO NA REELEIÇÃO E FRAGOROSAMENTE CONDENADO NO SUPREMO, SOBROU PARA EX-MITO TENTAR AGORA A ANISTIA NO CONGRESSO, SUA DERRADEIRA CHANCE.

  2. Passo a acrescentar aos que considero os três erros capitais (realidade paralela, desfazer do adversário e queimar as pontes ultrapassadas) da Realpolitik, um quarto absolutamente mortal: a vingança.

    Agradeço a lembrança pelo articulista.

  3. A consideração de Fux como o maior processualista brasileiro é algo que merece sérios estudos.

    Nem Napoleão, que o bajulava demais, ao ponto de chamar o Código de 2015 de Código Fux, chegou a tanto.

    Na época, eu comparava o ditatorial Fux no despótico Judiciário Brasileiro, em suas palestras sem possibilidade de apontar erros, nos ciclos do STJ, com o democrático e atencioso Brigadeiro Bueno, em Pirassununga, que sempre foi atencioso com os praças especiais, aos quais elogiava pela atualização temática: sabotagens à Base de Lançamento arrendada à Ucrânia, compra dos caças suecos…

    O mesmo grupo há duas décadas.

    Nada mudou.

  4. De um jornalista do Estadão, “está na hora de reduzir os poderes de Alexandre e partir para a pacificação.”

    Loola fez por merecer a medalha do “Pacificador”.
    Em breve vai pacificar a Ucrânia e depois o Nobel.

  5. Pra fanáticos religiosos extemporâneos, atrasados , neoludistas e farsantes como os da Organização Petista só mesmo a solução`à la aiatolás: atolá-los com um belo B2.

  6. Ao que parece atá agora só o Japão, entre os países democráticos, fez uma leitura mais profunda do atual quadro estrutural e conjuntural.

    Tudo indica que já percebeu que o cavalo arriado da Quarta Revolução Tecnológica só passa uma vez.

    A Europa precisará , para cordar do seu mundo cor-de-rosa, enfrentar o avanço do sanguinário pilantra Putin, amigo do Lules, pra dentro de seu território.

    Será que não será tarde demais?

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    Quanto ao Brasil , seremos eternamente exportadores de bananinhas ….

    .. se não nos livrarmos da pilantragem que desgoverna nosso país…

  7. Fiquei curioso – não é meu hábito ler as patocoadas dos aparelhos ideológicos midiáticos da Velha República Tardia (não preciso de ajuda externa pra aprofundar minha burrice) e acabei ficando curioso com o pomposo título de uma “propaganda” do Estadão ” A Crise Brasil-EUA”.

    Dei-me ao trabalho de ler. Afoito só fui ver quem era o autor depois de perder meu tempo.

    Era o Gabeira, com seu belo e sem retoques “anti-imperialismo”.

    Pós Ditadura, o Lulobolsonarismo é a fase mais medíocre e perigoso pro futuro do Brasil.

  8. Fux ignorou, por incapacidade, o que não creio, ou por oportunismo populista (ou talvez outra motivação), algo que é fundamental para qualquer profissional com boa formação.

    A visão holística e sistêmica do caso foi ignorada, um erro crasso. Fux preferiu fragmentar, individualizando as ações.

    Ora, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, sabe que esse tipo de abordagem é falha.

    Fux, ao fatiar o processo, agiu diferentemente do que praticou. Terá regredido nas análises? O que o motivou a ter um comportamento assim?

    Gostaria de saber se tal comportamento irreconhecível está alinhado com sua atitude. Mas isso, somente ele pode responder.

  9. A SUDERJ informa:

    Substituição no texto de Carlos Newton …

    Aliás, uma simples foto selfie, enviada para a família, era considerada prova material para a famiglia do podre judiciário”

    no lugar de

    Aliás, uma simples foto selfie, enviada para a família, era considerada prova material

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