
Governador busca receber a bênção de Bolsonaro
Por Vera Rosa
Estadão
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), retornará a Brasília na próxima semana para fazer novas articulações políticas pela votação do projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tarcísio só espera o fim do julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus da trama golpista pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para retomar a campanha pelo perdão amplo, geral e irrestrito ao ex-presidente e àqueles que participaram dos atos do 8 de Janeiro.
Apoiado pelo Centrão, que quer lançá-lo candidato à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, o governador se movimenta para receber a bênção de Bolsonaro. Tarcísio disse a aliados, como o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que pretende desembarcar em Brasília na semana que vem.
ÂNIMO – O voto do ministro do STF Luiz Fux, na última quarta-feira, 10, animou os aliados do ex-presidente e deu impulso aos defensores da anistia. Vestindo o figurino de antagonista de Alexandre de Moraes, relator do processo, e contrário aos argumentos usados pelo ministro Flávio Dino, Fux não só votou pela absolvição de Bolsonaro por organização criminosa como se posicionou a favor da nulidade de toda a ação penal.
Embora se saiba que a divergência aberta por Fux na Corte deverá ficar apenas no seu voto, o governador de São Paulo considerou, a portas fechadas, que o posicionamento do magistrado foi muito importante, abrindo brecha para questionamentos do julgamento feito pela Primeira Turma do STF.
A ideia de Tarcísio é conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que já avisou que não pautará nenhum projeto de lei de anistia. Alcolumbre deve apresentar uma proposta alternativa, com o objetivo de reduzir as penas de pessoas condenadas por delitos de multidão.
“NINGUÉM VÊ” – “Esse texto do Alcolumbre é como orelha de freira, que ninguém vê”, afirmou o líder da Minoria no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). “Freira tem aquele capuz e não consegue enxergar suas orelhas”, completou. Marinho criticou o que chamou de “tutela” do STF sobre o Congresso. “É extremamente anormal que um debate desta relevância esteja sendo interditado supostamente pela interferência do Poder Judiciário no Poder Legislativo”, destacou.
Aliados de Bolsonaro dizem que recados enviados ao Congresso por magistrados como Moraes, Dino e Gilmar Mendes sobre a inconstitucionalidade do projeto de anistia têm inibido a ação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Pressionado, Motta adotou a estratégia de ganhar tempo. Não quer pautar a votação da proposta defendida pelo PL, que prevê perdão a todos os alvos do STF por atos antidemocráticos praticados desde 2019, e alega estar ouvindo todos os lados.
“DITADOR” – No ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, Tarcísio elevou o tom e chamou Moraes de ditador. ”Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse País”, afirmou.
Em conversas reservadas, magistrados disseram que o discurso do governador, atacando o STF, fechou portas para ele. Tarcísio sempre se deu bem com ministros do STF, incluindo Moraes. Interlocutores do governador observaram que ele também pretende fazer novos acenos à Corte. “Não é possível que não tenhamos a oportunidade de virar essa página e pacificar o País”, argumentou Marinho.
ESCÂNDALO – Na avaliação do Palácio do Planalto, no entanto, o voto de Fux foi um “escândalo” e contrariou suas próprias posições no julgamento de outros réus do 8 de Janeiro. Nos bastidores, ministros do PT disseram que o magistrado parecia mais um advogado de Bolsonaro.
Apesar de ter sido indicado por Dilma Rousseff, em 2011, para ocupar uma cadeira no STF, Fux é detestado por petistas por ter condenado influentes políticos do partido no escândalo do mensalão. Dirigentes do PT não se cansam de lembrar que, quando fazia campanha para assumir o cargo, ele chegou a procurar o ex-ministro José Dirceu, réu no processo, jurando que iria “matar no peito” a denúncia de compra de votos no governo Lula.
Tarcísio: alguém de inteligência muito limitada, indigno do cargo que ocupa
Tarcísio vendeu-se como bom administrador e foi carimbado de ministro “técnico” — o que, convenhamos, não chegava a ser difícil ao lado de nomes como Damares Alves, Ricardo Salles ou Ernesto Araújo.
Passou quatro anos inaugurando placas, cortando fitas, sorrindo para as câmeras. Discreto, não porque fosse sábio, mas porque, hoje se vê, não tinha o que dizer.
Mesmo assim virou governador de SP e, por um instante, chegou a parecer uma possibilidade concreta para a significativa fatia do eleitorado que não aguenta mais um país às turras.
Olhando assim de longe, um moderado, praticamente.
Tarcísio não precisava mexer uma palha para ser viável em 2026. Bastava continuar bancando o gestor, falando platitudes e fazendo cara de paisagem.
Apenas um técnico sem traquejo político, um homem comum fazendo o seu trabalho.
Mas eis que achou de bom-tom anunciar que seu primeiro ato na presidência, eleito fosse, seria indultar Bolsonaro.
Pronto. Com uma única frase perdeu o apoio da turma que define eleição, aquela turma que um dia votou em Bolsonaro para não eleger Lula, mas votou em Lula para não eleger Bolsonaro.
Como se fosse pouco, ainda foi à manifestação na Av. Paulista pedir anistia para os golpistas, atacar o STF e dividir espaço com uma enorme bandeira americana, em pleno Dia da Independência. Pelo visto, não entendeu onde bate o tarifaço.
As infâmias se somam e o retrato que elas compõem, como um quebra-cabeças que se completa, vai delineando o retrato de um homem de inteligência muito limitada, indigno do cargo que ocupa.
Assumindo a própria estupidez. Está lá no Instagram, para quem quiser ver, o governador do maior estado brasileiro vestindo o bonezinho MAGA no dia da eleição de Trump, enquanto diz, eufórico: “Grande dia!”
De todo modo, o estrago está feito. O boné era vermelho, mas o mico é verde-amarelo. E, em se plantando, tudo dá — até traição, entreguismo e burrice. Muita burrice.
Fonte: O Estado de S. Paulo, Opinião, 11/09/2025 03h30 Por Cora Rónai
é claro que como emedebista dos chamados históricos não sou contra anistia.
…
A anistia beneficiou os da Direita – ver Bolsonaro na presidência e os da Esquerda com 5 mandatos do PT … já o MDB só teve Sarney com mandato diminuído e Itamar e Temer completando os de Collor e Dilma.
…
porém acho ruim anistia para um só lado .
…
concordam?
Digitais, dos cerceadores mundiais da Liberdade!
https://declaration-of-freedom.blogspot.com/2022/04/must-watch-video-linked-here-httpswww.html?m=1
Dona Vera, cada um blinda como pode.
Toda vez que como um fruto da árvore da sabedoria sou expulso de algum paraíso.
Tarcísio quer blindar Bolsonaro e o governo quer blindar seus ladrões na CPMI dos velhinhos do INSS.
A blindagem do Tarcísio é mais importante que a blindagem do irmão do Loola e dos outros ladrões federais.
Dona Vera, cada um mete a ripa na cacunda de quem quiser, eu e a torcida do Flamengo sabemos em qual cacunda a senhora gosta de meter a ripa, sua ripada é seletiva.
Hehehhehe
Senhor Lionço Ramos Ferreira , os arautos das tais ” anistias ” amplas e irrestritas ” , esses arautos não a desejam por humanismo ou benevolência , eles as querem para interromperem o prosseguimento das ” investigações ” e consequentes processos advindos dessas investigações , sendo que esses julgamentos preliminares , não estinguem e nem eximem os demais participantes da ” intentona golpistas ” de culpas e muito menos os livra de punições .