
Recado escrito a punho está em Poços de Caldas
Fabiana Assis
G1
Uma estagiária do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas encontrou em meio às centenas de livros que integram o acervo algo inesperado: uma carta do presidente Juscelino Kubitschek, datada de 1961, ano em que deixou o governo do país. “Foi uma carta que JK enviou para várias pessoas em janeiro de 1961. Encontrei um tesouro!”, diz Jussara Soares, historiadora, que agora está cursando Museologia do Centro Universitário Leonardo da Vinci.
A carta estava dobrada no interior de uma publicação com capa de couro chamada “O livro de ouro” e foi encontrada, em 28 de julho, durante o processo de reorganização e digitalização do acervo que está sendo realizado no museu. Após a descoberta, o documento passou por uma higienização mecânica e está acondicionado no arquivo do museu, disponível ao público entre os documentos com importância histórica preservados pela instituição. Há planos para que a carta passe a fazer parte do acervo em exposição.
DISCURSO – A carta contém o registro de um discurso de despedida presidencial. No texto, JK expressa sua gratidão ao povo brasileiro, faz um balanço positivo de sua gestão e afirma ter cumprido os compromissos assumidos ao longo dos seus cinco anos de governo. “Ao aproximar-se o término do meu mandato, venho manifestar-lhe, de modo especial, o meu reconhecimento pelo seu patriótico apoio à luta que travei para conduzir a pleno êxito a causa do desenvolvimento nacional”, inicia a carta.
A originalidade do documento foi comprovada pelo selo presidencial em alto-relevo e pela assinatura. O destinatário da carta, porém, era desconhecido, uma vez que o envelope não estava com a carta, mas foi identificado após pesquisas da historiadora.
DESTINATÁRIO – “Fomos em busca de quem seria esse destinatário e descobrimos que “O livro de ouro” pertencia à Teresa Bonifácio, uma poços-caldense que trabalhou no Palácio da Alvorada e que a documentação está indicando que ela mantinha uma relação de proximidade não só com o JK, mas com outras figuras célebres da nossa história”, diz Jussara.
“Documentos como este são fontes para compreendermos melhor os momentos de transição política, as visões de país e os legados deixados por nossos governantes”, avalia a coordenadora do Museu Histórico e Geográfico de Poços, Lavínia du Valle. O político mineiro governou o Brasil de 1956 a 1961, período em que adotou o slogan “50 anos em 5”. Sua gestão ficou marcada por grandes investimentos em infraestrutura, industrialização e pela construção de Brasília, a nova capital federal.
RUMOS – Na carta, o presidente diz ainda que continuaria trabalhando pelo Brasil após sua saída da Presidência. “Sejam quais forem os rumos da minha vida pública, levarei comigo ao deixar o honroso posto que me confiou a vontade popular, o firme propósito de continuar servindo ao Brasil com a mesma fé, o mesmo entusiasmo e a mesma confiança nos seus altos destinos”, despede-se Juscelino Kubitschek.
Juscelino foi sucedido por Jânio Quadros em 1961. Após a tomada do poder pelos militares, em 1964, teve os direitos políticos suspensos e se autoexilou nos Estados Unidos e na Europa. Retornou ao Brasil em 1967. Em 1976 morreu em um acidente de carro no estado do Rio de Janeiro.
Leia a carta na íntegra
“Ao aproximar-se o término do meu mandato, venho manifestar-lhe, de modo especial, o meu reconhecimento pelo seu patriótico apoio à luta que travei pala conduzir a pleno êxito a causa do desenvolvimento nacional.
Sinto-me satisfeito em poder proclamar que, na Presidência da República, não faltei a um só dos compromissos que assumi como candidato. Mercê de Deus, em muitos setores realizei além do que prometi, fazendo o Brasil avançar, pelo menos cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Pude ainda, através da Operação Pan-Americana, despertar as esperanças e energias dos povos americanos para o objetivo comum do combate as sub-desenvolvimento. E todo esse esforço culminou no cumprimento da meta democrática, quando o nosso país apresentou ao mundo um admirável espetáculo de educação politica, que me permite encerrar o mandato, num clima de paz, de ordem, de prosperidade e de respeito a todas as prerrogativas constitucionais.
Sejam quais forem os rumos da minha vida pública, levarei comigo ao deixar o honroso posto que me confiou a vontade popular, o firme propósito de continuar servindo ao Brasil com a mesma fé, o mesmo entusiasmo e a mesma confiança nos seus altos destinos”.
Outros tempos. Tempos em que um presidente da República sabia redigir um texto como esse.
1) A meu ver o melhor Presidente que já tivemos, construiu Brasília e o Distrito Federal, levando o progresso para a Centro Oeste…
1) Não confundir a cidade de Brasília e o seu entorno com os péssimos políticos que moram lá…
Pena que Brasília, enquanto sede da capital da república do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco, revelou-se um monumento à corrupção, distante dos olhos e do sofrimento do povo, uma Ilha da Fantasia de JK, da classe política, das dinastias regionais e de bandidos de todos os rincões do país, um sumidouro do dinheiro público que faz muita falta para a consecução do bem comum enquanto finalidade precípua do Estado, que deveria ser considerada um gigantesco e brutal desperdício de dinheiro público, uma sangria desatada, insaciável, caso não seja estancada como proponho há cerca de 35 anos com a Revolução Pacífica do Leão (RPL-PNBC-DD-ME), com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, que mostra o novo caminho para o novo Brasil de verdade, confederativo, com apenas 7 representantes regionais sediados em Brasília, eleitos via Democracia Direta, Meritocracia e Deus na Causa (méritos no lugar da loucura por dinheiro, vantagens e privilégios, sem limite$), porque basta dessa infeliz história de por fora bela viola e por dentro pão bolorento… https://www.tribunadainternet.com.br/2025/09/20/carta-inedita-de-despedida-de-jk-e-encontrada-em-acervo-de-museu/#comments
“Brasilia, a Libertina do Brasil” e seus mentores, lembrados, conforme:
https://youtu.be/mCxiNs6lc7g?si=PE-rQF44VsEtk5vH
Se o governo central continuasse no Rio, essa pouca vergonha persistente e resiliente teria a pressão das multidões do Rio. Lá no fim do mundo, distante como o rancho fundo do poeta, os corruptos deitam e rolam.
Dizem que tudo aconteceu para satisfazer uma promessa que o presidente rizonho fez à sua amada: construir uma cidade-estado no meio do nada, gastou o que não tinha e deu no que deu: um paraíso maravilhoso para os oportunistas e canalhas.
Ah, pobre Brasil.