
Galípolo diz que é legítimo Haddad criticar política de juros
Alexandro Martello
G1
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que é legítimo que agentes do mercado financeiro, economistas e autoridades se manifestem sobre a política de juros da instituição.
Acrescentou que, no caso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, as opiniões, mesmo que críticas, foram expressadas de forma gentil, educada e delicada.
JUROS ELEVADOS – Ele lembrou que há economistas que entendem que deveria ser necessário manter os juros elevados por um período maior de tempo, ou até mesmo subir mais a taxa Selic. Atualmente, em 15% ao ano, o juro básico é o maior em quase 20 anos.
“Acho que é absolutamente normal. A ideia de autonomia, de maneira alguma, remete a que todo mundo vai concordar com o que está sendo feito pelo Banco Central, muito pelo contrário. É absolutamente legítimo que, tanto agentes quanto economistas, expressem sua opinião sobre o que está sendo feito com a política monetária [de juros]”, afirmou Galípolo.
E acrescentou: “No caso específico das falas do meu amigo ministro Fernando Haddad, e vou estender ao querido Ceron, secretário do Tesouro, eu pessoalmente acho um luxo você ter o ministro da Fazenda e secretário do Tesouro fazendo comentários sobre política monetária com a delicadeza, gentileza e com a educação que eles fizeram”, disse o presidente do BC.
PROCESSO DECISÓRIO – Galípolo disse ainda que o BC considera das opiniões do ministro, e que tenta colher o máximo de dados possíveis, mas acrescentou que o “processo decisório é do Comitê de Política Monetária, com a autonomia que todos diretores tem para tomar sua decisão”.
Nesta semana, o ministro Fernando Haddad, afirmou que há espaço para o juro básico da economia, fixado pelo Banco Central (BC) para conter a inflação, recuar. Segundo ele, a taxa “nem deveria estar no atual patamar de 15%” ao ano.
“Eu entendo que tem espaço para esse juro cair. Acredito que nem deveria estar em 15% [ao ano]. Ele [presidente do BC, Gabriel Galípolo] tem os quatro anos de mandato dele, e ele vai entregar um resultado consistente ao Brasil […]. Eu não voto no Copom [colegiado do BC que define os juros]. Essa opinião, boa parte do mercado compartilha”, disse Haddad, na ocasião.
PRESSÕES – O Banco Central tem dito reiteradamente que a desaceleração da economia, ou seja, um ritmo menor de crescimento, é necessária para conter as pressões e trazer a inflação de volta para as metas. O governo, entretanto, teme o impacto dessa desaceleração no emprego e na renda da população.
Nesta terça (23), o BC avaliou que a queda recente do dólar e a desaceleração do ritmo de crescimento da economia contribuem para o controle da inflação, mas segue sinalizando juro alto por período “bastante prolongado” de tempo. O mercado projeta queda da Selic somente em 2026.
Os Bolsonaro devem estar em decadência realmente.
Na lista de potenciais candidatos à Presidência em que incluiu até o Zema (vejam só!), o Lamounier não arriscou incluir um único Bolsanoro que fosse. Nem mesmo a Michelle.
Elogiar as criticas é um achado ideológico que substitui os eufemismos e neologismos.
A vaia é o aplauso de quem não gostou.
A facada que levei só doía quando eu gargalhava.
Folha: Ator famoso divulga excelência na canabis que cultiva em casa.
Eu, o cara planta maconha e faz propaganda, deve ser a legitima ‘cabeça de nego’ famosa no Polígono da Maconha.
Atentado armado contra o estado democrático de direito por golpistas, uma moça armada com máquina de dar tiro de feijão que pretendia usar um batom vermelho como supositório envenenado pra matar autoridades que trabalhavam no horário da tentativa. Essa foi de lascar! Hehehhehehheh
O sarcasmo é a arte de insultar os idiotas sem que eles percebam, mas tem idiotas que não se dão por achados. São os devotos do Experimento Soviético.
Agora começa a vir a furo outros idiotas, os do Experimento Chinês.
Foram expressadas de forma gentil, educada e delicada
Gentil e educada, tudo bem. Mas, delicada ? Sim, vocês são muitos (delicados, afetados, molestados, sapatados), mas respeitem as minorias!
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c87yjvw8y88o
“Milanovic – A independência do Banco Central foi originalmente um projeto neoliberal, datado de 50 anos atrás. E era um projeto neoliberal cujo objetivo era deixar parte da tomada de decisões econômicas fora do controle popular, porque eles tinham medo que partidos sociais-democratas, socialistas, comunistas e outros vencessem.
E se eles vencessem, a formulação de políticas econômicas seria politizada. E o interesse deles, que na verdade era o interesse na proteção do capital, não seria seguido.
Então, a ideia da independência do Banco Central sempre foi uma ideia da direita, cujo objetivo era afirmar que se tratava de um domínio profissional, restrito, de especialistas, que não deveria estar sujeito ao controle do Legislativo ou Executivo.
Então isso era fruto de um sentimento de pessimismo, de que eles não seriam capazes de permanecer no governo e no controle.”
“Trump não é pessimista. Na verdade, ele é um otimista. Ele acredita que “agora estamos no poder e permaneceremos no poder. Então não há razão alguma para eu não controlar o Fed, porque acredito que seremos capazes de controlá-lo de qualquer maneira”.
Então, eu vejo isso como a diferença entre neoliberais mais cautelosos e pessimistas, que queriam ter certeza de que os bancos centrais não seriam vítimas de medidas populistas ou socialistas, e alguém que acredita que nunca seria vítima disso porque “nós é que vamos governá-lo”.
BBC News Brasil – E qual o senhor acha que pode ser o resultado desse confronto?
Milanovic – Eu realmente não sei, não sou um macroeconomista. Só estou explicando o que acredito ser a razão ideológica por trás disso.
Porque as pessoas que são macroeconomistas, cujos conhecimentos de história e ideologia são muito fracos, se convenceram de que bancos centrais independentes devem ter existido desde sempre e devem permanecer assim para sempre.
Então o que eu estava tentando fazer — usando, o livro Globalistas, de Quinn Slobodian [Enunciado Publicações, 2022], sobre a ascensão do pensamento neoliberal — era explicar ideologicamente por que temos um banco central independente. Isso não caiu do céu, surgiu de uma tomada de decisão política.
E, a propósito, isso também é verdade sobre a independência dos bancos centrais na maioria dos países, porque essa ideia foi muito fortemente promovida nas décadas de 1980 e 1990. E, em muitos países, foi quase totalmente aceita pelas elites nacionais pelas mesmas razões explicadas.
E é verdade que, em muitos países, os bancos centrais se tornaram independentes. Mas isso também significou que eles não tinham supervisão democrática. Esse era o ponto.”