Encontros e despedidas de Milton Nascimento e Fernando Brant

História da música "Travessia", de Milton Nascimento - Novabrasil

Milton e Brant, amigos desde sempre

O advogado, compositor e poeta mineiro Fernando Rocha Brant, na letra de “Encontro e Despedidas”, em parceria com Milton Nascimento, retrata o que sempre representou uma estação de trem, diariamente, na vida de uma cidadezinha do interior. A música deu título ao LP gravado por Milton Nascimento, em 1985, pela Barclay/PolyGram.

ENCONTROS E DESPEDIDAS
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai querer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
São dois lados da mesma viagem

O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar, é a vida

Diz a lei: Liberdade para Bolsonaro e Braga Netto, já e imediatamente

21/11/2024 - Cláudio de Oliveira | Folha

Charge do Cláudio de Oliveira (Folha)

 

Jorge Béja

As prisões preventivas do ex-presidente Bolsonaro e do general Braga Netto foram decretadas por Alexandre de Moraes com a finalidade de garantir que ambos não prejudicassem a normalidade do curso instrução investigativa, seja do inquérito policial, seja da instrução penal, após o recebimento da denúncia do Procurador Geral da República.

No entendimento de Moraes, ambos, através de ações pessoais, praticavam atos prejudiciais à tramitação das investigações.

COM TORNOZELEIRA – Tudo a fim de garantir a aplicação da lei, justificou o ministro, que determinou que o ex-presidente cumprisse a prisão em sua casa, com tornozeleira. E que Braga Netto, por ser general, em uma unidade militar da corporação.

Ocorre que a ação penal contra ambos está julgada. Não cabe o recurso denominado Embargos Infringentes, que demandaria existir dois votos a favor de Bolsonaro e/ou Braga Netto (3 a 2), único recurso que possibilitaria modificar ou reverter a decisão condenatória de 4 a 1.

Cabem, apenas, Embargos de Declaração, na hipótese de existir no Acórdão, após sua publicação, fato que ainda não ocorreu, omissão de ponto ou questão sobre o qual deveria se pronunciar o colegiado (de ofício ou a requerimento), obscuridade, contradição, dúvida ou erro material. Tão só. E nada mais.

FASES ULTRAPASSADAS – Portanto, as instruções inquisitoriais e penais terminaram com o advento do julgamento. São duas fases já ultrapassadas. São as duas fases ou etapas que as prisões visavam garantir o curso de sua normalidade, sem interferência do Bolsonaro e Braga Netto.

Logo, desapareceu o/os motivo/s das prisões preventivas. E com o seu desaparecimento não é justo e não é legal que ambos, Bolsonaro (com tornozeleira) e Braga Netto continuem presos.

A imediata soltura de ambos se impõe. E já deveria ter sido determinada no final da sessão que fixou as penas para todos os réus.

CONSEQUÊNCIA – A libertação do ex-presidente e de seu vice é consequência lógica e legal que decorre do desaparecimento do alvo que as cautelares expedidas visaram.

Mas eles não foram condenados a penas de reclusão até mesmo superiores a 20 anos? Sim, foram. Tais penas, contudo, só poderão e deverão ser cumpridas após o trânsito em julgado do Acórdão condenatório e após a expedição dos Mandados de Prisão. Até lá, Bolsonaro e Braga Netto deveriam ter sido postos em liberdade imediata.

HABEAS CORPUS – E não tendo sido, cabe o remédio do Habeas Corpus. Qualquer cidadão, mesmo sem advogado, pode endereçar ao ministro Alexandre de Moraes petição de Habeas Corpus para Bolsonaro e Braga Netto, seja por petição via ECT, seja petição eletrônica para quem tem habilitação para os feitos judiciais eletrônicos.

Nem será preciso escrever muito. A fundamentação aqui está neste artigo. Bolsonaro e Braga Netto não podem e não devem continuar presos neste espaço de tempo que vai do término da sessão da 1a. Turma do STF do dia 12 do corrente mês até quando os mandados de prisão forem expedidos. Isto é, até o trânsito em julgado da decisão condenatória.

Foi assim, através de Habeas Corpus, que décadas atrás, quando no exercício da advocacia, consegui que Tenzin Guiatzu, o 14º Dalai Lama, viesse com sua comitiva ao Brasil participar da ECO-92.

VISTO NEGADO

Isto porque, por exigência da China, o governo brasileiro tinha negado visto de entrada no país ao líder tibetano.

O Dalai Lama veio e ainda me deu uma bênção lá do Sumaré, na casa onde morava o cardeal Eugênio de Araújo Salles, que o hospedou e toda a comitiva.

Foi assim, também, por meio de Habeas Corpus, que voltei a Brasília e impetrei em favor do cacique xavante Mario Juruna, para que ele pudesse viajar à Holanda e participar do Tribunal Bertrand Russel, que se achava reunido em Haia com a cadeira do cacique brasileiro vazia. Juruna foi e nela sentou.

VIVA A LIBERDADE – Para quem entende que deve haver a continuidade de manter o ex-presidente e seu vice presos, ante o risco de fuga, é oportuno dizer que embora censurável, a fuga de presidiário do cárcere ou que esteja no iminente risco de ir para o cárcere é um direito de toda pessoa humana.

A liberdade sempre prevalece.

Pesquisa Datafolha indica que o apoio à prisão de Bolsonaro chega a 50%

O julgamento também fez inverter a crença na impunidade

Deu no O Globo

O julgamento em que Jair Bolsonaro acabou condenado sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022 e outros crimes levou o apoio à prisão do ex-presidente voltar a abrir distância em relação à rejeição da medida. Os dados são da nova pesquisa Datafolha, cujos resultados foram publicados neste sábado. De acordo com o instituto, 50% dos entrevistados se disseram favoráveis à medida, enquanto 43% expressaram ser contra.

O Datafolha ouviu 2.005 eleitores em 113 cidades do país entre segunda e terça-feira, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de Bolsonaro e outros sete apontados como núcleo crucial da trama golpista. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

NORDESTE – Em abril, quando o Datafolha iniciou a série histórica de sondagens sobre a prisão de Bolsonaro, 52% eram a favor e 42%, contra. Em julho, houve empate técnico: 48% a 46%. O levantamento mostrou que os nordestinos tendem a ser mais favoráveis à prisão do ex-presidente: 62% deles defenderam a medida. Com 56%, as pessoas mais jovens, de 16 a 24 anos, e os católicos também superaram a média de apoio à detenção.

O julgamento também fez inverter a crença na impunidade, segundo o Datafolha. Se em abril 52% acreditavam que Bolsonaro iria escapar da prisão, número que se manteve estável em julho (51%), a partir do início das sessões do STF, 50% passaram a crer que o ex-presidente iria, sim, ser preso.

Bolsonaro e aliados foram condenados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. O ex-presidente vai tentar obter na Justiça o direito a cumprir a pena em prisão domiciliar, como revelou a colunista do GLOBO Malu Gaspar. As sequelas e riscos decorrentes da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018 devem basear o pedido.

PRISÃO PREVENTIVA – Atualmente, Bolsonaro se encontra em prisão preventiva domiciliar, decretada após ele descumprir medidas cautelares impostas pelo STF em outro processo.

Os prazos podem ser um pouco esticados, mas entre o veredicto dado pelo STF, a publicação do acórdão, o ajuizamento dos recursos das defesas e a prisão efetiva dos condenados pela tentativa de golpe de Estado devem se passar cerca de 30 dias, informou o colunista Lauro Jardim.

Prisão de Bolsonaro: entre a legalidade, a compaixão e a pressão política

Num país sem justiça, a imprensa exalta Moraes e tenta humilhar Fux

Grande Imprensa e Boa Imprensa por Luiz Flávio Maia

Charge do Latuff (Arquivo Google)

Carlos Newton

Foi uma semana dramática e desmoralizante para a Justiça e para a imprensa, também. Mas poderia ser pior, caso o ministro Luiz Fux não tivesse a coragem de proclamar que o Supremo estava se desviando do caminho da verdadeira Justiça e iria enveredar pela trilha da política partidária, na qual a lei e o direito nada valem.

Em condições ideais de democracia, o Supremo jamais poderia trafegar fora da lei, como vem acontecendo desde 2019, quando o ministro Alexandre de Moraes foi nomeado irregularmente para relator do inquérito das fake news, que acabaria sendo chamado de “Inquérito do Fim do Mundo” pelo ministro Marco Aurélio Mello, que nunca aceitou sua inconstitucionalidade.

MINISTRO PARCIAL – Foi Dias Toffoli, o mais petista de todos os ministros, que entregou a responsabilidade desse inquérito a Moraes, que desde o início fez os autos trafegarem fora da lei, diante a passiva complacência dos ministros, incluindo Luiz Fux, pois à época apenas Nunes Marques e André Mendonça protestavam.

De 2019 para cá, o Supremo libertou Lula da Silva de forma ardilosa e depois anulou as condenações dele em 2021, alegando problemas no CEP (endereço), digamos assim, para mostrar o surrealismo da situação que possibilitou a eleição do petista.

Há algumas semanas, no início do julgamento dos golpistas, Fux avisou que ia mudar o voto, mas já era tarde demais.

AS ILEGALIDADES – Na reta final, fez um esforço enorme, para mostrar as múltiplas ilegalidades do posicionamento do relator Alexandre de Moraes, mas não adiantou nada. No dia seguinte, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ajudaram a sepultar a Justiça e deixaram Fux falando sozinho.

O mais incrível foi ver a imprensa se manifestando contrária a Fux. Os jornalistas nem chegaram a analisar a questão. Fizeram como o Supremo e foram logo se posicionaram politicamente.

O fato é que, em estado de pré-falência, a grande imprensa luta para sobreviver e vem defendendo com empenho total os interesses do governo, sem levar em conta os interesses do país.

BALANÇO DE AGOSTO – Como sempre fazemos, estamos divulgando as contribuições recebidas pelo Blog no mês de agosto, agradecendo muito aos amigos e amigas que lutam por um espaço livre na internet, algo realmente muito raro.

De início, os depósitos através da Caixa Econômica Federal.

DIA   REGISTRO   OPERAÇÃO             VALOR
04     041646        DEP DIN LOT……….100,00
09     091135        DEP DIN LOT……….100,00
13     131549        DEP DIN LOT……….100,00
19     191254       DEP DIN LOT………..100,00
25     073500       DEP DIN CAIXA…….500,00
26     261624       DEP DIN LOT………..100,00
29     291620       DEP DIN LOT………..230,00

Agora, os depósitos recebidos no banco Itaú/Unibanco:

01     PIX TRANS JOSE FR………………150,00
11     TED 001 5977 JAPJ……………….378,87
15     TED 001 4416 MAR. ACRO……300,00

OBS – Se o seu depósito não está registrado aqui, por favor nos informe. Desta vez, tive dificuldade para ler os extratos das caixas eletrônicas, que são quase ilegíveis.

Por fim, agradecemos mais mais uma vez as contribuições, e vamos em frente, sempre juntos e “enquanto deixarem”, porque o que mais essa gente teme é a imprensa realmente livre.  (C.N.)

Supremo em suspense, com expectativa da reação de Trump contra os ministros

TRUMP ANUNCIA SANÇÕES CONTRA MORAES E 'ALIADOS' NO STF - Jônatas Charges - Política Dinâmica

Charge do Jônatas (Arquivo Google)

José Perez

O ainda presidente Lula da Silva ganhou um presente eleitoral de Donald Trump e está aproveitando até o final, ao defender a soberania brasileira, para reduzir a rejeição a seu nome na sucessão de 2026, quando disputará o segundo turno já com 81 anos, fato inédito na política internacional.

É preciso raciocinar que Trump e os EUA não estão nem aí para a família Bolsonaro, mas estão de olhos bem abertos para o alinhamento do Brasil ao Brics, bloco comercial de países não alinhados, que tem como líderes a China e a Rússia.

CASO DO DÓLAR – A atuação dos países do Brics está enfraquecendo progressivamente o domínio geopolítico dos Estados Unidos na região, situação que se agrava porque Lula defende abertamente o fim do dólar como moeda padrão no comércio global.

Com isso, Lula demonstra uma clara subserviência do Brasil à Chinam que é o principal concorrente ao domínio norte-americano em todas as áreas (armas & desenvolvimento tecnológico principalmente) .

Trump está usando Jair Bolsonaro como cortina de fumaça, para criar um problema com o governo de Lula que tem proporções muito maiores.

CASO MUSK – O fato concreto é que Trump está usando a perseguição do Supremo e do governo brasileiro às redes sociais e aos militantes bolsonaristas, que configura descumprimento das próprias leis brasileiras sobre liberdade de expressão e respeito aos direitos humanos.

Com a exagerada condenação de Bolsonaro a 23 anos e três meses, Trump confirma a existência de perseguição política à direita no Brasil e justifica o uso da Lei Magnitsky.

E a quem interessa essa postura do presidente americano? Ora, interessa a todos os demais países do mundo, que querem ver o país se esborrachar, para comprarem nossos produtos a baixíssimo preço. Se Lula continuar debochando e zombando com sua petulância padrão, Trump  vai enlouquecer os ministros do Supremo e em 2026 o Centrão fecha a torneira e emplaca Tarcísio num grande acordão.

José Pérez

O ainda presidente Lula da Silva ganhou um presente eleitoral de Donald Trump e está aproveitando até o final, ao defender a soberania brasileira, para reduzir a eliminação de seu nome na sucessão de 2026, quando disputará o segundo turno já com 81 anos, fato inédito na política internacional.

É preciso raciocinar que Trump e os EUA não estão nem aí para a família Bolsonaro, mas estão de olhos bem abertos para o alinhamento do Brasil ao Brics, bloco comercial de países não alinhados, que tem como líderes a China e a Rússia.

CASO DO DÓLAR – A atuação dos países do Brics está enfraquecendo progressivamente o domínio geopolítico dos Estados Unidos na região, situação que se agrava porque Lula defende abertamente o fim do dólar como moeda padrão no comércio global.

Com isso, Lula demonstra uma clara subserviência do Brasil à China que é o principal concorrente do domínio norte-americano em todas as áreas (armas e desenvolvimento tecnológico principalmente).

Trump está usando Jair Bolsonaro como cortina de fumaça, para criar um problema com o governo de Lula que tem proporções muito maiores.

CASO MUSK – O fato concreto é que Trump está usando a perseguição do Supremo e do governo brasileiro às redes sociais e aos militantes bolsonaristas, que configura o descumprimento das próprias leis brasileiras sobre liberdade de expressão e respeito aos direitos humanos.

Com uma orientação exagerada de Bolsonaro aos 23 anos e três meses, Trump confirma a existência de perseguição política à direita no Brasil e justifica o uso da Lei Magnitsky.

E a quem interessa essa postura do presidente americano? Agora, interessa a todos os demais países do mundo, que querem ver o país se esborrachar, para comprarem nossos produtos a um preço baixíssimo. Se Lula continuar debochando e zombando com sua petulância padrão, Trump vai enlouquecer os ministros do Supremo e em 2026 o Centrão fecha a torneira e emplaca Tarcísio num grande acordão.

Vice de Tarcísio defende anistia e reforça alinhamento ao bolsonarismo

Um povo que não conhece sua História está condenado a repeti-la, dizia Burke

Edmund Burke Brasil - Fonte: BURKE, Edmund. An Appeal from the New to the Old Whigs, in Consequence of Some Late Discussions in Parliament, Relative to the Reflections on the French Revolution.Merval Pereira
O Globo

“Um povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la”, dizia Edmund Burke, filósofo irlandês do século XVIII. A frase me veio à mente assistindo na Academia Brasileira de Letras (ABL) à palestra do cientista político e professor associado do IESP-UERJ Christian Lynch sobre o livro “À margem da história da República”, coletânea organizada em 1924 por Vicente Licinio Cardoso, que reflete principalmente as ideias que ganharão hegemonia na organização institucional e na direção intelectual do Brasil de 1920 a 1980.

Para ele, essas ideias contaminaram a esfera pública na década de 20, a partir do governo de Arthur Bernardes, e ganharam materialidade durante a Era Vargas, dando origem ao estado e às concepções de sociedade brasileira que vão durar até a década de 1990, quando desaparece o mundo que lhes deu origem, ou seja, o curto século XX, na concepção do historiador Éric Hobsbawn.

MODERNISMO – A obra, considerada “um manifesto político modernista”, é, para Lynch, “tanto um diagnóstico da Primeira República quanto um prenúncio das mudanças que culminariam na Revolução de 1930”.

As coincidências com os acontecimentos atuais são muitas, o que, segundo Christian Lynch, evidencia “a necessidade de estudá-las na sua dinâmica histórica, para compreendermos eventualmente o que estamos vivendo hoje”. Ele fez um relato ironicamente sublinhando as repetições históricas, para chamar a atenção da importância de analisá-las.

“Era uma vez uma vez um país latino-americano, o Brasil, que desejara se reinventar contra suas antigas mazelas por meio de um novo regime constitucional progressista”, iniciou.

TUDO IA BEM… – Durante duas décadas tudo pareceu andar bem. Até que, depois de uma eleição presidencial disputada e cujo resultado foi questionado em sua lisura, se impôs uma decepção generalizada. O liberalismo entrou em crise. Os mais avançados denunciavam o já não tão novo regime por sua incapacidade em avançar em suas promessas. Mas a crise do liberalismo não vinha só de dentro.

“De fato, a globalização que organizava o mundo havia décadas colapsara. O incremento do movimento migratório e de mercadorias, com o surgimento concomitante de novas tecnologias, trouxe pânico diante das crises econômicas.

O cosmopolitismo e o primado da economia cediam lugar a um nacionalismo agressivo no cenário internacional. Entrementes, uma pandemia paralisou o mundo, matando milhões e milhões de pessoas, gerando mais insegurança e pânico, impondo maiores controles de fronteira e mercadoria.

CRISE NO STF – “Potências emergentes questionavam o status quo tradicional das potências do Atlântico Norte. Um país tradicionalmente vinculado à democracia se converteu ao fascismo”.

Ao mesmo tempo, a crise levara ao poder no Brasil um desastroso governo comandado por um militar, cujo autoritarismo o fizera chocar-se com o Supremo Tribunal Federal e quase levara o país à ditadura. Ao mesmo tempo, reacionários religiosos, julgados extintos desde a nova Constituição, se rearticularam politicamente em crítica contra a laicidade da República.

“Um novo presidente do Brasil, eleito na esteira do desastroso governo militarista, foi eleito com o objetivo de restaurar o estado anterior de coisas e pacificar o país. Mas o vidro havia se partido. Mesmo conservadores mais moderados criticavam a independência do STF”.

CONSTITUIÇÃO – Outros viam a própria Constituição como excessivamente cosmopolita e permissiva, inadequada aos novos tempos. Foi nesse contexto de transição de época que uma nova geração de intelectuais preocupados com o futuro do país publicou uma coletânea que era um verdadeiro manifesto político dos nossos tempos”…

Mas a Constituição não era a de 1988, mas a de 1891; a eleição não era de 2018, mas de 1909-1910 entre Rui Barbosa e Marechal Hermes da Fonseca; quem não respeitou o STF foi Hermes da Fonseca; a pandemia não era a da COVID, mas a da gripe espanhola. O país democrático que se tornou fascista não era os Estados Unidos, mas a Itália.

Assim, se a história não é cíclica, ela anda em espiral, comenta Christian Lynch.

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Pensamentos que reúnem um tema, na poesia de Adalgisa Nery

Carlos Drummond de Andrade e Adalgisa Nery

Adalgisa Nery, com o amigo Carlos Drummond

Paulo Peres
Poemas & Canções

A jornalista e poeta carioca Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira (1905-1980), mais conhecida como Adalgisa Nery, no poema “Pensamentos que reúnem um tema” fica imaginando os que possuem a paz de não pensar.

PENSAMENTOS QUE REÚNEM UM TEMA
Adalgisa Nery

Estou pensando nos que possuem a paz de não pensar,
Na tranquilidade dos que esqueceram a memória
E nos que fortaleceram o espírito com um motivo de odiar.

Estou pensando nos que vivem a vida
Na previsão do impossível
E nos que esperam o céu
Quando suas almas habitam exiladas o vale intransponível.

Estou pensando nos pintores que já realizaram para as multidões
E nos poetas que correm indefinidamente
Em busca da lucidez dos que possam atingir
A festa dos sentidos nas simples emoções.

Estou pensando num olhar profundo
Que me revelou uma doce e estranha presença,
Estou pensando no pensamento das pedras das estradas sem fim
Pela qual pés de todas as raças, com todas as dores e alegrias
Não sentiram o seu mistério impenetrável,

Meu pensamento está nos corpos apodrecidos durante as batalhas
Sem a companhia de um silêncio e de uma oração,
Nas crianças abandonadas e cegas para a alegria de brincar,
Nas mulheres que correm mundo
Distribuindo o sexo desligadas do pensamento de amor,
Nos homens cujo sentimento de adeus
Se repete em todos os segundos de suas existências,
Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos
A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos.

Estou pensando um pensamento constante e doloroso
E uma lágrima de fogo desce pela minha face:
De que nada sou para o que fui criada
E como um número ficarei
Até que minha vida passe.

Fux e a tentativa de golpe: relativizando a ruptura institucional

Posição de Fux se destacou pelas contradições que expôs

Marcelo Copelli
Revista Fórum  

O julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de articular uma tentativa de ruptura institucional, ficará marcado pela polêmica e pela ambiguidade do voto proferido pelo ministro Luiz Fux.

Em um momento em que o Supremo Tribunal Federal é chamado a dar respostas firmes à sociedade, a posição do ministro se destacou não apenas pelo conteúdo técnico, mas sobretudo pelas contradições que expôs.

SEGUNDO PLANO – Ao fundamentar sua decisão em aspectos processuais, como cerceamento de defesa e incompetência do Supremo em julgar réus sem foro por prerrogativa de função, Fux deixou em segundo plano o cerne da questão: a gravidade de um movimento coordenado que buscou, por meios ilícitos e violentos, desestabilizar a ordem democrática. Mais do que um detalhe jurídico, esse silêncio parcial ecoa como uma omissão que relativiza os fatos e enfraquece a credibilidade da corte.

A primeira linha argumentativa de Fux, ancorada na alegação de cerceamento de defesa, merece reflexão. É evidente que a ampla defesa e o contraditório constituem cláusulas pétreas do sistema constitucional brasileiro, e qualquer violação a esses princípios exige reparação.

Contudo, ao sustentar que a defesa foi prejudicada pelo excesso de documentos apresentados, o ministro ignora que essa situação decorre da complexidade natural de investigações que envolvem dezenas de personagens, centenas de mensagens interceptadas e milhares de páginas de provas digitais. Não se trata de um processo comum, mas de um caso emblemático, em que a quantidade de informações reflete a dimensão do ataque perpetrado contra o Estado Democrático de Direito.

CONTEÚDO PROBATÓRIO – Ao colocar essa questão processual como eixo central de seu voto, Fux parece minimizar a relevância do conteúdo probatório, relegando a um segundo plano a materialidade de condutas que, em qualquer análise honesta, configuram uma clara tentativa de golpe.

Outro ponto crítico é a recusa em reconhecer a existência de uma organização criminosa articulada para atentar contra a democracia. O ministro sustentou que faltariam elementos como estabilidade, hierarquia e divisão funcional de tarefas para caracterizar o crime previsto na legislação. Essa interpretação, porém, destoa de evidências que indicam reuniões estratégicas, financiamento logístico, divisão de funções entre atores políticos e militares e até mesmo a elaboração de minutas de decretação de estado de sítio.

Quando se exige uma estrutura rígida, quase empresarial, para admitir a configuração de organização criminosa, corre-se o risco de criar uma exigência probatória inalcançável, blindando articulações políticas que se travestem de espontaneidade, mas que na prática são tão coordenadas quanto um grupo mafioso. A interpretação de Fux, assim, soa excessivamente restritiva e, na prática, favorece a narrativa de que o episódio não passou de uma manifestação desorganizada, quando na realidade havia sinais claros de planejamento.

TENTATIVA DE GOLPE – A contradição mais gritante, entretanto, está no afastamento da ideia de tentativa de golpe. O próprio Supremo, em outras ocasiões, já reconheceu a gravidade ímpar dos atos do 8 de janeiro e os qualificou como um ataque direto à democracia.

Ministros como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso foram taxativos ao afirmar que o país viveu uma tentativa real de ruptura institucional. Ao destoar desse entendimento e adotar postura mais cética, Fux não apenas desarmoniza a jurisprudência da corte, como transmite ao país a mensagem de que não há consenso nem mesmo dentro do STF sobre o caráter golpista dos fatos.

Essa divergência, embora natural em uma corte plural, ganha contornos preocupantes quando se trata da defesa da ordem constitucional. Em um momento de tamanha fragilidade institucional, a inconsistência não é apenas técnica; é política e simbólica, alimentando a narrativa de setores que negam ou relativizam a gravidade do que ocorreu.

CONSISTÊNCIA – A defesa da Constituição exige consistência. Se o Supremo reconheceu, em reiteradas decisões, que os atos do 8 de janeiro representaram a maior agressão à democracia desde o fim da ditadura, torna-se paradoxal que um de seus ministros, ao julgar os mesmos fatos, relativize sua gravidade com base em supostas insuficiências processuais.

A função do magistrado não é cegar-se às garantias constitucionais, mas aplicá-las sem que se transformem em pretexto para enfraquecer a própria democracia que sustentam. Em outras palavras, não se pode utilizar a Constituição contra ela mesma. O devido processo legal é um instrumento de justiça, não um álibi para obscurecer condutas que colocam em risco a própria existência do sistema democrático.

A consequência imediata desse voto é política: fortalece narrativas de impunidade, dá munição a discursos negacionistas e fragiliza a imagem do Supremo perante a opinião pública. Mas há também uma consequência jurídica de longo prazo: a insegurança sobre a consistência da jurisprudência da corte.

LEGITIMIDADE – Quando um tribunal oscila entre reconhecer e relativizar a gravidade de fatos tão explícitos, transmite a impressão de que os critérios variam conforme o ministro, e não conforme a Constituição. Essa percepção corrói a legitimidade institucional e expõe o Supremo a ataques ainda mais duros de quem já o vê como um ator político, e não como uma corte constitucional.

O voto de Luiz Fux será lembrado menos pela erudição processual que apresentou e mais pelas contradições que carregou. A democracia brasileira, ferida pelos atos golpistas, não pode se dar ao luxo de decisões que relativizam sua defesa.

O país precisa de uma Justiça firme, transparente e coerente; o que se viu, no entanto, foi um gesto hesitante que prefere se refugiar em formalismos jurídicos a enfrentar a realidade dos fatos. Não se trata de pedir condenações sumárias ou atropelo de garantias — trata-se de exigir que a rigidez processual não seja usada como véu para encobrir aquilo que foi, sim, uma tentativa de golpe contra a democracia. 

Netanyahu e Putin usam mesmo jogo sujo para matar inocentes nas guerras

Putin e Netanyahu aumentam ataques em busca de territórios

Wálter Maierovitch
do UOL

Não precisa ser observador atento das guerras em Gaza e na Ucrânia para perceber, sem nenhuma dificuldade, que Benjamin Netanyahu, premiê israelense, e Vladimir Putin, presidente russo, fazem o mesmo jogo sujo para ilegais conquistas territoriais, não se importando com as mortes de civis inocentes, desamparados e não armados.

Netanyahu senta em cima da proposta de cessar fogo, com devolução de reféns israelenses vivos e corpos de mortos, sugerida conjuntamente pelo Egito e Catar, com acompanhamento norte-americano.

MAIS MORTES – Pelo seu lado, o presidente Putin, depois das encenações montadas pelo presidente Donald Trump, ocorridas no Alasca e na Casa Branca com líderes europeus e o presidente ucraniano, continua a falar de paz e aguardar novos encontros.

Os dois, Netanyahu e Putin, ambos com prisões decretadas pelo Tribunal Penal Internacional, aproveitam as tentativas de paz, — que desviam atenções e animam os ingênuos, para aumentar os bombardeamentos e conquistarem territórios.

Em resumo, aproveitam o deslocamento do foco geopolítico, com esforço de pacificação, para intensificar ataques e, com isto, geram mais mortes.

OPORTUNISMO CÍNICO – Os discursos do premiê israelense e do presidente russo são igualmente cínicos. Querem a paz, dizem nos discursos. Na realidade, promovem mortal guerra de conquista.

O israelense iniciou ataques na chamada Gaza-city, com derrubada de edificações de todos os tipos, a obrigar os 1,2 milhão de habitantes a se deslocarem para o sul ou em direção ao litoral, onde palestinos, anteriormente e em fuga de bombardeios, vivem em tendas.

O ministro das Finanças e líder messiânico, Bezalel Smotrich, quer a imediata retomada, na faixa geográfica de Gaza, das áreas ocupadas por invasores israelenses. Estes, em 2005, tiveram de deixar os ilegais assentamentos, por determinação do então ministro Ariel Sharon.

MAIS BOMBAS – Netanyahu, quando o fragilizado Hamas concordou com o cessar-fogo e o plano de paz esboçado por Egito e Catar, com acompanhamento dos EUA, intensificou os bombardeios na cidade de Gaza. E o discurso de Netanyahu é o de voltar a controlar inteiramente a faixa geográfica de Gaza, enquanto um novo plano, com a participação do ex-ministro britânico Tony Blair, começa a ser reescrito.

Segundo os informes de inteligência, os reféns estariam escondidos na cidade de Gaza. E a cada edifício que rui e desaba, pelas bombas jogadas por Israel, pode ter abrigado um refém. Ou seja, há risco de o bombardeamentos israelenses matarem os reféns feitos pelo Hamas.

Para tentar silenciar as vozes de protesto dos parentes dos cerca dos reféns, cerca de 20 dados são imaginados vivos, Netanyahu, desde sábado 30, exibe um inédito filmete sobre o ataque terrorista de 7 de outubro, promovido pelo Hamas.

DISCURSO ENGANOSO – Com isso, Netanyahu engrossa o seu discurso de necessidade de aniquilar com o Hamas. Aliás, discurso enganoso, pois vivem fora de Gaza os que substituíram os aniquilados e antigos líderes políticos do Hamas.

Já Putin aproveitou para bombardear ao máximo Kiev enquanto Trump esperava o fim do prazo de duas semanas que lhe deu. Nos últimos dias drones explosivos (fabricação iraniana e adaptações russas) e mísseis deixaram mais de 20 mortos e 70 feridos em Kiev.

Na segunda-feira, 1 de setembro, terminou o prazo de duas semanas, dado pelo trapalhão Trump, para Putin e Zelensky sentarem-se para, juntos, discutirem um plano de paz. Só um diletante poderia acreditar que Putin aceitaria o ultimato de duas semanas.

O impacto histórico da condenação de Bolsonaro e as incertezas que se abrem

Ex-presidente do STF critica “postura extravagante” de Barroso

Ao lado de Barroso, Zanin proclama resultado de julgamento que impôs prisão  a Bolsonaro - Folha PE

Barroso entrou de penetra no julgamento de Bolsonaro

Bruna Rocha
Estadão

O ministro aposentado Marco Aurélio Mello, ex-presidente do Supremo, considerou “uma postura extravagante” a presença de Luís Roberto Barroso  ao lado do ministro Cristiano Zanin, que estava presidindo o julgamento de Jair Bolsonaro.

Na visão de Marco Aurélio, a posição de Barroso, atual presidente do Supremo, só faria sentido se o julgamento estivesse ocorrendo no Plenário. “A postura de Barroso no julgamento da trama golpista foi extravagante e fora do decoro”, disse Marco Aurélio,

CHAMOU ATENÇÃO – Durante o julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete réus por envolvimento na trama golpista, essa atitude de Barroso causou estranheza aos operadores do Direito que conhecem as regras de funcionamento do Supremo Tribunal Federal.

Na verdade, o atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, jamais deveria sentar-se ao lado do ministro Cristiano Zanin, que preside a Primeira Turma da Corte.

Marco Aurélio afirmou que a presença de Barroso só faria sentido se o julgamento estivesse ocorrendo no Plenário, o que não foi o caso. Com a inexistência dessa alternativa, é um passo “demasiadamente largo”.

ALGO EXTRAVAGANTE – “Para mim, é algo extravagante. Ele ter afastado o secretário ou a secretária da turma e sentado ao lado do presidente da sessão na cadeira respectiva. Para mim é algo extravagante. Ainda bem que nós não tivemos palmas ao final do julgamento, mas ficará também na história do tribunal”, afirmou o ex-STF durante entrevista ao Uol.

“Evidentemente, se o processo estivesse no plenário, ele teria presidido a sessão. Agora, ele comparecer à sessão e tomar o assento, que é o assento destinado ao secretário da turma, é um passo demasiadamente largo e que eu não daria jamais”, adicionou o Marco Aurélio.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Barroso é um ministro em transe, que só dorme na base da tarja preta, Entre os oito membros do STF que já foram punidos pelo governo Bush, ele é o que tem mais a perder. Se for alcançado pela Lei Magnitsky, serão confiscados os dois luxuosos imóveis que adquiriu na Flórida, além dos investimentos que tiver em bancos americanos. O apartamento e o escritório estão avaliados em cerca de R$ 50 milhões. É mole? (C.N.)

Governo ameaça perseguir aliados que votarem a favor da anistia

Pode ser uma arte pop de texto que diz "ANISTIA! LAtuHE 2025 BRASILDEFATO BRASILDEFATO.COM.BR COM.BR"

Charge do Latuff (Brasil 247)

Victoria Azevedo
Estado de Minas
(FolhaPress)

O governo Lula (PT) deve rever indicações para cargos federais dos deputados e senadores que votarem a favor do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo cinco pessoas que estão a par das conversas. O alerta foi passado por integrantes do Palácio do Planalto a ministros e líderes partidários.

A orientação do governo é de oposição ao projeto de lei, e a principal tarefa é evitar que o tema seja levado ao plenário da Câmara.

DEPENDE DE MOTTA – Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar o projeto. Caso isso ocorra, o Planalto usará todos os instrumentos que tem à disposição, segundo um interlocutor do presidente da República. Isso passa por rever as indicações aos cargos na máquina federal e também pelo pagamento de emendas parlamentares ao Orçamento.

Nas palavras de outro aliado de Lula, a votação da anistia será um divisor de águas, definindo quem é de fato do governo e quem não é. Ele diz que é preciso saber disso até mesmo para pensar no cenário eleitoral de 2026 e entender quais partidos ou alas dessas siglas irão caminhar com Lula no próximo ano.

O Planalto reage porque as negociações em torno da proposta da anistia avançaram na última semana em resposta ao julgamento de Bolsonaro no Supremo e envolveram partidos do centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

MOTTA ADMITE – Motta, que até então se mostrava contrário à votação do projeto de anistia, afirmou nos últimos dias que já estámdiscutindo essa possibilidade, diante da maior pressão dos líderes.

Esse não é o primeiro alerta que o governo faz sobre rever cargos diante de votações consideradas importantes no Congresso e numa tentativa de organizar sua base de apoio, que é marcada por instabilidades.

Em abril, integrantes do Executivo cobraram parlamentares da base aliada que assinaram o pedido de urgência ao projeto da anistia – apesar disso, o requerimento teve apoio em peso de deputados de siglas que integram o governo, como PSD, União Brasil, PP, Republicanos e MDB.

VITÓRIA DE TRUMP – O alerta agora acontece porque a eleição de 2026 está mais próxima, partidos como PP e União Brasil já ameaçam um desembarque e a anistia tem potencial de gerar uma crise entre os Poderes, além de causar implicações no cenário internacional.

Como a Folha de S.Paulo mostrou, há uma avaliação entre integrantes do governo – e até mesmo do próprio presidente Lula – de que a aprovação da anistia representaria uma vitória do governo dos Estados Unidos, num momento em que Donald Trump lança uma ofensiva contra o Brasil e impõe sobretaxa de 50% a produtos brasileiros.

Um aliado de Lula no Congresso diz que a aprovação da anistia representaria uma interferência direta de Trump no Brasil, e diz que o próprio Legislativo sairia enfraquecido nesse processo.

DESEMBARQUE – Além disso, essas negociações em torno do projeto de lei avançaram no mesmo momento em que o União Brasil e o PP anunciaram um desembarque do governo federal e apoio à anistia, inclusive do ex-presidente.

A possibilidade de o governo rever indicações foi afirmada publicamente pela ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) em publicação nas redes sociais.

Ela disse, em reação à decisão dos partidos, que ninguém é obrigado a ficar, mas que quem permanecer na gestão petista “deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende”.

DISSE GLEISI – “Isso vale para quem tem mandato e para quem não tem mandato, inclusive para aqueles que indicam pessoas para posições no governo, seja na administração direta, indireta ou regionais”, afirmou.

A Secretaria já está elaborando um relatório com todas as indicações a cargos federais – desde postos em empresas, autarquias e na estrutura da Esplanada até nos postos regionais. Como a Folha mostrou, o União Brasil e o PP falam em desembarque, mas mantêm ministérios, estatais e cargos nos estados que não pretendem entregar neste momento.

Nesta semana, Gleisi convocou ministros de partidos do centro para traçar uma estratégia que evite o avanço da anistia no Congresso. De acordo com relatos, ela pediu empenho dos colegas de Esplanada e afirmou que eles devem atuar junto aos líderes partidários para evitar que o projeto seja pautado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea,  o governo vai jogar todas as suas cartas para evitar a anistia a Bolsonaro. A partir de agora, somente vai se falar nisso. É melhor comprar muitas pipocas. (C.N.)

Uma mensagem a Donald Trump, para que ajude a melhorar o Brasil

Donald Trump é uma ameaça para o mundo - CTB

Charge do Clayton (O Povo/CE)

 

Vicente Limongi Netto

Presidente Donald Trump, tenho bastante idade, perto de 81 anos, sou mais velho do que você, que está merecendo bons cascudos e puxões de orelha. Se quiser ser respeitado, demonstre que respeita o Brasil e seus governantes.

Tenha modos.  Seja educado. Não apequene o cargo. Pare de ser idiota, rancoroso, intolerante e desprezível. Duro entender que você pretenda ser merecedor do Nobel da Paz, tratando com coices outros governantes.

PAÍS SOBERANO – O Brasil tem leis. Não é republiqueta. Não recebe ordens de ninguém. Nem de você, poderoso presidente dos Estados Unidos.

Não queira passar por cima nem avacalhar os 200 anos de amizade e colaboração firme, segura, honrosa e democrática entre Brasil e Estados Unidos. Pare de agir como moleque. Como criança birrenta.

Cuide dos problemas dos Estados Unidos, que são muitos e complexos, e deixe o Brasil em paz. Suas intromissões nos assuntos brasileiros são mesquinhas, absurdas e desprovidas de bom senso. Teu tom de deboche com o governo brasileiro é inaceitável.

NÃO COLA… – Gostemos ou não, Lula foi eleito pelo povo. Respeite as urnas. Não se faça de dono da verdade do universo. Não cola.  Não fica bem para seu perfil de republicano. Pare de ser descarado, infame e burro. Procure se informar melhor dos assuntos brasileiros.

Sou cidadão aposentado. Jornalista que não abre mão de conhecer e lidar dos assuntos que interessam e dizem respeito a coletividade. Não sou Lula nem Bolsonaro. Nem da esquerda ou da direita – a meu ver, definições imbecis e preconceituosas que não ajudam a acabar com guerras e a fome.

Pelo contrário. Meu partido é o Brasil, minha família e meus amigos.  Jair Bolsonaro, que você tanto apoia, é um calhorda. Longe de ser santo. Foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com pena dura, porque sempre agiu como um falso patriota.

DESTRAMBELHADO – Bolsonaro é golpista infame que nunca aceitou os resultados democráticos das urnas. Um destrambelhado chefe da nação que fez pouco caso da pandemia e do uso das vacinas.

A brutal indiferença e a insensibilidade da gestão Bolsonaro diante dos graves e imensos problemas do Brasil foram assustadoras e cruéis. A pandemia matou no Brasil centenas de milhares de pessoas, inclusive crianças.

Além de tudo isso, as provas dos autos que condenaram Bolsonaro são abundantes. Portanto, presidente Trump, pare de permitir ser usado como um tolo.

SENDO USADO – Inacreditável como você, o governante mais forte do planeta, se deixa usar pela dupla cretina de almas penadas, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que são intolerantes, mentirosos, recalcados e levianos. Não é possível que a embaixada norte-americana em Brasília também seja dominada por pinoias da laia de Eduardo e Figueiredo.

O Brasil faz questão de ser um país democrático. Com três Poderes fortes e unidos. A liberdade de expressão existe em todos os segmentos da vida brasileira. Porém não admite ser ultrajada por covardões engomados, demagogos e oportunistas fantasiados de isentos.

Apareça. presidente. O brasileiro é hospitaleiro. Venha conhecer nossas belezas naturais, nossa encantadora Amazônia. Venha apertar as mãos dos nossos homens públicos. Costumam acertar e também errar.  Como você está farto de saber. Abraços.

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