Temer critica anistia unilateral e classifica ataque de Tarcísio a Moraes como ‘infelicidade’

Sentir saudade é uma boa sensação, se você estiver revivendo momentos de felicidade

Tribuna da Internet | Bastos Tigre se defende da acusação de uma mulher que  ele teria difamadoPaulo Peres
Poemas & Canções

O publicitário, bibliotecário, humorista, jornalista, compositor e poeta pernambucano, Manoel Bastos Tigre (1882-1957), afirma que sentir “saudade” pode ser uma boa sensação, se estivermos revivendo belas etapas da vida.

SAUDADE
Bastos Tigre

Infeliz de quem vive sem saudade,
Do agridoce pungir alheio às penas,
Sem lembranças de amor e de amizade,
Hoje vivendo o dia de hoje, apenas.

Triste de ti, ancião, que te condenas
A mole insipidez da ancianidade
E não revives na memória as cenas
De prazer e de dor da mocidade!

Ter saudade é viver passadas vidas,
Percorrendo paragens preferidas,
Ouvindo vozes que se têm de cor.

Sonha-se… E em sonho, como por encanto,
A dor que nos doeu já não dói tanto,
Gozo que foi é gozo inda maior.

Documento na CPI do INSS revela a atuação de filho de Lewandowski

Enrique Lewandowski é o craque da rodada! Filho do Ministro ...

Ilustração reproduzida do MBL

Vinícius Valfré
Estadão

Documento apresentado à CPI do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) mostra que o advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e outros dois advogados se reuniram com o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, na condição de procuradores de uma das entidades investigadas por fraudes em descontos em benefícios de aposentados.

A ata da reunião disponibilizada à CPI narra que os advogados manifestaram aos dirigentes do INSS que o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) “gostaria de se aproximar” para estabelecer, entre outras questões, “uma colaboração mútua entre as partes”.

NO AUGE DA MAMATA – A reunião ocorreu em dezembro do ano passado. Na época, o Tribunal de Contas da União (TCU) já cobrava medidas para o INSS coibir desvios detectados em auditorias.

Polícia Federal só desencadeou no final de abril a operação para desmantelar esquema fraudulento de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. O objetivo da aproximação seria “aprimorar não apenas os procedimentos relacionados aos acordos de cooperação técnica como também as formas de controle de legalidade e regularidade do órgão”.

Assim, o encontro com a direção do INSS ocorreu antes de a Polícia Federal deflagrar operação sobre as fraudes com aposentadorias, mas quando já havia auditorias sobre o que se revelou um esquema na Previdência.

TUDO COMPROVADO – Representando o Cebap, Enrique Lewandowski fazia parte de uma equipe composta ainda pelos advogados Igor Tamasauskas e Marcello de Camargo Teixeira Panella. A reunião, realizada na sede da superintendência do INSS em São Paulo, ocorreu em 20 de dezembro de 2024.

Segundo o inquérito da Operação Sem Desconto, da PF, o Cebap integra um grupo, com outras duas entidades, que tinha como modelo de negócios o desconto de pagamentos a aposentados.

Juntas, as três teriam arrecadado R$ 456 milhões com esses descontos, só em 2024. De maio de 2023 a janeiro de 2025, o Cebap arrecadou, sozinho, R$ 148,6 milhões.

DIZ O ADVOGADO – Procurado pela reportagem, Enrique Lewandowski disse que tratou-se de uma mera reunião de trabalho e que ele se desvinculou da entidade após deflagrada a operação da Polícia Federal, instituição subordinada ao pai dele. Seu sócio Tamasauskas disse que houve um intenso trabalho de respostas a ofícios até o vínculo ser encerrado. E o outro sócio, Panella, não quis comentar (leia mais abaixo).

Em nota, o Ministério da Justiça destacou que não há que se falar em conflito de interesses porque a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) apuraram o esquema das associações “com o mais absoluto rigor, sem poupar qualquer instituição envolvida” (leia mais abaixo).

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O único que disse a verdade foi Sérgio Cabral. Sem ninguém perguntar, ele revelou que era “viciado em dinheiro”. Por isso, não parava de desviar recursos públicos. Os demais não reconhecem, mas também são viciados em dinheiro. Tenho desprezo total a essa gentalha que envergonha os três Poderes no Brasil. (C.N.)

Blindagem parlamentar: o retrocesso que o Senado precisa barrar

STF não comenta PEC da Blindagem e eleva tensão com Congresso

Quem acredita em pesquisa, que mostra Lula absoluto em 2026?

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (3/2) revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito na corrida presidencial de 2026, apesar de estar em seu pior momento deVicente Limongi Netto

Pleito presidencial de 2026 batendo na porta dos brasileiros. Céu de brigadeiro para Lula em todos os cenários. Pesquisas Genial/Quaest sinalizam Lula passando o rodo em todos os prováveis adversários nas eleições de 2026. Pelos números revelados nenhum nome chega perto dos percentuais alcançados por Lula.

Se as eleições fossem hoje, segundo a Quaest, Lula venceria uma lista grande de nomes, como Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro, Ratinho, Ciro, Zena, Michele, Caiado e, de quebra, também citado nas pesquisas, embora inelegível, Jair Bolsonaro.

A pesquisa indica, nas entrelinhas que os agressivos adversários de Lula precisam esbravejar menos e trabalhar mais e que Donald Trump não tem votos suficientes no Brasil para aperrear Lula.

MURRO NA MESA –   Basta! Chega! Bateu na mesa, falando grosso, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre. Ontem, quarta-feira, no plenário, Alcolumbre sinalizou claramente que pleitos bolsonaristas de toda espécie não terão vida fácil no Senado.

A chamada Câmara Alta não se transformará,  jamais, em parque de diversões para inimigos do Brasil.  Alcolumbre deixou claro que cansou. Que não vai mais apanhar sem revidar no tom que o assunto merecer.

Criticou ações do deputado fujão, Eduardo Bolsonaro, achincalhando o Brasil e as instituições. Davi também repudiou críticas levianas de Donald Trump. “Não dá para aceitar todas essas agressões calado”, frisou Davi. Boas falas do Davi.  

Vocação do poder é se corromper e destruir a liberdade dos cidadãos

Bertrand de Jouvenel's “On Power” | Joel Davis

As reflexões de Jouvenel sobre o poder são impressionantes

Luiz Felipe Pondé
Folha

A história da filosofia também tem suas modas. Há autores que caem em desgraça enquanto vivos ou mesmo depois de mortos. O francês Bertrand de Jouvenel é um desses casos. Hoje, quase ninguém tem a mínima ideia de quem ele seja, uma pena.

Bertrand de Jouvenel (1903-1987) teve sua memória manchada pelas simpatias pelo fascismo. De ascendência judaica, o avô materno —sua mãe chamava-se Sarah— era judeu da família Boas e o pai era um aristocrata católico, daí a famosa partícula “de” no seu sobrenome. Entrevistou Hitler em 1936, foi de esquerda, liberal, enfim, um homem de carreira controversa.

CASO ESCANDALOSO – Para você ter uma ideia, aos 16 anos tornou-se amante, num caso escandaloso, da sua madrasta, a famosa escritora Colette, que então tinha cerca de 50 anos.

Ela, por sua vez, escreveu um livro inspirado, provavelmente, nesse affaire. Já adulto, teve um caso tórrido com a fotógrafa de guerra Martha Gellhorn. Basta?

Independente da sua trajetória acidentada, ele refletiu sobre a natureza do poder de forma bastante significativa. Jouvenel pensou o poder na fronteira entre a metafísica da substância do poder e sua “natureza” intrínseca. E como “funciona” essa substância natural do poder?

SEM PARAR – O poder não para de crescer se algo não o impedir, ou seja, uma outra forma de poder. Esse problema lhe parece conhecido?

Seu livro mais famoso sobre o tema é de 1945, “Du Pouvoir: Histoire Naturelle de sa Croissance” —”O Poder: História Natural do seu Crescimento”, com tradução no Brasil. Para Jouvenel, a história natural do poder revela sua tendência implacável à expansão de sua natureza —redundância proposital. Cada vez mais o poder quer mais poder. Insaciável.

Esse crescimento se dá de modo a aumentar a concentração de poder e centralização deste nas mãos de quem o exerce institucionalmente. Logo, qualquer instituição sem limites externos tenderá ao abuso e à expansão de suas funções de controle sobre o corpo social no qual está inserido.

SEM LIMITES – Deste fato decorre que o poder jamais se limita, mesmo quando exerce esse poder em nome do bem comum. Logo, um “poder do bem” é tão intrinsecamente expansionista e de vocação autoritária quanto um “poder do mal”, devido à sua natureza voltada ao crescimento de si mesmo no tempo e no espaço.

Uma consequência inevitável dessa “lei de crescimento do poder”, mesmo quando movido por boas intenções —poderíamos dizer que o inferno está cheio de gente poderosa com boas intenções—, é que ele esmagará a liberdade e a autonomia dos indivíduos.

Portanto, se depender de qualquer instituição não limitada exteriormente, a vocação do poder por si mesmo é destruir a liberdade dos cidadãos.

ESTADO DE DIREITO – Assim sendo, mesmo no Estado de Direito, se não portar dentro de si, ou seja, dentro das suas instituições, um mecanismo de freios e contrapesos efetivo, a vocação orgânica de qualquer uma das suas instituições será esmagar a liberdade dos indivíduos.

O Estado moderno é, historicamente, a forma de poder com maior vocação centralizadora e expansionista que já existiu no mundo, diferentemente do que sugere nossa vã filosofia do senso comum e também dos ideólogos das políticas do bem.

Se compararmos com outras formas ao longo da história, o caráter fragmentado do poder que existia —inclusive pela geografia sem estradas e sem formas efetivas e rápidas de controle e de comunicação— implicava em menor potencial de se tornar um poder expandido e dominador na sua área de influência.

ESMAGAMENTO – Dito de outra forma: o Estado moderno é a forma de poder, até hoje, com maior potencial de esmagar seus cidadãos, se deixado à sua livre natureza de querer e realizar cada vez mais controle.

Seja em nome da justiça, do bem comum ou da democracia, o poder, bem como as suas instituições, deve sempre ser posto sob controle de algum tipo.

Interessante lembrar que Jouvenel não conheceu a interação entre o poder do Estado moderno —e as formas ágeis de exercício desse poder—, por exemplo, via cliques jurídicos ou formas de rastreio minucioso da renda e dos gastos do cidadão.

PODER AVASSALADOR – A tendência inexorável do Estado moderno é se tornar —na confluência entre suas instituições e as modernas tecnologias da informação e da inteligência artificial— a forma mais avassaladora de poder que já se conheceu na face da Terra.

Nesse contexto, qualquer ideia de um poder centralizado e global —como propunha Albert Einstein em 1932 a fim de evitar as guerras na sua carta para Sigmund Freud sobre esse tema— é fadada a se tornar um leviatã absoluto, mesmo que seja para salvar o planeta de uma crise climática.

Por fim, corromper-se é da natureza do poder.

Manobra de Cunha e Lira ressuscita voto secreto na PEC da Blindagem

Charge do Nando Motta (brasil247.com)

Danielle Brant
Folha

A manobra usada para resgatar o dispositivo sobre votação secreta para barrar a abertura de processos contra parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal) na PEC (proposta de emenda à Constituição) da blindagem foi criada por Eduardo Cunha e usada pelo também ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O criador da manobra foi Eduardo Cunha, em 2015, na PEC que reduziu a maioridade penal de 18 para 16 anos. O texto havia sido rejeitado por cinco votos na madrugada de 1º de julho de 2015. Cunha fechou um acordo com líderes e refez a votação no dia seguinte, quando a PEC foi aprovada em primeiro turno.

ESTRATÉGIA – Ele também usou a estratégia em uma votação de reforma política. Apóso plenário da Casa rejeitar a volta do financiamento privado das campanhas, Cunha quebrou um acordo político e decidiu colocar a proposta novamente em votação no dia seguinte.

Já Lira utilizou o expediente em setembro de 2021 ao resgatar a quarentena para juízes e integrantes do MP no código eleitoral. Durante a votação dos destaques —propostas de modificação ao texto, a Câmara havia derrubado a quarentena eleitoral para juízes e integrantes do Ministério Público por três votos: foram 254 votos a favor da medida —eram necessários ao menos 257.

Em reunião com Lira, líderes do centrão decidiram usar uma emenda aglutinativa para devolver a medida a essas categorias. A emenda foi aprovada por 273 votos a 211.

Correios culpam governo Bolsonaro por falta de investimentos e prejuízo bilionário

Empresa registrou buraco de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre

Carlos Petrocilo
Folha

Os Correios culpam a falta de investimentos durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-22) pela crise financeira sem precedentes que vivem. Em resposta a um requerimento de informações apresentado pelo deputado federal Luiz Carlos Motta (PL-SP), a estatal vislumbra um alívio em suas contas com a possibilidade de receber R$ 1,6 bilhão neste ano, conforme aprovado em seu orçamento.

Segundo a empresa, foram R$ 447 milhões de investimentos no período de 2019 a 2022, ante R$ 792 milhões em 2023 e 2024. “O contexto enfrentado atualmente pela estatal é reflexo de decisões pretéritas, especialmente no período de 2019 a 2022, quando houve severa restrição de investimento”, diz Geverson Nery de Albuquerque, assessor especial da presidência da empresa, em ofício entregue à Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

COMPROMETIMENTO – “Essa limitação comprometeu a competitividade da empresa”, completa. Para tentar reverter a situação financeira complicada, a estatal também se comprometeu a racionalizar suas despesas e adotar medidas como a redução da jornada de trabalho para seis horas, com redução proporcional do salário e o incentivo ao desligamento voluntário.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre deste ano. Reportagem da Folha, publicada em junho, mostrou que a empresa lidava com atraso no aluguel de agências, falta de pagamento de terceirizados e dificuldades no atendimento do plano de saúde dos funcionários. A situação levou o presidente da empresa, Fabiano Santos, a pedir demissão.

TCU aponta falha milionária em licitação do Ministério da Saúde para canetas de insulina

PEC da Blindagem: Congresso barrou 250 processos e liberou só 1

Motta tenta acordo com Centrão para frear anistia e fortalecer STF

Governistas afirmam que Motta não quer pautar a anistia

Malu Gaspar
O Globo

Depois de um final de semana em conversas com integrantes do governo e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a uma proposta para tentar um acordo com o Centrão e barrar a anistia aos presos do 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado na semana passada pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão.

De acordo com fontes a par das discussões, Motta vai tentar colocar em votação antes da anistia o projeto das prerrogativas parlamentares, com a previsão de que o Congresso terá que autorizar o início de todos os processos contra eles.

NOVA REGRA – Segundo os termos que vêm sendo apresentados por Hugo Motta a ministros, deputados e a integrantes do governo, a nova regra estabeleceria um prazo de 45 ou 60 dias para que a votação seja feita. Se isso não ocorrer, o processo contra parlamentares estará automaticamente autorizado.

Hoje, em Brasília, integrantes do governo afirmam que Motta não quer pautar a anistia. Já os da oposição afirmam que o presidente da Câmara sinalizou que botará o regime de urgência para votar já nesta semana.

O raciocínio que levou Motta a tentar chegar a uma proposta concreta para a questão da prerrogativa de foro parte do princípio de que o projeto da anistia tem forte apoio na Câmara, e nesse contexto a pressão do Palácio do Planalto sobre os deputados, com ameaças de retirar cargos e verbas, não será suficiente.

“PROBLEMA” –  “Será preciso entregar algo aos deputados. Se Hugo e o governo se juntarem para derrubar, eles podem conseguir. Mas estarão contratando um problema lá para frente”, explica um aliado do presidente da Câmara.

Junto com a anistia, a mudança na regra das prerrogativas era uma das condições para que deputados da oposição interrompessem a invasão do plenário logo após a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, no início de agosto.

Lula desafia o Congresso e anuncia que vai vetar a anistia a Bolsonaro 

Entrevista exclusiva de Lula à BBC 🗣️⁠ ⁠ O presidente Luiz Inácio Lula da  Silva (PT) afirmou, à BBC News Brasil e BBC News, que vetará qualquer  proposta de anistia ao ex-presidenteCarlos Newton

Estamos diante de uma crise anunciada, de alta gravidade, dez anos depois da derrocada da “presidenta” Dilma Rousseff. Mas a situação é completamente diversa, porque a substituta de Lula sofreu impeachment devido a crimes constitucionais, que incluíam as chamadas pedaladas e a maquiagem das contas públicas pelo governo do PT.

Agora a crise pode ter ainda maior gravidade, embora não existisse ameaça direta ao presidente Lula da Silva, até ele resolver comprar uma briga feia com o Congresso, por causa da possibilidade de anistia a Bolsonaro.

VETO DE LULA –  Na declaração dada à BBC News Brasil e à BBC News, na manhã desta quarta-feira (17), no Palácio da Alvorada, Lula manteve sua política ambígua do morde e assopra.

Primeiro, reconheceu que a decisão sobre anistia “é um problema do Congresso” e que “o presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional”. Mas reiterou que, se a anistia chegar à sanção presidencial, não a aceitará.

“Se viesse pra eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria”, disse.

Essa afirmação não tem efeito real sobre a anistia, porque o Congresso simplesmente derrubaria o veto. O problema é que a ameaça de Lula acirra ainda mais os ânimos da grande maioria dos parlamentares, que não aceitam mais serem tutelados pelo governo nem pelo Supremo.

ACIRRAMENTO – O resultado maior é que, daqui para frente, aumentará a oposição ao governo, que está em crescimento com a articulação de aliados de Bolsonaro para colocar em pauta a anistia em regime de “urgência urgentíssima”, sob comando do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O fato mais grave é a instalação de uma crise permanente, porque se o Congresso derrubar o veto, Lula pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal), já que indultos e anistias podem ser considerados inconstitucionais.

Esse tipo de crise institucional é altamente negativo, especialmente num ano de eleições. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por sua participação na trama golpista de 2022, mas grande parte do eleitoral não concorda com esse veredito.

EFEITO TRUMP – No meio de uma tremenda confusão, que fatalmente ocorrerá, com manifestações nas ruas, promovidas pelos bolsonaristas e petistas, haverá um clima de insegurança jurídica que irá se agravando também pelo efeito externo nas relações Brasil/EUA.

As investigações em andamento no governo Trump estão prosseguindo e mostram que o Supremo realmente tem tomado decisões que interferem nas redes sociais americanas e equivalem à censura prévia e à perseguição política. 

Em resultado, Trump deve aumentar a incidência da Lei Magnitsky, atingindo outras autoridades dos três poderes brasileiros.

###
P.S. –
Por tudo isso, pode-se considerar claramente negativo esse anúncio antecipado de veto à anistia. O que Lula ganhou com isso? Nada, absolutamente nada. E a expectativa aumenta, porque Lula falará à ONU na próxima terça-feira, Trump estará presente e fará discurso logo em seguida. Ou seja, está criado o clima ideal para uma tempestade perfeita. E Lula vai entrar no salão com o rei na barriga, com a vaidade inflada pelas novas pesquisas que agora o consideram imbatível em 2026, numa nova Piada do Ano. (C.N.)

O amor e o desejo na poesia de Cecília Meirelles, sempre vivos, apesar da distância

Não seja o de hoje. Não suspires por... Cecília Meireles - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A professora, jornalista e poeta carioca Cecília Meireles (1901-1964), no poema “De Longe te Hei de Amar”, ostenta que amar é sentir saudade e ter desejo pela pessoa amada é uma constante.

DE LONGE TER HEI DE AMAR
Cecília Meireles

De longe te hei de amar,
– da tranquila distância
em que o amor é saudade
e o desejo a constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

Assembleia do Rio aprova lei que ignora teto de pagamento a magistrados

Papuda acirra crise entre STF e bolsonarismo em meio a sanções dos EUA

Grupo de Eduardo vê prisão na Papuda como provocação

Bela Megale
O Globo

A possibilidade de Jair Bolsonaro cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, é encarada pelo grupo de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como o estopim para novas reações dos Estados Unidos sobre o Judiciário e para o agravamento de uma crise institucional com o Brasil.

“INTIMIDAÇÃO” – Aliados do deputado federal que atuam junto a ele em busca de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e da anistia ampla que envolva o ex-presidente viram como “tentativa de intimidação” o sinal de que Bolsonaro pode cumprir pena em um presídio comum.

Interlocutores de Moraes avaliam que, hoje, a tendência do magistrado seria determinar que o capitão reformado cumpra pena na Papuda, que tem uma ala especial para presos considerados “vulneráveis”, como políticos e policiais. Se a gestão Donald Trump aplicar punições a mais autoridades brasileiras e seus familiares, como outros ministros da corte, a chance de Moraes ordenar que Bolsonaro vá para um presídio comum é considerada ainda maior.

ÚLTIMA INSTÂNCIA – Questionadas se o ministro não poderia adotar uma solução similar à que ocorreu com Lula, que ficou preso em uma sala adaptada na Polícia Federal de Curitiba, pessoas próximas a Moraes apontam que o caso é diferente. O principal argumento é que Lula não tinha uma condenação definitiva quando estava encarcerado na PF. Já Bolsonaro tem uma condenação em última instância.

No entorno de Eduardo, existe a expectativa de que, nesta semana, os EUA apliquem sanções financeiras contra Viviane, esposa de Alexandre de Moraes. A medida seria uma resposta à condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão pela Primeira Turma do STF no julgamento da trama golpista.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse em entrevista nesta segunda-feira (15) que a gestão Trump anunciará, nos próximos dias, medidas em resposta à condenação do ex-presidente brasileiro.

PEC da “blindagem” — um retrocesso com efeitos práticos e simbólicos

Charge do Gilmar (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Na última terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a chamada PEC da Blindagem, uma proposta de emenda constitucional que altera profundamente o modo como parlamentares poderão ser responsabilizados criminalmente.

O texto cria obstáculos adicionais para a abertura de ações penais e para a execução de medidas cautelares contra deputados e senadores, estabelecendo um novo patamar de proteção política que, para muitos juristas e setores da sociedade civil, representa um claro retrocesso democrático.

AUTORIZAÇÃO – O conteúdo aprovado exige que qualquer ação penal contra um parlamentar só possa ser instaurada mediante autorização do respectivo plenário, em votação secreta, mecanismo que fragiliza a transparência e compromete a accountability do Legislativo.

A PEC também restringe a aplicação de medidas cautelares, como prisões preventivas ou afastamentos automáticos do mandato, mesmo em casos graves, além de ampliar o alcance do foro privilegiado ao incluir presidentes de partidos políticos em determinadas hipóteses. Essas mudanças, embora apresentadas como instrumentos de defesa da independência parlamentar, funcionam na prática como um escudo que pode proteger desvios de conduta.

A Constituição de 1988, marco da redemocratização brasileira, já previa imunidades para garantir que parlamentares exercessem seus mandatos sem perseguições políticas. No entanto, a proposta atual vai além: reforça e expande prerrogativas a ponto de criar um ambiente em que garantias legítimas se transformam em barreiras quase intransponíveis à responsabilização judicial. Em vez de proteger a função pública, a nova redação corre o risco de blindar indivíduos contra a lei.

IMPUNIDADE – As críticas são contundentes e vêm de diversas frentes. Procuradores, magistrados e juristas alertam que a PEC abre caminho para a impunidade, especialmente porque o voto secreto inviabiliza que a população acompanhe como seus representantes se posicionam em casos de suspeita de crime.

Esse recurso torna praticamente impossível responsabilizar politicamente parlamentares que, no escuro, podem proteger colegas de processos judiciais. A proposta, portanto, não apenas fragiliza a transparência institucional, como ameaça minar a confiança pública no Parlamento.

Do ponto de vista jurídico, há uma possível colisão entre a PEC e princípios constitucionais fundamentais, como o da igualdade perante a lei e o da publicidade dos atos públicos. O Supremo Tribunal Federal, inevitavelmente, será chamado a se pronunciar sobre a constitucionalidade do novo arranjo, o que promete abrir mais um capítulo de tensão entre Legislativo e Judiciário.

ALIANÇA – Já no campo político, a aprovação do texto na Câmara reflete a força de uma aliança pragmática entre partidos do centrão, setores da direita e parte da oposição, unificados em torno de um objetivo comum: reduzir a vulnerabilidade de seus quadros às investigações que vêm se intensificando nos últimos anos.

No Senado, a tramitação tende a ser mais difícil. Senadores já sinalizaram resistência à proposta, seja por convicção pessoal, seja por percepção do desgaste que ela pode causar junto à opinião pública. Ainda assim, é evidente que a PEC extrapola o debate técnico sobre procedimentos penais: ela toca no cerne da democracia brasileira, que é a definição dos limites da independência parlamentar sem que se anule o princípio da responsabilidade e da sujeição de todos à lei.

Se a blindagem se consolidar no ordenamento jurídico, os efeitos poderão ser devastadores para a credibilidade das instituições. A percepção generalizada de que o Congresso legisla em causa própria tende a crescer, alimentando a descrença dos cidadãos na política representativa e fragilizando ainda mais a já abalada confiança pública. Em última instância, a PEC não apenas protege parlamentares — ela ameaça a própria ideia de que, em uma democracia, ninguém está acima da lei.

Câmara abre caminho para anistia do 8 de Janeiro e tensiona democracia

Centrão quer anistia com Bolsonaro inelegível e Tarcísio como candidato

Tarcísio só aceita concorrer à Presidência se Bolsonaro pedir

Tarcísio diz que não é candidato, mas ninguém acredita

Carlos Andreazza
Estadão

O mundo real se impõe e faz acelerar. O julgamento dos golpistas acuou o bolsonarismo puro-sangue, decretou o fim de 2025 e projetou no porvir a perspectiva de um novo esquema de poder. A rapaziada saliva ante a chance de partilhar a Esplanada – de controlar a corda e a caçamba – com Jair encostado, seja preso ou indultado. A perspectiva de trair com respeito.

Estamos no pós-Bolsonaro, em função do que todos os agentes políticos e econômicos se orientam; até os Bolsonaro, ora empurrados à condição de reagentes. (Condição sine qua non para o exercício do imponderável, da qual poderá ascender uma dissidência desafiante como a encarnada por Pablo Marçal.)

PÓS-BOLSONARO – O que está em desenvolvimento agora – até onde se pode controlar – é a forma da superação eleitoral a Jair Bolsonaro; o modo como a traição light se manifestará-materializará; a maneira com que o bolsonarismo de oportunidades e resultados representado por Tarcísio de Freitas bailará o isolamento carcerário do ex-presidente para o objetivo de isolá-lo politicamente.

A conta da campanha por anistia – mesmo pela “anistia light” – é cara e não fecha, senão sob teatro. A farsa está em cena, no ato das condolências; do tango pós-condenação – de irrestrito mesmo, no mundo real, somente o compromisso pela inelegibilidade ampla e geral do líder golpista.

A turma – os sócios do governador de São Paulo no projeto de superação bolsonarista de Bolsonaro sem os Bolsonaro – domina a matemática. (A superação bolsonarista de Bolsonaro com os Bolsonaro é tocada por Eduardo.)

FAZENDO CÁLCULOS – Essa galera – Ciro Nogueira, Marcos Pereira, Antônio Rueda, Gilberto Kassab e até Valdemar Costa Neto – calcula. A reabilitação de Bolsonaro – uma anistia que lhe reconstituísse a elegibilidade – serviria ao projeto político de pouquíssimos e viria com arestas supremas tremendas.

É agenda custosa, de mobilização desgastante, em defesa de parceiro imprevisível; que, na hipótese improvável em que alcançada, daria – devolveria – poder a grupo pequeno e fechado.

À grei e a não muitos de fora da empresa familiar que o mito constituiu dentro do Estado, universo a ser mais restrito que aquele aquinhoado entre 2019 e 2022, dado o grau corrente de desconfiança que alimenta a mentalidade conspirativa do bolsonarismo eduardista.

BAIXO BOLSONARISMO – Seria bom para tipos como Sóstenes Cavalcante e outros zuccos do baixo parlamento bolsonarista, que tendem à irrelevância sem que a direita se organize em função dos Bolsonaro.

As migalhas conflituosas que sobrariam aos donos dos grandes partidos não valem o investimento; e eles sabem que a maioria dos deputados e senadores bolsonaristas não tardaria a embarcar na nau da objetividade. Chama-se instinto de sobrevivência.

Para os patronos de Tarcísio de Freitas, os senhores do chamado centrão, o futuro parece muito promissor – estável e mais lucrativo – sem Jair e os Bolsonaro.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. Tarcísio acaba de esclarecer que é candidato à reeleição, embora todos saibam que não é verdade. Bolsonaro é candidato, mas não tem saúde nem condições legais, está com prazo de validade vencida. E Lula, da mesma forma, já não diz coisa com coisa, a insanidade é cada vez mais evidente. No PT, o melhor candidato seria Aloizio Mercadante, que está muito bem no BNDES, mas Lula odeia qualquer petista que se destaque pela cultura e pela competência. (C.N.)

No Brasil, quem ganha acima de R$ 6 mil paga mais IR que milionários, aponta estudo