
J. Cascata, um grande compositor carioca
Paulo Peres
Poemas & Canções
O cantor e compositor carioca Álvaro Nunes (1912-1961), conhecido por J. Cascata, expressa na letra de “Minha Palhoça” um bonito, bucólico e romântico convite para a pessoa amada. Este samba de breque foi gravado pela primeira vez por Sylvio Caldas, em 1935, pela Odeon.
MINHA PALHOÇA
J. CASCATA
Se você quisesse
Morar na minha palhoça
Lá tem troça, se faz bossa
Fica lá na roça à beira do riachão
E à noite tem um violão
Uma roseira
Cobre a banda da varanda
E ao romper da madrugada
Vem a passarada
Abençoar nossa união
Tem um cavalo
Que eu comprei em Pernambuco
E não estranha a pista
Tem jornal, lá tem revista
Uma kodak para tirar nossa fotografia
Vai ter retrato todo dia
Um papagaio que eu mandei vir do Pará
Um aparelho de rádio-batata
E um violão que desacata
Meu Deus do céu que bom seria…
Se você quisesse
Morar na minha palhoça
Lá tem troça, se faz bossa
Fica lá na roça à beira do riachão
E à noite tem um violão
Uma roseira
Cobre a banda da varanda
E ao romper da madrugada
Vem a passarada
Abençoar nossa união
Tem um pomar
Que é pequenino,
É uma teteia
É mesmo uma gracinha
Criação, lá tem galinha
Um rouxinol
Que nos acorda ao amanhecer
Isso é verdade pode crer
A patativa
Quando canta faz chorar
Há uma fonte na encosta do monte
A cantar chuá-chuá…
Queria ver-te nua, inteiramente nua
Não por erotismo, embora assim pareça
Mas para que em teu corpo não exista
Um só milímetro que eu não conheça
Queria, sempre, pela manhã
Juntos quebrarmos o jejum
E assim curtindo-nos sem afâ
Vivermos como se fossemos um