
Shor acusa Felipe Martins, que provou ser inocente
Deu na Timeline
O delegado da Polícia Federal Fábio Shor encaminhou documento ao ministro Alexandre de Moraes em que afirma haver “a possibilidade de que integrantes da ‘organização criminosa’ tenham se utilizado do procedimento migratório diferenciado relacionado a comitivas de chefes de Estado para simular uma falsa entrada de Felipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, em território americano”.
A PF ainda comparou o caso a práticas atribuídas à chamada “milícia digital”, sob investigação no STF, apontando o uso da internet por “influenciadores e advogados para propagar informações falsas e desacreditar autoridades”.
DELEGADO FACCIOSO – A defesa de Martins reagiu ao pedido. Em nota, os advogados afirmaram que o ofício da PF é “um documento que, sob a aparência de relatório técnico, é na verdade uma tentativa de criminalizar a advocacia, a imprensa e a cidadania”.
Segundo a defesa, o delegado responsável pela “investigação” teria “ultrapassado todos os limites que separam do arbítrio o Estado de Direito”.
Para os advogados, o relatório representa “uma tentativa desesperada de autopreservação” e “confissão de culpa”. “Quando o Estado precisa demonizar quem faz perguntas, é porque não tem resposta”, diz o texto.
DESVIO DE FINALIDADE – Eles também acusam o delegado de “negligência” e “desvio de finalidade”, afirmando ainda que a prisão de Filipe Martins, em fevereiro de 2024, teria sido utilizada “como método de tortura psicológica” e instrumento de pressão para tentar obter delações forçadas.
A defesa contesta o argumento da PF de que havia risco de fuga por parte de Martins. Segundo os advogados, a corporação já monitorava o ex-assessor desde outubro de 2023, quatro meses antes da prisão, por meio de dados telefônicos e de geolocalização:
“A Polícia Federal sabia exatamente onde ele esteve durante os anos de 2023 e 2024: em sua residência, vivendo normalmente com a esposa e atendendo a todas as demandas da Justiça. A PF e Moraes sabiam que ele não estava foragido e, mesmo assim, sustentaram essa mentira para justificar uma prisão abusiva. Trata-se de falsidade deliberada e de evidente desvio de finalidade”.
PROVIDÊNCIAS FORMAIS – Os representantes do ex-assessor também anunciaram que vão pedir providências formais. Entre as medidas listadas, estão o pedido de retirada dos trechos do relatório que citam advogados e jornalistas, a abertura de apuração disciplinar contra o delegado Fábio Shor e representações junto ao Tribunal de Contas da União, à Controladoria-Geral da União, ao Ministério Público Federal e à Ordem dos Advogados do Brasil.
O documento da PF foi enviado a Alexandre de Moraes depois que o ministro deu cinco dias para que a corporação esclarecesse as circunstâncias da suposta viagem de Filipe Martins aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, mesma data em que o então presidente Jair Bolsonaro deixou o país rumo à Flórida.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente editorial enviado por Mário Assis Causanilhas. Mostra que o convívio com o ministro Alexandre de Moraes fez muito mal ao delegado Fábio Shor, que passou também a se julgar onipotente. Ele já perdeu o visto para viajar aos Estados Unidos e agora é um dos candidatos a ser incriminado na Lei Magnitsky, igualando-se a Moraes e passando a ser considerado transgressor das regras dos direitos humanos. (C.N.)
Será que ouviremos, quem os obrigou a assim continuar agindo e a manter sob riscos, a boca fechada?
Delações premiadas nacionais com alcance internacional, os “indultariam”?
Os “bastidores” responderão?
Quem fecha, também poderá abrir “a porta”, ao “réu confesso”!
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Os fatos se repetem depois de mais de cinquenta anos cá no Brasil. A PF e o Cabeça de Zigoto tentam repetir a PIDE portuguesa. Isto não é ensinado nos compêndios de História. Não interessa.
PIDE
A PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) foi a polícia política do regime fascista português (Estado Novo) de 1945 a 1969. Sua principal função era a repressão política, perseguindo, prendendo, torturando e eliminando opositores do regime. A PIDE era um instrumento de repressão que agia com amplos poderes para reprimir a oposição política, movimentos sociais e outras atividades consideradas hostis ao Estado.
Ministros do STF veem pedido de Fux para mudar de turma como “fuga” e cálculo por “mal menor”
Ministros do STF viram o pedido de Luiz Fux para mudar de colegiado como uma “fuga”, devido à falta de clima entre colegas após seu voto na trama golpista pela absolvição do ex-mito.
A leitura é que Fux procura sair do isolamento e se unir a outros ministros que podem ter votos convergentes com os dele, como André Mendonça e Kássio Nunes Marques. Ambos foram indicados ao STF pelo ex-mito.
A avaliação dos membros da 1ª Turma é que, mesmo tendo seu maior desafeto na 2ª Turma — no caso, o decano Gilmar Mendes — Fux teria feito o cálculo de qual seria o “mal menor”, já que se vê sem ambiente com a maioria dos integrantes do tribunal.
O ofício com o pedido de mudança de colegiado veio à tona na tarde de terça-feira (21), durante o julgamento do núcleo quatro da trama golpista, que envolve os acusados de disseminar notícias falsas para criar instabilidade institucional e um ambiente favorável à tentativa de golpe.
Os ministros da 1ª Turma foram pegos de surpresa com a notícia e não receberam explicações ou justificativas de Fux. Após o julgamento, os magistrados se reuniram em uma sala próxima ao local onde ocorreu a sessão, mas Fux não compareceu.
Esse tem sido seu comportamento desde que ficou isolado no voto de 12 horas que proferiu para absolver Bolsonaro, em setembro.
Os magistrados destacam que o problema não foi a divergência do voto de Fux, mas a maneira como ele apresentou sua posição.
A leitura dos membros da Primeira Turma é que o colega não proferiu seu voto em um rompante, e sim trabalhou detalhadamente em uma fala que abastece o discurso de Bolsonaro e seus aliados nos ataques ao STF e aos seus ministros.
Os integrantes da corte também apontam outras ações de Fux que têm piorado sua relação com a maioria dos colegas, como o pedido de vista que paralisou o julgamento que acusa Sergio Moro de calúnia contra Gilmar Mendes, mesmo com maioria formada para manter o senador como réu.
O Globo, Opinião, 22/10/2025 04h01 Por Bela Megale
Fux, leu Carlos Newton!
Cada vez mais vemos que a qualidade de nossas instituiçoes estão indo para o buraco