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Lula testará a sua diplomacia diante Trump
Pedro do Coutto
O aguardado encontro entre o presidente Lula da Silva e o presidente Donald Trump, previsto para o próximo domingo na Indonésia, promete ser mais do que um gesto protocolar entre dois líderes de perfis tão distintos. O momento é de tensão e oportunidade, e o cenário que se desenha é de alta complexidade diplomática.
De um lado, o “tarifaço” imposto por Washington às exportações brasileiras exige uma resposta firme e inteligente. De outro, a instabilidade política na Venezuela e a escalada de ameaças na Colômbia colocam a América Latina no centro da disputa de influência entre potências.
AUTONOMIA GEOPOLÍTICA – O Brasil, que há décadas busca equilibrar soberania com pragmatismo, chega a essa mesa de negociações com a difícil missão de não apenas defender seus interesses, mas reafirmar sua autonomia geopolítica.
As tarifas impostas pelos Estados Unidos, que chegam a 50% sobre produtos-chave da pauta brasileira, criaram uma ferida comercial que o encontro pode começar a cicatrizar. Para Lula, não se trata apenas de pedir clemência econômica, mas de estabelecer novos parâmetros de respeito mútuo.
O Brasil não pode mais ocupar o papel de fornecedor subalterno de commodities; precisa ser visto como parceiro estratégico, com voz ativa na formulação de políticas regionais e globais. A diplomacia brasileira aposta, nos bastidores, em um gesto simbólico de Trump — talvez o anúncio de uma reavaliação tarifária — que possa destravar negociações e gerar algum fôlego político e econômico.
VENEZUELA E COLÔMBIA – Mas o encontro vai muito além do comércio. A crise na Venezuela e a crescente tensão na Colômbia, onde os Estados Unidos já falam abertamente em intervir militarmente e bombardear embarcações suspeitas no Caribe, colocam Lula diante de um dilema delicado.
O Brasil, por tradição e convicção, repudia soluções bélicas na região. Cabe a Lula e à sua equipe, liderada pelo chanceler Mauro Vieira e pelo assessor especial Celso Amorim, conduzir a conversa com habilidade suficiente para evitar confrontos e, ao mesmo tempo, reafirmar o papel do Brasil como mediador equilibrado. A aposta é construir uma via diplomática alternativa, capaz de preservar a estabilidade latino-americana sem que o país se alinhe automaticamente aos interesses de Washington.
Enquanto a diplomacia se move em terreno minado, um fato novo adiciona peso à pauta: a autorização dada por Lula para que a Petrobras inicie a exploração de petróleo na Bacia Amazônica. A decisão, carregada de simbolismo, revela uma guinada pragmática na política energética do governo.
DESAFIO DUPLO – A exploração ainda não implica produção imediata, mas envia ao mundo um sinal inequívoco de que o Brasil pretende transformar sua riqueza natural em instrumento de poder econômico e político. O desafio é duplo: de um lado, aproveitar o potencial de desenvolvimento e autonomia energética; de outro, conter as críticas internacionais de ambientalistas e de parceiros comerciais que veem a medida como um retrocesso no compromisso climático.
Esse movimento, embora polêmico, pode se transformar em trunfo diplomático. Ao mostrar que é capaz de equilibrar crescimento e sustentabilidade, o Brasil reforça sua posição em negociações internacionais, inclusive com os Estados Unidos, onde a questão energética também se torna estratégica. O país quer ser reconhecido não como ameaça ambiental, mas como potência responsável, que combina soberania com compromisso climático.
O encontro na Indonésia, portanto, carrega uma dimensão simbólica maior do que aparenta. Lula e Trump representam não apenas dois países, mas duas visões de mundo que agora se cruzam em um momento em que o equilíbrio global está sendo redesenhado.
POSIÇÃO DE DESTAQUE – Se o Brasil conseguir sair desse diálogo com avanços concretos — seja na redução de tarifas, na cooperação energética ou na defesa da estabilidade regional — poderá consolidar uma posição de destaque no cenário internacional. Caso contrário, corre o risco de ver sua diplomacia encurralada entre promessas e impasses.
Mais do que uma reunião bilateral, trata-se de um teste de maturidade política e estratégica. O sucesso do encontro dependerá menos dos discursos públicos e mais da capacidade de Lula de traduzir complexidade em resultados práticos. Em tempos de volatilidade global, a diplomacia precisa ser, antes de tudo, um exercício de equilíbrio — e é exatamente isso que o Brasil terá de demonstrar na Indonésia.
Pela propalada “química e atração”, acaso será uma reunião muito próxima, sujeita a contaminação pelo “Vírus Epstein-Barr”?
“Drogas” e afins, as não só meras coincidências!
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Esse encontro deverá consolidar a “passagem na marra”(substituição) da nova cadeia de comando do que, não é preciso dizer!
PS. Ou dá, ou desce pros confins!