
Charge reproduzida da Sociedade Militar
JB Reis
Sociedade Militar
As Forças Armadas brasileiras enfrentam uma crise silenciosa que transcende as questões mediatas de defesa nacional e que se mostra como um crise emergente: a crescente disparidade salarial dentro de suas fileiras.
Enquanto um general de Exército pode receber até 27 vezes mais do que um soldado, militares da reserva – majoritariamente praças – convivem com reduções em seus proventos e perda de poder aquisitivo.
CONTRADIÇÕES – Essa realidade expõe as contradições marcantes numa instituição que se baseia nos princípios de hierarquia e disciplina, mas que tem ao longo das últimas décadas tem visto essa mesma hierarquia transformar-se em motivo de desigualdade sistêmica.
Durante o regime militar, o salário mínimo perdeu mais de 50% de seu valor real, política que se refletiu na remuneração dos escalões médios e inferiores das Forças Armadas. Paradoxalmente, enquanto os militares implementavam o arrocho salarial para a sociedade civil, criavam-se as bases para futuras distorções internas na carreira militar.
Durante o período, a contenção dos salários foi uma das principais estratégias para combater a inflação, afetando não apenas os trabalhadores civis, mas também os próprios militares, principalmente aqueles de posição hierárquica mais inferiores, isto é, os suboficiais, sargentos, cabos e soldados.
PRIVILÉGIOS DA ELITE – A análise dos dados dos últimos dez anos revela a explosão das desigualdades. Entre 2012 e 2022, vistos em conjunto, os militares das Forças Armadas tiveram o maior aumento salarial entre os servidores federais: 29,6% de ganho real acima da inflação. No entanto, esse aumento não se distribuiu de forma equitativa, já que a profissão não é de forma nenhuma um bloco homogêneo.
Certamente o dispositivo que guindou a classe como um todo para o topo dessa estatística foi a Lei nº 13.954/2019. Promoveu aumentos entre 35% e 41% para oficiais generais e suas pensionistas, mas concedeu apenas 9% em duas parcelas para a tropa em geral.
A nova ordem legal não apenas não corrigiu as distorções anteriores, como ainda contribuiu para agravá-las.
ABISMO SALARIAL – Um soldado recebe como soldo R$ 1.177 (após reajuste de 2025). Um terceiro-sargento controlador de tráfego da FAB aéreo ou um submarinista da Marinha recebem menos de 5 mil reais.
Matéria recente da Revista Sociedade Militar mostrou que com adicionais e gratificações, um general pode receber mais de R$ 55.000 mensais, equivalente ao salário de 42 soldados.
No Exército norte-americano, “considerado como paradigma pelos oficiais brasileiros, a diferença entre o maior e menor salário é de apenas 9 vezes.“ No Brasil, essa diferença, que pode chegar a 27 vezes, coloca os oficiais generais brasileiros dentro da bolha intocável do 1% mais rico da população.
TRABALHO EXTRA – Ainda de acordo com a Revista Sociedade Militar, soldados, cabos e sargentos têm precisado trabalhar como motoristas de aplicativos ou em outras atividades paralelas para complementar a renda familiar.
O desequilíbrio nos vencimentos transcende a dimensão meramente econômica, configurando-se como elemento potencialmente capaz de comprometer, em horizonte temporal não imediato, o ânimo das forças e repercutir em aspectos como a unidade institucional, valores fundamentais para a doutrina castrense.
A assimetria remuneratória dentro das instituições militares brasileiras extrapola a esfera das relações de trabalho, constituindo-se, em última instância, como mais um desafio à segurança nacional.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente matéria da revista “Sociedade Militar”, enviada por José Guilherme Schossland. A carreira militar é uma das mais rentáveis e menos rigorosas do país. Os oficiais reclamam que têm de se mudar de um Estado, para outro, mas é tudo gratuito para eles. O melhor é que pouco ou nada têm a fazer. Jogar pelada, banho de piscina, vôlei na quadra etc. Quando deixam a ativa, recebem bônus de R$ 1 milhão e passam a ganhar soldo de “marechal”, patente que nem existe mais. Que maravilha viver, diria Vinicius de Moraes. Só quem trabalha é o pessoal lotado na Amazônia, os soldados que ficam de guarda e os pilotos que servem aos políticos nos jatinhos. Às vezes eu tenho vergonha de ser brasileiro. (C.N.)
sr. Newton
Os narcolas estão sendo vitimas dos policiais…
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Isso é encomendado, Armando. Escolhem um bandido preso qualquer, colocam-lhe a pecha de “traficante mais procurado” e mostram aos EUA, com o título: “Viu, nós combatemos os traficantes”.
Mas, como os bandidos em tela foram aqueles visitados pelo ladrão cachaceiro, o “mais procurado” será solto tão logo o pedido de HC chegue em Brasília. Fundamento: um erro processual qualquer.
PS: há os bandidos do ladino também na Maré.
Às vezes eu tenho vergonha de ser brasileiro. (C.N.)
Dois…
La dolce vita é quando os Generalecos passam a usar o famoso pijama de bolinhas e as pantufas do Mickey Mouse..
Ai sim é só correr para o abraço
Senhor Carlos Newton , lembre-se que no governo Jair Bolsonaro , essas anomalias remuneratórias acentuaram-se com os sucessivos ” aumentos e estímulos ” privilegiados aos oficiais ” generais , superiores ” das FFAAs. como forma de alicia-las ao apoio ás suas pretensões golpistas e permanência no cargo , asfixiando economicamente e financeiramente os militares hierarquicamente inferiores, isto é, os suboficiais, sargentos, cabos e soldados , como de fato aconteceu com o apoio explícito de alguns oficiais generais das FFAAs. a intentona golpista de 08/01/2023.
O dinheiro é a raiz de todos os males e principalmente o foi na multilateral plantação de melancias!
Gostei da sutileza.
Inegável a gradativa KHAZARIANA “surfada onda” por aqui desde 1935, que constará dos anais, para vergonhosa memória dos estatutariamente arregimentados e para tanto LOCUPLETOS e enlaçados, apátridas vendilhões, sem pátria definida!
Adendos, em:
http://www.espada.eti.br/n1015.asp
E as elites de alguns “artistas” que vivem as custas do imposto que pagamos
Seu editor, um texto da Folha de SP mostra um valor menor do que o publicado por vossa senhoria:
“De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, os oficiais-generais da Força receberam valores entre R$ 53 mil e R$ 300 mil apenas para custear mudanças de cidade ou para serem remanejados para a reserva”
Fique claro que eu não disputo nada porque não gosto de palavrão.
Os generalecos melancias que conspiraram para recolocar o Luladron na cadeira presidencial e dão suporte ao cartel PT-STF que se cuidem. Os seus camaradas narcotraficantes venezuelanos, colombianos e bolivianos estão sendo caçados como ratos pelo Tio Sam … Magnitsky, delações na justiça dos USA e a prisão do Bukele, na melhor das hipóteses.