Caio Spechoto e Sofia Aguiar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira, 15, que ainda não reconhece Nicolás Maduro como presidente reeleito na Venezuela. Lula também mencionou publicamente pela primeira vez a ideia de novas eleições no país vizinho se Maduro “tiver bom senso”, mas observou que não é “fácil, nem bom” o presidente de um país dar palpite na política de outra nação.
O petista deu as declarações em entrevista à Rádio T, em Curitiba. O presidente está no Paraná para uma série de compromissos na região metropolitana da capital do Estado. “Se ele [Maduro] tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições”, declarou.
SAÍDA CHAVISTA – A ideia de aventar a possibilidade de uma nova eleição na Venezuela tem sido plantada por aliados do regime chavista, mas é vista com ceticismo pela maioria da comunidade internacional, que vê na estratégia uma armadilha que poderia ser apoiada por Brasil, Colômbia e México para dar a Maduro um respiro político.
De acordo com o presidente, os problemas nas eleições venezuelanas começaram a ser observadas pelo Brasil após as votações pela não publicação das atas eleitorais. O petista disse que Maduro está devendo explicações sobre isso. “Ainda não [reconheço o resultado], ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade e para o mundo”, declarou Lula.
O presidente disse que também não é possível reconhecer vitória dos opositores do chavismo, por falta de dados concretos. Lula voltou a afirmar que é necessário divulgar os dados eleitorais do país. Duas semanas depois do pleito, cresce entre atores internacionais – e mesmo no governo brasileiro – o ceticismo com a possibilidade de divulgação real das atas.
SEM DIVULGAR ATAS – As eleições venezuelanas foram em 28 de julho. Sem divulgar as atas eleitorais, essenciais para a transparência do processo eleitoral, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição de Maduro por 52% a 43% de Edmundo González Urrutia. Já a oposição coletou e publicou online cópias de 25 mil atas eleitorais (82% do total das mesas) e disse que sua contagem dá vitória ao desafiante, por margem inatingível para Maduro.
Apurações independentes de pelo menos três organizações – duas delas feitas com base nas atas coletadas pela oposição – indicam que o adversário de Maduro, Edmundo González Urrutia, recebeu pelo menos meio milhão de votos a mais que o contabilizado.
Lula afirmou ainda que há várias saídas para a crise política no país vizinho e que trabalha junto com o governo de Gustavo Petro na Colômbia para encontrar uma solução. Uma delas seria um governo de coalizão, entre o chavismo e os opositores. Outra, também citada pelo petista, seria uma nova eleição. “[Maduro pode] estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições”, declarou o presidente brasileiro.
A PORTA FECHADAS – A ideia de sugerir novas eleições na Venezuela foi discutida por integrantes do governo Lula a portas fechadas nos últimos dias. Pela ideia em debate, seria promovido uma espécie de “segundo turno” somente entre o Nicolás Maduro e o opositor Edmundo González.
A realização da nova votação dependeria de outro acordo entre as forças políticas venezuelanas e de determinadas condições, como a ampla presença de comitivas de observação internacionais, a promessa de anistia política aos perdedores – algo já defendido pela Colômbia – e o relaxamento das sanções contra o regime chavista.
O jornal Valor Econômico noticiou que o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, fez a sugestão a Lula e que o presidente a reproduziu verbalmente, durante a reunião ministerial realizada na quinta-feira passada, dia 8, no Palácio do Planalto.
SEGUNDO TURNO – O Estadão confirmou com a equipe de Amorim que a ideia está em discussão, tendo sido aventada por outros interlocutores do presidente. A possibilidade de realizar novas eleições ainda depende de ser mais elaborada.
A Assessoria Especial da Presidência ponderou que não se trata, por enquanto, de uma proposta formal a ser apresentada pelo País.
“É como se fosse um segundo turno das eleições”, afirmou Amorim ao Valor. “Essa ideia não é nova, existe desde o início do problema. Se quiserem negociar um pacote em torno dessas coisas, com o fim das sanções, é possível fazer uma espécie de segundo turno, com um bom acompanhamento internacional.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Uma Piada do Ano após a outra, e assim Lula da Silva e Celso Amorim vão perdendo completamente a credibilidade, se é que alguma dia chegaram a ter alguma. (C.N.)
O Nine Fingers, chefe da facção do PT (partido dos traficantes), escancarando o seu apoio ao traficante Maduro. Defende porque tem o rabo preso, afinal recebeu milhões de narcodólares, enviados pelo Cartel de Los Soles, para comprar os urubus do STF e os generais melancias.
Bem, o não reconhecimento da eleição de Maduro é algo que o governo brasileiro pode fazer. O que mais?
Qual a saída para esse problema?
Criticar, como sempre, é a coisa mais fácil. Propor algo prático, eis o problema.
É às democracias relativas estão se espalhando. Tínhamos a Venezuela e agora temos o mais novo membro, o Brasiúuuuuuu
Sr. Newton
O Sr. percebeu que nem o Ladrão, o Boulos , a Maria do Rosário e outros quadrilheiros não conseguem dizer que o Maduro é um ditador…??
Qual será a dificuldade em falar.
aquele abraço.
O Brasil tem que propor nada. Loola tem que dizer nada. O MRE deveria pronunciar-se no melhor estilo diplomático ensaboado e encerrar a querela. Se você tem problemas em casa, não é o vizinho que irá levar a solução, salvo se você passar a ser só parte da decoração.
Biden da Silva prova como ama a democracia e a justiça, iguala o ditador ao candidato eleito, dando-lhes o mesmo peso. A oposição mostrou as atas da eleição, mas até agora nem a justiça eleitoral e o ditador mostraram as atas que dizem possuir, mas Biden da Silva, disto não quer saber.