Com seus teleféricos, Pablo Marçal mostra ter ideias que são velhas, estranhas e ruins

Marçal diz que 'usa o PRTB' e que afastaria aliado acusado por políciaElio Gaspari
O Globo/Folha

Pablo Marçal, segundo as pesquisas, é uma novidade na política de São Paulo. Na noite de segunda-feira, o candidato a prefeito foi entrevistado na GloboNews. A primeira pergunta tratava de sua proposta para o sistema de transportes numa cidade onde os ônibus se movem a 16 quilômetros por hora. Ele respondeu criticando as promessas do prefeito Ricardo Nunes, prometendo empregos. De transporte mesmo, falou rapidamente de teleféricos.

Mais adiante, cobrado, revelou que transportariam os passageiros a 22 quilômetros por hora, em linha reta. Lembrado que São Paulo é uma cidade plana, não elaborou o tema. Topograficamente, um teleférico paulistano poderia levar os banqueiros da avenida Paulista às suas casas nos Jardins.

NOVAS TECNOLOGIAS? – Esse foi o melhor momento propositivo da entrevista. Fosse qual fosse o tema, Marçal repetia que suas ideias serão testadas com novas tecnologias. Um exemplo: Londres tem bons números de segurança porque usa programas de inteligência artificial. A velha cidade tem segurança há mais de um século, graças à inteligência craniana.

Quando o tema passou para as ligações documentadas de seu partido com o crime organizado, defendeu-se dizendo que não é dono da sigla e reconheceu que o fato “é constrangedor”. Marçal mencionou três vezes as acusações e os processos movidos contra Lula e expôs uma visão universalista: “Se for para moralizar, tem que moralizar direito”. E se não for? “Tem que limpar o país inteiro.” Concluindo: “Meu partido é o Brasil”. (Não, é o PRTB).

De uma maneira geral, propõe testar ideias antigas, progressivamente. O novo de Marçal é velho como a Sé de Braga. Promete criar 2 milhões de empregos, enxugar a máquina, melhorar a arrecadação.

CAUSAS E EFEITOS – A qualidade do ar é ruim? Plantaremos árvores. Ensinou por três vezes que os problemas têm causas e efeitos. Assim, a cracolândia resulta de migrações internas, com os efeitos conhecidos. Entre um e outro, nada. Tangencialmente, disse que é preciso desenvolver o esporte nas escolas.

Marçal propõe a criação de um “Paço Municipal” e promete estimular centros gastronômicos. Mais adiante, Bingo! Revisará todos os contratos de transporte da prefeitura. (O doutor é novo na política. Até hoje, essa proposta só serviu para azeitar a revi$ão.)

Marçal é um caso raro de coitadinho profissional agressivo. Em geral, essa espécie é mansa, até a hora do bote. “Está todo mundo contra mim” e esclareceu “agradeço a perseguição”.

ASTEROIDE – De onde saiu esse asteroide? Em parte, do eleitorado que não confia em políticos. Em outra parte, do voto de quem não gosta da administração de Ricardo Nunes, nem da biografia de Guilherme Boulos. Numa terceira parte, estão os eleitores desencantados.

Gente que viu o carro da Lava Jato atropelar larápios do andar de cima e acabou obrigada a assistir a concessão de indulgências plenárias a gatos e lebres.

Comparar o vigor de sua campanha ao voto para vereador dado ao rinoceronte Cacareco em 1959 é impróprio. Ninguém pretendia botar o animal na prefeitura onde estava Adhemar (“Rouba mas Faz”) de Barros. No ano seguinte, ao escolher o novo prefeito, São Paulo recolocou na cadeira o engenheiro Prestes Maia, um dos melhores da galeria.

12 thoughts on “Com seus teleféricos, Pablo Marçal mostra ter ideias que são velhas, estranhas e ruins

  1. Teléfericos em São Paulo é uma ideia de jerico (como se dizia antigamente) igual esses mostrengos do monotrilho que foi feito na gestão dos tucanalhas…, onde o jornaserrista tem trânsito livre…(isso é dito pelos próprios colegas de profissão)…

    Parece que o jornaserrista ainda não viu aquela obra “faraônica” que não serve para nada e com vários problemas…

    O jornaserrista precisa deixar o sair um pouco de seu habitat natural do conforto do Apart-Mansão, onde escreve suas colunas na varanda gourmet e visitar a cidade de São Paulo para ver o que fizeram com este lugar.

    Esperamos que faça um artigo também com o idolo das redações petralhas, o famoso terrorista que toca o terror na cidade e invade propriedades privadas.

    Seria imparcial….

    E vamos em frente que atrás vem o Ladrão de sempre……

    • PS.

      O que todos defendem, inclusive os especialistas de plantão, o que resolve o problema do trânsito é o transporte de massa, várias Linhas de Metrô..

      Metrô, Metrô, Metrô e mais Metrô..

      Mas, o jornaserrista não deve ter lido e passado batido nas imensas e graves denúncias do seu partideco de corrupção no Metrô que nos surrupiaram bilhões e bilhões..e onde tem bilhões tem tucanalhas ladrões……

      o resto é aquela conversinha fiada de sempre para boi dormir….

  2. Sr. Newton

    Perguntar não ofende..

    Por onde anda o Casal-171/51 para ver essa situação das creches.??

    “”Brasil tem mais de 632 mil crianças em fila de espera por creche

    Em quase metade dos municípios brasileiros (44%), há crianças em fila de espera para fazer a matrícula na educação infantil

  3. Me diga que politico nesse País tem ideias para nós tirar desse atoleiro qye nos encontramos, acho que bem poucos. A maioria faz tudo para que o País cada vez se afunda mais

  4. Quando, deixando de “viajar” irão mudar de “pensamento”, ora pois:
    “RELEVANTE A HISTÓRIA NARRADA COM OS FATOS. EVIDENTEMENTES QUE TIVEMOS GRANDES EXCEÇÕES COMPROMETIDAS COM A VERDADE O DIREITO E A JUSTIÇA.

    “””ENTENDA PORQUE JORNALISTAS, ESCRITORES PROFESSORES criticam os Militares. A *verdade* sempre vai prevalecer Stephen Kanitz.

    A História Não Contada de 1964

    Por que intelectuais, jornalistas, historiadores, professores e escritores tem tanto ódio dos militares brasileiros?

    A razão jamais divulgada, até hoje, é essa.

    Uma semana depois de assumirem o governo, os militares patrocinaram uma emenda constitucional que se tornaria o maior erro deles.

    Promoveram a emenda constitucional número 9 de 22 Julho de 1964, e logo aprovada 81 dias depois.

    Essa emenda passou a obrigar todo jornalista, escritor e professor deste país a pagarem imposto de renda, algo que nenhum destes faziam desde 1934.

    Pasmem.

    Este é um dos segredos mais bem guardado pelos nossos professores de história, a ponto de nem os novos militares, jornalistas, professores de história e escritores de hoje sabem o que ocorreu de fato.

    Além de serem isentos do IR, jornalistas tinham financiamento imobiliário grátis, vôos de avião grátis, viviam como reis.

    Nenhum livro de história, nenhum jornalista de esquerda jamais irá lhes lembrar que o Artigo 113, 36 da Constituição de 1934 e repetido no artigo 203 da constituição de 1946, rezava o seguinte.

    203 .“Nenhum imposto gravará diretamente a profissão de escritor, jornalista ou professor.”

    Por 30 anos foi uma farra, algumas faculdades vendiam diplomas de jornalista “até arcebispo era jornalista.”

    Por 30 anos esse favoritismo classista era um nó na garganta de nossos médicos, enfermeiras, bombeiros, polícias e militares, que se sacrificavam pelos outros sem reconhecimento.

    Que mérito especiais tinham esses privilegiados, além a de poderem chantagear governos, que muitos faziam.

    Especialmente os privilegiados de esquerda, pois o Imposto de Renda é o imposto que por definição distribui a renda dos mais ricos para os mais pobres.

    Hipocrisia intelectual maior não há.

    Até a família Mesquita entrou na justiça pleiteando a isenção dos lucros do Estadão, alegando que os lucros advinham de suas profissões de jornalistas.

    Só que com esta medida os militares de 1964 antagonizaram, em menos de dois meses de poder, toda a elite intelectual deste país.

    Antagonizaram aqueles que até hoje fazem o coração e as mentes dos jovens.

    “Grande parte dos jornalistas que tiveram suas crônicas coletadas para este livro, Alceu de Amoroso Lima, Antônio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Heitor Cony,5 Edmundo Moniz, Newton Rodrigues, Otto Lara Resende, Otto Maria Carpeaux, entre outros, foram aqueles que logo se arrependeram do apoio dado ao golpe.”

    Essa gente apoiou a luta pela democracia, ela só se tornou golpe depois da PEC que tirou seus privilégios classista.

    “Jornalistas apoiaram o regime, mas antes dele fazer aniversário de um ano, já eram adversários do regime que ajudaram a instalar”, continua Alzira Alves.

    Só por que mexeram no bolso dos jornalistas e historiadores, dos intelectuais a professores, numa medida justa, democrática, e que combateu a má distribuição da renda, que esses canalhas incentivavam.

    Se os militares fossem de fato de direita, como jornalistas, professores de história e escritores não pararam de divulgar, eles teriam feito o contrário.

    Eles se incluíram nesta lista classista.

    Mas foram éticos e não o fizeram.

    Jornalistas também não pagavam imposto predial1, imposto de transmissão1, imposto complementar2, isenção em viagens de navio, transporte gratuito ou com desconto nas estradas de ferro da União, 50% de desconto no valor das passagens aéreas e nas casas de diversões. 3,4

    Devido a estas isenções na compra de casa própria, a maioria dos jornalistas tinha pesadas dívidas, e a queda de 15% nos seus salários causou sérios problemas financeiros e familiares.

    Some-se a inflação galopante que se seguiu, o baixo crescimento do PIB, e levaria uns 10 a 15 anos para esses jornalistas, escritores e professores recuperarem o padrão de vida que tinham *antes* .

    O “golpe” que os militares causaram foi esse.

    Contra os intelectuais e não contra a nação.

    Não é de se espantar que passados 50 anos os militares continuam sendo perseguidos por comissões da verdade, reportagens, e tudo o mais, apesar dos militares hoje serem outros.

    Foi uma desfeita e tanto.

    Colocaram estas classes a nu, calhordas que todos eram, por que todos se beneficiaram sem exceção.

    Em 2013, a Revista Exame da Editora Abril, comenta esta isenção da seguinte forma.

    “A isenção (infelizmente) foi revogada em 1964, por meio da Emenda Constitucional nº 9 de 22 de julho de 1964.”

    Infelizmente ? A Exame achava essa isenção justa? Mesmo 40 anos depois?

    Alberto Dines, do Observatório de Imprensa, em 2012 comenta:

    “Getúlio, muito inteligentemente, atuou para melhorar o padrão social do jornalista. A legislação do Getúlio nos deu grandes vantagens.”

    Alberto Dines apoia ainda hoje esse previlégio?

    Em discurso no dia do Professor na Associação do Ensino Superior, seu presidente concla4ma:

    “Os professores mais antigos devem sentir saudades dos tempos em que os professores eram respeitados e valorizados, como acontecia, por exemplo, durante a vigência da Constituição Federal de 1946 artigo 203.“

    Por que então os militares foram tão burros, segundo Alberto Dines, de se indispor justamente com a imprensa?

    De serem acusados de desrespeitar e não valorizar os professores deste país?

    Por que foram fazer esta medida logo no início, quando ainda estavam com outros problemas para resolver, e não cinco anos depois, por exemplo?

    Por que pretendiam ficar pouquíssimo tempo.

    Castelo Branco de fato pretendia ficar 18 meses, somente até o fim de mandato de João Goulart.

    Essa PEC é a maior prova disso, mas antes de irem embora, era preciso corrigir essa malandragem classista.

    Agora vem o pior.

    Foi esta súbita mudança de tom dos jornalistas, professores de Sociologia, História, Política e Ciências Sociais, que assustou a ala mais radical do Exército a não devolver o poder como Castelo pretendia .

    Foi essa hostilidade, e os preparativos feitos em Ibiúna por José Serra e José Dirceu, que mostraram que a democracia continuava em risco.

    Quero deixar bem claro que não conheço nenhum militar, tudo aqui é fruto de pesquisa na Internet.

    Notas de Rodapé.

    1. Art. 27 – Durante o prazo de quinze anos, a contar da instalação da Assembleia Constituinte, o imóvel adquirido, para sua residência, por jornalista que outro não possua, será isento do imposto de transmissão e, enquanto servir ao fim previsto neste artigo, do respectivo imposto predial.

    2. LEI Nº 986, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1949.

    3. Jânio de Freitas “Até a década de 60, os jornalistas gozaram do privilégio, por exemplo, de não pagar Imposto de Renda e de só pagar 50% das passagens aéreas. Uma das consequências, para citar uma de tantas, era o grotesco princípio de gratidão que proibia publicar-se o nome da companhia de avião acidentado.”

    4. Alberto Dines “O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro era uma agência de viagens. Era uma corrupção tremenda.”

    5. antes da regulamentação, todo mundo era “jornalista”. Todos queriam os mesmos privilégios da Isenção do Imposto de Renda e desconto de 50% nas passagens aéreas.”

    • Digo: ….evidentemente……acrescentando que estratégica e “melancianamente” essa foi a primeira “faca de dois legumes”, que faria “mudar de lado” o regimento hoje utilizado à testa da crescente e subverssivamente incontida “maré vermelha”!, capitaneada multilateralmente por infiltrados membros das mais variadas contaminadas, desavergonhadas e enfraquecidas, outrora tidas”forças”!
      Bah!

      • “…Foi essa hostilidade, e os preparativos feitos em Ibiúna por José Serra e José Dirceu, que mostraram que a democracia continuava em risco….”””

        Seria o tal Sitio de Ibiuna do Papai Comunistão onde se reuniam a Alta Cúpula Comunista para planejar as ações e ataque.???

        Por falar nisso, nosso articulista Sr. Sebastião Nery já fez um artigo sobre o Sitio do FHC em Ibiuna….

  5. Estranho demais é o tal Pablo ser tratado como sumidade! O que ele quer já acontecendo – é ser notícia! Deve-se dar divulgação a quem merece e não a quem não ter estofo para ser síndico de condomínio sequer, uma pessoa de passado duvidoso que já se viu enredado nas malhas da lei penal. O Brasil não precisa dele e muito menos Sampa!

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