No governo Lula, o Brasil continua perdendo projeção internacional

Lula cobra reformas na ONU e critica falta de ousadia global

Comitiva de Lula na ONU tinha mais de 100 pessoas

William Waack
Estadão

Lula oscila entre acreditar que a ordem mundial possa funcionar por respeito a princípios mutuamente acordados entre os países ou que é apenas o terreno do uso da força bruta. Como não possui nenhum dos dois, sua opção preferencial em política externa tem sido a da irrelevância.

Na guerra da Ucrânia, o princípio fundamental violado é o da integridade territorial. No caso da Venezuela, foram brutalmente pisados os princípios básicos de direitos humanos e liberdades individuais. Lula não reconhece essas violações em nenhum dos casos e acabou ficando com pouca autoridade moral para condenar o que acontece em Gaza ou no Líbano.

APELOS INÚTEIS – É isso que torna inócuos seus apelos por “justiça” ou por “inclusão” dos países pobres em instâncias que deveriam ser de “governança global”, ou quando denuncia condutas hipócritas de países ricos. São apelos morais feitos por quem abandonou a moralidade.

Para ser levado a sério, especialmente quando sugere uma reforma de todas as instituições internacionais, o presidente brasileiro poderia ter feito uso de uma longa tradição brasileira de formulação de política externa — e que até certo ponto soube fazer uso do destino que a geografia nos impôs (a de estar longe de grandes conflitos e ter um claro entorno de influência).

Na visão tosca que o conduz pelas relações internacionais — a de que se trata de uma “luta de classes” entre o Norte rico e o Sul pobre — Lula move-se para o que supõe ser seu lugar “natural”. É acompanhar a China e a Rússia na contestação da hegemonia americana.

MENOS OPÇÕES – O primeiro resultado prático dessa postura é diminuir, e não aumentar, as opções para uma potência média regional com escassa capacidade de projetar poder, como é a situação do Brasil. Ainda por cima dependente de mercados na Ásia e de insumos de todo tipo oriundos de países da ainda existente aliança ocidental capitaneada pelos Estados Unidos.

 O segundo é condenar à irrelevância também o papel de “liderança global” que Lula pretendeu assumir desde o início de seu atual mandato. Por escolher um lado, jogou fora qualquer credencial de “mediador” em conflitos como o da Ucrânia — mas se acha “esperto” encostando-se no grupo de países que enxerga como “vencedores” (Rússia e China).

Por não aderir a princípios, esvaziou a pretensão de ser ouvido como uma “voz” com autoridade para exigir respeito a eles. A voz dos fracos, como ele gosta de ser visto, vitimizada pela brutalidade dos fortes. O Brasil nunca dispôs de grandes poderes de coerção. Perdeu também o de persuasão.

8 thoughts on “No governo Lula, o Brasil continua perdendo projeção internacional

  1. Quando terão a certeza de que isso tudo faz parte de uma agenda internacional nefasta e tomarão as devidas providências contra tais alçados traidores e subversivos?
    Quem defende nossa Pátria?

    • Os mesmos mandantes que alçando servos, freiaram Cuba, Paraguai, Argentina, Venezuela, Colombia, Perú, Nicaragua, Chile, Uruguai e ininterruptamente o Brasil, o fazem por uma só razão e aproveitando a ralé de seus servos garantidos como fraternos inimputáveis!
      Gente doente e obtusa!

  2. Lá atrás eu disse da necessidade de um amigo sincero explicar ao Lula sua atual e real condição cognitiva, mental e geopolítica para ele se enquadrar na sua realidade.
    Por isso me permito, mais uma vez, republicar minha Cartinha ao Lula VII:

    CARTINHAS PARA O LULA VII
    Lula, sinto muito, como diz um companheiro de TT, acabou o amor, de verdade, tive esperanças que você conservasse aquele tirocínio de malandro que te levou a ser sindicalista, amigo e cúmplice dos patrões ao mesmo tempo, a gritar por Diretas Já e frequentar o gabinete do Golbery, a te eleger presidente dos pobres e encher as burras dos banqueiros durante oito anos, a enganar os socialistas europeus fazendo-te passar por um Lech Walesa tupiniquim, e ainda sair com 80% de aprovação.

    Que aconteceu? Os 580dias foram demais ou foi a Janja que está te desequilibrando? Você está bem? Tem certeza que está no controle da fala? Está rejeitando assessoria política, diplomática (Amorim não serve) ou de Comunicação? Está avaliando o feedback de suas falas e decisões?

    A gente sabe que você é matreiro, velhaco, falso sem caráter, mas burro você não era, sabia passar uma imagem de falsa seriedade e compostura com essa lábia que Deus te deu, mas agora desandou, com toda sua amoralidade e torpeza, você está dando shows de grosseria, ignorância e incompetência.

    Briga de comadres com o Banco Central do país? Expansão indesejável da máquina pública e correspondente custeio? Nepotismo e compadrio como parâmetro para cargos? Arrogante aumento do Orçamento Secreto que você usou como trampolim eleitoral? Negação da prática da lista tríplice na escolha do PGR? O ícone dos advogados defensores de corruptos para ministro do STF? Ofensas grosseiras a um funcionário que cumpriu seu dever pondo na cadeia um ladrão do povo brasileiro? VOCÊ ENLOQUECEU!

    Um Velho na Janela
    Enviado por Um Velho na Janela em 23/03/2023

  3. Nunca fomos grande coisa, porém agora, somos nada.
    A referencia da América do Sul sempre foi a Argentina, por maior que sempre fomos.
    O problema é que nós não nos respeitamos, somos pobres e temos o despudor de sair gritando pelo mundo a nossa condição.
    Sair ai pelos organismos internacionais de chapéu na mão pedindo esmola, só nos degrada, passamos a ser considerados indigentes e gente menor valor.
    Um pouco mais de orgulho a esta nossa nacionalidade, tão em baixa no mundo, até nos faria bem, mas as nossas autoridades tem que perder essa mania de ir chorar miséria onde quer que vão.
    Podemos ser pobres, mas vamos ter dignidade.

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