William Waack
Estadão
Lula se considera numa queda de braço com “o mercado”, que é para ele um sujeito oculto agindo das sombras para sabotar seu governo. Pretende prevalecer apostando no próprio instinto, nas memórias que são pura imaginação de mandatos anteriores e na imensa estima pela própria sagacidade política.
Na verdade Lula está brigando com os dados de uma realidade que ele percebe de maneira totalmente diversa dos agentes econômicos. Estes obedecem a expectativas que são o valor estimado de seus ativos no futuro. Consideram que vão perder dinheiro com as decisões políticas que moldam a atual política fiscal/econômica.
FORA DA REALIDADE – É sempre um problema perigoso para o personagem político quando não percebe que a realidade impedirá que se realize sua visão política.
É o ponto ao qual vamos chegar – nas expectativas dos agentes de mercado, manifestadas nos juros futuros, já chegamos.
O mundo lá fora (economia mundial) e aqui dentro (relações de forças entre os poderes) mudou substancialmente desde o Lula 1, o período no qual estacionaram as memórias do presidente. A primeiro fator ele nunca controlou, o segundo o deixou sob controle do Legislativo, que sequer a aliança com o Judiciário consegue contornar.
VISÃO EQUIVOCADA – A visão política que Lula tem da economia é a de que seu principal motor é o incentivo ao consumo, via transferência de renda e oferta de crédito. Além dos “planos” setoriais desenhados, dirigidos e financiados pelo Estado. Essa combinação, na visão de Lula, produz o moto perpétuo da popularidade e vitórias eleitorais.
Como explicar, então, que as expectativas dos agentes de economia se alinhavam com essa fórmula acima décadas atrás e agora não mais?
É a constatação de que fatores fundamentais, como demografia, produtividade estagnada e sistema político disfuncional impedem hoje a realização da “visão política” da economia da qual Lula é incapaz de se libertar.
DESASTRE DILMISTA – Lula deixou claro antes de se eleger que insistiria no que levou ao desastre dilmista, que ele não percebe como consequência de sua fórmula mas, sim, como a interrupção forçada de uma trajetória vitoriosa — um “golpe”. Ao reiterar, como faz todo dia, que não abandona a rota habitual, Lula diz aos agentes econômicos que não existe acordo com eles sobre sequer o que são os fatos.
O que ele disputa é que exista uma “lei da gravidade” em matéria de política econômica, que exista uma “verdade” que se deva respeitar. De fato, as categorias nas quais Lula opera são exclusivamente políticas. E nelas, como diriam os velhos marxistas, visões políticas fracassam quando não existem as condições objetivas para sua realização.
É isso que os agentes econômicos enxergam, e Lula não.
Legado de Lula e Marina: Área queimada no Brasil em 2024 bate recorde histórico
Com Lula e Marina no governo, área devastada por incêndios no Brasil é a maior desde o início de medição em 2019.
O país queimou literalmente em 2024 com despreparo e inoperância do governo.
De janeiro a novembro, a área destruída por fogo no Brasil em 2024 subiu 90% ante o mesmo período de 2023, indo de 156.448 km² a 297.680 km² —o equivalente ao território do Rio Grande do Sul.
É o maior número desde 2019, início da série do Monitor do Fogo do Mapbiomas, que divulgou os dados deste ano na segunda (16).
A expansão (…) evidencia falta de preparo do poder público para enfrentar o problema. Em 2023, a amazônia foi sufocada por fumaça.
O Governo deveria ter se antecipado com alocação de recursos para prevenção e combate ao fogo. Mas os dados indicam que isso não ocorreu.
Além do fogo do desmatamento produzido pela agropecuária, as queimadas são impulsionadas por garimpo e abertura de pastagens e estradas que elevam a incidência de luz solar e vento nas matas.
Em setembro, o mês de maior destruição ambiental pelas chamas (106.535 km²), gestores públicos estavam perdidos. O que se viu foi uma reação atabalhoada.
O governo Lula (PT) anunciou a criação de uma autoridade climática, promessa de campanha que até hoje nem chegou ao papel.
Não é com populismo penal, canetadas do Judiciário ou ações em cima da hora que se combatem os efeitos do aquecimento global, mas com políticas contínuas e integradas de adaptação à mudança climática —que, no caso em tela, incluem contenção da degradação das florestas e respostas céleres em emergências.
Fonte: Folha de S. Paulo, Opinião, 18.dez.2024 às 22h00 Por Editorial
E o que o articulista propõe? O setor privado sozinho, consegue fazer o país crescer?
Só corte de benefícios sociais resolve?
Poxa senhores Jorge Beja e Carlos Newton , nos ajude , nós aposentados e ativos da Petrobras , estamos pagando de nossas aposentadorias e salários desde 2018 um tal equacionamento da ” PETROS ” relativo a roubalheira que houve na Petrobras no governo Lula , Dilma , agravando-se no governo Michel Tremer a época era temporário por 18 anos , e do nada Paulo Guedes da era do presidente JMB transformou em vitalício , sendo que nós vitimas sequer sabemos para onde de fato esta indo essa dinheirama de tamanha ” EXTORSÃO ” , com o agravante de que todo ano aumentam os valores dos descontos , sem nada em troca .
https://oglobo.globo.com/blogs/malu-gaspar/post/2024/12/conselheiros-da-petros-reagem-a-indicacao-de-vaccari-e-tentam-restringir-poderes-de-diretoria.ghtml
O “Barba” é filho do mercado.