Dora Kramer
Folha
É difícil compreender o que quis dizer o presidente da República em sua nova estratégia de comunicação ao patrocinar um ato estreito na praça dos Três Poderes para marcar a passagem dos idos de 8 de janeiro de 2023.
Bandeiras vermelhas, convocação dos movimentos da base social do governo, um abraço na democracia escrita em flores, com as ausências significativas dos que não foram à cerimônia de pouco antes no palácio e outros que lá estavam, mas não desceram a rampa porque o ritual tinha um lado marcado.
FESTA DA ESQUERDA – Era uma festa da esquerda, assim foi dito e assim foi feito numa apropriação indevida do que ali deveria se assinalar: a celebração da resistência democrático/institucional, valor pertencente a todos os brasileiros.
Quase a totalidade (86%) havia acabado de registrar em pesquisa do instituto Quaest seu repúdio ao motim, guiados não por preferências ideológicas e/ou eleitorais, mas pela consciência de ser esse o regime garantidor da legalidade.
Dos eleitores de Jair Bolsonaro em 2022, 85% condenaram, o que já os inclui entre os que não querem ver repetidos episódios de sedição.
SÃO DE DIREITA – Essas pessoas se identificam como de direita. Residentes, portanto, dentro do campo ideológico compartilhado com gente de centro, de esquerda e demais matizes existentes na seara das liberdades políticas.
Quando são excluídas, jogadas na vala do fascismo sem que lhes seja permitida a nuance de opinião a separá-las dos selvagens instrumentalizados por um déspota pouco esclarecido, é de se perguntar do que falamos quando nos postamos na defesa inamovível do Estado de Direito.
SEM DEMOCRACIA – A que democracia se refere o PT, partido no poder, que regeu o ato desta terça-feira e três dias depois se fez representar por quatro correligionários na fraudulenta posse do ditador venezuelano Nicolás Maduro? Acata um conceito absoluto ou se rende a uma noção relativista adaptada ao sabor das simpatias?
A questão é um dos itens que requer resposta em nome da saúde da pretendida melhoria do diálogo do governo com a sociedade. Sejam seus cidadãos de que partido forem.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Logo após tomar posse, o tirano Nicolás Maduro decidiu fechar a fronteira do país sul-americano com o Brasil, junto à cidade de Pacaraima, em Roraima. Militares da guarda venezuelana restringiram o tráfego de veículos na rodovia e se posicionaram ostensivamente no limite com o Brasil, para evitar que mais venezuelanos atravessem para o Brasil. (C.N.)
A “Fronteira da Vergonha”, lembra “O Muro”!
De onde vem a força de Maduro?
Creio que dos cartéis de produtores/exportadores!
Tem gente acreditando que o Painho seja democrata ou pior, que saiba o que seja isto.
A nossa Democracia com estes seus defensores, encontra-se no CTI.
Estamos no pior momento politico pós Ditadura.
Office-boy das oligarquias econômicas, o PT, muito (“progressista”) fundou a Velha República Tardia, cuja diferença é ser, mantenedora, pior, aprofundadora dos males da Velha
original.
Com uma diferença enorme tornou-se Politica de Estado.
Os velhos coronéis oligarcas tinham a oposição da esquerda, quando havia. Hoje até a academia normalizou os males estruturais: patrimonialismo, assistencialismo, clientelismo, corrupção, privatização do Estado et. alli.
Faltou à República Velha um Painho com cores de esquerda.
Mudar para manter. A enxada tornou-se uma carteira do CadÚnico.
Coronelismo, enxada e voto com vistas pro mar. Pra eles, é claro.
Um adendo.
Ou o que é o lulobolsonarismo.
https://www.youtube.com/watch?v=jDN1tt_0wcY
Adendo.
A oligarquia estal patrimonialista petista, dispensada pela Justiça o sufixo “clepto”, era office-boy da oligarquia econômica empreiteirista. Com sua derrocada acreditamcque conquistaram o poder e que o Estado tornou-se autónomo face aocque interessa em ultima instância: as forças produtivas.
Pelo visto, vão saber o seu lugar de novo, numa dilmada III e meia, quando quebrarem o país de novo.
O Lules não tem mais isade pra receber o prêmio, a Presidência do Banco do BRICS.
Era uma vez uma farsa na Venezuela?
Maduro é o que é, mas a oposição também não é lá essas coisas.
Com a ‘cassação’ de sua candidatura presidencial, a deputada Corina Machado, opositora (de araque) do ditador Maduro, lançou então, a presidente, o diplomata aposentado González Urrutia, como fantoche seu.
Após Maduro se autoproclamar reeleito, Corina anunciou que o eleito tinha sido o González, que foi ‘perseguido’ pela ditadura chavista, se ‘exilou na Espanha e foi impedido de tomar posse, como se sabe.
Mas em quem se deve prestar atenção aqui, aproximando mais a lente, não é no ditador Maduro, nem no fantoche González, mas nessa tal de Corina.
Curiosamente, ela se posiciona para a mídia e para o povo venezuelano como principal opositora de Maduro, sofre algumas ‘repreensões’ do regime chavista, como ‘impedimento’ de candidatura por ocultação de patrimônio, mas a rigor não é presa, não precisa se exilar etc., está sempre por ali numa boa.
Ontem, por ocasião da posse de Maduro, participando de uma manifestação oposicionista teria sido teatralmente ‘presa’ ou ‘interceptada’, como se anunciou para a mídia, mas logo após foi ‘liberada’, sem maiores problemas.
Fica a impressão de que ela entretém os venezuelanos contrários à ditadura lá reinante, mas, por trás das cortinas, ‘negociaria’ interesses seus com o regime de Maduro, assim como o barba negociava aqui com o regime militar na época.
Bem falado!
Você achou um furo na embarcação deles.
Há mais mistérios nessa doutrina porca do que ousa sonhar a filosofia dos oprimidos.
Maduro e Barba são abortos clandestinos de uma filosofia utópica.