David French
The New York Times
O bom senso constitucional prevaleceu. Na manhã desta sexta-feira (17), uma Suprema Corte unânime manteve a Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas por Adversários Estrangeiros, que efetivamente proibirá o TikTok nos Estados Unidos, a menos que se desfaça do controle chinês.
A opinião do tribunal foi simples e direta. Primeiro, levantou dúvidas sobre se a Primeira Emenda sequer se aplicava ao caso. A lei regula o controle estrangeiro da plataforma e não se aplica diretamente a nenhum dos conteúdos.
PRIMEIRA EMENDA – Mas o tribunal assumiu que a Primeira Emenda se aplicava e analisou o caso usando princípios da Primeira Emenda. O elemento chave do raciocínio do tribunal foi o reconhecimento de que a proibição era “neutra em relação ao conteúdo”, o que significa que não visava nenhuma das expressões existentes na plataforma.
Visava, em vez disso, o controle da plataforma e o controle das informações pessoais que o TikTok coleta através da plataforma.
E, nesse caso, o tribunal reconheceu os significativos riscos à segurança nacional em permitir que uma potência estrangeira hostil tivesse tanto acesso direto à praça pública americana e tanto acesso às informações pessoais dos americanos.
APOSTA ARRISCADA – O argumento de que o Congresso não poderia regular o controle chinês do TikTok sempre foi uma aposta constitucional arriscada. Nunca houve uma boa chance de que o TikTok prevalecesse no tribunal, mas não houve movimentos significativos para vender a empresa —pelo menos ainda não.
Em vez disso, o TikTok parece ter apostado todas as suas fichas na mesa política. O presidente eleito Donald Trump se opõe à proibição e pode tentar contorná-la com uma ordem executiva.
O presidente Joe Biden teria dito que não a aplicará antes de Trump assumir o cargo. Cerca de 170 milhões de americanos usam o aplicativo, e muitos políticos parecem estar percebendo que os usuários do TikTok não ficarão felizes se e quando seu aplicativo ficar fora do ar.
TESTE DE SEGURANÇA – Republicanos e democratas devem manter sua posição. De muitas maneiras, a proibição é um teste de QI de segurança nacional virtual. Por que uma nação racional daria ao seu inimigo mais perigoso um acesso tão abrangente aos dados americanos?
Como já escrevi, não é difícil imaginar cenários em que a China poderia usar o aplicativo para semear caos e confusão através de chantagem e enviando ondas de desinformação e propaganda para os lares americanos.
Os americanos estão lentamente despertando para a realidade de que estamos em uma guerra fria com a China. Mas o momento em que o TikTok desaparecer de seus telefones pode marcar um ponto de virada mais tangível. O velho mundo de cooperação está realmente acabado. A nova era de competição começou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A meu ver, a guerra fria nunca deixou de existir, ela apenas moveu seu eixo principal, que antes era a União Soviética e a Cortina de Ferro e agora passou a ser a China e a Rússia, nesta ordem, em função da importância no comércio e nas relações mundiais, em que os chineses exibem uma habilidade diplomática superior à dos russos. (C.N.).
A China esta sendo paga com a mesma moeda.
Não há dúvida de que sem os investimentos “imperialistas” na China, esta não alcançaria o grau de desenvolvimento que tem agora.
A partir de 1990 as seguintes empresas instalaram-se na China: Apple, Microsoft, Intel, Google, Qualcomm, General Motors (GM), Ford, Tesla, Walmart, McDonald’s, Starbucks, KFC (Yum! Brands), Caterpillar, ExxonMobil, Chevron, Pfizer, Johnson & Johnson, Merck, Goldman Sachs, J.P. Morgan, Citibank, Disney, Netflix, Boeing, 3M.
Em 2022-2023, a ordem dos cinco principais países com mais estudantes nos EUA foram: China, Índia, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Canadá. Sendo que os estudantes chineses eram 2.900 nas seguintes áreas: Arte e Design, Ciências Sociais, Economia, Matemática, Ciências Físicas, Negócios, MBA, Tecnologia, Ciências da Computação, Engenharia, Ciências Exatas.
Ou seja, ao invés da dar que vítimas do “imperialismo”, a China absorveu a Educação e Tecnologia norte-americanas.
O pulo do gato é que não se restringiu a, tão somente fornecer mão-obra-barata como nossos países “progressistas”, sendo que atualmente bate quase pau a pau com os EUA, que talvez pensavam que a liberalização da Economia teria a respectiva liberalização política.
Ledo engano, assim como nossa oligarquia estatal patrimonialista, o partido único “comunista”, jamais abrirá mão da boa vida advinda da extração da mais valia absolutíssima.
Embora questão trata-se envolve espionagem industrial o Trump não é louco de dar um cavalo de pau na interdependência ambos, tanto que convidou seu amiguinho chinês pra sua posse, que mandará só representante.
A questão em jogo não é censura, como alardeiam os fundamentalistas lulistas totalitaristas:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64336494
… 290.00 estudantes …
Tocou em importantes fundamentos econômicos da história contemporânea da China.
Não seria o caso de a China retribuir na base da ” RECIPROCIDADE ” sem recorrer a argumentos falsos e proibir todas as redes sociais norte -americanas de atuarem em seu território, uma vez que as rede sociais norte-americanas comprovadamente coletam informações de seus usuários nos países onde atuam e as repassam para o governo dos EUA , ou seja , fazem exatamente o mesmo atribuído a ” Plataforma social Tik Tok , sediado na China , omitindo de seu povo a questão ” mercadológica e concorrencial ” o verdadeiro ” nó górdio ” da questão , deixando mais de 100 milhões de usuários na mão e sem opção de livre escolha , uma vez que as redes sociais norte-americanas comprovadamente não são páreas para a rede social TikTok Chinesa, por isso tramaram sua expulsão dos EUA .
Adendos, em:
https://www.espada.eti.br/n2046.asp
Argúcia no trabalho, produção, comercialização mesclada com sabedoria chinesa
Trump sabe que a China caminha para ser a maior potência mundial, e não bateria de frente com os chineses, que um dia trabalharam praticamente como escravos na formação da estrutura dos Estados Unidos, construindo ferrovias, nas minas de minérios, na extração do petróleo etc.
Ele é também sabedor de que o fim dos EUA, como é conhecido hoje, se dará no momento em o governo chinês valorizar o Yuan e a moeda chinesa ultrapassar o valor do dólar americano no mercado financeiro mundial.
A China tem mantido estrategicamente o yuan desvalorizado há anos para impulsionar as exportações, tornando seus produtos mais competitivos globalmente e especialmente em relação ao dólar, e para estimular o crescimento econômico e manter o domínio na exportação em massa do País.