O impacto da taxação de aço e alumínio brasileiros por Trump

Situação pode gerar um confronto diplomático com os EUA

Pedro do Coutto

O presidente americano Donald Trump anunciou que iria impor tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros a partir desta segunda-feira, e com a medida atingirá diretamente as exportações do Brasil para o mercado norte-americano. A ação gerou repercussões negativas na economia nacional e poderá impactar no aumento dos preços tanto internamente quanto na redução da produção. Economicamente, o aço e o alumínio vão ficar mais caros, pois exportaremos menos e produziremos menos.

Com isso, o Brasil enfrentará uma sobrecarga interna desses produtos, o que levaria a uma queda nos preços domésticos, impactando diretamente a indústria e o mercado de trabalho. Diante deste cenário, poderemos assistir a uma série de desdobramentos negativos para a economia brasileira, refletidos por menos crescimento, menos arrecadação e menos emprego. Da mesma forma, a taxação pode ainda levar o Brasil a buscar uma solução no âmbito da Organização Mundial do Comércio, onde poderá processar os Estados Unidos e exigir reparações.

TENSÕES DIPLOMÁTICAS – Além do impacto econômico, a medida pode acirrar as tensões diplomáticas entre os dois países, uma vez com os Estados Unidos fazendo a primeira agressão econômica, a resposta do governo brasileiro poderá vir a seguir em uma escalada que não convém a ninguém e uma disputa comercial só trará prejuízos para ambos os lados. Ou seja, uma briga na qual todos saem perdendo.

Por um lado, a taxação também traz à tona uma nova dinâmica geopolítica, pois o governo americano está se isolando no cenário global. É uma oportunidade para o Brasil fortalecer os laços com Europa e Ásia, demonstrando que a ação de Trump pode se revelar um tiro no pé.

Ao mesmo tempo, em relação à competitividade da indústria brasileira, o Brasil é mais eficiente na produção de aço e alumínio do que os EUA. Eles não conseguem produzir aos mesmos preços brasileiros, uma vez que somos mais eficientes. No fundo da questão, a taxação visa proteger os industriais norte-americanos e não a indústria dos Estados Unidos. No entanto, a longo prazo, os impactos dessa decisão devem ser sentidos tanto no campo econômico quanto no campo diplomático. Por fim, resta saber como os governos reagirão a essa escalada de tensões e quais serão as medidas do Brasil na OMC.

13 thoughts on “O impacto da taxação de aço e alumínio brasileiros por Trump

  1. Vamos aguardar as respostas do Painho, que disse que eventual vitória do Trump seria a volta do “fascismo e nazismo com outra cara”.

    Será que vai consultar a Janja, que mandou Musk tomar?

    Vai colocar em ação seu delírio de grandeza?

  2. O buraco é mais embaixo ainda, segundo o twitter abaixo, que reproduzo:

    “A Casa Branca mandou há pouco (01h04) a íntegra da Ordem Executiva assinada por Donald Trump sobre importação de aço. O Brasil é citado nominalmente.

    O texto cita o acordo feito com diversos países em 2018, incluindo o Brasil.

    No caso brasileiro, a ordem salienta que, mesmo com o acordo com os EUA, as importações brasileiras de aço oriundo da China cresceram “tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste acordo de cota”.

    Por fim, o texto diz que os atuais acordos com esses países (Brasil entre eles) “ameaçam a segurança nacional” dos EUA e devem ser terminados até o dia 12 de março.”

    Ou aceita as tarifas ou tem o Acordo desfeito.

  3. Ainda há gente que compara Trump com Milei ou qualquer outro de direita liberal. 25% sobre todas as importações de aço derivados ou processados ou alterados, para favorecer a indústria americana (para mim, coerente com seu discurso nacionalista).

    “As disposições da Proclamação 9740 com relação às importações de artigos de aço da Coreia do Sul; Proclamação 9759 com relação às importações de artigos de aço da Argentina, Austrália e Brasil; Proclamação 10064 com relação às importações de artigos de aço do Brasil; Proclamação 9894 com relação às importações de artigos de aço do Canadá e México; Proclamação 10783 com relação às importações de artigos de aço do México; Proclamação 10328 e Proclamação 10691 com relação às importações de artigos de aço e artigos de aço derivados da UE; Proclamação 10356 com relação às importações de artigos de aço e artigos de aço derivados do Japão; Proclamação 10406 ​​com relação às importações de artigos de aço e artigos de aço derivados do Reino Unido; e a Proclamação 10403, Proclamação 10558 e Proclamação 10771 com relação a artigos de aço e artigos de aço derivados da Ucrânia serão ineficazes a partir de 00:01, horário do leste, em 12 de março de 2025. As disposições da cláusula 1 da Proclamação 9740, conforme aplicável às importações de artigos de aço ou artigos de aço derivados da Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul e países-membros da UE serão ineficazes a partir de 00:01, horário do leste, em 12 de março de 2025.”

    ” (xi) de todos os países em ou após 12:01 am, horário do leste, em 12 de março de 2025, a menos que suspenso.”

    https://www.whitehouse.gov/presidential-actions/2025/02/adjusting-imports-of-steel-into-the-united-states/

  4. Deixa ver se eu entendi, quer dizer que o Trump altera unilateralmente as condições de tratados comercias celebrados com seis países e mais os vinte e sete da União Europeia e dá prazo de 30 dias para vigorarem?
    Sei lá, considerando que fora de qualquer dúvida, o Cenourão é um egomaníaco que acredita ser estadista, pode ser que esteja tentando aplicar a mesma tática que usou com Colombia, México, Canadá, etc., ameaçar forte e dar tempo para os ameaçados refletir e vir pedir arrego, rebaixando sue prestígio diplomático e nacional, concedendo algumas vantagens comerciais e fornecendo ao Louco a sensação de ser Imperador

  5. A tarifa de 25 por cento atingiu todos os países. Não é contra o Brasil. O foco principal e a importação de aço e alumínio oriundos da China.
    Só entrará em vigor em 12 de março. Até lá, há espaço para negociar.
    Até o amiguinho louquinho da Argentina, Javier Milei foi atingido.
    Milei, que de louco só tem um pouco, entrou na muda, logo ele, que é um grilo falante, que não pode ver um microfone, para deitar falação no palanque.

    Lula deve ficar calado e entrar na muda também, deixando para a Diplomacia, as negociações. O Itamaraty é craque nas negociações bilaterais.

    Trump vai recuar, porque a Indústria de Aço e Alumínio dos EUA é deficitária, portanto, sem condições de suprir o mercado interno, e tão, os preços irão aumentar gerando inflação, tudo que Trump não quer.

    O Brasil não tem superávit comercial com os EUA, que exporta para o Brasil uma enormidade de produtos manufaturados de alto valor agregado.

    E ainda temos a oportunidade para vender nossos produtos para outros mercados.

    Não é hora para bravatas nacionalistas, respondendo na mesma moeda, dando o palco que Trump deseja. Discutir com louco demonstra que o outro é louco igual a ele.

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