
Advogado gosta de aparecer e pode prejudicar o cliente
Francisco Leali
Estadão
Na volta do feriado da Semana Santa, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga mais um capítulo da denúncia sobre uma tentativa de Estado. Na primeira rodada, viraram réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete. Na segunda leva está o pessoal do segundo escalonamento golpista.
Estão nessa lista os ex-assessores da Presidência Filipe Martins e Marcelo Câmara; o general Mário Fernandes; o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques; o ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira; e a ex-subsecretária da pasta Marília de Alencar.
GERENTES DO GOLPE – Esses, segundo a denúncia da Procuradoria Geral da República, eram como gerentes do golpe. São descritos como ocupantes de “posições profissionais relevantes” responsáveis por coordenar forças policiais para apoiar a manutenção de Bolsonaro na cadeira de presidente.
De todos eles, um ocupa situação de relevância e deve figurar como o protagonista no julgamento que está marcado para começar no STF no dia 22. Filipe Martins, o ex-assessor de assuntos internacionais, é aquele que já foi acusado de fazer gestos da supremacia branca em visita ao Congresso. É o mesmo que reverberou no Palácio do Planalto as ideias do guru Olavo de Carvalho.
Na denúncia em julgamento, Martins é o responsável por colocar na mesa de Bolsonaro a minuta do golpe. A ele é atribuído a redação do texto que previa a anulação da eleição e prisão do eleito Lula e também de ministros do STF como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
MINUTA DO GOLPE – O documento é uma prova que materializa as ideias de rompimento da ordem democrática. É também o arremedo de um presidente que chegou a ser designado aos comandantes das Forças Armadas, mas só teve a adesão de um deles, o então chefe da Marinha.
Se Filipe Martins é candidato a estar no centro dos votos dos ministros, outro personagem se apresenta como postulante de algum protagonismo na sessão. O advogado Sebastião Coelho, defensor de Martins, é desembargador aposentado e vem atuando em duas frentes: a jurídica e a política. Em postura que difere da maioria dos advogados que atuam no processo – esses preferem se ater ao embate ortodoxo judicial – Sebastião Coelho copia os métodos bolsonaristas e usa as redes para, nas palavras dele, “denunciar” os abusos do Supremo.
ATITUDE NEGATIVA – Coelho foi o advogado que discursou no plenário do Supremo avisando aos ministros da Corte que eles eram pessoas “odiadas” em boa parte do País.
Há quem considere, no mundo jurídico, que advogado que ataca juiz está comprando briga com uma pessoa que vai definir se o cliente é ou não é culpado.
No caso de Filipe Martins, parece não haver outro destino que não o de virar réu e, mais tarde, também condenado. Tem-se, então, a alta probabilidade de o advogado voltar a peitar a Corte e acabar sendo repreendido pelos ministros da Primeira Turma.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nos escritórios de advocacia onde trabalhei, aprendi que não se pode provocar juiz. Muito pelo contrário, é preciso sempre elogiar o magistrado, apontando os erros dele como simples “lapsos”. Assim, se não trocar de advogado, Filipe Martins pode acabar sendo condenado, embora as provas contra ele sejam apenas circunstanciais, sem materialidade. Dizer que ele era um dos “gerentes do golpe”, responsáveis por “coordenar forças policiais”, é uma tremenda Piada do Ano! Mas quem se interessa? (CN)
Acho que temos de acabar com essa imagem antiga de quem manda numa cidade eram o padre, o juiz e o prefeito. O tempo mudou, acho que essa turma de juízes são uns anacrônicos, se julgam superiores. São um cidadão como qualquer outro.
“Alcoviteiro Conglomerado”, conforme:
https://www.espada.eti.br/ce1073.asp
O brasileiro Hugo Calderano é Campeão Mundial de Tenis de Mesa !!!!!
O que deve fazer a defesa quando o juiz viola todas as leis para prender e torturar o seu cliente, obrigando-o a confessar crimes que nunca cometeu?
Não fossem homens como o Dr Sebastião, os abusos do psicopata assassino Xandão do PCC estariam escondidos até hoje pela imprensa prostituída. A coragem desses poucos advogados, aliados ao jornalismo decente (aTI foi das primeiras a criticar os excessos do abusador), levou os cúmplices do criminoso serial a discordar dos seus métodos.
Se é assim CN, onde esta a justiça?