
Não há razões consistentes para questionar o sistema Pix
Pedro do Coutto
A decisão do presidente Donald Trump de intensificar sua política tarifária contra o Brasil, incluindo agora menções à movimentação do Pix e até ao comércio informal da Rua 25 de Março, em São Paulo, expõe uma escalada de tensões que ultrapassa os limites da lógica comercial. Reportagem de O Globo traz à tona um cenário que, além de surreal, tangencia perigosamente a violação de soberanias e o uso do protecionismo como ferramenta de intimidação geopolítica.
De fato, a popularidade do presidente Lula da Silva experimentou uma alta expressiva desde o início da retaliação americana. A imagem de um chefe de Estado defendendo os interesses nacionais contra uma superpotência tem, historicamente, forte apelo no Brasil. Ao se posicionar contra o chamado “tarifaço” de 50% anunciado por Trump — que entra em vigor no próximo dia 1º de agosto — Lula parece ter conquistado não apenas apoio institucional, mas também adesão popular.
SISTEMA PIX – O que causa estranhamento — ou perplexidade — é a alegada investigação norte-americana sobre o sistema Pix e a Rua 25 de Março. Trata-se de uma via tradicional de comércio popular na capital paulista, conhecida por seu dinamismo, informalidade e acessibilidade a produtos de baixo custo. Qual seria o interesse de Washington em um centro comercial que sequer exporta produtos para os Estados Unidos?
Segundo apurou a reportagem, nem mesmo diplomatas ou analistas do Itamaraty conseguem compreender a lógica dessa investida. O próprio ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reagiu duramente: “Estamos diante de uma intromissão absolutamente indevida”.
Sob o pretexto de combater práticas que, segundo o governo americano, “ameaçam a competitividade e segurança econômica” dos EUA, Trump parece usar a política tarifária como instrumento de pressão política. No entanto, o argumento desmorona diante da realidade: o comércio popular da 25 de Março não influencia as exportações brasileiras de aço, alumínio, produtos agrícolas ou qualquer outro item sob tarifação. Trata-se de uma economia essencialmente interna, de sobrevivência, longe do radar geoeconômico internacional.
NARRATIVAS – O episódio reflete uma estratégia mais ampla de Donald Trump em seu segundo mandato: construir narrativas de confronto internacional como meio de reforçar sua retórica nacionalista. Em 2018, adotou medidas semelhantes contra China, Canadá e União Europeia, todas revestidas de um discurso de “America First”, ainda que seus efeitos, por vezes, tenham ferido mais consumidores americanos do que adversários comerciais.
Nesse novo capítulo com o Brasil, as consequências são duplas. De um lado, há o impacto direto no agronegócio, no setor metalúrgico e na indústria de transformação, que dependem fortemente do mercado americano. De outro, a retórica hostil fortalece o discurso nacionalista no Brasil e amplia a coesão política em torno de Lula — um efeito colateral que talvez Trump não tenha previsto.
MODERAÇÃO – A crise, porém, está longe de ser apenas retórica. A entrada em vigor da tarifa pode gerar uma perda bilionária ao Brasil em menos de seis meses, enquanto organizações empresariais dos dois países pedem moderação e diálogo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a US Chamber of Commerce têm feito apelos conjuntos por uma renegociação, reconhecendo que a medida é prejudicial para ambos os lados.
Em resumo, a ameaça tarifária de Trump contra o Brasil revela não apenas um embate econômico, mas um jogo político de alto risco. Ao mirar no Pix e na 25 de Março, o presidente norte-americano parece desferir mais um golpe simbólico do que efetivo. Mas, como toda política simbólica, seus efeitos não devem ser subestimados: eles moldam percepções, inflamam debates e alteram rumos eleitorais.
O Brasil, por ora, responde com diplomacia firme. E Lula, com isso, colhe dividendos de imagem — o que, convenhamos, em política, vale tanto quanto um acordo comercial bem-sucedido.
O sr. Pedro possui um estilo de escrita que muito me agrada.
Só não tem lógica para os amestrados. O pior ainda está por vir!
Quem acompanha as movimentações geopolíticas do mundo, percebe claramente que estamos caminhando para a terceira guerra mundial. EUA estão perdendo o trono do mundo monopolar dividindo o seu poder com demais países que vão além de Rússia e China. Europa está se rearmando, podemos ter esse conflito nos próximos 5 – 10 anos e vamos sofrer as consequências por não pensar no Brasil e ficar nessa luta de divisão esquerda direita.
Teremos problemas a frente ? Com certeza pois somos dependentes do diesel e fertilizantes de origem majoritária russa. Isso já foi apontando a 6 anos atrás e nada foi feito. Deveríamos estar criando uma estrutura para suprir o nosso mercado interno. O Brasil precisa de plano de desenvolvimento, plano de defesa nacional e os Houthis nos ensinam que não precisa de um investimento milionário para isso. Os Houthis derrotaram a maior (eu acredito que hoje seja a segunda maior) marinha do mundo sem ter um único navio.
Edward Bolsotraíra sugere ação militar dos Estados Unidos contra o Brasil.
Imitando a loucura e inconsequência do pai covarde bravateiro:
“Quando acaba a saliva, partimos para a pólvora”
“O porta-aviões americano chegará ao lago Paranoá mais facilmente do que diplomatas brasileiros serem recebidos nos Estados Unidos”
“Parlamentares judeus, salvem o meu puapuai!!”
O moleque quarentão que afirmou que fecha o STF com apenas um cabo e um soldado está perdendo a noção do ridículo com o titio Trump.
Edward, traumatizado pelo tamanho da própria banana, está pedindo para não ser eleito mais nem para síndico do andar do bloco do condomínio.
Os narcisistas amalucados de Brasília estão vencendo a disputa de que mete o doido com mais concretude por enquanto.
“..de uma via tradicional de comércio popular na capital paulista, conhecida por seu dinamismo, informalidade e acessibilidade a produtos de baixo custo…””
Com certeza o Sr. Pedro não conhece a 25 de Março