Crise com governo Trump empurra o Brasil para uma perigosa escolha

Tarifa de Trump é trunfo ou derrota para Lula?

Ninguém sabe se a tarifa alta atrapalha ou favorece Lula

William Waack
Estadão

Representantes de setores da economia que já tiveram conversas nos Estados Unidos em torno do tarifaço têm feito relatos coincidentes. Os americanos não conseguem dizer exatamente até onde querem chegar. E a China é a formidável sombra pairando sobre a crise.

Trump menciona Brasil indiretamente: “Alguns países com quem não estamos nos dando pagarão 50%”. Até onde já se chegou é um bom exemplo da falta de senso estratégico por parte de Donald Trump. Seu ataque a instituições brasileiras equivale a propor um “regime change”. Trazendo até aqui benefícios políticos ao incumbente Lula, além de rachar e isolar setores da oposição ao governo brasileiro.

EFEITO CHINA – Os entes privados brasileiros que conversaram em Washington – o governo não tem conseguido falar com ninguém – colocam no topo da motivação da conduta americana a rivalidade com a China.

O componente ideológico (leia-se salvar Bolsonaro) também está subordinado a essa prioridade, por ser uma ferramenta de pressão, via tarifas e sanções, sobre um “regime” (o brasileiro) que, aos olhos de Washington, age em conjunto com a China.

Nesse sentido, o primitivismo estratégico de Trump é contraproducente. O presidente americano conseguiu fazer a China parecer um parceiro muito mais confiável e estável do que os Estados Unidos. E isto vale em escala ainda maior para o Brasil, dado o componente altamente ideologizado da política externa de Lula.

CHARME CHINÊS – Desde o tarifaço há evidências de que a China aumentou sua ofensiva de charme no Brasil. O governo chinês está oferecendo a figuras representativas do agro, por exemplo, garantia de compra de exportações brasileiras e investimentos nos gargalos de logística do setor. Os chineses voltaram a falar na possibilidade do Brasil aderir à Rota da Seda.

No delicado campo da defesa, os chineses oferecem ao Exército brasileiro a compra de armamento pesado, abrindo até mesmo a possibilidade de adquirir tecnologias de emprego de inteligência artificial em veículos de combate.

O grande conglomerado industrial de defesa chinês, a Norinco, tem planos para produzir na Bahia, de onde vem o ministro-chefe da Casa Civil.

TREINAMENTO CONJUNTO – Ocorre que o Exército acaba de adquirir helicópteros Black Hawk e mísseis antitanque “Javelin” dos Estados Unidos, país com o qual em breve haverá exercícios de treinamento conjunto com a presença de tropas americanas no território brasileiro.

Oficiais generais brasileiros literalmente perderam o sono com a possibilidade de que a crise com os Estados Unidos se espalhe para esse setor – evita-se até conversar com Lula a respeito.

Por desígnio ou por incapacidade, o governo Lula não tem canais institucionais abertos com os Estados Unidos num momento crucial para os interesses nacionais. Acha que a crise o reelege. Não percebe que o Brasil está sendo empurrado, também com a ajuda do clã Bolsonaro, para uma escolha de Sofia da qual é fundamental escapar.

13 thoughts on “Crise com governo Trump empurra o Brasil para uma perigosa escolha

  1. Agro estima perda de US$ 5,8 bilhões em exportações aos EUA com tarifa de 50%

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o agronegócio deixará de exportar US$ 5,8 bilhões aos Estados Unidos neste ano com a imposição da tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros.

    A projeção da confederação considera uma queda de 48% nos embarques de produtos do agronegócio ao mercado norte-americano ante os US$ 12,1 bilhões comercializados em 2024.

    O Estado de S. Paulo, Economia, 23/07/2025 | 16h40 Por Isadora Duarte (Broadcast)

  2. Intransigência de Lula e dos governadores aumenta custo das sanções

    Governos preparam resgate ($$$) de empresas afetadas pela guerra econômica de Trump, mas sem coordenação e com risco de sobreposição de iniciativas

    Vai custar caro. Essa é a única certeza em Brasília e nos Estados sobre os planos de socorro ($$$) estatal às empresas afetadas pelas sanções econômicas de Donald Trump.

    Fonte: Revista Veja, Política, 23 jul 2025, 13h19 – Por José Casado

  3. Um texto excepcional sobre a realidade de grande maioria dos brasileiros ante Lula e Bolsonaro:

    A maior expertise do bolsopetismo: aprisionar o país em patifarias

    É impressionante como grande parte da sociedade brasileira permite-se capturar por essa gente

    Eu imagino que 99,99% dos brasileiros, dos mais extremistas bolsonaristas aos mais radicais lulopetistas, não gostariam de ser, diariamente, “assaltados” por políticos e governantes, seja através da cobrança confiscatória de impostos, rachadinhas ou grandes escândalos de corrupção – mensalão, petrolão, INSS e afins.

    Imagino, também, que estes mesmos 99.99% de brasileiros ficariam abismados se tomassem conhecimento dos mais de 50 bilhões de reais que os parlamentares têm à disposição, anualmente, para suas emendas. Ou que estão prestes a aumentar o número de deputados federais e a aprovar o acúmulo de salários com as aposentadorias.

    Se 99.99% dos brasileiros se interessassem por problemas reais que abalam suas vidas, como saneamento básico – que falta a mais de 50% dos lares do país -, mobilidade, déficit público, juros, impostos, educação, saúde e segurança públicas, e cobrassem seus políticos, das duas, uma: ou odiariam os eleitos ou votariam melhor.

    Idolatria sem causa

    Porém, como 99.99% dos brasileiros preferem ou não se importar ou apenas se interessar por política por cunho estritamente ideológico, ou fórum para o exercício diário campal de suas frustrações e ódios, os políticos “deitam e rolam” no melhor dos mundos: entregam muito pouco ou quase nada, e ainda são amados e defendidos com fervor.

    Tudo porque, habilmente, e com um reforço de peso incalculável que é a internet, aprisionam a atenção da população em pautas extremamente passionais, e transformam todas as demais demandas da sociedade em debates secundários, canalizando as emoções populares única e exclusivamente para os temas que elegem.

    Em declaração pública e conjunta, parlamentares e líderes bolsonaristas – a senadora Damares à frente – avisaram: no Senado, agora a “única pauta” será o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Na Câmara, só se fala em “anistia ampla, geral e irrestrita”. O Brasil real e os 200 milhões de brasileiros que – como sempre! – se danem.

    Me engana que eu gosto

    Do lado do governo e da bancada da situação, a prioridade não é livrar o Brasil, de alguma forma, do tarifaço de Donald Trump. Ao contrário. Quanto pior, melhor. Não à toa o próprio presidente Lula investir em ataques e afrontas ao bufão alaranjado. Já os parlamentares lulopetistas, ocupam-se apenas em pedir a prisão de Eduardo e Jair Bolsonaro.

    É impressionante como grande parte da sociedade brasileira permite-se capturar por essa gente e liga o “foda-se” para as próprias vidas, deixando de lado seus interesses para atuar em prol daqueles que, literalmente, estão “cagando e andando” para ela. Pior. Passam a atacar, inclusive, quem não age da mesma maneira subalterna e contraproducente.

    Enquanto políticos bolsonaristas e lulopetistas hipnotizam suas manadas e empoderam cada vez mais os supremos togados, continuam curtindo a vida adoidado como as famílias Lula da Silva e Bolsonaro, com suas viagens, mordomias e o bom lugar cativo nos corações e mentes daqueles a quem tanto fazem mal.

    O Antagonista, Opinião, 22.07.2025 14:03 Por Ricardo Kertzman

  4. O vira latas racista faz esse mi-mi-mi por que seus patrões mandam.
    E por que a escumalha bozo aplaude.
    Exemplos acima.
    O Brasil é uma potência, atualmente a décima economia do mundo.
    Não será um país que ganha mais fazendo comércio com a gente que vai quebrar nossas pernas….basta um pouco de inteligência para perceber isso.
    Lembrem-se, os ianques gostam de dinheiro,quando o prejuízo bater em suas pernas……
    Os norte americanos tem uma história de resolver isso de forma pragmática.

      • Observo seus comentários.
        São rasos e claramente escritos por alguém que virou comentarista político sob o milagre da inclusão de pessoas de pouco esforço na labuta da leitura e estudo.
        Escreve mal,estilo horroroso,repetição de ideias e conceitos pré programados, etc.
        Não abre um livro, não possui de forma nenhuma capacidade se sustentar suas opiniões apoiadas em fontes fidedignas, etc..

        • Aliás, estou até surpreso do senhor citar o Barão.
          Não tenho a esperança de que saiba algo sobre a trajetória de tal figura.
          Sabemos que não estudou História de forma séria,repete como um papagaio o que lhe programam para repetir.
          Que é um mero capacho do logaritmo.
          Peço-lhe que não intervenha em meus comentários, por favor.
          Aqui nessa Tribuna, comento e brigo o bom combate há décadas.
          Mas com debatedores da minha estatura,raramente, e na maioria das vezes maiores.
          Como já disse,o senhor tem baixa cognição.
          Termina a quarta série e volta aqui
          Essa Tribuna tem História,está meio bagunçada pelos preguiçosos, mas faz parte da democracia.

          Obs: figura de linguagem,papagaios são extremamente inteligentes l.

  5. Para poder latir e rosnar para os Estados Unidos, precisa primeiro ter dentes.

    Onde está a aliança militar do BRICS?

    China e Rússia estão garantidas porque têm, além de armamentos de ponta, um belo arsenal de armas nucleares.

    O polímata Enéias Carneiro estava corretíssimo quando disse:

    “Bomba atômica não é para sair jogando em ninguém, mas um país com o tamanho, as riquezas e a posição do Brasil será aniquilado se não tiver seu próprio arsenal, pois a fraqueza evidente atrai e anima os predadores”.

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