O acordo entre EUA e União Europeia  não significa notícia boa para o Brasil

Ursula von der Leyen aperta mão de Trump

Trump fecha o acordo com Ursula, da União Europeia

Josias de Souza
do UOL

Anunciado às vésperas do início da vigência da sanção de Trump contra as exportações brasileiras, o acordo firmado entre Estados Unidos e União Europeia trouxe duas notícias para Lula. A notícia má é que não há notícia boa para o Brasil.

A notícia péssima é que o acerto do bloco europeu com o Mercosul, que Lula espera fechar antes do Natal, corre o risco de sofrer novo atraso.

GRANDE ACORDO – Trump referiu-se ao acerto tricotado neste domingo em encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como “o maior acordo de todos os tempos.” Além de absorver tarifa de 15%, a comunidade europeia comprometeu-se a investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos.

Antes do entendimento, Trump ameaçava impor tarifa de 30% à União Europeia, que cogitava retaliar. A discórdia estimulava a busca de novos mercados.

O Brasil animava-se com a hipótese de o bloco europeu anestesiar a resistência da França, apressando a concretização do acordo com o Mercosul. A nova conjuntura pode retirar o fator pressa da negociação cultivada por Lula.

MAIS PRESSÃO – De resto, a iminente entrada em vigor do tarifaço de 50% contra o Brasil, com início previsto para a próxima sexta-feira, tende a aumentar a pressão sobre o governo brasileiro pela abertura de um canal qualquer de comunicação com a Casa Branca.

Além da União Europeia, já fecharam acordos com Trump países como Japão, Reino Unido, Filipinas e Indonésia. A China obteve trégua de 90 dias, que vence em 12 de agosto. O que diferencia esses países do Brasil é que nenhum deles teve que lidar com sanções de viés político.

No caso brasileiro, Trump exigiu em carta uma mercadoria indisponível: a interrupção imediata do julgamento de Bolsonaro no Supremo.

ALCKMIN TENTA – Trump descartou a hipótese de adiar o tarifaço previsto para 1º de agosto. Foi ecoado pelo secretário de Comércio americano, Haward Lutnick. Lula chama seu vice Geraldo Alckmin de “conversador número um” do governo. Lamenta que “ninguém quer conversar com ele”.

O secretário Lutnick falou com Alckmin pelo telefone dias atrás. Neste domingo, esclareceu que não lhe cabe senão “preparar a mesa”. É Trump quem “lidera a mesa de negociações”, disse o secretário.

No caso do Brasil, que coleciona déficits comerciais com os Estados Unidos desde 2009, não há nem uma mesa, que dirá uma negociação.

5 thoughts on “O acordo entre EUA e União Europeia  não significa notícia boa para o Brasil

  1. O fato ininteligível, gente, é Zambela pistoleira e Bananinha, traíra do país, ainda estarem deputados.

    __________

    “Bananinha tenta excluir Barroso e Gilmar de sanções dos EUA.”

    Só se for via Steve Bannon, o descartado, porque acesso direto ao Laranjão, não consta que tenha.

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