Pedro do Coutto
Numa entrevista a Miriam Leitão, na noite de quarta-feira na GloboNews, objeto de artigo da jornalista na edição de O Globo desta quinta-feira, a ministra Simone Tebet afirmou que é fortemente contrária ao movimento de alguns setores do próprio governo de reconduzir Augusto Aras à Procuradoria-Geral da República. Acentuou que tal hipótese seria decepcionante em face da atuação de Aras na pandemia da Covid-19.
Tebet destacou que a vitória de Lula decorreu de uma aliança de vários partidos pela democracia e que por isso é preciso que se tenha altruísmo e compromissos éticos. A ministra disse ainda que em 2024 estará participando do espaço que estiver disponível na campanha eleitoral do seu estado, Mato Grosso do Sul.
DÉFICIT PÚBLICO – Falou sobre a importância da política de combate ao déficit público, afirmando que a meta de déficit zero é difícil, porém factível, constituindo um desafio para o próprio governo. Sobre a nomeação determinada por Lula de Márcio Pochmann para a Presidência do IBGE, afirmou que foi uma decisão pessoal do presidente da República, deixando no ar, portanto, uma observação de que a vontade de Lula será cumprida.
Relativamente aos rumos da economia no momento atual, disse que Lula decidiu acertadamente manter a valorização do salário mínimo, elevando-o anualmente acima do nível da inflação do exercício anterior, considerando paralelamente que tal diretriz terá impacto nas contas do INSS, já que de 35% a 40% dos aposentados e pensionistas ganham apenas um salário mínimo.
Isso de um lado, pois de outro a elevação do piso salarial acarreta também uma contribuição maior dos empregadores para a Previdência Social. Pela lei, para os que possuem carteira assinada a contribuição patronal é de 20% sobre a fonte de salários. Logo, se sobe o salário mínimo, essa contribuição também se eleva.
INDEPENDÊNCIA – Na entrevista, pelo que se observa, Simone Tebet assinala uma posição de relativa independência em relação ao PT, já que foram do partido as manifestações pela segunda recondução de Augusto Aras à PGR. Sobre as eleições municipais de 2024, Tebet disse que são uma prévia da sucessão presidencial de 2026 e que para ela Jair Bolsonaro está liquidado politicamente, mas o bolsonarismo continua existindo em uma parte da população brasileira. De qualquer forma, não se consegue apagar uma ideia a curto prazo. O combate à direita deverá ser feito através das realizações do governo.
Sobre a escolha de Márcio Pochmann para o IBGE, também no O Globo, Sérgio Roxo e Geralda Doca escreveram a respeito da escolha pessoal do presidente Lula. Em artigo também no O Globo de ontem, Merval Pereira focaliza resistências de setores do PT à ministra Simone Tebet. Talvez, digo, por temerem o crescimento político da titular do Planejamento para as eleições de 2026.
JUROS – Vítor da Costa, O Globo, destaca a decisão do FED, Banco Central dos Estados Unidos, em elevar a taxa anual de juros para entre 5,25% e 5,5%. É preciso considerar, no entanto, que a taxa de juros de 5,5% engloba a inflação anual, fazendo com que o índice efetivo passe a ser de cerca de 3%, o que já é muito para a economia norte-americana.
Por falar em inflação, conforme sempre digo, ela é cumulativa, depois de subir não desce mais. No máximo, fica onde está. Uma diferença fundamental entre o índice inflacionário e o reajuste de salários é que os reajustes sucedem a inflação do período anterior. Assim, quando aumentos ocorrem em um mês, a partir da semana seguinte os preços voltam a se distanciar dos ganhos do trabalho.
A Simone Tebet já deveria ter entendido, que no governo atual é na base do “LULA LOCUTA, CAUSA FINITA”.
O “maioral de banânia”, é o senhor do “dito” e do “feito”.
Discordância, só fora do cargo.
Lembre-se: Quem trai uma vez, trai duas vezes!
Quando penso que já vi tudo, não, simplesmente não vi nada. É a lama, é a lama!!
Com certeza, Lula não nomeará o Aras para a PGR. Trata-se de um discussão inócua.
Simone Tebet, é boa de discurso e fala bem numa linguagem que o povo entende, mas é de filosofia da direita, é a favor de privatizações até de empresas estratégicas, que é de anseio do mercado;
Como Simone Tebet está num cargo que lhe dará uma visão maior de nação, pode rever sua posição com relação às privatizações que é de interesse de grupos econômicos e financeiros que não têm compromisso com o social, seus compromissos são os lucros.
Sim, uma aliança pela “democracia relativa”. O jornalista mais uma vez viajando na maionese.