Presidente da Câmara prepara-se para pautar o projeto da anistia a golpistas

Charge do Fred Ozanan (Arquivo Google)Roberto Nascimento

Dá até pena do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Não tem liderança nem experiência, dois ativos imprescindíveis para o exercício do importantíssimo cargo. Discreto, o ex-presidente Arthur Lira é quem exerce o comando da Câmara. Motta se tornou refém da liderança de Lira.

O episódio da obstrução da sessão, mês passado, comandada pelo líder bolsonarista do PL, deputado Sóstenes Cavalcante; foi uma ação patética.

IDADE MÉDIA – A mesa da Câmara ocupada pela tropa bolsonarista, integrada por figuras verdadeiramente medievais, raivosas e iradas, com Sóstenes e Altineu Cortes comandando a bancada em fúria.

Teve até um deputado cauboi, o Zé Trovão do PL, de chapelão de couro na escada de acesso à mesa do presidente, como leão de chácara, impedindo qualquer um de subir naquela plataforma, sem aval do representante do Rio de Janeiro, Sóstenes Cavalcante. Nem na zona de baixo meretrício da Avenida Presidente Vargas, muito tempo atrás, se via um espetáculo tão degradante, tão vil.

Ninguém foi punido até agora pela falta de decoro parlamentar, nem será, e vida que segue.

NEGOCIAÇÃO – Em seguida, o ex-presidente Arthur Lira negociou o fim da ocupação da Câmara em troca do compromisso de Motta pautar o projeto da anistia.

Isso significa que o compromisso assumido por Hugo Motta de pautar a votação em plenário da anistia não está no freezer. Pelo contrário, o projeto foi colado no forno e na calada da noite pode ser votado e aprovado.

Só estão esperando o melhor momento para agirem e eles sabem quando poderão dar o bote para ratificar o fato consumado. São formidáveis artistas na arte de enganar e ludibriar a vontade popular.

Quem pode acreditar nesse acordo de paz entre Israel e o grupo Hamas?

Gaza – Wikipédia, a enciclopédia livre

Gaza era uma cidade moderna assim…

Deu em O Globo

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira um acordo entre Israel e Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase do plano de paz, após três dias de negociações no Egito, com avanços consideráveis entre os dois lados.

A proposta prevê o fim dos combates, o retorno dos reféns — vivos e mortos — para Israel, a libertação de prisioneiros palestinos e a retomada da entrada de ajuda no enclave. Fontes próximas aos negociadores afirmam que a assinatura acontecerá na quinta-feira, e Trump pode ir à região.

VÍDEO mostra Gaza reduzida a escombros após cessar-fogo; 'Virou uma cidade-fantasma', diz morador

…e está sendo devolvida assim aos palestinos

ANUNCIOU TRUMP – “Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz. Isso significa que TODOS os reféns serão libertados em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e duradoura. Todas as partes serão tratadas com justiça!”, escreveu Trump em sua rede, o Truth Social.

GRANDE DIA – “Este é um GRANDE Dia para o Mundo Árabe e Muçulmano, para Israel, para todas as nações vizinhas e para os Estados Unidos da América, e agradecemos aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, que trabalharam conosco para que este Evento Histórico e Sem Precedentes acontecesse. ABENÇOADOS OS PACIFICADORES!”

Pouco antes de fazer o anúncio, Trump disse a jornalistas na Casa Branca que o acordo estava “muito perto” — um fotojornalista da agência AP chegou a flagrar um bilhete passado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, a Trump, o atualizando sobre as conversas e pedindo que aprovasse uma publicação no Truth Social sobre o sucesso nessa etapa da negociação.

De acordo com a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ele deve ir ao Egito na sexta-feira, após exames médicos já previstos, mas a viagem pode ser antecipada.

DIZ O HAMAS – Em publicação no Telegram, o Hamas anunciou a “conclusão de um acordo estipulando um fim à guerra em Gaza, à retirada da ocupação (Israel) dali, a entrada de ajuda e uma troca de prisioneiros”. No texto, o grupo pede a Trump e às demais partes envolvidas no processo que “pressionem o governo de ocupação (Israel) a implementar em sua forma completa os requerimentos do acordo, não permitindo que se evada ou atrase a implementação do que foi acordado”.

A mensagem termina com a promessa de que o Hamas “não abandonará os direitos nacionais do povo, incluindo liberdade, independência e autodeterminação”.

O premier israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou em comunicado que esse é um “grande dia para Israel”, e que na quinta-feira “reunirá o governo para aprovar o acordo e trazer todos os nossos queridos reféns de volta para casa”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Parecia impossível, mas aconteceu. No entanto, é preciso lembrar que Israel destruiu totalmente Gaza, que era uma cidade em desenvolvimento, e agora está devolvendo um monte de escombros a uma população miserável. Disse Netanyahu: “Com a ajuda de Deus, juntos continuaremos a atingir todos nossos objetivos e expandir a paz com nossos vizinhos”. Ora, será que foi mesmo com a ajuda de Deus? É claro que existe proteção divina em todo acordo de paz. Mas a guerra tem outros sinistros protagonistas, que não deveriam citar irresponsavelmente o nome de Deus… (C.N.)

Derrubada da PEC de Bandidagem se tornou numa lição a todos os brasileiros

Hugo Motta: TCU investiga Republicanos por viagem em jatinho

Hugo Motta não tem condições de presidir a Câmara

Roberto Nascimento

Vivemos uma era de grave retrocesso político. O maior exemplo dessa deformação social foi a recente aprovação, na Câmara dos Deputados, da chamada PEC da Blindagem, que recebeu até votos de petistas e imediatamente passou a ser conhecida como PEC da Bandidagem.

Tratava-se de uma emenda constitucional destinada a proteger quem se apropria do dinheiro das emendas parlamentares, numa sinistra reedição do chamado Orçamento Secreto. Aliás, na mesma votação, tiveram a audácia de aprovar também o voto secreto.

SEM TRANSPARÊNCIA – Portanto, logo se conclui que os deputados consideram que transparência só serve para os outros, porque para eles, os espertos representantes do povo, tudo deve ser secreto e na calada da noite.

A aprovação da PEC da Bandidagem foi uma das maiores vergonhas do Parlamento brasileiro. No entanto, teve também um resultado altamente positivo e esclarecedor.

É que a desfaçatez da Câmara fez ressurgir a voz das ruas, provocando, espontaneamente, uma espécie de união suprapartidária com tal intensidade que o Congresso teve de recuar.

UMA LIÇÃO – Uma semana depois, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado arquivou por unanimidade a proposta indecente, embora o influente senador Flávio Bolsonaro tenha feito um apelo pela aprovação, ao afirmar que a PEC da Bandidagem tinha sido apresentada para garantir a sobrevivência dos parlamentares, que, segundo ele, estariam sendo acuados pelo Supremo Tribunal Federal. Havia senadores que apoiavam essa esdrúxula tese, mas acabaram votando pelo arquivamento.

Esse importantíssimo episódio político e parlamentar não pode ser esquecido, pois precisa servir de lição a todos os brasileiros. É um exemplo de que o debate sobre a internet e sua influência sobre a coletividade deve ser travado não somente mostrando os exemplos negativos, mas também os positivos. Pensem sobre isso.

Voto de Luiz Fux vai ficar na História como maior exemplo de contradição

Questionamentos sobre delação premiada de Mauro Cid já foram superados, diz  Moraes

Mauro Cid virou uma espécie de Geni, a ser apedrejado

Roberto Nascimento

Assisti nesta quarta-feira às mais de 13 horas do voto do ministro Luiz Fux. Inacreditável surpresa diante da incoerência do magistrado, detentor do notável saber jurídico.

Fux julgou com a mão pesada os mais de 400 vândalos do 8 de janeiro, pelos crimes contra o patrimônio tombado e tentativa de Abolição do Estado Democrático de Direito.

VOTO CONTRADITÓRIO – Mas no julgamento do núcleo superior, o ministro absolveu a maioria, inclusive o ex-presidente Bolsonaro.

Somente o general Braga Neto, ex-ministro da Defesa e ex-chefe da Casa Civil, e o réu colaborador, tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, foram condenados pelo crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito.

Sobre Bolsonaro, Fux citou o jurista Carrara, sobre a mão não caber na luva, afirmando que a mera cogitação e atos preparatórios não configuram crime.

UMA ESTÁTUA – A direita extremada bolsonarista já está defendendo uma estátua para o ministro Luiz Fux, imediatamente e ao lado da estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal.

Fux condenou o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-ministro da Defesa Braga Netto, mas inocentou o presidente que dava ordens para Cid. Um absurdo inominável.

Nas bocas de Matildes, nos supermercados, nas lotéricas e até ontem no Maracanã, não se fala outra coisa: Absolve o chefe, o cacique, e condena o índio seu subordinado?

INCONGRUÊNCIA – Ninguém entendeu, dizem também, e até juristas consagrados tiveram dificuldade de explicar a seus alunos tamanha incongruência do voto do magistrado Fux. O pastor Malafaia, discursou em live ontem, enaltecendo o voto de Fux e pregou a anulação total do processo, com base no voto do ministro dissidente, novo queridinho da direita bolsonarista.

Em prisão domiciliar em Brasília, o tenente-coronel Mauro Cid lamenta ter entrado nessa furada bolsonarista. Perdeu a carreira no Exército e a expectativa de chegar ao posto de general. Perdeu tudo e mais alguma coisa.

Hoje, Mauro Cid se transformou na Geni nacional pela audácia de ter delatado o protegido de Donald Trump, chamado de mito, mas que não passa de um capitão reformado, um “mau militar”.

No meio da confusão, o Brasil ainda é um país muito importante para Trump

Especialistas apontam chantagem de Trump em sanções contra o Brasil

Charge do Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Roberto Nascimento

O Brasil como país também pode ser alvo de Trump, que já ameaçou o Canadá, o Panamá e a Groenlândia. O alaranjado está de olho nas terras raras brasileiras e na Amazônia, uma riqueza incomensurável. A família Bolsonaro não se opõe a exploração das nossas riquezas, para enriquecer ainda mais o empresário Donald Trump e o chefe do clã.

E o Brasil? Que pátria nada, é apenas um meio para movimentar 30 milhões de reais ou mais por ano. Bobo é quem ainda acredita em político, seja da direita ou da esquerda.

APENAS NARRATIVAS  – Em primeiro lugar, está a carreira política e a permanência no Poder. Para melhorar a vida do povo? Nem pensar, querem apenas, cuidar de si.

A pretexto de combater a corrupção, a liberdade de expressão, as injustiças, quando se dizem patriotas, que falam em recuperar o nosso país, na realidade são narrativas que visam recuperar o poder perdido.

Só querem voltar a mandar para nada fazerem pelo povo e pela pátria. O objetivo é patrimonialista, enriquecerem ainda mais, pelo voto ou pelas armas. Por isso tentaram o golpe de Estado, porque em junho de 2022, pesquisas encomendadas por esse grupo bolsonarista golpista já davam a eleição como perdida.

LISTA DA MORTE – Tentaram o golpe, mesmo sabedores que poderia custar a vida de mais de 30 mil brasileiros, porque os kid pretos já tinham a lista de quem poderia morrer ou viver.

Advogados, processos no STF, Habeas Corpus, liberdade de expressão, tudo isso seria figura de retórica, o Tribunal Revolucionário não iria precisar desses recursos da Democracia.

A nação escapou por pouco de uma guerra civil, porque diferente de 1964, o golpe não tinha adesão total nas Três Forças Armadas. A nação poderia ser banhada em sangue, irmãos lutando contra irmãos, como ocorre nas redes sociais sem controle e sem educação.

TRAIR A PÁTRIA – Pela primeira vez, assistimos a uma família atuando no exterior contra o Brasil. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, em conluio com o pai, implementou com seus companheiros muitas ações deletérias em flagrante delito, ao requerer junto a potência estrangeira, no caso o presidente Donald Trump, sanções contra o Brasil, até que Jair Bolsonaro seja beneficiado com anistia, ampla, geral e irrestrita.

Segundo o deputado Eduardo, o que interessa de fato é a anistia para o pai. Em nenhum momento, há referência aos réus dos núcleos envolvendo militares de alta patente, o núcleo dos civis e os vândalos do oito de janeiro, que foram julgados e estão cumprindo penas.

São ações impatrióticas, que envolvem líderes religiosos, governadores de Estado (Tarcísio, Zema, Castro, Ratinho e Caiado) e empresários antinacionais.

MINANDO O PAÍS – O Brasil está sendo minado por sua própria gente brasileira, que usava a bandeira brasileira em comícios e agora queima o símbolo nacional em fogo brando, que falava em pátria, mas se jogam contra a nação para atingirem seus objetivos pessoais. Quanto a Família, pouco se importam com os efeitos do tarifaço aplicado por Trump, nas famílias dos desempregados, principalmente na São Paulo do governador Tarcísio de Freitas, um forasteiro carioca em Sampa.

E ainda tem gente, fora da política, que apoia a sangria dessa família contra o Brasil. Que fazer?

Trump pensou que mandava no mundo e descobriu que não manda nem nos americanos

How Donald Trump's criminal charges are defining his White House race

Aos poucos, Donald Trump vai mostrando suas fraquezas

Roberto Nascimento

São fatos reais, que se avolumam na mesa de Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca. Estão acima de análises, porque comprovam que ele ganhou a Presidência para colocar forquilha nos demais países, a troco de nada.

Já ameaçou o Panamá, a Groenlândia, o Canadá, o México, a própria Europa, e os outros três grandes – Índia, Rússia e China. Depois, o Brasil.

É um claro sinal de que os Estados Unidos tinham perdido força no mundo. Agora, avançam atabalhoadamente para dominar os minerais estratégicos e fazer a América Grande de novo.

RECUO – Com a China, teve que recuar, depois de chegar a 145% das tarifas. Os chineses, travaram a exportação das terras raras beneficiadas e altamente poluidoras, já que o regime chinês não liga para Meio Ambiente. Mas a pressão dos empresários bilionários da América, foi tão grande, que não lhe restou alternativa.
Assim, ficou uma lição para todos os presidentes – quem dá as cartas para o jogo político-administrativo são os empresários.

Não adianta negociar com mafiosos, como Trump. O que funciona é tocar no bolso dos financiadores dele, quem botou ele lá, porque jabuti senil e pedófilo não sobe em árvore.

LULA ERROU – Quanto ao presidente Lula, observo que não estava agindo com a estratégia que o momento exigia. Partiu para um confronto que jamais resolveria a questão. Já na reta final, foi boa a escolha do vice Alckmin para negociar com autoridades americanas, apoiado pelas elites empresarias exportadores do Brasil.

No entanto, Lula peca também ao utilizar o proselitismo político em discursos para plateias que não representam o conjunto da sociedade, em palanques com figuras do governo, que sorriem amareladas e constrangidas com as piadas antigas e sem graça do presidente.

Com isso, Lula ameaça perder o capital político, dado de bandeja pelo clã Bolsonaro e por Trump, quando a conta da inflação chegar aos supermercados e nos boletos aumentados. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, dizia o Barão de Itararé.

HAVERÁ ACORDOS – É só esperar um pouco, até que os agentes econômicos de lá e de cá, diante da perda de dinheiro, entrem em acordos bons para os dois países. Temos os casos do café, da uva em caixa e de outros produtos que precisam recuar a nova tarifação.

Ao lançar essa ameaça internacional a aliados e a adversários, Trump pensou que era o dono do mundo, um líder democrático, um imperador do bem, crente em Deus, na Pátria e na Família.

Mas até as pedras das ruas, diria Ruy Barbosa, sabem que não é nada disso. Trata-se de um farsante na política, que precisa ser contido para não atrapalhar as delicadas relações internacionais. E depois ser imediatamente esquecido.

Lula errou feio ao acreditar que China e Rússia apoiariam o Brasil contra Trump

Brics chega a sua 17ª com dilema entre apostar na multipolarização ou ser voz anti-Ocidente — Foto: Prime Ministers Office/ZUMA Press/picture alliance

BRICS deixou Lula falando sozinho contra Trump

Roberto Nascimento

Para fazer a América Grande novamente, Trump precisa apequenar os países concorrentes dos EUA, como a União Europeia, a China, a Rússia, o Brasil e a Índia, não exatamente nesta ordem de importância comercial e estratégica.

Primeiro, tentou a tática de escalar, aumentando as tarifas dos produtos da China em 150 por cento. Pressionado pelos empresários americanos, que iriam perder muito dinheiro e com risco de falência, Trump recuou e ficou no zero a zero com Xi Jinping, o líder chinês.

EFEITO DÓLAR – Trump escalou contra o Brasil, por causa dos BRICS. O mafioso americano não gostou da última reunião no Rio de Janeiro, quando lançaram a ideia da moeda própris para as transações do grupo, fora das amarras do dolar. Foi a gota de água transbordada do copo. Realmente, Lula não foi pragmático nem cauteloso ao citar a possibilidade de uma moeda nas transações comerciais somente entre os membros do BRICS. Ponto.

Outra coisa errada é o Brasil acreditar no apoio incondicional da China e da Rússia. Talvez, isso sirva de lição para Lula. O Embaixador russo, que representou Putin no Rio de Janeiro, se apressou em dizer que foi ideia de Lula a moeda entre os países do BRICs.

Essa discussão da moeda universal, remonta ao passado, quando o Lord John Maynard Keynes propôs o padrão ouro, mas voltou atrás pela pressão americana para manter o dólar como moeda universal nas transações comerciais. Ninguém mais ousou tocar nesse assunto, até Muamar Kadafi, presidente da Líbia e Saddam Hussein, presidente do Iraque, tocarem nesse assunto, propondo a moeda russa nas transações da venda de petróleo de seus países.

GUERRAS E EXECUÇÕES – Resultado: os dois países foram invadidos e seus liwderes assassinados. Kadafi esquartejado a caminho do Sudão, fugindo do bombardeio que destruiu o palácio onde vivia em Tripoli, a capital. Saddam foi encontrado em um buraco, retirado de lá, em estado de mendicância e quase moribundo e depois enforcado em praça pública.

Lembrando a guerra fria e o secretário de Estado John Foster Dullers, países não têm amigos, apenas interesses. Nada mais do que isso. Assim, é preciso cautela na política internacional. Negociar ao invés de escalar.

Com Trump, não adianta partir para o confronto e a China sabe muito bem disso. Usou a reciprocidade na questão tarifária, mas, depois negociou com Trump, porque os dois países sairiam perdendo, se as tarifas recíprocas passassem a valer.

SEM SOFRIMENTO – Tem uma coisa, que até Trump sabe: Suas ações não podem causar sofrimento ao povo, como inflação, juros altos e desemprego.

As ações de Eduardo Bolsonaro, junto a Trump e deputados republicanos, para prejudicar o Brasil, resultaram nas sanções atuais sobre a Economia brasileira. Tudo para salvar o pai, no processo do Golpe de Estado.

O Brasil vai sangrar, com as tarifas de 50 por cento. O povo vai pagar por causa dessa ação impatriótica do clã Bolsonaro. O desemprego e a inflação atingem preferencialmente os pobres e a classe média.

Lula precisa deixar de responder diretamente às provocações de Trump

Trump e Lula: o que esperar da relação entre os dois? - BBC News Brasil

Lula responde a Trump e a situação vai se agravando

Roberto Nascimento

Viemos realmente num mundo de retrocessos. Agora, por exemplo, nota-se que estamos numa onda senoidal que relembra tempos bicudos do fascismo/nazismo, com golpes de Estado, assassinatos de candidatos a presidente, ameaças de invasões de territórios. Portanto, estamos de volta ao colonialismo, que significa um novo medievalismo.

Nessa nova conjuntura, Groenlândia, Panamá, Canadá e até Croácia e Amazônia estão no radar do novo imperador romano – ops, americano – que tem uma atração fatal por minérios de terras raras, que tanto interessam ao futuro da humanidade.

TRUMP SE MEXE – Em meio a essa nova conjuntura, na segunda-feira Donald Trump fez um movimento em favor de Bolsonaro, como forma de atacar o Brasil, que recebeu integrantes dos BRICS no Rio de Janeiro.

O líder americano ficou incomodado com as falas de Lula, que deu recado indireto aos EUA, criticando as guerra tarifárias e comerciais que estão sendo abertas pelos Estados Unidos, além de defender mais uma vez a possibilidade de trocar o dólar pelas moedas dos países nas relações comerciais.

Nesse particular, os EUA não admitem nenhuma hipótese de abandono do dólar como moeda-padrão, Lula não sabe onde está se metendo, ao defender esse tema.

CASO DA LÍBIA – Muamar Kaddafi, então governante da Líbia, discursou propondo uma nova moeda mundial, em substituição ao dólar. Foi a sentença de morte de Kaddafi e da Líbia, que deixou de ser um país. Era a nação árabe mais ocidentalizada, agora vive há décadas uma guerra de milícias, sem governo, sem nenhum recorte na mídia mundial. Situação dramática vivem os líbios.

Quanto a Trump, de louco e de ogro ele tem um pouco, mas sabe o que pretende fazer. Seu atual objetivo é destruir Lula. Para tanto, vai retaliar o Brasil, primeiro com o aumento das tarifas comerciais, de 10 para 25 por cento.

Lula precisa tomar cuidado, porque o governo Trump está passando o trator em cima de meio mundo. Nós não temos condições de enfrentar a cavalaria trumpista. Teria sido melhor deixar o Itamaraty entrar em ação por meio da diplomacia.

No Brasil de hoje, o mais importante é o eleitor defender a democracia. Apenas isso.

A ameaça à democracia no Brasil

Charge do J.Bosco (O LIberal)

Roberto Nascimento

O parlamentarismo foi o regime de governo na crise da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961. Durou apenas sete meses. O primeiro-ministro, Brochado da Rocha, era um político gaúcho corretíssimo e defendeu o plebiscito em prol do retorno do presidencialismo. Reputava que o parlamentarismo era legal, porém não necessariamente legítimo.

Por não conseguir avançar na proposta para a realização de um plebiscito imediato, Brochado da Rocha renunciou ao cargo de primeiro-ministro. Foi substituído pelo então deputado Tancredo Neves, que ia bem, até que o presidente João Goulart conseguiu aprovar no Congresso o plebiscito, e o povo votou pela volta do Presidencialismo.

LEVAR VANTAGEM – Como se sabe, no Brasil nenhum regime prospera em benefício da nação. Os governantes querem se beneficiar e levar vantagem, principalmente os deputados, os senadores e os vereadores. A corrupção é o normal, como se viu na Lava Jato.

Em 2022, se o golpe de estado dos bolsonaristas fosse adiante, o Congresso seria fechado e teríamos o repeteco do polarizado bipartidarismo. Mas a conspiração fracassou. Mesmo assim, a política continua desvirtuada e passamos por novo período autoritário, disfarçado de democracia.

O regime que estamos experimentando é o semipresidencialismo, que pode ser chamado de parlamentarismo à brasileira, sem o equilíbrio requerido para o funcionamento harmônico dos três poderes.

SEM ANISTIA – Quem hoje passa pano para os golpistas de 2022, militares e civis, defendendo anistia ampla, geral e Irrestrita, com toda certeza está trabalhando contra a democracia.

É preciso lembrar que o mais importante não é defender a direita ou a esquerda. O fundamental é preservar a democracia. Até porque só existem direita e esquerda em países democráticos.

Nos regimes autoritários, o que existe é apenas a ditadura, não há direita ou esquerda, mas apenas o partido do governo, que funciona sem oposição ou com oposição consentida, somente para tentar manter as aparências.

Advogado de Mauro Cid está deixando que ele leve pancada de todo os lados

Advogado diz que Cid "assumiu tudo" e não responsabilizou Bolsonaro

Bitencourt não replicou as acusações a Mauro Cid

Roberto Nascimento

Não entendi a tática de defesa do advogado Cezar Bitencourt, manifestamente na retranca, permitindo graves acusações a seu cliente, o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens presidencial na gestão de Jair Bolsonaro.

O experiente advogado César Vilardi, considerado um dos melhores criminalistas do país, defende Bolsonaro e fez um cipoal de perguntas ao réu colaborador Mauro Cid e também combinou perguntas direcionadas a seu cliente Bolsonaro.

ESTRATÉGIA CORRETA – O advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende Braga Netto, usou a mesma estratégia e colocou Mauro Cid nas cordas com perguntas incômodas. Além disso, também combinou perguntas do tipo vôlei, para levantar a bola e deixar seu cliente Braga Netto cortar.

Perguntado pelo relator Alexandre de Moraes se queria fazer perguntas a seu cliente Cid, o advogado Cezar Bitencourt simplesmente declinou. Portanto, deixou de aproveitar a oportunidade de desconstruir a tática de ataque dos advogados de Bolsonaro e de Braga Neto.

Sabemos que os advogados não duelam entre si, a preocupação é com a defesa dos respectivos clientes. Entretanto, na oitiva dos seus clientes, se nas perguntas outros advogados ou o procurador forem contundentes, o advogado deve contra-atacar na defesa de seu cliente. Cezar Bitencourt, porém, preferiu o silêncio.

LEVANDO PANCADA – Resultado é que o tenente-coronel Mauro Cid está apanhando de todo lado. A mídia não fala em outra coisa, insinuando que o réu colaborador está mentindo e nas redes sociais bolsonaristas o assunto é top 10.

O relator Moraes, atendendo ao amplo direito de defesa, aceitou marcar acareação entre o general Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, assim como entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes. As acareações foram marcadas para o dia 24 de junho, e ocorrerão no próprio STF.

Há muitas contradições nos depoimentos de Mauro Cid que podem provocar outras acareações. Alexandre Ramagem, por exemplo, foi denunciado como um dos principais organizadores do golpe, mas desde abril de 2022 ele não morava mais em Brasília, estava no Rio em campanha para a Câmara.

ESTÁ VIRALIZANDO – Essas lacunas na delação de Mauro Cid estão viralizando. Há o caso do general Estevam Theophilo, que estaria apoiando o golpe, porque atendeu a um convite de Bolsonaro para uma reunião no Palácio da Alvorada.

Ele tem quatro estrelas, era integrante do Alto Comando, que já tinha vetado o golpe. Quem pode imaginar o general indo a Palácio para desrespeitar o Alto Comando e colocar suas tropas à disposição, até porque ele não comandava diretamente nenhuma delas.

O assunto escalou, a ponto de Silas Malafaia entrar no jogo para financiar mais um ato com carro de som. Ao lado de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Sóstenes Cavalcante e Romeu Zema, o piedoso pastor vai pedir, em alto e bom som, a nulidade da delação premiada e a votação da anistia para Bolsonaro, embora esteja inelegível, com duas condenações no TSE.

Os Três Poderes mergulharam o país num impasse e não tentam resolvê-lo

Informação Contábil: A Ineficiência do Gasto Público Federal

Charge do Paixão (Arquivo Google)

Roberto Nascimento        

No tatame da política, o governo está apanhando de figuras menores do Congresso que ajudou a eleger, como os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Mas o presidente Lula da Silva também carrega muita culpa, porque viajou ao Japão levando os dois e perdeu horas de conversas tentando convencê-los a apoiar projetos do interesse do governo.

Lula se acertou com eles para aprovar o projeto do IOF. Surgiram as primeiras críticas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não conseguiu respondê-las. Lula então faz uma bobagem e baixa um decreto, ao invés de assinar uma medida provisória para ser debatida no Congresso.

TUDO MUDA – De uma hora para outra tudo muda. A palavra correta é refém, pois Lula se tornou prisioneiro do Congresso e não tem como costurar novo acordo com Motta e Alcolumbre. Assim, ao mesmo tempo, o país ficou refém dos três Poderes.

Em meio a essa confusão, existe uma espécie de consenso na opinião pública, que inclui o famoso e obscuro mercado, a Faria Lima e o resto, no sentido de que é preciso haver um enxugamento de gastos, que propicie investimentos destinados a ganhos de produtividade para moldar um crescimento real e sustentado, sem maquiagens e apliques.

O problema resulta da falta de disponibilidade dos Três Poderes para reduzirem suas despesas. Todos querem gastar a rodo. O Congresso não abre mão de uma fatia dos famosos 50 bilhões de reais em emendas parlamentares destinadas aos municípios, que eram secretas e até agora não ganharam a devida transparência.

MAIS GASTOS – Da mesma forma, o governo não abre mão de parte de seus gastos, porque caminhamos para eleições no ano que vem e é preciso amparar os mais pobres para receber votos em troca.

E Judiciário não abre mão de seus criativos penduricalhos, destinados aos juízes de Norte a Sul do Brasil, enquanto os tribunais diminuem a carga horária com o home office da pandemia que não acaba nunca, e até os julgamentos passaram a ser virtuais.

Os salários do serviço público foram para as alturas, incluindo dos militares, dividindo o país entre funcionários ricos e trabalhadores pobres, tentando conviver a riqueza total e a miséria absoluta, e isso não dá certo em lugar algum.

ARMADILHA FATAL – O resultado dessa explosiva mistura de despreparo administrativo, político e econômico indica que caminhamos para um impasse. A situação é mais do que conhecida, mas a imensa maioria dos brasileiros se comporta como se estivesse tudo bem, embora estejamos sentados em cima de uma bomba-relógio chamada dívida pública.

O déficit é crônico e aumenta a cada ano. O mais incrível é que o assunto é tratado sem que lhe seja atribuída a devida importância. Não há uma busca coordenada por soluções.

Enfim, o Brasil está numa armadilha, na qual caiu por leniência dos Três Poderes, que agora nem se interessam em encontrar uma maneira de sair disso com um mínimo de danos. Às vezes, tenho vontade de nunca mais votar.

Quando o governo é forte, o Judiciário passa a sofrer dominação e intimidação

A charge do Alpino | VEJA

Charge do Alpino (Notícias Yahoo)

Roberto Nascimento

Os Três Poderes não se entendem há muito tempo. Harmonia e Interdependência ficaram para o passado não tão remoto. Uma parte da culpa cabe ao Legislativo, empoderado pelas e emendas parlamentares.

É tanto dinheiro na mão deles, com quase nenhuma transparência, que até estão recusando o convite presidencial para os cargos de ministro, caso do líder do União Brasil, deputado maranhense Pedro Lucas, que recusou o Ministério das Comunicações, deixando Lula completamente constrangido.

LULA APÁTICO – O presidente não deveria ter lutado tanto para se eleger ao terceiro mandato. É visível a sua apatia para as funções de governo. Está enclausurado no Palácio, ou viajando pelo Brasil e pelo mundo, sem noção do que se passa nas ruas.

Muito triste. O Executivo virou refém do Legislativo. Nenhum governo consegue governar dessa maneira. Aliás, não é de hoje essa anomalia.

Sem maioria na Câmara, Jânio Quadros tentou a manobra da renúncia, lá nos idos de 1961, sonhando em ser ungido nos braços do povo, como aconteceu com Fidel Castro em Cuba. Não conseguiu.

STF SE AGIGANTA – Importante destacar que a Suprema Corte só age quando é provocada, nunca de Ofício.

A inércia e a omissão do Parlamento em votar leis do interesse do país, estimula o olho do furacão da crise que está assolando o Brasil.

Suas excelências, os deputados e senadores, só estão preocupados na manutenção das emendas parlamentares e com o projeto de anistia, para livrar da condenação os atuais réus da tentativa de golpe, podendo beneficiar também todos os parlamentares alvos de inquérito ou processo em andamento.

GOLPE FUTURO – Passar pano para quem planejou e financiou a tentativa de golpe, na prática estimula nova preparação de golpe mais adiante. A anistia que o saudoso presidente Juscelino Kubitschek concedeu as duas intentonas golpistas no seu governo, facilitou o golpe de 1964.

Na política atual, os Três Poderes não se entendem há muito tempo. Harmonia e Interdependência ficaram para o passado não tão remoto. Uma parte da culpa cabe ao Legislativo, empoderado pelas emendas parlamentares.

É tanto dinheiro na mão deles, com poica transparência, que estão até recusando cargos de ministro, como o líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas, que recusou o Ministério das Comunicações, deixando Lula completamente constrangido.

LULA APÁTICO – O presidente não deveria ter lutado tanto para se eleger ao terceiro mandato. É visível a sua apatia para as funções de governo. Está enclausurado no Palácio ou viajando pelo país e pelo mundo, sem noção do que se passa nas ruas.

Muito triste. O Executivo virou refém do Legislativo. Nenhum governo consegue governar dessa maneira. Não é de hoje, essa anomalia, pois Jânio Quadros tentou a manobra da renúncia, para ser ungido nos braços do povo, como ocorreu com Fidel Castro em Cuba. Não conseguiu.

Atos Institucionais, censura, prisões, mortes, injustiça e controle do Judiciário e do Parlamento. Quem contestasse os generais era confinado, como ocorreu três vezes com o jornalista Hélio Fernandes.

CRISE MUNDIAL – O atual quadro dantesco de tentativas de controle das Supremas Cortes, não é um fenômeno do Brasil, trata-se de uma catarse mundial.

Na Turquia, o ditador Erdogan controla o Judiciário; na Hungria, o ditador Orban, também submete a Suprema Corte; na Venezuela, o ditador Maduro faz o mesmo; na Nicarágua, o ditador Ortega subjuga o Judiciário; em Israel, o premiê Netanyahu tenta fazer o mesmo.

Todas as autocracias do Oriente Médio controlam o Judiciário. E agora a maior democracia do mundo, os EUA, tem o presidente Trump sonhando em dominar a Suprema Corte, para ficar em igualdade com o ditador russo Putin e o ditador chinês Jinping. Portanto, está em curso no mundo a política de enfraquecimento do Judiciário, mas não podemos seguir essa moda irracional.

Como diz Eros Grau, não existe Justiça aqui na Terra, mas somente no paraíso

O Judiciário virou parte do espetáculo", afirma Eros Grau

“Justiça virou parte do espetáculo”, lamenta Eros Grau 

Roberto Nascimento

Concordo com o grande jurista Jorge Béja no seu desânimo com a Justiça. Entretanto, devemos lembrar que o Judiciário reflete uma gigantesca crise da sociedade. De um tempos para cá, perdemos o freio, a ética, o caráter, e passamos perigosamente à política do vale tudo, sem exagero na avaliação.

Predomina a generalização da teoria de levar vantagem em todas as frentes, com um agravante: a violência entre as pessoas aumentou. Aquele antigo conceito de família, amizade, companheirismo, solidariedade, estima, está escorrendo pelos ralos do esgoto humano.

RETROCESSO GERAL – A decadência não é exclusividade do Judiciário, está nas ruas, nas altas rodas da sociedade, nos vários níveis de governo, nos sindicatos, nas torcidas dos clubes de futebol, nos condomínios, nas vilas e nas mansões.

Posso afirmar que, acompanhando a cena política desde a década de 80 e a caminho dos 80 anos, constato com profunda tristeza que o Legislativo é o mais trágico entre os Três Poderes.
O povo tem escolhido os piores representantes no Senado, na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.

O cenário é dantesco ou até pior do que o relato da Divina Comédia de Dante Alighieri.

INTERESSE COLETIVO – Não vejo os parlamentares correrem para votar matérias que melhorem a vida do povo e atendam aos interesses nacionais. Pelo contrário, só votam Leis que os beneficiem diretamente ou que sejam de seu interesse na continuidade de seus mandatos.

Suas excelências, nesse diapasão suicida, tentam seguir alimentando o dragão golpista, que ainda está à espreita, buscando uma forma para retomar o Poder. Para quê? Para nada. Uma vez no poder, conseguem ser ainda piores do que o grupelho que aí está.

Citando o ministro aposentado do STF, Eros Grau: “Não existe Justiça na Terra, somente no Paraíso”; aqui na Terra, hoje o Judiciário faz parte do espetáculo”..

Maior dúvida do mundo, atualmente, é saber se Trump é desequilibrado mental

Visão | Presidente Trump. A sério?

Donald Trump se comporta como se estivesse fora de si

Roberto Nascimento

No primeiro mandato. Trump se comportou normalmente. Os exageros que demonstrava, como o topete cuidadosamente sustentado a laquê, a maquiagem pesada e as caras e bocas, tudo era levados na brincadeira, porque Trump respeitava os limites de seu cargo, ouvia os conselheiros do Partido Republicano e portava-se como um presidente normal, dentro do protocolo.

Neste segundo mandato, tudo mudou e o presidente norte-americano se comporta como um ogro, que utiliza o formidável poder econômico e militar dos Estados Unidos para espalhar o pânico interna e externamente.

ERROS MONUMENTAIS – Trump está completamente desembestado (a palavra é esta) e neste mandato seus conselheiros revelam-se mais insanos do que ele, porque dão força a decisões absolutamente disparatadas.

A mais importante foi o tarifaço, que se revelou um equívoco injustificável, a ponto de ser criticado publicamente pelo empresário Elon Musk, assessor e amigo de Trump, que chamou de “imbecil” um dos principais assistentes comerciais da Casa Branca, Peter Navarro, classificando-o de “completo idiota” por ter dado força à guerra tarifária.

O pior é que Trump e sua equipe demonstram incapacidade de aprender com os próprios erros. A repercussão foi tão péssima que o presidente teve de recuar e adiou o tarifaço por 90 dias, mantendo a decisão apenas contra a China, dando início a uma guerra comercial que prejudicará os dois países.

MAIS ERROS – Depois, novo recuo, no caso das exportações chinesas das big techs, chegou a ser constrangedor. Ao mesmo tempo, acumulavam-se as derrotas na Justiça, que vem cancelando decisões ilegais nos casos dos imigrantes e outros temas.

E o ogro não sossega. Agora, utiliza o poder econômico para pressionar as maiores universidades do país, cujos alunos defendem os direitos dos palestinos. Conseguiu dobrar a direção da Universidade Colúmbia. Ameaçada de cortes financeiros, sucumbiu a Trump e aceitou todas as suas recomendações, dentre as quais proibir qualquer crítica a Benjamin Netanyahu, premier de Israel e amigo fiel de Trump.

Mas, a Universidade de Harvard, enfrentou o presidente e descartou qualquer interferência do Estado nas políticas educacionais. Trump, então retaliou, cortando os subsídios federais. Mas deu tudo errado. A partir dessa vingança de Trump, a Universidade de Harvard, bem recebendo bilhões de dólares de doação. Trump está uma fera ferida.

LEI DE 1798 – Para piorar o inferno astral do ensandecido presidente, a Suprema Corte decidiu que o governo não pode usar a Lei de 1798 para deportar imigrantes considerados criminosos, porque a legislação só lhe concede poderes ilimitados em caso de guerra.

Em resumo, Trump não pode manter essa política tarifária, que está desmontando a liderança dos EUA no mundo e causando rebuliços globais na economia das nações, atingindo empresas, consumidores e trabalhadores americanos, que começam a serem demitidos em massa, tanto na iniciativa privada como no serviço público.

Com toda certeza, Trump vai enfrentar a ira do povo e pode sofrer impeachment, por falta de habilidade política. Muitos sentem saudades de Joe Biden, o que deixa Donald Trump desesperado, porque não pode recuar inteiramente do tarifaço.

FORA DA REALIDADE – Sem medo do ridículo, o presidente colocou a Receita Federal (órgão que pretende extinguir) para devassar as contas das Universidade e investigar os doadores estrangeiros. Deseja interferir na liberdade acadêmica, sob a alegação de que Harvard estaria infestada de comunista.

Esse cidadão, eleito presidente, dá demonstração clara de falta de compreensão da realidade. Dá sinais de que pretende impedir estudantes estrangeiros de frequentar as Universidades americanas, mas precisaria da aprovação do Congresso. Quer fechar o país para o mundo.

Trump pensa que a Guerra Fria continua e a União Soviética ainda existe. Acha que os comunistas estão prestes a dominar a América e que o Muro de Berlim precisa ser derrubado para ele construir o Muro do México. Não tem equilíbrio emocional para comandar o maior país do mundo. Devia pedir para sair.

Protestos nas ruas demonstram que Trump errou a dose de suas reformas

Parem o mal': milhares vãos às ruas nos EUA contra Donald Trump

Nos Estados Unidos a democracia é sempre levada a sério

Roberto Nascimento

Neste sábado, dia 5, milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades dos 50 Estados americanos, protestar contra Donald Trump e Elon Musk, contra as demissões em massa de servidores públicos e os cortes na Previdência e nas Agências de Proteção Social. O slogan dos manifestantes é: “Tirem as mãos daí!”

E olhem que o governo Trump tem menos de três meses e os americanos já começam a sentir o bafo do fogo do inferno. Aumenta a cada dia o número de americanos que se arrependem de terem votado em Trump.

TEMPOS CAÓTICOS – O clima nos EUA é o pior possível, porque já se sabe que a conta não ficará salgada apenas para imigrantes, mas também para os funcionários públicos, para as minorias LGBT e principalmente para os pobres, devido ao cenário de recessão, que pode provocar um efeito dominó em escala global.

Donald Trump está atropelando tudo, até acordos comerciais como o Nafta, celebrado entre EUA, Canadá e México, aprovado pelo Congresso nas duas Casas Legislativas. Atribuir 25% por cento ao tarifaço contra o Canadá e o México extrapolou a lógica e o bom senso.

Com medidas radicais, Trump torna os Estados Unidos, um país em quem não se pode confiar. Na quinta-feira, o Senado americano rejeitou as tarifas contra o Canadá, com parlamentares republicanos votando contra Trump. Falta a votação na Câmara dos Deputados, e maioria republicana. Será a primeira derrota de Trump no Legislativo.

GUERRA COMERCIAL – Como era esperado, a China aplicou a reciprocidade, imputando tarifas de mais de 40 por cento a todos os produtos americanos. A Guerra Comercial segue a todo vapor.

O Brasil deveria ficar satisfeito, porque 10 por cento, aplicado por Trump, é das menores tarifas globais, abaixo até da Argentina. Não é hora de brigar com o ogro da América. Ele vai se desgastar ao longo do tempo e aí, tudo voltará ao normal.

No setor do agronegócio, que é o nosso forte, devemos aumentar as vendas para a China, nossa parceira, e também para os próprios Estados Unidos, substituindo exportações de nossos maiores rivais, que foram sobretaxados mais pesadamente por Trump.

É preciso louvar e aplaudir a coragem e a competência do ministro Moraes

Anderson Torres, Mauro Cid... | A Gazeta

Charge do Amarildo (A Gazeta)

Roberto Nascimento

O ministro Alexandre de Moraes merece todas as homenagens pela coragem de enfrentar e colocar no banco dos réus tantos poderosos estrelados e ricos, membros da elite atrasada do Brasil.

É preciso lembrar que ele seria um dos principais atingidos pela conspiração, já que seria preso logo no primeiro ato da Junta do golpe, havendo até a possibilidade de seu assassinato pelo grupo militar auto denominado Punhal Verde e Amarelo.

CRÍTICAS E ACERTOS – A meu ver, o fato de ser tão criticado pelos golpistas demonstra o acerto das suas decisões judiciais. Na prática, desde a presidência do TSE o ministro Alexandre de Morais se agigantou para se tornar um impeditivo à tentativa de derrubada do governo Lula.

O golpe fracassou e foi colocado na conta de Moraes. Se tivesse sido desfechado, com apoio das Forças Armadas, seria vitorioso, estaríamos em nova ditadura, não haveria inquérito algum, nenhum de nós teria o direito de escrever sobre esses fatos, sob pena de sermos presos, torturados e até mortos ou desaparecidos, como Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Stuart Angel Jones.

Os fatos que compõem a acusação foram tão contundentes e explícitos que os réus dificilmente escapam das condenações.

DIREITO DE DEFESA – É claro que terão amplo direito de defesa, no curso do devido processo legal. Se o plano golpista tivesse êxito, os defensores da democracia é que seriam os futuros réus, e não teriam a mesma sorte.

Viriam as prisões, torturas, desaparecimentos e mortes, tudo de maneira sumária, decidido pelo Comando Revolucionário, que tinha o número 1 e o número 2, ambos generais a serviço do futuro ditador civil, se é que os militares pretendiam continuar suportando Bolsonaro.

Os parlamentares, que hoje se apressam para votar a anistia e dar o dito pelo não dito, esquecem que seriam os primeiros a terem fechada a ”Casa do Povo”. E iriam sofrer as cassações em série dos mandatos de oposição. Foi assim na ditadura de 64 e seria da mesma maneira no futuro governo golpista. Alguém tem alguma dúvida?

O mundo inteiro espera que a Suprema Corte impeça uma “ditadura” de Trump

What John Roberts's Rebuke of Trump Left Out - The Atlantic

John Roberts disse verdades, e Trump fingiu não se importar

Roberto Nascimento

O mais importante embate da História da Democracia está se desenrolando diante de a opinião pública mundial, sem que nenhum país ou organização possa interferir, nem mesmo a ONU ou o Vaticano. O enfrentando é entre o presidente Donald Trump e a Justiça americana, representada pelo presidente da Suprema Corte, ministro John Roberts.

Trump tem tomado decisões absolutamente ilegais e Justiça Federal de primeira instância tem se posicionado rigorosamente contra, mostrando que nem mesmo o presidente americano pode interpretar as leis a ser bel prazer.

PRESOS DEPORTADOS – O presidente da Suprema Corte não teve dúvida ao repreender Donald Trump, por descumprimento sistemático das decisões judiciais.
O mais grave foi o presidente ter ignorado decisão judicial que impedia o voo que levava para El Salvador grande número de imigrantes presos por crimes diversos.

Trump se baseou numa lei de 200 anos, que obriga a deportação de criminosos estrangeiros para seus países de origem. Mas a grande maioria dos presos era de venezuelanos, não de salvadorenhos.

Trump não só descumpriu a ordem judicial, como ainda pediu o impeachment do juiz. Uma prática comum do atual presidente, quando as ordens judiciais contrariam seus desejos.

RESPEITAR A LEI – Na repreensão a Trump, Roberts enfatizou que eventuais contrariedades com decisões judiciais são combatidas através de apelações, acrescentando que pedir impeachment de juízes, além de intromissão indevida no Judiciário, representa um risco institucional, que pode romper os pilares da democracia.

O fato concreto é que o trator Donald Trump tenta se tornar mais um grande ditador, acima do Legislativo e do Judiciário. E o que Trump projeta contra as nações soberanas, começando pelo Canadá, a Groelândia, a Faixa de Gaza e o Panamá, também pode se voltar contra os pilares da maior democracia do planeta, atingindo também todas as demais.

Nesta quarta-feira, 19, Trump fingiu não levar em conta a repreensão: “Bem, [Roberts] não mencionou meu nome na declaração, e eu vi isso rapidamente”, disse, em entrevista à Fox News. “Ele não mencionou meu nome — e muitas pessoas já pediram o impeachment deste juiz”.

Trump pode muito, mas, não pode tudo. Um dia seu castelo de cartas cai e o tombo será grande. Já está começando, com a queda da popularidade, ao completar hoje dois meses no cargo.

Enfim, até os republicanos começam a reagir contra as decisões de Trump

É verdade que a economia dos EUA nunca esteve tão bem, como diz Trump? - 22/10/2018 - UOL Economia

Trump diz que a economia nunca esteve tão bem nos EUA

Roberto Nascimento           

Demorou, mas até os republicanos, muito diplomaticamente, têm levado a Donald Trump a preocupação do partido com a queda nas pesquisas e o medo dos agentes econômicos de redução dos lucros em seus negócios, além do aumento da inflação e da ocorrência de recessão.

É incrível que Trump ainda não tenha percebido que é um equívoco essa política de isolar os EUA, impondo tarifas a rodo até em aliados históricos, como o Canadá e a Europa, rompendo não somente acordos comerciais, como também militares, pois praticamente abandonou a OTAN e anunciou sua intenção de anexar o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá. É muita loucura para tão pouco tempo de governo.

PREÇO A PAGAR – Isso tem um preço, que Trump vai pagar e os americanos, também. É questão de tempo. Já começou com a queda das bolsas e a oscilação do dólar. Trump teve de recuar do tarifaço contra Canadá e México e manteve contra a China, que naturalmente vai adotar a reciprocidade comercial.

Na realidade, Trump suspendeu por um mês a tarifação, a fim de conter a volatilidade da moeda americana. Mesmo assim, as Bolsas aíram fortemente e o mercado ficou assustado. O perigo se concentra numa desaceleração da economia mundial, fruto da guerra comercial comandada por Trump.

O presidente americano está dando um tiro no pé com essa política isolacionista. O resultado da guerra das tarifas será inflação, alta dos preços das comodities e estagflação, a combinação de recessão e inflação, principalmente nos EUA.

CAUSA E EFEITO – Trump adota uma política suicida, parecendo não ter observado as relações de causa e efeito de uma guerra das tarifas. Seus parceiros tradicionais, os europeus, não confiam mais nos EUA, especialmente porque a  OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte) praticamente foi implodida por Trump, que priorizou a parceria com a Rússia de Vladimir Putin.

Em relação ao Brasil, impor tarifas sobre o aço e o etanol do país não se justifica à luz dos fatos. Os EUA têm superávit comercial conosco, portanto, exportam para cá muito mais do que exportamos para lá.

Novamente, mais tiro no pé. Esse tarifaço contra o Brasil mais parece uma vingança do Trump, pelo fato de Lula ter apoiado Kamala Harris. O Brasil não prejudica em nada a economia americana.

ANTIAMERICANISMO – Com essa política de ostra, voltada para dentro dos EUA, principalmente através da taxação de tarifas lineares, em 25 por cento para o aço de todos os países, Donald Trump vai sofrer do mesmo mal que ele atribuiu ao presidente Joe Biden: Aumento da inflação e recessão, está última dita por ele, como inevitável.

Trump conseguiu trazer de volta o antiamericanismo do passado. Na Europa e no Canadá as populações desses países já se movimentam para boicotar produtos americanos.

Trump operou uma ação (taxação das importações). E agora a reação está em marcha.

Essa ascensão da direita radical é um sinal dos tempos, que devemos evitar

Esquerdas sobem na opinião pública; e a direita recua - por Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Duke (Rádio Itatiaia)

Roberto Nascimento

Tem um grupo aí que está aloprando. São as viúvas de Bolsonaro, que apostam na guerra, no confronto, na falta de civilidade. Os bolsonaristas estão dispostos a tudo para voltar ao Poder para barbarizar o governo, conforme Trump está fazendo nos EUA, já enfrentando resistências dos arrependidos, que deram a vitória ao ogro topetudo.

É um sinal dos tempos, pois regimes de esquerda e de centro estão perdendo as eleições por conta de problemas da imigração e da carestia no setor de alimentos.

BIDEN É EXEMPLO – Nos Estados Unidos, Joe Biden deportava mais imigrantes ilegais do que Trump está fazendo. Mesmo assim, os democratas perderam a eleição por causa da carestia, porque a Economia americana ia bem e o desemprego atingiu seus índices mais baixos desde o governo Bush.

O premier alemão Olaf Scholz perdeu as eleições deste domingo na Alemanha, por causa da recessão econômica há dois anos, com inflação no setor de alimentos e desemprego crescente.

Principal problema foi a alta dos altos preços do gás importado. A Alemanha comprava gás da Rússia, muito barato, mas as sanções ao regime de Vladimir Putin, por causa da invasão à Ucrânia, proibiram a importação.

ALTA DOS PREÇOS – A coalizão da democracia cristã de direita venceu a eleição, e a extrema direita, próxima ao nazismo, ficou em segundo lugar. O partido do premier de esquerda, chegou em terceiro, mas pode compor o governo.

A oposição tanto lá como cá e principalmente aqui, tem explorado nas redes sociais a alta dos preços dos alimentos.

Essa lógica irracional se reflete nas pesquisas de opinião, a qual o governo não está preparado para rebater, porque a oposição nesse campo tem um preparo melhor e usa a rede de pastores evangélicos bolsonaristas para agirem nos púlpitos das Igrejas e nas lives, dia sim dia não.

PAPEL DE IMITAÇÃO – Acho que os brasileiros querem imitar o povo norte-americano. Observem bem, porque é uma tragédia anunciada. Aquele que posa de salvador da pátria nos Estados Unidos age insanamente, não tem limites em seu prazer de semear o medo. Ninguém sabe o que pode acontecer por lá.

Aqui no Brasil, a queda do governo nas pesquisas é um reflexo da alta dos alimentos. Perguntei a um feirante no sábado, qual a razão dos preços absurdos do mamão?

Resposta: as chuvas torrenciais de Linhares (ES) derrubaram a produção da fruta. Linhares é o maior produtor de mamão.

CALOR INTENSO – Fui na barraca do ovo, fiz a mesma pergunta. Por que dobrou o preço? Resposta: o calor intenso fez cair a qualidade do ovo e aumentou a mortalidade das galinhas de 2 por cento para 8 por cento.

Os produtores, ao investir em climatização nas granjas, vão tentar reduzir os danos. Mas, o custo da eletricidade será repassado. E o forno nacional deste verão também prejudicou a cultura do café, que já passa de R$ 30 nos supermercados.

COMO SOLUCIONAR? – E aí, minha irmã e meu irmão, qual o antídoto para solução desses problemas?

Com a palavra, o PT e o governo de coalizão, nesse semipresidencialismo envergonhado, que os parlamentares dominam com suas emendas PIX individuais, de comissão e de bancada. É muito dinheiro na mão de suas excelências.

Com isso, votar leis do interesse do país ficou em segundo plano. E o governo no momento se perde numa disputa interna pelo espólio do líder Lula da Silva, que dá sinais de exaustão.

É muita estranha essa movimentação de Elon Musk para derrubar Lula

Elon Musk a ameaça Lula após bloqueio do X

Musk passa dos limites ao defender impeachment de Lula

Roberto Nascimento

Assisti aqui no Rio ao filme “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, do cineasta belga Johan Grimonprez, um dos favoritos ao Oscar de Melhor Documentário deste ano, vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance.

O roteiro mistura jazz e descolonização nesta passagem histórica, que reescreve o episódio da Guerra Fria que levou os músicos Abbey Lincoln e Max Roach a invadirem o Conselho de Segurança da ONU em protesto contra o assassinato de Patrice Lumumba — político que liderou a independência da República Democrática do Congo.

CONGO E BRASIL – Pensando aqui, sobre a queda da popularidade de Lula, repentina e violenta, divulgada pelo Datafolha, de 42 para 24 por cento, comparei o cenário com o vivido por Patrice Lumumba.

A luta do líder nacionalista congolês foi um grito de dor para salvar seu povo do colonialismo belga.
Assumiu o cargo de Premier em 30 de junho de 1961 e assassinado cinco meses depois, a mando do rei belga e do presidente americano Eisenhower.

Houve de tudo, assassinatos, destruição de aldeias inteiras, mercenários pagos pelos belgas e traidores da pátria, como o coronel Desirée Mobutu, um genocida corrupto, que roubou as riquezas minerais do Congo dividindo com belgas e americanos..
Não foi diferente dos assassinatos na América Latina, nas décadas de 60 e 70.

QUEDA DE JANGO – Aqui em 1964, Jonh Kenedy ordenou à CIA para preparar a queda de João Goulart. Iniciou-se uma sequência de paralisações na atividade produtiva, greves, aumento de alimentos e falta de arroz e feijão nas feiras e mercados.

Agora, me parece que o processo de desmantelamento do governo Lula está a todo vapor. Até o assunto impeachment entrou na pauta, após a fala do deputado Sóstenes Cavalcante, da bancada da Bíblia e líder do PL na Câmara.
O deputado Hugo Motta, presidente da Câmara e unha e carne de Eduardo Cunha, que pautou o impeachment de Dilma não é confiável.

Não se justifica, a alta nos preços do café, da laranja e de outros produtos essenciais, um absurdo. O empresário Elon Musk, número dois de Trump, trabalha para derrubar Lula e implodir o STF, ao impulsionar suas plataformas sociais.

NOVO RETROCESSO – Não se trata de defender o governo ou qualquer personagem sentado no trono presidencial, mas de deixar um alerta sobre a marcha para um novo retrocesso no Brasil, através de um golpe parlamentar ou mesmo de uma intervenção militar com apoio de Donald Trump, assim como Kenedy atuou contra João Goulart.

Os motivos são de ordem estratégica para os americanos, remeto à liderança do Brasil nos BRICS, à proximidade diplomática e ao crescente comércio com a China; à fala sobre a substituição do dólar pelas moedas locais nas transações comerciais; e principalmente à captura das riquezas minerais intocadas da Amazônia para exploração pelos novos detentores do poder nos EUA.

O Brasil vai virar o Congo, se as elites do agro e da Indústria embarcarem em nova intervenção militar. É melhor deixar o povo escolher seus representantes nas urnas para o bem ou para o mal. Na próxima eleição, tira o elemento ruim e bota outro lá no Planalto. No golpe, são sempre os mesmos e matam a gente sem pudor algum e com requintes de crueldade.