Bolsonaro resiste a mais de 11 horas de cirurgia e ficará em tratamento na UTI

Apoiadores de Bolsonaro fazem uma vigília em frente ao hospital

No hospital, jornalistas aguardam o primeiro boletim médico

Mariah Aquino e Madu Toledo
Metrópoles

Após mais de 11 horas de duração, terminou na noite deste domingo a mais longa cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O procedimento médico começou às 10h, no Hospital DF Star, e teve como objetivo liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.

Pelas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro anunciou o término do procedimento. “Cirurgia concluída com sucesso! A Deus, toda honra e toda glória! Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo.”

OBSTRUÇÃO INTESTINAL – Bolsonaro está internado em Brasília desde a noite desse sábado (12/4), depois de ser transferido de Natal (RN), onde precisou ser hospitalizado às pressas na sexta-feira (11/4), para tratar um quadro de subobstrução intestinal. A previsão é que ele siga internado durante vários dias até haver a completa recuperação.

No Hospital Star DF, dezenas de repórteres continuam aguardando a divulgação do primeiro boletim médico após a cirurgia de alto risco.

O médico pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cláudio Birolini, chegou a afirmar que, apesar de não ter acompanhado presencialmente as outras ocasiões, o quadro enfrentado pelo ex-mandatário nessa sexta-feira foi o pior desde o ataque a faca sofrido durante a campanha presidencial de 2018.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG  –  
A equipe médica está de parabéns. Para operar Jair Bolonaro é preciso não somente ser um cirurgião de referência mundial, como também ter grande preparo físico. Mais de 11 horas em pé numa sala de operação, com anestesia geral, não é para qualquer equipe médica. O quadro médico de Bolsonaro é sempre grave, porque ele é um paciente impaciente, que não se preocupa em se resguardar e viver dentro dos limites que seus médicos recomendam.

O paciente deste tipo de doença tem de evitar sobrecarregar o abdômen, nada de exercícios ou procedimentos que forcem a região, como andar a cavalo, de moto ou jet-ski, assim como Bolsonaro jamais poderia permitir que multidões o carreguem nos ombros, como ocorreu semana passada, antes de ter a crise de obstrução intestinal, que demorou dois dias até se detectada. E deve manter uma alimentação leve e moderada, nada de pastel com caldo de cana, como costuma fazer.

Quando o trem de pouso toca a pista, até aquele quicada do avião na aterrissagem pode lhe fazer mal. E toda cirurgia é de alto risco, devido à longa duração e ao uso de anestesia geral, mas ele não está nem aí. Com essa infantil falta de cuidados, é claro que Bolsonaro não vai longe. Se tivesse juízo, deveria abandonar a política e aproveitar o resto de vida que ainda tem, porque nenhum médico pode garantir que ele resistirá a uma sétima cirurgia. (C.N.)

Guerra de Trump vai bater no bolso dos americanos e afetar a política do mundo

 - Folha PE

Milhares já saem às ruas nos EUA contra Donald Trump

Vinicius Torres Freire
Folha

Pessoas que perderam seus parentes para a Covid votaram em indivíduos que não davam a mínima para a epidemia mortífera, como Jair Bolsonaro. Também votaram em Jair Bolsonaro tantas pessoas que padeceram na grande miséria de 2021, a maior em décadas, pois haviam perdido o auxílio emergencial, cortado ainda durante o desastre epidêmico. Temos visto muito surto de servidão voluntária, por assim dizer, piorado pelas redes insociáveis.

Assim, é temerário dizer que americanos vão se revoltar quando sentirem os efeitos da guerra comercial de Donald Trump.

VAI SER DIFERENTE? – Quem sabe se invente um meme de dourar pílula ou um veneno algorítmico ou uma alquimia virtual capaz de transformar sofrimento em ouro. No caso do governo de Joe Biden, a possibilidade de vitória do Partido Democrata foi para o vinagre muito também porque os salários perderam a corrida da inflação por quase três anos. Desta vez vai ser diferente?

Para começar, 62% das famílias americanas têm ações de empresas, de modo direto ou por meio de algum tipo de fundo ou conta de aposentadoria.

Os dados são de pesquisa Gallup de 2024. Na pesquisa mais recente do Fed, o Banco Central americano, de 2022, 58% das famílias teriam recursos aplicados em ações.

AÇÕES AFETADAS – Antes das reviravoltas de quarta e sexta-feira, os principais índices de preços de ações americanas haviam baixado cerca de 20% em relação ao pico recente ou estavam mais ou menos no mesmo nível de 12 meses antes. Ainda não seria um desastre, mas o ganho gordo e talvez exagerado de 2024 para 2025 desapareceu. Algum sentimento de perda houve, o que influencia o consumo.

O efeito da guerra comercial ainda não elevou preços —ao contrário. A inflação foi menor do que a esperada em março. Segundo entendidos, os consumidores compraram menos passagens de avião, combustíveis e foram menos a restaurantes.

As companhias aéreas foram as primeiras a alertar para o risco de resultados ruins adiante. Há indícios de que os americanos estão em média com medo de gastar; os índices de confiança do consumidor desabam.

EVIDÊNCIAS ANEDÓTICAS – Há sinais dispersos, “evidências anedóticas”, de que canadenses cancelam viagens para os Estados Unidos. O governo chinês tenta induzir seus cidadãos a não viajar para o país ora sob Trump.

O que a suspensão das tarifas de Trump significa para o comércio mundial? Carros ficarão mais caros —ou já ficaram. Comidas também, como tantas que chegam do México. Os americanos compravam cerca de US$ 450 bilhões de produtos chineses, por ano.

Agora, os impostos de importação tornaram impossível o comércio entre Estados Unidos e China. Ou os americanos vão pagar mais caro, ou vão comprar produtos e insumos piores ou não conseguirão produzir e vender, talvez exportar, por causa de preço e qualidade pior.

ALTA DOS PREÇOS – Alguma inflação haverá. Pessoas perderão empregos. Nesses danos, não estão incluídos possíveis efeitos daninhos de outras políticas econômicas de Trump.

Não se sabe o tamanho do estrago da caça aos imigrantes. Trump ainda não deu sinal de como vai conter o déficit do governo. Ao contrário: por ora tem uma fantasia de arrecadação e um plano de cobrar menos impostos de ricos.

No final do ano que vem, haverá eleição parlamentar nos EUA. Logo, é possível que Trump perca suas maiorias mínimas no Congresso. Não vai haver reparo nos danos permanentes que terá causado a seu país e ao planeta. Mas seria um sinal para aventureiros cafajestes, autoritários e ignorantes do mundo.

Desejar alguma coisa, como a morte de Lula ou Bolsonaro, não é crime

Deputado Gilvan da Federal (PL-ES) pode dormir tranquilo

Hélio Schwartsman
Folha

Já que meu nome vem sendo citado por bolsonaristas na tentativa de limpar a barra do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que disse desejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acho importante prestar alguns esclarecimentos.

No que diz respeito ao mérito da questão, o parlamentar pode dormir quase tranquilo. Enquanto houver juízes em Brasília, desejar, pública ou privadamente, a morte de alguém não será considerado crime. Trata-se de fato atípico, como deveria saber qualquer estudante de direito que não tenha cabulado as primeiras aulas de penal.

RECÉM-INFECTADO – E é fato que, em 2020, eu escrevi uma coluna na qual afirmava desejar a morte do então recém-infectado presidente Jair Bolsonaro. Nela eu dizia que, se o vírus da Covid-19 o tirasse de cena, muitas vidas de brasileiros seriam poupadas na pandemia. Pela ética consequencialista, então, eu estava autorizado a querer um desfecho funesto para o governante negacionista.

Também é fato, como apontam os bolsonaristas, que eu não me tornei réu nem fui condenado por meu texto. Mas eu receio que eles avancem o sinal ao afirmar que nada aconteceu.

A pedido de um líder bolsonarista, o então ministro da Justiça, André Mendonça, hoje no STF, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar se eu havia violado a Lei de Segurança Nacional, ainda em vigor naquele ano.

INQUÉRITO TRANCADO – O jornal teve de contratar advogados para me defender, o que fizeram com brilhantismo e conseguiram trancar o inquérito no STJ.

Trocando em miúdos, autoridades bolsonaristas fizeram comigo o mesmo carnaval que autoridades petistas agora tentam fazer com o parlamentar capixaba. O caso não deve dar em nada, mas elas aproveitam a ocasião para mostrar lealdade para com o chefe.

Seria obviamente preferível que autoridades sempre agissem como autoridades, isto é, de acordo com a lei e não com suas preferências ideológicas. Mas não vai acontecer. Pedir às pessoas que renunciem a suas paixões políticas tem tanta chance de êxito quanto pedir a Donald Trump que seja razoável.

A anistia está na mesa para negócio, e Bolsonaro, por enquanto, fica fora 

Anistia | Charge | Notícias do dia

Charge do Frank (Arquivo Google)

Carlos Andreazza
Estadão

A anistia está para negócio. Com Bolsonaro, por ora, sobrando. Ele já sacou o que vai em curso. É sujeito transparente. Só aceita a anistia “ampla, geral e irrestrita.” Anistia para si, pois. Os casos de Débora e de outros condenados a sanções desproporcionais lhe servindo de escada à própria impunidade. Já não lhe servem mais. Não exclusivamente. Bandeira doravante disputada.

Bolsonaro sacou que a escada agora é outra: a própria anistia. Escada àquilo – o justo – que não quer de jeito algum: a redução das penas dos agentes depredadores do 8 de janeiro. Acomodação – com o Supremo, com tudo – que não o contemplaria. (Não com vistas a 2026.)

JÁ EM CURSO – A negociação, liderada pelo presidente da Câmara, está deflagrada – e é a isso que Bolsonaro reage. O discurso é autoexplicativo:

“Agora, tivemos um ponto de inflexão. Enchendo a bola da minha esposa aqui, que falou muito bem na Paulista, dirigindo-se ao ministro Fux. Ali, no meu entender, foi uma fissura que apareceu. Um outro lado que parecia impossível. A modulação não nos interessa. Redução de penas não nos interessa. O que nos interessa, sim, é anistia ampla, geral e irrestrita”.

Acione-se a tecla de tradução do blá-blá-blá: “Não estou instrumentalizando o flagelo desses sorveteiros-pipoqueiros, gastando meus domingos em manifestações, para ficar de fora do arranjo”.

SEM FISSURA – O arranjo foi encaminhado. Não há fissura, nem um suposto racha no tribunal sendo mera expressão do desejo de Bolsonaro. Xandão não deixa. Não está autorizada a divergência na corte constitucional – para que não se arrisque a unidade da bancada.

Ponto de inflexão, sim. Arma-se um acordo: em vez do perdão geral, o ajuste da dosimetria conforme os crimes cometidos.

A intervenção de Fux ensejou as tratativas entre STF, Parlamento e governo. É pela “modulação”, que não interessa a Bolsonaro; que perdeu o controle da manipulação da injustiça encarnada em Débora. A inflexão de Fux abrindo terreno ao esvaziamento da carga pela anistia, em troca da revisão de penas. Tem jogo.

PT DE ACORDO – Gleisi Hoffmann, articuladora política de Lula, lê os ventos e já disse que toparia discutir a possibilidade, desde que os líderes do movimento golpista – Bolsonaro e seus helenos – não fossem perdoados. Recuaria mais tarde. Recado dado: a bola – para reduzir as punições – está com o Supremo e não haveria grandes resistências.

Teatro dos tarcísios à parte, também a direita – boa parte dos governadores que lhe sobem aos palanques – projeta um porvir sem o ex-presidente na urnas. Ninguém morrerá abraçado à causa impopular – a da anistia – percebida como fachada a agenda egoística, em prol de Bolsonaro, o inelegível.

A inelegibilidade do cara dá mais futuro à turma, hoje oposição engessada, que perde tempo em pauta descolada das aflições do povo, que não explora politicamente nem a violência nem a inflação, enquanto Lula, grato, reorganiza-se.

Glauber Braga entrou na “mira” ao atacar Arthur Lira e o orçamento secreto

Glauber Braga cumprimenta o ator Marco Nanini no Conselho de Ética da Câmara

Glauber Braga ganhou o apoio do ator Marco Nanini

Bernardo Mello Franco

Em cartaz em Brasília com o monólogo “Traidor”, Marco Nanini passou a quarta-feira no Congresso. Foi assistir à sessão do Conselho de Ética que discutiria a cassação do deputado Glauber Braga. “Como estou na cidade, me senti no dever de ir”, explica o ator, que enfrentou seis horas de falatório e gritaria numa sala cheia e abafada.

Glauber é acusado de quebrar o decoro ao agredir um militante do MBL que xingou sua mãe de “safada”. Não foi seu único entrevero com o provocador, que costuma se infiltrar em atos da esquerda para causar tumulto e viralizar nas redes sociais. Em 2024, ele usou a tática para se candidatar a vereador pelo Novo. Coincidentemente, o partido é o responsável pela representação contra o deputado do PSOL.

PENA EXAGERADA – A violência não pode ser tolerada na política, e Glauber merece algum tipo de punição pelo descontrole. Mas a cassação do mandato parece uma pena exagerada, a julgar pelas circunstâncias do caso e pelo histórico recente da Câmara.

No ano passado, a Polícia Federal prendeu o deputado Chiquinho Brazão, acusado de encomendar o assassinato da vereadora Marielle Franco. Trancado num presídio de segurança máxima, ele continuava a receber salário e verba de gabinete. Agora, passou a prisão domiciliar.

Em outro episódio rumoroso, o deputado Delegado Da Cunha virou réu por violência doméstica após espancar e ameaçar matar a ex-mulher. O Conselho de Ética encerrou o caso com uma mera censura verbal.

RELATOR SUSPEITO – Ao recomendar a cassação de Glauber, o relator Paulo Magalhães disse que ele maculou “a honra e a dignidade do Parlamento”. O deputado é o mesmo que, em 2001, bateu no autor de um livro com denúncias contra seu tio Antonio Carlos Magalhães.

O caso foi noticiado pelo GLOBO com uma foto de Magalhães, o sobrinho, sendo contido por aliados. “Socos e pontapés na Câmara — Deputado agride jornalista para defender ACM”, registrou o jornal.

Até os tapetes do Congresso sabem que a confusão com o militante do MBL é um pretexto para cassar Glauber. Ele entrou na mira ao se lançar em cruzada contra Arthur Lira e o orçamento secreto.

DISSE LIRA – Sexta-feira, o ex-presidente da Câmara, que acaba de comprar uma mansão de R$ 10 milhões, disse não ter nenhuma ligação com o processo.

Eleitor do PSOL, o ator Marco Nanini deixou o Conselho de Ética com a impressão de que o debate foi puro teatro.

“Aquilo é um caos. Todos falam e ninguém ouve!”, espantou-se.

Cirurgia de Bolsonaro será longa e de alto risco, segundo membro da equipe

Michelle Bolsonaro após notícia sobre depósitos de Mauro Cid: "Muito triste!" | Revista Fórum

Michelle confirma que será uma longa cirurgia

Deu no UOL

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passa por uma cirurgia hoje, após apresentar um quadro de obstrução intestinal, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, em Brasília. Ele está sendo submetido ao procedimento de laparotomia exploradora.

A cirurgia tem como objetivo liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. O ex-presidente foi levado ao bloco cirúrgico por volta das 8h30 e o procedimento começou por volta das 10h.

A cirurgia foi necessária porque exames mostraram persistência da subobstrução intestinal, conforme o boletim. Trata-se de um quadro que dificulta a passagem de gases e fezes.

DISSE MICHELLE – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que procedimento será longo. Em postagem no Instagram por volta das 13h30, ela afirmou que o político “está com muitas aderências”.

O cardiologista Leandro Echenique, integrante da equipe que cuida do ex-presidente, havia informado ontem que a cirurgia seria de grande dimensão. “É uma cirurgia bem extensa. Veja bem, é um abdome que já foi muito manipulado desde lá de 2018, quando teve a facada”, explicou.

Esta é a sexta cirurgia a que Bolsonaro se submete desde que levou uma facada no abdome, em setembro de 2018. O último procedimento havia sido realizado em setembro de 2023, quando ele foi submetido a um conjunto de cirurgias no aparelho digestivo e respiratório, que ocorreram de forma “satisfatória”, conforme o hospital informou na época.

A vida e o tempo não podem esperar, diz o poeta Mário Quintana

INFORMATIVO GIRASSOL: O Espaço Interior: reflexões sobre simplicidade e  autoconhecimento com Mário QuintanaPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tradutor e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994) expressa no poema “O Tempo” o nosso viver cotidiano desde o nascimento até a morte. No primeiro verso, o autor retrata como a vida é vivida com obrigação, que serve como aprendizado, ao identificá-la com o dever de casa. Que na maioria das vezes tem que ser feito, mas não é algo desejável. Às vezes, vão sendo deixados para depois, até que não podemos fazê-lo ao tempo propício. Assim, também agimos em nossas vidas com nossos desejos e vontades.

Quintana retrata o lamento de não ter vivido de forma diferente. Em casca dourada e inútil das horas nos remetemos ao ditado de que tempo é dinheiro. O que nos leva a priorizar somente o trabalho e não dispormos de tempo para fazer o que gostamos.

Encontramos conselhos para fazer diferente do que o homem faz habitualmente, temos que fazer o que almejamos hoje, sem nunca deixar para depois. Pois o tempo passa, a velhice se aproxima e o fim da vida chega, tudo isso é inevitável.

O TEMPO
Mário Quintana

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando pelo caminho
a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente
e diria que eu o amo…

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta
devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado
por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo.
que, infelizmente, nunca mais voltará.

É impressão ou o Supremo de fato ameaçou Lula de abrir uma crise?

Gleisi Hoffmann indica que governo pode debater redução de pena aos  envolvidos nos atos de 8 de janeiro | Jovem Pan

Gleisi incomodou o Supremo e teve de se desmentir

Mario Sabino
Metrópoles

Como já publicado aqui, o presidente da Câmara, Hugo Motta, tenta costurar com Lula um projeto para reduzir as penas dos condenados pelo 8 de Janeiro. Esse projeto substituiria o da anistia defendido pelos bolsonaristas.

Logo depois de essa costura vir à tona, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, admitiu que o governo pode discutir o assunto, desde que não alcance Jair Bolsonaro e os generais.

“MAL COLOCADA” – Os ministros do STF não gostaram, e Gleisi teve de voltar atrás, dizendo que a sua frase foi “mal colocada” e que cabe ao Supremo definir penas e coisa e tal. Ao que parece, continuamos a normalizar o que está longe de ser normal — e legal.

Explico. De acordo com a jornalista Bela Megale, para demonstrar o seu desagrado, ministros do STF fizeram um “alerta direto a Lula” após a fala de Gleisi sobre a possibilidade de abrandamento das penas. Alerta direto é mais grave do que alerta indireto, na gradação dos alertas.

“O presidente foi informado da indignação que a afirmação de Gleisi gerou na corte e recebeu o recado de que qualquer apoio do governo à investida do Congresso de interferir nas penas de 8 de Janeiro estabelecidas pelo Supremo abriria uma grande crise com o tribunal”, publicou a jornalista, sem que houvesse sido desmentida até o momento.

AMEAÇA DO SUPREMO? – É impressão minha ou Lula foi ameaçado pelo STF? Se sim, eu me pergunto — e todos nós deveríamos fazê-lo, acho eu — se juízes poderiam ameaçar quem quer que seja desse jeito. Imagino que tal atitude esteja fora do campo da legalidade.

Já que acordei perigosamente indagativo, estendo as minhas interrogações: o que poderia significar, afinal de contas, a abertura de “uma grande crise” com o STF?

Como cabe ao tribunal julgar ações de relevância político-administrativa, isso quer dizer que os ministros passariam a prejudicar propositalmente Lula, nos casos do interesse direto do presidente da República que estivessem em julgamento?

JUÍZES PARCIAIS – Prejudicar é um verbo de significado suficientemente extenso no Brasil para incluir não beneficiar mais por amizade, ideologia ou simples conveniência circunstancial — e juízes não poderiam fazer nada disso, nem com Lula, nem com ninguém, certo?

Os condenados pelo 8 de Janeiro foram punidos por atentar contra a democracia. Mas que democracia é essa, na qual juízes se se sentiriam pessoalmente atingidos por acordos políticos entre o Legislativo e o Executivo e livres para mandar recados ameaçadores?

São só perguntas.

Nos EUA, empresários temem que Donald Trump jogue o país em uma recessão

Cresce a incerteza com o abastecimento de produtos

Pedro do Coutto

Empresários americanos temem que o presidente Donald Trump jogue o país em uma recessão. Na sexta-feira, os principais índices da Bolsa de Valores de Wall Street começaram o dia em baixa.

Os investidores avaliavam a repercussão das últimas ações da guerra tarifária, sinalizando acreditarem em uma desaceleração econômica até que haja mais confiança e que a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para todos os países, exceto a China, provocará uma incerteza mais longa. É nítido o temor diante de uma possível recessão.

INCERTEZA – A cada dia sem acordos sobre as tarifas, cresce a incerteza nos Estados Unidos em relação ao abastecimento de produtos que vêm de outros países. E a preocupação não é só dos investidores. A confiança do consumidor americano na economia atingiu o nível mais baixo desde 1952, segundo pesquisa da Universidade de Michigan, feita dos dias 25 de março a 8 de abril. O índice ficou abaixo inclusive do que previa o mercado financeiro.

Comerciantes também estão ansiosos, sobretudo em relação à sobrevivência dos pequenos negócios diante do impacto das tarifas. A preocupação chegou ao Banco Central americano. Uma diretora da instituição afirmou ao jornal “Financial Times” que os mercados financeiros continuam funcionando dentro da normalidade por enquanto. Mas admitiu que o FED está preparado para intervir e tentar estabilizar o mercado de dívida pública, se ele ficar em desordem.

A China detém US$ 760 bilhões em títulos americanos – atrás apenas do Japão. Uma das preocupações é que a China se desfaça de maneira maciça desses papéis, obrigando os Estados Unidos a pagarem juros mais altos para se financiarem.

DESENVOLVIMENTO – Numa entrevista à imprensa,  Trump, surpreendente como sempre, afirmou que a guerra de tarifas entre os Estados Unidos e a China vai promover o desenvolvimento econômico no mundo.

Um absurdo total, sobretudo diante de uma possível subida dos preços, pois o comércio mundial ao assumir a compra de produtos de toda a espécie, terá que repassar forçosamente a nova escalada para o consumo. Logo, isso caracteriza uma inflação inevitável, pois ninguém vai produzir para estocar ou para não vender.

O fato especulação entra sempre em cena e como não existe débito sem crédito ou vice-versa, a questão vai desaguar no consumo geral, já que pagamos pelos preços estabelecidos. Atrás de cada aumento de preço está a pressão e o lucro. É questionável dizer que a guerra de tarifas vai promover o desenvolvimento no mundo. É uma atitude irresponsável diante do que está se passando. Enquanto isso, a confusão se generaliza na economia.

Silas Malafaia surpreendeu bolsonaristas ao se opor à cassação de Glauber Braga

Malafaia defende Glauber Braga e irrita bolsonaristas | Revista Fórum

Malafaia defende Braga e desagrada os bolsonaristas

Ivan Longo
Fórum

O pastor Silas Malafaia expôs um posicionamento que vem deixando bolsonaristas revoltados. Malafaia se colocou contra a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), alvo de um processo na Câmara. Apesar de se referir ao parlamentar de esquerda como “asqueroso, nojento e linguarudo”, o pastor disse que ele não merece ser cassado.

“AO DEPUTADO GLAUBER BRAGA, DO PSOL! Você é um camarada asqueroso, nojento e linguarudo, que já me caluniou e difamou. Minha consciência e caráter não dependem do que as pessoas são, fazem e falam. É um absurdo querer cassar seu mandato pelas asneiras que você falou. Você merece uma punição. CASSAR SEU MANDATO, NÃO”, escreveu Malafaia, usando letras maiúsculas.

A publicação do comentário deixou bolsonaristas revoltados. Muitos acusam o pastor Silas Malafaia de estar fazendo “jogo duplo”, conforme é possível observar nos comentários da postagem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O mais desagradável na política atual é a obrigatoriedade de ser contra ou a favor, de acordo com a polarização. É preciso que todos nós, esquerdistas ou direitistas, incluindo a ala do centro, com seus diferentes matizes, passemos a apoiar o que é certo e a rejeitar o que é errado, sem levar em conta essas bobagens ideológicas. Afinal, ainda não se paga imposto para ser racional e inteligente. Malafaia tem toda razão, cassar Glauber Braga é uma estupidez sesquipedal, como dizia o general João Figueiredo, aquele que assumiu o poder com a obrigação de devolver o país à democracia e levou sua missão até o final. (C.N.)

PT pensa (?) que Hugo Motta será imune à pressão para pautar a anistia

Pressionado por anistia, Motta quer priorizar PL da Reciprocidade |  Metrópoles

Com 257 assinaturas, Motta é obrigado a pautar a anistia

Gustavo Zucchi
Metrópoles

Apesar de bolsonaristas terem conseguido as 257 assinaturas necessárias para o pedido de urgência, aliados de Hugo Motta (Republicanos-PB) dizem que o presidente da Câmara seguirá imune à pressão para pautar o PL da Anistia. Segundo interlocutores, Motta não teria motivo para temer as ameaças de bolsonaristas de “queimar a imagem” dele com seu eleitorado, porque o presidente da Câmara é eleito por um estado mais esquerdista.

No último dia 6 de abril, por exemplo, o pastor Silas Malafaia afirmou que Motta seria “a vergonha do povo da Paraíba”, por não ter abraçado a pauta da anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

MOTTA E O PT – Lula e o PT tiveram, nas eleições de 2022, ampla vantagem na Paraíba, estado de Motta. No segundo turno, por exemplo, Lula venceu Jair Bolsonaro em todos os municípios do estado, com 66,62% dos votos válidos.

A proximidade de petistas com o atual presidente da Câmara nas disputas estaduais também se reflete em Patos (PB), cidade do atual presidente da Câmara, administrada pelo pai de Hugo Motta. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, esteve no município em eleições passadas, participando da campanha de familiares de Motta para a prefeitura local, como o próprio Padilha lembrou em entrevista à coluna.

Aliados de Motta explicam que, por esse motivo, ele não teme perder votos por segurar a anistia. E reforçam que a expectativa do deputado é de que uma revisão das penas possa aliviar a pressão de bolsonaristas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria é interessante, mas os informantes do repórter o levaram a uma visão petista do assunto, que não tem nada a ver, está absolutamente equivocada. Ao contrário do que diz o texto, o presidente da Câmara não pode ficar segurando o projeto, sem colocá-lo em pauta. Se receber o pedido com assinatura de 257 deputados, Hugo Motta tem obrigação de colocar a anistia logo em pauta, sem possibilidade de permanecer embromando indefinidamente. O assunto é regulado de forma clara no Regimento da Câmara. (Artigo 155). (C.N.)

Foro privilegiado muda mais uma vez, e isso pega mal para o Supremo

Foro privilegiado. O retorno. A fragilidade e insegurança do sistema

Charge do Cazo (Blog dp AFTM)

Marcus André Melo
Folha

Analisar o foro revela porque ele é crucial para o exercício da competência penal do Supremo Tribunal Federal

As mudanças nas regras do foro privilegiado, ao longo do tempo, refletem um jogo cujo equilíbrio se altera devido a choques produzidos por eventos como escândalos e/ou alterações radicais no ambiente institucional. O conflito gira em termos de quem tem foro; quem detém poder de iniciativa e veto; e, quem se beneficia com a restrição/ampliação do foro ao mandato e à função, tornando-o temporário ou perpétuo (perdeu o cargo, o foro permanece).

Embora entre 1964 e 1999, o foro tenha passado a ser perpétuo, aumentando o poder do STF, só em 1969 foi estendido a parlamentares (e não só titulares de alguns cargos executivos e magistrados). Entretanto, o impacto foi muito limitado porque a abertura de processo exigia licença prévia da casa legislativa de origem —que nunca a concedia.

PODER DE VETO – O Legislativo detinha poderes de gatekeeper —o poder de vetar a iniciativa—, o que só veio a mudar com a EC 35/2001, que dispensou a licença. O STF passou a ter controle pleno sobre sua jurisdição criminal.

A mudança deveu-se ao caso da motosserra assassina de Hildebrando Paschoal e, na sequência, Mensalão e Lava Jato. No Mensalão, ficou claro que o foro privilegiado no Supremo não era garantia de impunidade.

Como no caso de Hildebrando, evidências de manipulação do foro por parlamentares, tal qual o do ex-governador paraibano Ronaldo Cunha Lima, tiveram forte impacto. Cunha Lima tentou assassinar seu antecessor, mas não pôde ser processado devido à necessidade de licença prévia da Assembleia Legislativa.

JAMAIS FOI JULGADO – Eleito senador em 1994, seu caso foi enviado ao STF, onde permaneceu parado até 2001. Com a EC 35, a autorização do Senado deixou de ser necessária, mas Cunha Lima elegeu-se deputado federal. Na véspera de seu julgamento, em novembro de 2007, renunciou ao mandato, deslocando o processo para a primeira instância, onde prescreveu.

“O gesto dele mostra como é perverso o foro privilegiado” afirmou Joaquim Barbosa, o relator, irritado porque ele esperou o Supremo incluir a ação na pauta de julgamento de segunda-feira, 14 anos após a tentativa de assassinato e 5 depois de começar o processo, para renunciar. “O que tem de fazer é acabar com o foro. Só isso”.

A incapacidade do STF de cumprir sua competência penal —realizar oitivas etc— ficou evidente. O ônus político do elevadíssimo estoque de processos —que em 2018 chegou a mais de 500 ações— passou a ser suportado não mais pelo Legislativo mas pelo STF.

GASTOS ELEVADOS – O custo do hiperprotagonismo da corte aumentou significativamente. Daí a reconfirmação em 2018 do foro, mas agora com restrições ao mandato e à função.

A reinstituição do foro perpétuo, na atual conjuntura, restaura o status quo anterior. Esta mudança, também endógena, se deve, mais uma vez, a choques no ambiente institucional mais amplo. O choque agora é o julgamento de Bolsonaro e envolvidos em um golpe. Enquanto em 1999 o STF era árbitro de processos criminais, agora é parte do processo. Ambos —a Corte e seus ministros— são vítimas.

Seus objetivos agora são mais amplos, em certo sentido existenciais: resistir a ameaças institucionais inéditas e de larga envergadura. Estrategicamente o foro perpétuo alarga o controle do Supremo sobre suas ações, pois estende o marco intertemporal de sua jurisdição.

Bolsonaro prossegue o tratamento em Brasília e está sendo operado de novo

Vídeo: Bolsonaro deixa hospital em Natal rumo a Brasília | Metrópoles

Bolsonaro, ao sair do hospital para ir ao aeroporto de Natal

Alessandra Bernardo e Madu Toledo
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou às 17h30 o Hospital Rio Grande (HRG), em Natal, onde passou a madrugada deste sábado (12/4) sob monitoramento contínuo. Bolsonaro foi transferido para o Hospital DF Star, em Brasília, e está acompanhado por uma equipe especializada e pelo médico pessoal, Cláudio Birolini.

Na saída do hospital em Natal, Bolsonaro acenou para cerca de 200 pessoas que estavam no local. Depois, Jair Bolsonaro e a equipe médica seguem pela BR-101 até o aeroporto internacional Aluízio Alves, no município de São Gonçalo do Amarante (RN), na região metropolitana de Natal, de onde partiu a UTI aérea para Brasília.

O ex-presidente passou mal durante agenda política no Rio Grande do Norte por conta de uma obstrução intestinal nesta sexta-feira (11/4). Ele precisou ser retirado do local de helicóptero e foi atendido com urgência ao chegar no hospital. De acordo com o último boletim médico divulgado, o quadro clínico de Bolsonaro é grave e ele está sendo operado mais uma vez, numa longa cirurgia de alto risco.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O quadro médico de Bolsonaro é grave, porque ele é um paciente impaciente, que não se preocupa em se resguardar e viver dentro dos limites que seus médicos recomendam. Tem de evitar sobrecarregar o abdômen, nada de exercícios ou procedimentos que forcem a região, como andar a cavalo, de moto ou jet-ski, assim como não pode permitir que multidões o carreguem nos ombros, como ocorreu semana passada, antes de ter a crise de obstrução intestinal, que demorou dois dias até se detectada. Bolsonaro deve manter uma alimentação leve e moderada, nada de pastel com caldo de cana, como costuma fazer. Com essa infantil falta de cuidados, é claro que Bolsonaro não vai longe. Quando o trem de pouso toca a pista, até aquele quicada do avião na aterrissagem pode lhe fazer mal. E toda cirurgia que faz é de alto risco, devido à longa duração e ao uso de anestesia geral, mas ele não está nem aí. (C.N.)

Antes de passar mal, Bolsonaro pediu ajustes para a anistia entrar logo em pauta

Bolsonaro: 1ª Turma do STF tem maioria para manter multa de R$ 40 mil | Metrópoles

Bolsonaro está empenhado em resolver logo a anistia

Marianna Holanda e Raphael Di Cunto
Folha

Antes de passar mal e ser internado em Natal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou o PL estudar alternativas para tornar o texto do projeto de lei da anistia a presos no 8 de janeiro mais enxuto, segundo a Folha apurou. Essa seria uma forma de diminuir resistências ao projeto na Casa.

Uma avaliação geral dos deputados é de que as penas impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) teriam sido muito duras, mas que é preciso punir quem tenha depredado as sedes dos três Poderes.

FORA DA AGENDA – O pedido ocorreu após conversa com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tarde de quarta-feira (9). O encontro aconteceu fora da agenda, apenas entre os dois, e foi cercado de sigilo.

Não está claro como o projeto seria alterado, nem se Bolsonaro e réus acusados de liderar a trama golpista estariam inclusos. Mas aliados do ex-presidente avaliam que, caso ele não seja contemplado desta vez, a aprovação da proposta de alguma forma ajudará seu caso no STF.

Enquanto previa ajustes no texto do Congresso, Bolsonaro falou a uma plateia de apoiadores nesta quinta (10) que quer “anistia ampla, geral e irrestrita”, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

NOVO RELATOR? –

O relator do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) era o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE). Ele é cotado para dar o parecer com as alterações também no plenário, mas Motta pode substituí-lo. Um novo nome já chegou à sua mesa: Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que foi procurador do Ministério Público. Gaspar e Valadares são alinhados a Bolsonaro.

A aliados, o presidente da Casa tem dito que ainda busca uma solução negociada com os Poderes. Ele tem conversado com ministros do STF para tratar sobre essa possibilidade, ainda mantida a sete chaves. Já conversou, por exemplo, com Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

257 ASSINATURAS – Motta afirma ainda que levará a proposta para deliberação dos líderes, quando o requerimento de urgência para o projeto chegar a 257 assinaturas.

Uma avaliação entre uma ala de bolsonaristas é de que aqueles que depredaram patrimônio e contra os quais há registros, imagens, poderiam ser condenados, mas apenas a esse crime, cuja pena é de até três anos.

Bolsonaro não comenta o encontro com Motta, mas demonstra otimismo. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, ele reafirmou que o presidente da Casa pautará a proposta. “Desde a campanha, ele fala que a maioria dos líderes querem priorizar uma pauta, então nós vamos atender à maioria. Ele não participa da votação, tanto é que o voto foi pela abstenção. Não precisa lembrá-lo disso aí, ele sabe bem o que está acontecendo. Se a gente conseguir assinatura, ele vai botar em votação, tenho certeza”, disse.

CRISE INSTITUCIONAL – Motta está numa saia-justa entre o compromisso que firmou com o partido do ex-presidente e aliados no governo e no Supremo, contrários à análise da proposta. A leitura destes é de que abriria uma crise institucional, sobretudo com o Judiciário.

Já com o PL, o compromisso, segundo dizem os parlamentares, seria de pautar em plenário quando houvesse as assinaturas necessárias. O entorno de Motta chegou a defender a possibilidade de uma comissão especial para analisar o projeto de lei, o que teria uma tramitação mais lenta, mas o partido de Bolsonaro rechaça essa possibilidade.

Diante do impasse, Motta quer ganhar tempo, e a próxima semana deixará a Câmara esvaziada. Nesta quinta-feira, cancelou a tradicional reunião de líderes da Casa e, na próxima semana, determinou que os trabalhos ocorrerão de forma remota e com sessões no início da semana, para compensar o feriado da Páscoa.

EM TRÊS SEMANAS – Apesar da antecipação das sessões, que começarão na noite de segunda-feira, ele não estará em Brasília, nem muitos dos principais líderes. Quem presidirá será o primeiro vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ).

O PL, conseguindo as assinaturas nesta semana, não deve pautar à força a proposta, mesmo com a presidência da Casa. Assim, pelos cálculos de deputados, a anistia seria votada em três semanas.

Nesta semana, Motta voltou a defender a revisão do que chamou de eventuais exageros nas penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Eu defendo dois pontos para que a gente possa vencer essa agenda. O primeiro é a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo em relação a quem não merece receber punição. E o segundo é a responsabilidade de não aumentarmos a crise institucional que o país já vive”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Motta está se equilibrando bem, mas terá de cumprir o Regimento. O PL anuncia que já chegou às 257 assinaturas (maioria absoluta). Portanto, Motta tem de pautar a anistia, e seja o que Deus quiser. É assim que funciona. (C.N.)

Cômodo e útil, o celular pode se tornar também uma máquina mortífera

Série Adolescência

A série Adolescência ensina muita coisa sobre o celular

Muniz Sodré
Folha

Muitos anos atrás, uma pesquisa sobre televisão indagava a adolescentes cariocas o que mais gostariam de ver na telinha. “Eu”, respondeu um deles. Na mesma época, parecia divertida a anedota da mãe zelosa que, passeando no parque com o bebê, escuta de uma outra o elogio: “que lindo, o seu filho”. E ela responde: “Você ainda não viu a foto”.

As duas pequenas histórias mantêm atualidade explicativa na época do celular e redes sociais. Após a crescente proibição do uso de celulares nas escolas, aparecem notícias de adolescentes que os substituem por velhas câmeras digitais, naturalmente permitidas. Com elas, podem copiar trechos de textos e, mais do que tudo, fazer selfies. É o círculo vicioso do espelho, a compulsão de se reproduzir infinitamente em imagem.

AUTOIMAGEM – A raiz atrativa dos celulares está na paixão pela autoimagem, daí a produção do espectro individual, um modo de existir na realidade virtual.

Os episódios são variantes de um fenômeno que se pode chamar de espectralização. Não se trata apenas de fazer pose conveniente para uma foto, gesto instintivo quando se é alvo de uma câmera, e sim de criar um espectro de si mesmo, isto é, a ficção de uma personalidade paralela capaz de circular em situações de comunicação diversas. Nesse duplo espectral, que é de algum modo o negativo da visibilidade comunitária, o pretenso ser real e único dá lugar à sutil simulação de um personagem.

O celular banaliza a imagem por instantaneidade e ausência de custos, de maneira irresistível para a maioria, jovens em especial. Não se trata, porém, de efeito exclusivo do artefato.

A raiz atrativa está na paixão pela autoimagem, daí a produção do espectro individual, um modo de existir na realidade virtual criada pela rede eletrônica e pelas máquinas de visão, que não param de surgir. É uma forma de vida paralela, ainda mal compreendida, mas já nomeada pelo antigo grego como “bios”.

CONSEQUÊNCIAS – São fortes as consequências na formação da personalidade. E costumam enganar cientistas atentos a mudanças sociais apenas por aspectos fisicamente observáveis. Mal se dão conta do universo imaterial sobreposto ao real-histórico com outra linguagem, feita de códigos digitais e figurativos.

 Notável é o impacto sobre o psiquismo plástico, senão enigmático, do adolescente. É esse o fio dramático de “Adolescência”, série televisiva sobre a assustadora captura de uma consciência ainda púbere pela realidade dúbia e sombria do celular.

Já no filme “Emília Perez”, a protagonista transgênero reflete que “há sempre dois: meu eu verdadeiro e o animal que me segue como uma sombra”. “Animal” é metáfora para a contraparte obscura da alma.

EPIDEMIA MORAL – Nas redes, entretanto, animalidade ou bestialidade (racismo, misoginia, sociopatia) torna-se vetor de um regime de epidemia moral suscetível de abalar a estabilidade do laço social. Infecciosa é a irrupção de formações perversas, inequívocas reações a dificuldades afetivas no mundo real.

A “machosfera” é um exemplo: agregado de ideias e emoções confusas sobre o feminino, com efeitos de ressentimento e ódio. Danosa à consciência adulta, é uma usina de monstros juvenis.

O cômodo e útil celular é também máquina de morte. Olho vivo, pais e educadores.

“Plano” de Motta para reduzir punições sem anistia é Piada do Ano

Hugo Motta: de pupilo de Cunha a presidente da Câmara - Nexo Jornal

Motta devia ser proibido de ter ideias; é perda de tempo

Mario Sabino
Metrópoles

Não presto atenção ao que diz homem que usa gel no cabelo. É porque as ideias também têm gel, e basta dar uma enxaguada e o lustro vai embora. Mas, contrariando a minha resolução existencial, prestei atenção ao que disse o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, sobre o abacaxi dos condenados pelo 8 de Janeiro.

Pressionado pelos bolsonaristas a colocar o projeto de anistia em votação e obsequioso com o STF, tudo ao mesmo tempo agora, o gajo disse aos jornalistas Luciana Lima e Eumano Silva que negocia uma solução para o imbróglio com Lula, em nome da pacificação do país (quando ouço falar em pacificação, penso sempre nas 50 mil vítimas de assassinato a cada ano). Alguém precisa fazer política, não é?

ENTENDIMENTO? – A ideia é chegar a um entendimento entre os Três Poderes para que as penas pesadíssimas impostas aos participantes do 8 de Janeiro sejam aliviadas.

“O que tenho defendido é a capacidade de a gente se entender. Eu tenho conversado com muita gente. Também o Executivo tem um papel importante a cumprir nisso”, disse Hugo Motta.

Depois de ler a frase, perguntei aos meus botões (eu estava de camisa social) se não foi “muita gente” que deu esta ideia a ele: substituir o projeto de anistia com outro que prevê o abrandamento de condenações, de tal modo que tiraria a maioria dos depredadores da cadeia e daria aos brasileiros, eternamente em busca de uma ilusão, o sentimento de que a Justiça finalmente voltou ao seu leito.

PETISTAS GOSTAM – Segundo os autores da reportagem, alguns petistas gostam da ideia, porque esvaziaria o discurso bolsonarista (como eles poderiam ser contra aliviar sentenças condenatórias?) e concentraria as punições em quem eles apontam como os cabeças do 8 de Janeiro.

Assim, Jair Bolsonaro e o seu entorno não teriam mais como misturar-se à geleia geral de uma anistia que beneficiaria tubarões e bagrinhos.

SEM O ABACAXI – É bom para todos os interessados: Hugo Motta se livraria do abacaxi da anistia; Lula transmitiria a imagem de misericordioso com chance de ganhar pontos de popularidade nas proximidades de um público que o detesta; e o STF deixaria de ser o antipático antagonista de uma anistia humanitária e passaria a ser o simpático protagonista de uma, vamos lá outra vez, pacificação nacional que não fere a sua autoridade.

Será que a ideia é mesmo de Hugo Motta? De qualquer modo, preciso começar a prestar atenção ao que dizem homens que usam gel no cabelo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A ideia é absolutamente idiota e inexequível. Para diminuir as penas tem de mudar artigos do Código Penal e de outras leis, como a do Terrorismo. É uma imbecilidade a ser esquecida. Quanto ao gel nos cabelos, Motta estava ficando careca e fez um implante muito bem executado, mas faltou cabelo para implantar e ele tem de botar gel para esconder a calvície. Motta não tem cabelos nem nada na cabeça. (C.N.)

Bolsonaro vai viajar de UTI a Brasília para “possível intervenção cirúrgica”

Bolsonaro internado: Médico que atendeu presidente após facada vai avaliar  necessidade de cirurgia - 03/01/2022 - UOL NotíciasPor g1 — Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou neste sábado (12) um vídeo na rede social X em que, deitado em um leito hospitalar, fala em deslocamento para Brasília para dar continuidade a tratamentos médicos e, também, em uma “possível intervenção cirúrgica”.

Nesta sexta-feira (11), Bolsonaro passou mal em um evento do PL no interior do Rio Grande do Norte. Ele foi atendido e encaminhado, de helicóptero, para o Hospital Rio Grande em Natal, capital do estado, onde está internado.

NOVA OPERAÇÃO – “Ontem [sexta], fui socorrido de emergência no Hospital de Santa Cruz (RN). Há uma possibilidade muito grande de eu ser deslocado para Brasília, para continuarmos o tratamento e com a possível intervenção cirúrgica”, afirma o ex-presidente no vídeo.

Na gravação divulgada neste sábado, Bolsonaro também agradece aos profissionais de saúde pelo atendimento “carinhoso” e “atencioso” que recebeu nos dois hospitais pelos quais passou. Ele diz ainda que pretende reagendar a agenda política no Rio Grande do Norte.

Há a previsão de Bolsonaro ser transferido para um hospital de Brasília (DF) neste sábado. O transporte deve ser realizado, no período da tarde, em uma UTI aérea.

DISTENSÃO DIMINUIU – De acordo com informações do Hospital Rio Grande, a transferência é uma decisão conjunta de Bolsonaro e familiares. Com um cargo no PL, o ex-presidente reside atualmente em Brasília.

Conforme boletim médico, o quadro de saúde de Bolsonaro é “estável” e a distensão abdominal que ele sofreu foi reduzida. O documento diz ainda que o ex-presidente teve uma “noite tranquila” de sexta para sábado e apresenta “excelente estado de humor”.

Nesta sexta, o perfil de Bolsonaro na rede X já havia publicado uma foto do ex-presidente no leito hospitalar. Na legenda da imagem, Bolsonaro afirmou que teve complicações intestinais, como “consequência das múltiplas cirurgias que precisei realizar após o atentado sofrido em 2018”.

“VOLVEREMOS…” – Mais cedo neste sábado, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, publicou uma imagem de uma videochamada que realizou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com Mario Abdo Benítez, ex-presidente do Paraguai.

A publicação foi repostada por Jair Bolsonaro. No print, o ex-presidente do Brasil aparece deitado em um leito hospitalar, conectado a aparelhos. O filho Eduardo e o aliado Mário Benítez estão sorrindo.

“Agradeço ao eterno presidente do Paraguai Marito Abdo por ter conversado com meu pai para saber como andava sua recuperação. Na oportunidade, Jair Bolsonaro falou: ‘Volveremos'”, diz a publicação do deputado licenciado.

A piedosa mentira de Del Picchia, diante dos sofrimentos do amor

MENOTTI DEL PICCHIA – FRASES – Pão de Canela e ProsaPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor, ensaísta e poeta paulista Paulo Menotti Del Picchia (1892-1988) mostra o seu total conhecimento sobre o amor e o sofrimento que pode acarretar quando se desfaz. São coisas  nem a “Piedosa Mentira” pode esconder.

PIEDOSA MENTIRA
Menotti De Picchia

Ontem na tarde loura e de aquarela,
alguém me perguntou: “Como vai ela?
Como vai teu amor?” – Eu respondi:
“Não sei. Uma mulher passou na minha vida,
mas não lembro…”. E nessa hora comovida,
como nunca lembrava-me de ti!

E menti por pudor… A mágoa que alvoroça
nosso peito é tão santa, tão pura, tão nossa
que se esconde aos demais.

E se uma voz indaga contristada:
“Estás sofrendo?” – “Não, não tenho nada…”
E é quando a gente sofre mais…

Alcolumbre quer derrubar Silveira e insinua que ele está envolvido em corrupção

Quem é Davi Alcolumbre, favorito à presidência do Senado Federal | Metrópoles

Alcolumbre pode acusar alguém de corrupção ou é piada?

Victoria Azevedo e Bruno Boghossian
Folha

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), fez duras críticas ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), em um almoço nesta semana com integrantes do União Brasil e do governo, entre eles a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

De acordo com cinco políticos que estavam no encontro ou ouviram relatos dos participantes, o presidente do Senado insinuou que há suspeitas de corrupção envolvendo Silveira, sem citar especificamente quais seriam.

SAÍDA DE JUSCELINO – O almoço ocorreu na terça-feira (8), na casa do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, em Brasília. Ao menos oito pessoas, entre integrantes do governo e parlamentares, passaram por lá.

A conversa se deu durante uma discussão sobre a saída de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações, após a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciá-lo sob acusação de corrupção passiva e crimes relacionados a suposto desvio de emendas.

O encontro já estava marcado previamente para discutir a relação do União Brasil com o governo federal. Diante da denúncia, no entanto, a saída de Juscelino foi o tema mais discutido à mesa.

JÁ É COSTUME – A Folha apurou que essa não é a primeira vez que o presidente do Senado faz esse tipo de insinuação contra o ministro, segundo políticos que estiveram com o senador nas últimas semanas.

Procurada, a assessoria de Alcolumbre afirmou: “O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, não comentará sobre falsas intrigas e especulações que não são verdadeiras. A sua prioridade é seguir trabalhando para melhorar a vida dos brasileiros”.

A equipe de Silveira afirmou que o ministro “não comenta fofocas”. “Até mesmo por entender que o presidente Davi jamais faria qualquer tipo de afirmação inverídica ou maldosa ao seu respeito. Lamenta também a tentativa de criar intriga entre os dois, uma vez que mantém com o presidente do Senado, há anos, uma relação extremamente respeitosa”, diz, em nota.

ROMPIMENTO – Silveira chegou ao Ministério de Minas e Energia, na montagem do governo Lula (PT), na cota de seu partido, o PSD, com o apoio de Alcolumbre e do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Alcolumbre, no entanto, rompeu com Silveira e tem transmitido a integrantes do governo, desde o fim do ano passado, seu descontentamento com a atuação do ministro.

Nessas conversas, tem dito que Silveira não tem mais o seu apoio para permanecer no posto, assim como teria perdido a sustentação de outros antigos aliados do ministro, como Pacheco e outros senadores.

TENTOU DERRUBAR – Diversos políticos afirmam que Alcolumbre faz uma articulação explícita para tentar derrubar Silveira do posto.

O presidente do Senado tem afirmado, por exemplo, que o ex-aliado agora é da cota pessoal de Lula —ou seja, não representa mais o grupo político que o indicou para a vaga. Esse movimento acontece num momento em que membros do centrão têm expectativas de que o petista possa fazer novas mudanças em seu ministério.

Integrantes do PSD, no entanto, dizem que uma eventual troca no comando da pasta pode acirrar ainda mais a insatisfação de membros da legenda com o governo. A bancada do partido na Câmara, por exemplo, diz que não se sente mais representada pelo Ministério da Pesca e pleiteia uma pasta mais robusta.

NA COTA DE LULA – A Folha mostrou no fim do ano passado que, para expandir sua influência na administração pública, Silveira fez movimentos que não ganharam respaldo de antigos aliados no Senado, ao mesmo tempo em que se aproximou diretamente do presidente da República. As desavenças envolvem indicações para agências reguladoras.

Segundo auxiliares de Lula, Alcolumbre já levou essas queixas ao próprio presidente. Em almoço recente com o petista e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele criticou Silveira e comunicou que o ministro não tinha mais apoio dos senadores para permanecer no cargo.

De acordo com parlamentares que ouviram o relato desse encontro, Lula teria respondido que um ministro só permanece no cargo se tiver respaldo político —frase que foi interpretada pelos congressistas como uma sinalização de que o petista poderia demitir Silveira.

MINISTRO FORTE – A interpretação de políticos próximos é que a construção de uma relação pessoal com o presidente e seu apoio à pesquisa nao Amazonas deram forças ao ministro para permanecer no cargo até aqui.

Um cardeal do centrão diz, no entanto, que uma das principais missões de Alcolumbre agora é ver Silveira fora do cargo na Esplanada. Até mesmo aliados de Lula reconhecem que será difícil conter a pressão que o presidente do Senado vem fazendo pela demissão.

Alcolumbre e Silveira viajaram juntos na comitiva internacional de Lula ao Japão e ao Vietnã no fim de março. De acordo com relatos de três pessoas que estiveram na viagem, o ministro não interagiu nem com o presidente do Senado nem com Pacheco.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Alcolumbre é um amigo poderoso e perigoso. A grande Piada do Ano é ele acusar alguém de corrupção, como se ele fosse o mais honesto dos homens, título que todos sabem pertencer a Lula, que ficou 580 dias no xilindró por engano, na maior inocência. (C.N.)

Tarifaço pode gerar perdas de até US$ 2 trilhões à economia global este ano

Efeitos já estão sendo sentidos em diversos países

Pedro do Coutto

Realmente, as medidas determinadas pelo presidente Donald Trump a respeito das tarifas comerciais estão abalando não somente os Estados Unidos e a China, mas também se refletindo de forma generalizada em uma série de outros países.  Há uma grande preocupação de como se dará a saída para essa crise iniciada pelo presidente americano e que está criando um grande desequilíbrio no cenário internacional.

As medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos durante o segundo mandato de Donald Trump podem provocar um impacto negativo de até US$ 2 trilhões na economia global apenas neste ano, segundo especialistas. Os efeitos da atual política comercial dos Estados Unidos, centrada na elevação de tarifas de importação, já estão sendo sentidos por meio da desaceleração econômica observada em diversos países.

QUADROS POSSÍVEIS – Caso o cenário se restrinja a um período inferior a um ano, os danos poderão ser contidos e não haja nenhum declínio sério na economia global. Entretanto, a manutenção das tarifas além de 2025 poderá agravar significativamente o cenário econômico internacional e o seu impacto sobre a economia mundial já será mais grave. As perdas anuais poderão variar entre dois e três trilhões de dólares, afetando principalmente os países com maior integração nas cadeias globais de produção e comércio.

O governo Trump justifica a política tarifária como um instrumento para promover a reindustrialização dos Estados Unidos. No entanto, análises de economistas indicam que, ao invés de estimular o crescimento, as medidas adotadas podem desencadear uma recessão global. A crise, neste caso, teria origem nas disputas comerciais entre grandes potências, diferentemente do que ocorreu em 2008, quando o colapso partiu do setor financeiro.

A política de tarifas tem como alvo prioritário a China, maior parceiro comercial dos Estados Unidos. As restrições impostas às importações de produtos chineses afetam também terceiros países, fornecedores de matérias-primas, componentes e serviços inseridos nas cadeias produtivas que abastecem o mercado norte-americano.

REFLEXOS – Os efeitos da guerra tarifária sobre o comércio internacional têm sido acompanhados por instituições multilaterais e observadores do mercado financeiro. Relatórios recentes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam uma desaceleração no volume de trocas globais, influenciada por políticas protecionistas e pela incerteza nas relações entre os principais blocos econômicos. No setor privado, empresas com atuação transnacional têm enfrentado dificuldades logísticas e operacionais decorrentes da instabilidade nas regras de comércio.

A redefinição de contratos, a adaptação a novas rotas de fornecimento e o aumento dos custos de importação e exportação estão entre os principais reflexos identificados nos últimos meses.  A posição adotada pelos Estados Unidos nas próximas cúpulas econômicas internacionais, incluindo reuniões do G20 e fóruns da OMC, será observada com atenção por analistas e autoridades. O desfecho das negociações poderá influenciar decisões de investimento, políticas industriais e estratégias de integração comercial em diversas regiões.

CUSTOS –  A cada dia o problema se acentua, pois os países que não têm uma economia tão forte, sofrem os impactos das ações envolvendo os EUA e a China. A saída para essa crise que se desenhou não está sendo avaliada totalmente, pois a questão pode evoluir para uma situação gravíssima, atingindo os custos inflacionários. Não há perspectivas à vista, já que a guerra comercial que já se estabeleceu não deve terminar de uma hora para outra.

Os mercados voltaram a cair no mundo no dia de ontem, ameaçando o desenvolvimento econômico de forma generalizada à medida em que o consumo se retrai. A incerteza voltou a predominar após o anúncio da Casa Branca taxando a China em 145%. Os investidores estão em posição de cautela, pois ninguém pode avançar fortemente ou manter o ritmo anterior se não não há certezas sobre o dia de amanhã.