Por trás da cortina do Banco Martes, surge a figura sinistra de Davi Alcolumbre

Como a família Alcolumbre enriqueceu com grilagem e devastação no Amapá

Davi Alcolumbre consegue se imiscuir em todas as jogadas

Carlos Newton

Em Brasília, a ópera política do empresário-banqueiro-especulador Daniel Vorcaro (Banco Master) tem nos bastidores um diretor de cena discreto, mas de eficiência notável – o senador Davi Alcolumbre, um amigo que não aparece nos créditos principais, mas cuja assinatura está em cada portão destrancado nos corredores do poder.

A sutileza dessa amizade é a marca de uma sobrevivência construída na diplomacia dos interstícios — essa mesma diplomacia que raramente chega às manchetes.

SAÍDA DA CVM – A última vítima do poder político de Vorcaro/Alcolumbre foi o ex-presidente da CVM, João Pedro do Nascimento, um dos melhores especialistas em Direito Financeiro, que pediu demissão do cargo em 18 de julho, após ter aberto investigação sobre a sinistra venda de parte do Banco Master para o estatal BRB, que o Banco Central acaba de anular, para desespero de Vorcaro. 

Mas espere, que o enredo flui com uma figura ainda mais intrigante: o advogado e especulador baiano Augusto Lima, cuja reputação pública já não tem unanimidade, mas a atuação privada parece alçar voos por entre sombras estratégicas.

SOLUÇÕES MILAGROSAS – Chega a ser curioso observar como, na hora em que um problema se torna espinhoso, Lima reaparece com “alternativas” quase milagrosas, como se manuseasse atalhos secretos no tabuleiro legislativo.

Um operador de precisão cirúrgica, ainda que seu diploma de advogado muitas vezes pareça pendurar-se sobre outra pele.

E se o palco já estava carregado de suspense, eis que surge o nome de João Carlos Mansur, essa velha raposa da crônica do mercado, sempre lembrado quando os métodos exigem uma probabilidade mais criativa. O público, aliás, espera ansioso para ver quem entra no elenco a seguir. Em Brasília, o espetáculo nunca decepciona —  e sempre reserva um figurante com talento para surpreender.

Para escapar da prisão, Bolsonaro se prepara para adoecer de novo

Bolsonaro reclama de soluço que já dura dez dias; entenda possíveis causas - Jornal O Globo

Bolsonaro segue exemplo de Maluf para ficar em casa

Vicente Limongi Netto

Toda vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro se vê em apuros, fica acamado. O drama é sintomático, digamos. Agora mesmo, o  filho 03 (vereador Carlos Bolsonaro) anuncia, aflito, que o pai está doente, com soluços, arrotos etc. Não demora, redes sociais mostrarão fotos de Bolsonaro de cama. Aflição e agonia nos próximos dias.

É natural a preocupação do clã Bolsonaro com a saúde do pai. A tensão é enorme entre familiares e dedicados seguidores. Não há como evitar que Bolsonaro saiba do desfecho final do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Más notícias correm rápido.

  A família pensa em deixar médicos de plantão, na casa em Brasília onde Bolsonaro está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.  Seguro morreu de velho. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto pretende pedir autorização do ministro Alexandre de Moraes para que o pastor Malafaia, infatigável amigo e conselheiro de Bolsonaro possa ir rezar com ele e a ex-primeira dama, Michelle.    

DUPLA DOENTIA – A dupla de office boys de Donald Trump, os pobres diabos Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, prossegue na doentia missão de afrontar a democracia brasileira. Agem, descarados e orgulhosos,  como moleques de recados do presidente dos Estados Unidos.

Os dois fujões parecem crianças quando ganham pirulito, na condição de melancólicos estafetas do topetudo americano.  Trump, por sua vez, desfia seu rosário de boçalidades sem nenhum pudor.

Fantasiado de dono do planeta, reitera que tarifaço de 50% acaba se o santo de pau oco, Jair Bolsonaro, for contemplado com anistia. Quando o trio de pinoias engomados Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e Donald Trump abre a boca para arrotar asneiras, agrava mais ainda o drama de Bolsonaro.   Deus tenha piedade das melancólicas almas penadas.

Daniel Silveira pode ter pena reduzida após parecer favorável da PGR

Silveira foi condenado a mais de oito anos de prisão pelo STF

Raisa Toledo
Estadão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou nesta semana, a favor de que o ex-deputado federal Daniel Silveira tenha parte de sua pena reduzida por atividades de trabalho, estudo e leitura realizadas enquanto cumpre pena no Rio de Janeiro. Após parecer favorável da PGR, o pedido, que foi protocolado no fim de agosto, será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2022, o ex-deputado foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por incitar atos antidemocráticos em defesa de uma intervenção militar. Ele cumpre pena em regime semiaberto na Colônia Agrícola de Magé, no Rio. “O parecer, assim, é pelo deferimento do benefício, nos termos da Lei de Execução Penal e da Resolução n. 391/2021 do Conselho Nacional de Justiça”, diz o documento assinado pelo vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand Filho.

ATIVIDADES – A resolução do CNJ estabelece as regras do direito à remição de pena por meio de práticas sociais educativas. De acordo com a defesa, Silveira trabalhou por 92 dias entre março e julho de 2025, o que garante um abatimento de 30 dias da pena.

Ele também leu 12 livros e concluiu os cursos de Fundamentação da Educação e Contabilidade Escolar, com cargas de 240 e 180 horas, o que rende outros 83 dias de desconto – com um total de 113 dias. Entre os livros lidos por Silveira, estão Crime e Castigo, O Príncipe, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Processo, Capitães de Areia, 1984 e A Revolução dos Bichos.

Em manifestação recente, a PGR também se posicionou a favor de saídas temporárias do ex-parlamentar para tratamento pós-operatório no joelho, mas rejeitou a possibilidade de conversão da pena em prisão domiciliar para tratamento de saúde. O pedido de habeas corpus foi negado pelo STF.

Lula aproveita a brecha que Tarcísio e o Centrão estão abrindo

Em pronunciamento, Lula defende democracia e união do país | Agência Brasil

 Espertamente, Lula se apoia na defesa da democracia

Josias de Souza
do UOL

Se passar no Congresso, a anistia de Bolsonaro vai parar na mesa de Lula. Com uma caneta esferográfica e alguma visão política, Lula vetaria o perdão. Deputados e senadores poderiam derrubar o veto presidencial. Nessa hipótese, a aberração, por inconstitucional, seria torpedeada no Supremo Tribunal Federal.

Em qualquer hipótese, a ressurreição extemporânea do projeto que passa uma borracha no complô do golpe favorece a estratégia política do Planalto. Depois de ser presenteado por Trump com o mote da defesa da soberania, Lula ganha do centrão o material para restaurar o arco democrático que lhe deu a vitória em 2022.

PEQUENA MARGEM – Em 2022, Lula prevaleceu por uma pequena margem —1,8 ponto percentual— porque eleitores que votaram para defender a democracia se juntaram ao seu eleitorado tradicional para retirar Bolsonaro do Planalto.

Agora, ao enfiar os pés do pântano da anistia, Tarcísio de Freitas entrou num transe bolsonarista. Lula preside um governo sem uma grande marca e continua com a popularidade no vermelho. Mas Tarcísio pode empurrar para o colo do seu eventual adversário muitos eleitores de centro que, mesmo cultivando um sentimento antipetista, não se dispõem a colocar no Planalto um novo Bolsonaro.

Numa democracia, quando está em jogo a estabilidade do regime, o único engajamento que se exige de um democrata é o de retratar a estupidez que representa qualquer atentado contra o Estado Democrático de Direito. Mas o centrão e Tarcísio sonegam ao país esse mínimo necessário.

Com licença médica, Moraes afrouxa restrições impostas a Marcos do Val

Licença de 116 dias por motivo de saúde foi homologada

Alícia Bernardes
Correio Braziliense

O Senado Federal oficializou, nesta quinta-feira (4/9), a licença do senador Marcos do Val (Podemos-ES) para tratamento de saúde. O afastamento, aprovado pela Junta Médica da Casa, terá duração de 116 dias e será remunerado, conforme previsto no regimento interno.

A licença foi um dos elementos considerados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao determinar o relaxamento das medidas cautelares impostas ao parlamentar. A decisão do magistrado foi publicada em 29 de agosto, um dia após o protocolo do pedido de afastamento apresentado por Do Val.

HOMOLOGAÇÃO – O documento entregue ao Senado não detalha o tipo de problema de saúde enfrentado pelo senador. A solicitação, no entanto, foi homologada sem necessidade de convocação de suplente, já que o período de afastamento ficou abaixo de 120 dias, limite previsto no regimento.

De acordo com as normas da Casa, licenças por motivo de saúde são remuneradas e podem ser prorrogadas, caso haja necessidade médica. O afastamento, nesse caso, não implica substituição no exercício do mandato.

RETORNO – O regimento do Senado estabelece ainda que o parlamentar pode, a qualquer momento, revogar a licença e reassumir as atividades legislativas. Dessa forma, o retorno de Marcos do Val poderá ocorrer antes do prazo de 116 dias, a depender de sua condição clínica.

Marcos do Val é investigado desde agosto de 2024 em um procedimento que apura suposta tentativa de obstruir investigações sobre organização criminosa e incitação ao crime. O caso está relacionado a uma campanha de ataques institucionais contra o STF e a Polícia Federal, incluindo a divulgação de dados pessoais de delegados que atuam em apurações na Corte.

Em Washington, Eduardo Bolsonaro defende anistia e poupa Tarcísio

Projeto prevê anistia ampla a Bolsonaro, aliados e apoiadores do 8 de Janeiro

A proposta estende o perdão aos participantes de acampamentos

Camila Turtelli
O Globo

Um dos textos em discussão entre líderes da oposição e do Centrão na Câmara prevê que Jair Bolsonaro fique novamente elegível para a disputa presidencial de 2026 e oferece uma anistia ampla, que incluiria, além do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), envolvidos nos atos de 8 de janeiro e alvos do Supremo Tribunal Federal (STF) em inquéritos como o das fake news e o das milícias digitais.

A versão a que O Globo teve acesso inclui o perdão, inclusive por crimes cometidos via redes sociais, a ofensas a instituições, apoio logístico e financeiro a protestos e ataques à soberania nacional. O texto trata também de medidas cautelares, o que, por exemplo, tornaria sem efeito a imposição de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. A proposta também estende o perdão aos participantes de acampamentos em frente a quartéis.

INCONSTITUCIONAL – Ministros da Corte avaliam que uma proposta do gênero seria considerada inconstitucional, pelo entendimento de que não é possível anistiar crimes contra a democracia. Nesta quinta, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há definição sobre o texto e que as discussões com os líderes a favor e contra a anistia ainda estão em andamento. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articula um projeto alternativo, menos abrangente.

A versão que circula na oposição marca o início da anistia em 14 de março de 2019, dia em que o STF instaurou o inquérito das fake news, investigação que atingiu Bolsonaro e aliados e se desdobrou em outras frentes, como o caso das milícias digitais. O projeto diz que seriam perdoados aqueles que estejam “sendo ou, ainda, eventualmente, possam vir a ser investigados, processados ou condenados” pelas seguintes condutas:

“ILÍCITOS CIVIS” – No aspecto eleitoral, o texto diz que a anistia alcança “ilícitos civis, administrativos e eleitorais vinculados ou associados às condutas referidas no caput, afastando-se, inclusive, todas as inelegibilidades já declaradas ou que venham a ser declaradas pela Justiça Eleitoral contra os beneficiários desta lei”.

Há ainda a previsão de perdão para envolvidos em crimes contra a soberania nacional, o que abarca a situação de Eduardo Bolsonaro. Ele foi indiciado pela Polícia Federal por, segundo as investigações, ter atuado junto ao governo dos Estados Unidos para coagir o STF no curso do julgamento da trama golpista. A gestão do presidente Donald Trump aplicou punições como a cassação do visto de entrada no país e sanções financeiras por meio da Lei Magnitsky.

CASOS PREVISTOS – Em outro artigo, que engloba o 8 de janeiro, o projeto prevê anistia nos seguintes casos: a prestação de apoio administrativo, logístico ou financeiro, bem assim qualquer outra; forma de contribuição, estímulo ou incentivo; ou dano contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado, incitação ao crime, apologia de crime ou criminoso, organização criminosa, associação criminosa, ou constituição de milícia privada;

Essa minuta não é assinada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que foi relator do tema em 2024, e não há indicação de que será a versão escolhida para ser votada, mas tem o apoio do PL, a maior bancada da Câmara. A própria oposição admite que outras propostas circulam nos bastidores, todas ainda em fase de ajustes. “Nós temos algumas sugestões de texto, duas ou três versões. Esse é o mínimo do mínimo”, disse Sóstenes.

“Não há, ó gente, oh não, luar como este do sertão…”, cantava Catulo

Catulo da Paixão Cearense | Acervo

Charge da Aldo Malagoli

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, compositor e poeta maranhense, Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), através de belos versos, escreveu a letra de “Luar do Sertão”. Além de ser o maior sucesso de Catulo,  a música é considerada um dos maiores clássicos da MPB, consagrada popularmente como um segundo Hino Nacional. Essa toada foi regravada dezenas de vezes, mas foi lançada, inicialmente, por Eduardo da Neves, em 1914, pela Odeon.

LUAR DO SERTÃO
Catulo da Paixão Cearense

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…

Oh, que saudade do luar da minha tema
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia a nos nascer do coração

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…

Se Deus me ouvisse com amor e caridade
Me faria essa vontade, o ideal do coração:
Era que a morte a descontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite de luar do meu sertão

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão…
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão

CPMI do INSS aprova requerimentos que atingem sindicato ligado ao irmão de Lula

Organização pode estar ligada a esquema de fraudes

Levy Teles
Terra

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou em sessão nesta quinta-feira, 4, requerimentos que miram a entidade que tem José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como vice-presidente.

Um deles, de autoria da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), requer informações sobre pessoas que, mediante procuração, adquiriram poderes para atuar em nome do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), do Frei Chico, entre 2015 e 2023. Integrantes da CPI dizem que esse requerimento pode servir para encontrar digitais do irmão de Lula no esquema fraudulento de descontos associativos de aposentados.

CONTAS BANCÁRIAS – O outro requerimento, também de autoria de Ventura, pede ao INSS a identificação dos números de contas bancárias informadas pelo Sindnapi para o recebimento de recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025.

“Há fortes indícios de que, assim como em outras entidades sindicais do mesmo setor, o Sindnapi tenha utilizado acordos de cooperação técnica e convênios com o INSS para operacionalizar filiações em massa e arrecadar valores diretamente das aposentadorias, sem consentimento informado de grande parte dos filiados”, justifica a deputada.

O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse à Coluna do Estadão que, se encontrada alguma menção a Frei Chico em alguma investigação, ele será chamado para depor. “Se o nome dele for citado em alguma investigação, em alguma quebra de sigilo, pode ter certeza que vamos chamar”, afirmou.

“CARECA DO INSS” – A CPI do INSS também aprovou requerimentos para descobrir movimentações de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos principais agentes que faziam o esquema funcionar.

A comissão aprovou o pedido de informação à PF sobre viagens internacionais nos últimos cinco anos, carros apreendidos, entrada e saída do Brasil, entrada e saída entre 2019 e 2025 no Senado Federal e na Câmara dos Deputados do “Careca do INSS”. Também à Coluna do Estadão, Viana disse que precisou acionar a Polícia Legislativa do Congresso Nacional para localizar o “Careca do INSS”, que, até o momento, não respondeu aos contatos do colegiado – nem ele mesmo nem a defesa.

A comissão também aprovou pedidos de informações ao INSS, à Controladoria-Geral da União (CGU), à Advocacia-Geral da União (AGU), à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar fraudes e irregularidades. Nesta quinta-feira, a CPI também ouviu Eliane Viegas Mota, diretora de auditoria de previdência e benefícios da CGU.

Anistia em xeque: STF considera projeto inconstitucional e cenário político se intensifica

Desembarque seletivo: União Brasil e PP deixam Lula, mas seguram estatais e ministérios

No julgamento, correm no esgoto da História planos contra a democracia 

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) visitou Brasília nas últimas quatro semanas

Tarcísio assumiu a coordenação da anistia a Bolsonaro

Vinicius Torres Freire
Folha

Enquanto se espera a sentença do julgamento do golpe, continua a correr no esgoto da história o projeto de depredação da República. A extrema-direita e o centrão direitão conspiram para cancelar o Supremo por meio também da anistia. Mas a razia antidemocrática vai além.

A tentativa de reanimar o golpismo teria ganhado força também por meio da articulação política do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que diz não confiar na Justiça. Recorde-se que entre os golpistas há integrantes de uma célula terrorista que planejava sequestrar ou assassinar Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. A célula chegou a ir às ruas a fim de pelo menos sequestrar Moraes.

MIRANDO 2026 – Está difícil de discernir os interesses finais dos líderes do centrão direitão. Pretenderiam apenas (“apenas”) trocar uma anistia parcial (sem cadeia) por uma retirada dos Bolsonaro da corrida. O objetivo seria arrumar a casa para 2026.

Quanto a Tarcísio, estaria apenas (“apenas”) pagando pedágio para Jair Bolsonaro e beijando a mão do padrinho, preço para manter votos no eleitorado bolsonarista. Não é bem ou apenas isso. Tarcísio conversa inclusive com ministros do STF, além dos bolsonaristas.

De qualquer modo, a turma da anistia não se incomoda de dar aval para a transformação do Parlamento em casa de tolerância do golpe.

NÃO PASSA? -Diz-se que a anistia não passa no Senado. Que o STF a derruba, ao menos em 2026. Em 2027, poderia haver arranjo, a depender de quem for presidente da República e de quem tiver maioria no Senado, que pode “impichar” ministros do STF. No país de acordões, golpes e insurreição permanente da extrema-direita, convém não ficar confiante.

É fato que o projeto de anistia teve mais adesões. A massa parlamentar está irritada, o que facilita ideias de quebra-quebra institucional. O pagamento de emendas, aquém daquele do ano passado, afeta a massa do Congresso. Parece banal, mas é obviamente importante, basta ouvir anônimos parlamentares. Além disso, massa e seus cabeças se sentem inseguros.

Querem votar emendas constitucionais (“PEC da blindagem”) a fim de evitar polícia e Justiça. Querem mudança de foro; querem impedir processos e medidas judiciais que não sejam autorizados pelo Congresso, em votações secretas.

REFÚGIO DE IMPUNES – Além de se concederem imunidade, criariam incentivos para que o Parlamento se torne refúgio de bandidos candidatos à imunidade. No fundo, trata-se reação a uma década de decisões do STF. A motivação mais recente, que vem de 2024, é o receio de ser pilhado em roubança de emendas ou em lavagem de dinheiro. Líderes do centrão direitão acreditam que Lula mandou a Polícia Federal atrás deles.

Nesse clima de cobiça insatisfeita e medo, a cara de pau fica mais dura. Vicejou a ideia de cancelar a autonomia do Banco Central. Seus diretores ficariam sujeitos a demissão pela Câmara, sem motivos especificados. O motivo imediato seria fazer pressão no BC a fim de favorecer lobbies do negócio da venda do Banco Master para o BRB.

Seja lá o que se pense da autonomia do BC, trata-se de projeto oportunista com cara de chantagem. Por falar nisso, os proponentes do monstrengo são adeptos de Tarcísio, o liberal e futuro condutor do “Ponte para o Futuro 2” (o plano de reformas de Michel Temer). Além de acreditar em Bolsonaro e de desacreditar a Justiça, o liberal Tarcísio apoia o sufoco do BC?

Líder do PL pressiona por votação imediata da anistia e descarta mudanças no Senado

Sóstenes afirma que já tem maioria consolidada 

Wal Lima
Correio Braziliense

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reafirmou nesta quinta-feira (4/9) o apoio à votação da anistia para condenados pelos atos de 8 de Janeiro e descartou apoiar um texto alternativo no Senado. Ele disse esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), defina um cronograma já na próxima semana.

Sóstenes contou que participou de um jantar em São Paulo para discutir a segurança do 7 de Setembro e admitiu que a anistia também entrou na pauta. Segundo ele, as articulações envolveram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

PAUTA – “O compromisso que nós queremos do presidente Alcolumbre é o compromisso que ele assumiu com os líderes Rogério Marinho, Flávio Bolsonaro e Portinho: pautar o que vier da Câmara, sem alterações. Não existe texto alternativo, porque os crimes são comuns a todos os réus. Não dá para separar. Para nós, o que resta ao Congresso é votar a anistia como preconiza a Constituição”, afirmou.

O líder do PL disse, ainda, acreditar que já existe apoio suficiente para aprovar a medida, destacando que, com a adesão do Republicanos, União Brasil e Progressistas, a base favorável ultrapassaria os 300 votos. Questionado sobre uma possibilidade de intervenção por parte da mesa diretora, o deputado destacou que irá se reunir com o presidente Hugo Motta ainda esta noite para negociar a proposta de anistia que tramita na Câmara.

CRONOGRAMA – “Nenhum presidente pode resistir a uma maioria consolidada. No máximo, pode organizar o cronograma de votação, mas cada semana que passa é uma eternidade para aqueles que estão presos há mais de dois anos injustamente”, disse.

Sóstenes também ressaltou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de concluir julgamentos de novos réus reforça a urgência da votação. Para ele, a tramitação deve avançar rapidamente, com a definição do relator — que pode ser o deputado Valadares Filho (União-SE) — e a apresentação do parecer antes da apreciação em plenário.

“O que a gente espera é que finalmente seja informado aos brasileiros quem será o relator, qual a previsão e qual o cronograma de votação. Esse é o passo necessário para fazermos justiça às pessoas injustiçadas”, completou.

EUA dizem a empresários brasileiros que tarifaço é “uma questão política”

O vice-secretário do Departamento de Estado dos EUA, Christopher Landau

Landau mostrou que os empresários nada podem fazer

Eliane Oliveira

Integrantes de uma missão empresarial brasileira que está em Washington desde o início desta semana, para tentar abrir canais de diálogo com o governo dos EUA, foram recebidos nesta quarta-feira pelo vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau.

Os empresários tentam reverter o tarifaço de 50% imposto pelo presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os EUA e evitar novas medidas protecionistas da Casa Branca contra o Brasil.

QUESTÃO POLÍTICA – Segundo relato do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, Landau afirmou que o impasse com o Brasil tem uma questão política, inédita tanto para o Brasil como para os EUA.0

Ele recomendou que os brasileiros busquem um diálogo voltado para a política, não exatamente focado no aspecto comercial, como vem tentando fazer o governo brasileiro.

O subsecretário de Estado americano costuma criticar o governo e o Judiciário brasileiros em relação ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que neste momento está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

MESMOS ARGUMENTOS – Ou seja, Landau repete os argumentos do secretário de Estado, Marco Rubio, e do próprio presidente americano Donald Trump, desde o início de seu governo.

Ao anunciar uma sobretaxa de 50% sobre produtos do Brasil, Trump disse que uma das justificativas para a medida é o processo contra Bolsonaro, com quem tem afinidade política. Porém, o governo do presidente Lula da Silva já avisou que não aceita interferência em assuntos internos e que o Judiciário é um Poder separado do Executivo no Brasil.

— Logo de imediato o secretário Landau colocou muito abertamente que a principal questão diz respeito à característica política do problema, que é algo inédito para eles, algo inédito para nós, e que precisamos conduzir sob um prisma de encontrar caminhos no setor político — disse Alban.

BUSCAR SOLUÇÕES – – Segundo o presidente da CNI, “de forma muito honesta”, foi colocado a Landau que não é da competência dos empresários brasileiros discutirem essa questão. Ele relatou ter afirmado que, se for chamado, o setor privado brasileiro estará à disposição para encontrar soluções e convergências no campo econômico.

Ainda de acordo com Ricardo Alban, Landau informou que, devido ao teor político da questão, o assunto está sendo tratado pelo Departamento de Estado, ou seja, pela diplomacia americana. O titular do cargo, Marco Rubio, estava em viagem ao México quando a reunião ocorreu.

— O Departamento de Estado é responsável por essa negociação, justamente por essa condicionante política que está envolvida no processo — disse Alban.

ENCONTROS – Na última terça-feira, os membros da comitiva que viajou aos EUA se reuniram com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti.

Nesta quarta-feira, estiveram com congressistas americanos e foram representados pelo consultor da CNI, Roberto Azevêdo, em uma audiência pública relativa a uma investigação conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio (USTR) sobre suspeita de práticas comerciais desleais pelo Brasil.

O processo envolve temas distintos, como desmatamento, tarifas preferenciais em acordos comerciais com outros países, corrupção e meios de pagamento como o Pix.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A viagem dos empresários serviu para esclarecer as coisas, de forma definitiva. 1) Não adianta sonhar com acordo tarifário, porque isso não acontecerá. 2) A política de reciprocidade defendida por Lula também não levará a nada, porque faremos apenas cocegazinhas na economia americana, eles não conseguirão nem perceber. 3) Quanto à parte política, que significa aliviar o pé contra Bolsonaro etc., o Supremo. Em suma, a situação configura um impasse triplo – político, mas com efeitos diplomáticos, econômicos e sociais. (C.N.)

Senador bolsonarista é desrespeitado na GloboNews e dá o troco

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Rogério defendeu a anistia e enquadrou Andréia Sadi

Vicente Limongi Neto

Ânimos mais do que exaltados na política. Paciência e isenção foram para a lixeira. Tônica das conversas beira o palavreado rasteiro. Parlamentares esgrimam de forma intolerante. O contraditório é usado não para elevar o tom dos debates, mas para alvejar o adversário com deboches.

Temas de interesses da população são esquecidos. Palanques eleitoreiros de 2026, já montados. Beneficiar a coletividade ficou palavrão. Exemplo marcante e triste, ilustrando bem meus argumentos.

Há pouco, nesta quinta-feira, o canal GloboNews entrevistando o líder da oposição no Senador, Rogério Marinho (Podemos-RN), a conversa começou difícil e azeda. Pode-se discordar do senador, mas ele sabe tudo de política, como neto e herdeiro do lendário deputado Djalma Marinho, que evitou a cassação de Márcio Moreira Alves em 1968.

FIGURINO ANTIPÁTICO – Ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, Rogério Marinho é articulado, enfático e claro em suas colocações. Andrea Sadi exagerou no figurino antipático. Marca registrada dela. Se acha sempre, o último biscoito do pacote. Tentou retrucar, com nariz empinado, a opinião do senador Marinho, que é favorável à anistia.

Mereceu de volta, palavras duras e diretas de Marinho.  O senador exigiu que Andrea respeitasse suas opiniões, se quisesse que ele respeitasse as opiniões dela. Fechou o tempo. Acabou a constrangedora entrevista. É este o clima tenso e melancólico atualmente no cardápio das conversas políticas.

AUSÊNCIA – Com a seleção classificada para a Copa, o jogo contra o Chile perde a graça. Muito lero-lero em torno da partida. O técnico Ancelotti perto de receber as chaves da Cidade Maravilhosa. Já fala português melhor do que muito brasileiro.

Torcedor comparece ao estádio porque é fiel. E o único craque da seleção vai assistir jogos em casa. Com Neymar o hexa é difícil, sem ele, será dramático. Brasil não tem time para encarar, por exemplo, a França, Argentina, Espanha e Inglaterra.

Julgamento de Bolsonaro antecipa 2026 e Lula quer desgastar Tarcísio

Nova pesquisa testa Lula contra Tarcísio, Michelle e Temer em 2026; veja os  resultados – CartaCapital

Lula quer fazer intriga entre Tarcísio e a família Bolsonaro

Vera Rosa
Estadão

Qualquer estrangeiro que desembarcasse em Brasília nesta terça-feira, 2 – mesmo sem carregar a sirene do apocalipse de Donald Trump – teria certeza de que estamos em um ano eleitoral. Não estaria de todo errado: embora no calendário gregoriano ainda faltem 13 meses para a disputa que vai definir o novo inquilino do Palácio do Planalto, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antecipou essa corrida.

No Congresso, o PP e o União Brasil – dois partidos do Centrão – articulam a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à sucessão do presidente Lula e, no embalo do julgamento, anunciaram que seus ministros devem entregar os cargos em 30 dias.

PROJETO DA ANISTIA – Tarcísio, por sinal, desembarcou em Brasília para tentar convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta, a tirar da gaveta o projeto de anistia que beneficia Bolsonaro.

O Centrão promete trabalhar pela aprovação da anistia no Congresso, mas com uma condição: nessa barganha, quer que Bolsonaro apoie a campanha de Tarcísio à Presidência.

Enquanto isso, no Planalto, a estratégia traçada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, é mostrar que o governo tem “mais o que fazer” do que assistir ao julgamento de Bolsonaro e seus aliados.

Trata-se de uma tática na linha “Deixa o homem trabalhar”, slogan que marcou a campanha de Lula ao segundo mandato, em 2006.

POLARIZAÇÃO – Nos bastidores, porém, o governo aposta nas redes sociais do PT para alimentar a guerra da polarização.

Além disso, ministros e parlamentares do partido foram orientados a destacar o plano Punhal Verde e Amarelo, descoberto pela Polícia Federal no curso das investigações, sempre que questionados sobre a tentativa de golpe em 8 de Janeiro de 2023.

Pesquisas encomendadas pelo Planalto mostram que muitos eleitores ainda veem a ameaça de ruptura da democracia como algo abstrato, apesar do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. Caem na real, no entanto, quando são confrontados com o plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

CONTRA TARCÍSIO – Com 2026 no horizonte e a condenação de Bolsonaro dada como “favas contadas” pelo mundo político e econômico, a outra estratégia do Planalto é colar Tarcísio ao ex-presidente para desgastar sua imagem.

Expoentes do Centrão, por sua vez, tentam sair dessa armadilha, sob o argumento de que o governador atrai o eleitor de centro, aquele que não quer nem Lula nem Bolsonaro.

Não foi à toa que Lula disse, na reunião ministerial do último dia 26, que Tarcísio será seu adversário em 2026.

NA ARENA – Ao tirar o governador da “zona de conforto”, o presidente joga o rival na arena contra os filhos de Bolsonaro – principalmente Eduardo, que pretende herdar o espólio do pai para concorrer ao Planalto – e aumenta os decibéis da briga nas fileiras do bolsonarismo.

E as sanções de Trump? O governo não tem dúvidas de que a pressão sobre o Brasil aumentará após o veredicto contra Bolsonaro, mas avalia que também pode tirar dividendos eleitorais da queda de braço com os EUA.

A primavera política promete.

Tarcísio se une a Malafaia e garante: Anistia será aprovada ainda neste ano

Em jantar com Malafaia, Tarcísio aposta em anistia e ajuda a organizar ato  | LIVE CNN

Tarcísio faz um teste de força domingo na Av, Paulista

Caio Junqueira
CNN Brasil

Em um jantar na noite desta quarta-feira (4), no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), previu a aprovação do projeto da anistia na Câmara e no Senado ainda neste ano.

O encontro reuniu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o pastor Silas Malafaia.

PASSA FÁCIL – Eles avaliaram que a anistia deve passar na Câmara com mais de 300 votos, o que, na visão deles, tornará inevitável a aprovação no Senado do texto aprovado pelos deputados. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem defendido um projeto alternativo ao da Câmara.

A dificuldade estaria, porém, na resistência que o STF (Supremo Tribunal Federal) teria com o projeto.

Os relatos no jantar foram de que a Corte se opõe a uma anistia ampla, geral e irrestrita que a Câmara defende, mas poderia eventualmente aceitar uma anistia que diminuísse as penas dos manifestantes do 8 de janeiro, mantendo a condenação de Jair Bolsonaro e outros réus da trama golpista.

ATO NA PAULISTA – Tarcísio, Sóstenes e Malafaia também trataram das manifestações previstas para este domingo (7) na avenida Paulista, em defesa da anistia.

O governador se comprometeu a chamar os governadores de direita para participarem. Foi tratado sobre uma preocupação com a segurança e a possibilidade de adversários se infiltrarem no ato, o que levou o governador a garantir aumento do efetivo e a presença da inteligência da Polícia Militar no ato. 

Mauro Cid pede aposentadoria militar e o comandante está analisando o caso 

De aluno número 1 a pivô de escândalos: saiba quem é Mauro Cid | CNN Brasil

Mauro Cid realmente não honra essa farda verde oliva

Carla Araújo
do UOL

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e delator no processo que apura a tentativa de golpe, entrou com um pedido de aposentadoria do Exército em meados de agosto.

A solicitação é para que ele seja incluído na chamada cota compulsória, quando o militar pede para deixar a Força antes do prazo determinado de 35 anos.

SOB ANÁLISE – A coluna apurou que o pedido de Cid ainda está sob análise na comissão responsável e, para que seja efetivado, será submetido ao aval final do comandante do Exército, general Tomás Paiva. Não há prazo para que o processo seja finalizado, mas fontes do Alto Comando não escondem o desgaste que o julgamento tem trazido para a imagem dos militares.

Caso seja concedido o pedido, Cid se aposentaria no posto de tenente-coronel. Apesar disso, se condenado a mais de dois anos de prisão no processo do golpe, o caso ainda vai para o STM (Superior Tribunal Militar), onde o militar pode perder a patente, ou seja, deixar de ser militar.

Quando assumiu o Exército, Tomás Paiva tinha chegado a sugerir que Cid fizesse esse movimento, mas na época o ex-assessor de Bolsonaro havia preferido se manter na ativa, mesmo depois tendo sido afastado das funções.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cid é um mau  militar, como disse o general Ernesto Geisel em relação a Jair Bolsonaro, segundo o jornalista Elio Gaspari. Com militares covardes e poltrões como Cid e Bolsonaro, o Exército não merece o menor respeito. (C.N.)

 

Quando se ama, a saudade surge para não nos deixar nunca mais

Cristina Saraiva

Cristina Saraiva, bela compositora

Paulo Peres
Poemas & Canções

A produtora, professora de história, cantora e compositora (letrista) carioca Cristina Gomes Saraiva, na letra de “Ê Saudade”, relata o sofrimento cotidiano que este sentimento acarreta. Esta música foi gravada por Simone Guimarães no CD Chão de Aquarela, em 2012, pela Trote, selo independente.

 Ê SAUDADE
Simone Guimarães e  Cristina Saraiva

Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
A lua sobe, de madrugada
Eu na janela, olho pra estrada
Você não vem

Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
De manhã cedo, o galo canta
Eu abro a porta, o sol levanta
Você não vem

Passa o tempo como ventania
E na capela soa a ave-maria
Passa o medo, passa a valentia
Mas a saudade no coração… 
Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
A lua sobe, de madrugada
Eu na janela, olho pra estrada
Você não vem

Ê saudade que não passa nunca
Mora no peito é dor que não tem jeito
De manhã cedo, o galo canta
Eu abro a porta, o sol levanta
Você não vem
Passa o homem pelo dia a dia
Às vezes passa gente em romaria
Passa a dor da moça que sofria
Mas a saudade no coração …

Moraes rebate ex-assessor que o acusou de adulterar documentos

Quem é quem no gabinete de Alexandre de Moraes, relator do inquérito que  mira Bolsonaro no STF? - Estadão

Moraes nega irregularidades na coleta das provas

Levy Teles
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rebateu as acusações feitas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro. O perito está foragido na Itália e apresentou denúncia em audiência por videoconferência no Senado afirmando que o magistrado adulterou documentos para justificar operações da Polícia Federal.

Documentos apresentados por Eduardo Tagliaferro à Comissão de Segurança Pública do Senado Federal na terça-feira, 2, indicam que uma petição assinada teve a data adulterada. Segundo relato do perito que atuou no Tribunal Superior Eleitoral, ele teve que produzir um documento posterior a uma ação policial, mas houve adulteração na data para indicar que o material técnico teria sido produzido antes.

DATA ALTERADA – Tagliaferro sustenta que a data foi alterada porque Moraes não queria que parecesse que a PF fez busca e apreensão em alvos apenas por conta de uma notícia de imprensa veiculada na época.

Metadados apresentados por Tagliaferro mostram que o documento teria sido criado no dia 28 de agosto de 2022, às 10h33. O documento foi incluído no processo de investigação com outra data: 22 de agosto.

Em nota divulgada por sua assessoria, o ministro Alexandre de Moraes disse que todos os procedimentos de investigação foram realizados de forma regular. Sustenta ainda que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados e que estes foram repassados as autoridades competentes.

DIZ MORAES – Veja a íntegra da resposta do ministro:

“O gabinete do Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações dos Inq 4781 (Fake News) e Inq 4878(milícias digitais), nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições.

Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas as investigações de milícias digitais.

Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.

Na PET 10.543, o procedimento foi absolutamente idêntico. Após a decisão do Ministro relator, em 19 de agosto, foi solicitado relatório para o TSE, que foi juntado aos autos no dia 29 de agosto, tendo sido dada vista imediata às partes. O recurso da PGR não foi conhecido pelo STF, em 9 de setembro. Tudo regular e oficialmente nos autos.”