
Charge do Jônatas (Política Dinâmica)
Pedro do Coutto
Na semana que se encerrou, o cenário internacional foi sacudido por um episódio que desafia princípios básicos de soberania: os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, intervieram de maneira direta e agressiva no Poder Judiciário brasileiro.
A ofensiva incluiu tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes amparadas na Lei Magnitsky, geralmente usada para punir violações de direitos humanos, mas agora direcionada contra autoridades de um país democrático. Para piorar, a diplomacia norte-americana utilizou as redes sociais para convocar um boicote ao ministro Alexandre de Moraes.
ARTICULAÇÃO – Nesse cenário, Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e radicado nos Estados Unidos desde março, assumiu papel central como articulador dessa pressão. Em entrevistas, ele admitiu que sua permanência no país é estratégica para buscar sanções contra o governo brasileiro e influenciar o Congresso norte-americano a intervir nos processos que envolvem seu pai.
Tal postura, vista por muitos como uma tentativa de minar instituições brasileiras a partir do exterior, rendeu críticas severas e reações indignadas. O presidente Lula chegou a classificar a atitude como uma traição à pátria, lembrando que disputas internas devem ser resolvidas no âmbito democrático, e não com a tutela de potências estrangeiras.
PRECEDENTE – Embora a história registre casos de ingerência internacional, raramente se viu uma ação tão direcionada e explícita contra a Suprema Corte de uma nação. A pressão americana não apenas afronta a soberania brasileira, mas cria um precedente perigoso: o de legitimar que governos utilizem instrumentos econômicos e diplomáticos para influenciar decisões judiciais em outros países.
Mais do que uma disputa política, trata-se de um embate sobre a própria integridade das instituições. Se há algo que a democracia brasileira precisa afirmar neste momento é que seu Judiciário, com todos os seus defeitos e virtudes, pertence aos brasileiros – e não ao crivo ou à aprovação de governos estrangeiros.

/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/t/P/SJnJfuT2C5n4BOd3kAPQ/christopher-landau.jpg)







/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/f/J/ui1E7JTvOXEFhRwCmOeg/sjsns.png)



/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/L/t/kHhBgSR5O6WVvGYjcJ2w/afp-20240311-34l32ep-v1-highres-portugalpoliticselectionvote.jpg)

Joseph Ataman e Catherine Nicholls