Zema anuncia frente política do Sul-Sudeste, com direita unida contra esquerda em 2026

Governador de MG, Romeu Zema, concede entrevista em uma confeitaria de São Paulo

Zema afirma que o grupo Sul/Sudeste é coeso e pragmático

Monica Gugliano e Andreza Matais
Estadão

Passa pouco das cinco horas da tarde, quando o governador Romeu Zema (Novo) chega à confeitaria onde marcamos esta entrevista no bairro do Ibirapuera, em São Paulo. Os assessores que o acompanham usam paletó e gravata. Ele veste uma camisa azul clara com um distintivo da bandeira de Minas Gerais. Nesta conversa de mais de uma hora com o Estadão, Zema come um croissant de queijo e toma um café expresso.

Define-se como um político liberal e de direita. Mas diz que o Brasil precisa manter programas como o Bolsa Família. Afirma que, se não puder ser de direita por apoiar políticas compensatórias, ele então será de centro-direita. Mas acha que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro ficou devendo aos liberais. “Na área econômica, pode ter sido bom. Mas pouco avançou em desestatização e em economia verde”.

ORGANIZAR A DIREITA – O grande legado de Bolsonaro, para Zema, foi o de ter organizado a direita. Ele crê que a figura do ex-presidente foi de fundamental importância nesse sentido. Daria nota 8 ao governo do ex-presidente, mas 5 para a comunicação de suas ações. A

inda assim, pondera que não é “bem essa direita” que os eleitores buscam e atribui a isso o fato de “terem despontado nomes mais produtivos politicamente” como o dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e até do Rio Grande Sul, o tucano Eduardo Leite.

“Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes em 2026, aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário”, prevê.

PAÍS DIVIDIDO – Embora ainda falte muito para a eleição de 2026, Zema diz que só pensa na hipótese de ser candidato se achar que “poderá fazer alguma coisa”. Se não, prefere apoiar outro nome. De qualquer forma ele antevê uma eleição polarizada, em um pais dividido e crê que o apoio de Bolsonaro, inelegível por oito anos, será fundamental.

Por isso, os governadores do Sul, Sudeste – maciçamente de oposição – já se preparam e se organizaram no Consórcio Sul-Sudeste (Cossud). A entidade agora é presidida pelo governador Ratinho Junior e, pela primeira vez, formalmente constituída promete dar trabalho ao governo federal e atuar em bloco no Congresso sempre que possível.

“Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos, nós queremos protagonismo político, que nunca tivemos”, avisa.

PESO EQUIVALENTE – “Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, disse, acrescentando:

“Esse grupo é coeso. Não é mais informal, tem CNPJ e vamos ter um escritório de representação em Brasília. E, pela primeira vez, um dia antes da reforma tributária ser votada nós convidamos todos os 256 deputados federais (metade da Câmara dos Deputados) do Sul e do Sudeste. Os do Norte e Nordeste estão muito na nossa frente”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vai dar uma confusão danada. No início, vai ser considerada uma iniciativa separatista, mas não é por aí. É uma união política tão importante que pode decidir a sucessão de 2026. Nos sete estados do Sul/Sudeste há quatro pré-candidatos à Presidência – Eduardo Leite (PSDB-RS), Ratinho Jr. (PSD-PA), Tarcísio de Freitas (PR-SP) e Romeu Zema (Novo-MG). Caso se unam e tiverem apoio de Cláudio Castro (PL-RJ), Renato Casagrande (PSB-ES) e Jorginho Melo (PL-SC), a coisa fica feia para os adversários (C.N.)

20 thoughts on “Zema anuncia frente política do Sul-Sudeste, com direita unida contra esquerda em 2026

  1. 1) Garuda, pássaro mitológico do Budismo – Hinduísmo me disse que este separatismo não cola, apesar do ilustre editor dizer que não é…

    2) Como se dizia antigamente: du- vi – de – o – dó …

    3) Renato Casagrande, PSB-ES, não é tolo de cair nessa…

  2. Essa declaração do Zema, se não foi uma ideia separatista, está muito perto disso.
    Consórcio Sul/Sudeste?
    Um absurdo completo.
    São Paulo tentou se separar do Brasil em julho de 1932, na denominada Revolução Constitucionalista.
    Mais de mil combatentes morreram na fronteira entre Minas e São Paulo, na cidade de Cruzeiro. As tropas federais derrotaram os separatistas paulistas.
    Todo cuidado é pouco, com políticos desse porte, que se dizem liberais, mas, se comportam com vieis ditatoriais, na tentativa de implantar uma nova política café com leite, acrescida com os Estados do Sul para isolar o Norte e o Nordeste.

    Zema, exclui dessa nova Intentona Direitista, os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Por que será?

    Muito cuidado com os passos desse governador mineiro. De boas intenções o inferno está lotado. O legado de Donald Trump está fazendo escola no mundo político do Brasil.

    • Agora, que já opinastes como militante do ladrão Lula da Silva, diga-nos o que achas do Consórcio Nordeste? Esperando e contando 1 … 2 … 3 …

      • Não sou militante de ninguém, nem de Lula nem de Bolsonaro.
        Ao contrário de você, que mira só de um lado.
        Um analista não pode demonstrar o ardor de um torcedor.
        Se tiver que criticar, vou exercer o direito sem ofender ninguém é claro. Qualquer governo, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro, Sarney, Collor. Afinal, todos são passíveis de críticas, não é verdade? Perfeição só no paraíso e justiça também.

        Tenha um bom domingo, com saúde e paz no coração.

      • Resposta ao mutante Bolsonarista.
        É questão de lógica e aritmética, observar a visão separatista do Consórcio Sulista e o objetivo de melhoria das condições de vida da população nordestina do Consórcio do Nordeste.
        Quem sempre tentou se separar do Brasil foram os Estados do Sul e São Paulo, as regiões mais ricas do Brasil.

        Vou lhe dar um exemplo, aqui no Rio de Janeiro, um celeiro de políticos da pior espécie. Hoje, a região mais rica da capital é o bairro da Barra da Tijuca. Pois bem, os ricaços da Barra da Tijuca estão se movimentando para se tornar um Município.
        Querem a separação, sob o argumento de que, a Prefeitura arrecada muito e devolve muito pouco para o Bairro das mansões.
        Quem circular pela Miami brasileira, vai observar a opulência do Bairro. Tem cinco Shopping Centers, 10 Hospitais,ventre eles, o Barra Dor, Hospital da Unimed, Samaritano, Vitória e muito mais.
        Não tem um buraco nas vias públicas, tanto da Ayrton Sena, Av.. Das Américas e Av. Lúcio Costa, os automóveis trafegam num tapete asfáltico. Ainda assim, querem se separar.

        Tem alguma dúvida?

        • Resposta ao cabo eleitoral e eleitor do ladrão e narcotraficante Lula da Silva.

          Todo extremista de esquerda carece de honestidade intelectual, o raciocínio dessa gente é do tipo Tico & Teco:
          – Consórcio do Nordeste, criado pelos narcotraficantes vermelhos: BOM;
          – Consórcio do Sudeste, criado pela direita liberal: uma merda.

          Note que o trapaceiro acusa o Consórcio do Sudeste de ser “separatista”, enquanto passa pano para o Consórcio do Nordeste, esse sim, criado com um propósito meramente divisionista, para se contrapor à União governada pelo Presidente Bolsonaro. Sem falar na corrupção generalizada dos narco-governadores nordestinos, como a compra milionária de respiradores de uma empresa vendedora de MACONHA, que NUNCA foi entregue.

          É isso que o extremista Roberto Nascimento defende.

    • Cara, eu achei as declarações do Zema, do jeito que foram feitas, muito infelizes.
      Agora, vc falou muita bobagem.
      Pra começo de comversa, o movimento de 32 não era separatista.
      E, pra terminar, já existe há um bom tempo com consórcio dos estados do Norte e Nordeste. Por que esse é aceitável e outro do Sul-Sudeste não?!

      Por fim, onde foi que vc viu que o Zema excluiu RJ e ES?

  3. Rigorosa oposição não leva a nada. Necessário poderosa união numa frente ampla. esse grupinho não aprendeu nada com a passada eleição presidencial?

  4. Então quando o bolsonarista Zema fomenta a polarização politica é apenas um “veja bem, uma união política importante”??? Francamente…

    Mais uma fala dessa infeliz criatura, típico de moleque mimado rico, ignorante e canalha.
    Podia aproveitar a entrevista e explicar por qual motivo o estado de MG quer perdoar uma dívida tributária milionária do maior doador de sua campanha (ah, as coincidências da vida).

    Por fim, não é muito inteligente um postulante a presidente insistir diversas vezes em discursos e falas que destilam preconceito contra o povo nordestino.

  5. Prosperidade se conquista com muito trabalho.

    É preciso, também, que a população (eleitores, principalmente) observe e reflita sobre comportamentos políticos historicamente reiterados e condenados. Tudo perfeitamente identificado pelos brocardos “farinha pouca no meu pirão primeiro” ou no chamado “cabo de guerra”, que minha geração conhece bem (crianças de hoje nem sabem do que se trata), mas que adultos insistem em utilizar para defesa de seus interesses menores, mesquinhos, numa parva agenda nitidamente politiqueira.

    Arcabouço Fiscal e Teto de gastos. Argumenta-se que ambos estão a buscar responsabilidade com as contas públicas. As duas regras tentam equilibrar as finanças do país, evitar o calote da dívida e, ao mesmo tempo, permitir que o Estado brasileiro promova investimentos. A diferença entre os planos (projetos) fica na execução, escreveu um atento analista da economia brasileira.

    Na verdade, é preciso estarmos atentos quando esses números vêm à tona pelos políticos (politiqueiros) sempre com sacrifícios e ajustes para atingir “metas” e praticar gastanças sob o escopo de alavancar o desenvolvimento.

    O imperador Dom Pedro II dizia com a autoridade moral que uma grande maioria de brasileiros reconhece: “É preciso trabalhar e vejo que não se fala quase senão em política que é mais das vezes guerra entre interesses individuais”.

    E o que significa em tempos de hoje, trabalhar? Ora, apesar dos reiterados ataques e inobservância da Norma Constitucional, a resposta se encontra no preâmbulo redigido pelos constituintes na Assembleia Nacional Constituinte em 1985 (confirmada na promulgação de 1988): “assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”.

    As alavancas do desenvolvimento devem ser acionadas pelos entes federados a cada abertura de oportunidade, reitera sempre o ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A competição global não perdoa quem vacila no mundo da economia e, portanto, para conquistar a prosperidade é preciso trabalhar.

  6. Os porras-loucas do sistema apodrecido, e exaurido, não param de inventar factoides, eleições após eleições, golpes após golpes, ditaduras após ditaduras, fazem de tudo e qualquer coisa para atropelar a busca e a descoberta da Verdade como Ela realmente é. ORA ESSA, quem está dividindo e desunindo o povo brasileiro são vossas excelências, representantes do sistema apodrecido e exaurido, forjado, estabelecido, protagonizado e desfrutado pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, sócios-proprietários majoritários da república dos me$mo$ que, há 133 anos, mantém o Brasil e o povo brasileiro capturados pelos me$mo$ que aí estão, dando as cartas e jogando de mão, ora representados por Lulas, Bolsonaros e seus puxadinhos, com as suas armações, esquemas, factoides, fake news, sofismas, enganações, golpes, ditaduras, estelionatos eleitorais, que conduziram o país ao estado de coisa$ e coiso$ que aí estão, em permanente estado de guerra tribal, primitiva e insana por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, que operam à moda todos os bônus para ele$ e o resto que se dane, capazes de tudo e qualquer coisa para lograrem os seus intentos e se perpetuarem no poder, dividindo, rivalizando e tornando inimiga a própria irmandade brasileira fazendo-a guerrear até mesmo entre irmãos, país e filhos, sistema apodrecido esse do qual urge nos libertarmos antes que seja tarde demais, como propõe a Revolução Pacífica do Leão, a nova via popular extraordinária, o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, o novo caminho para o novo Brasil de verdade, confederativo, com democracia direita e meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, porque a libertação de uma nação não é utopia, porque evoluir é preciso e, sobretudo, porque, em sã consciência, ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice dos me$mo$.

  7. A ideia é interessante, mas dizer que os deputados irão votar de acordo com a vontade do grupo ai história é outra. O Congresso vota se pagar. como esse grupo vai fazer isso ? As eleições tem um peso importante, se Lula tiver uma boa avaliação e não for tão ruim tem chances de se eleger ou fazer sucessor.

    E outra, o que o Centrão acha disso ? em o apoio deles, nada anda.

  8. Até onde vai a passada de pano pra Direita neoFROTISTA?

    A ascensão de criminosos milicomilicianos – na outrora cosmopolita cidade de São Sebastião -, cada vez mais provinciana e decadente com homúnculos BROXAnaristas… ainda não será suficiente?!

    Arre, égua!

  9. A partir do momento que existe um consórcio dos estados do Norte-Nordeste não haveria problema de existir um consórcio de outras regiões.

    Porém, uma coisa é defender suas posições. A outra é estabelecer uma situação de confronto e, até certo ponto, de discriminação.

    Quem perde com isso é o país todo.

    Zema está certo ao dizer que os estados mencionados correspondem à maioria da população e da produção.

    Mas, apesar disso, quem conhece a história do desenvolvimento do país sabe que durante décadas a região Sudeste foi a beneficiada pelas decisões federais de investimento.

    Por exemplo, no governo JK (mineiro) foram decisões federais que ajudaram a fomentar a indústria automobilística em SP.

    O Brasil só perde se persistirem decisões econômicas que aumentem as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões.

    E criar uma situação de confronto, apenas para começar a angariar votos entre os eleitores bolsonaristas, que é o que Zema está fazendo, pode ser bom para ele e para a direita, mas não para o país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *