Roberto Nascimento
O presidente Juscelino Kubitschek foi vítima de três tentativas de golpe de Estado. A primeira foi em 1955, contra sua posse. Seus adversários da UDN diziam que ele tinha sido eleito por um complô comunista e tentaram evitar a posse, alegando que JK não tinha conquistado maioria absoluta. Os principais envolvidos foram o deputado Carlos Lacerda, o vice Café Filho, o presidente da Câmara, Carlos Luz, e o coronel Jurandir Mamede.
Depois, no exercício do mandato, um grupo de oficiais da Aeronáutica sequestrou aviões da FAB e anunciou o golpe em Aragarças (Goiás), mas a tentativa fracassou. Em seguida, outro grupo de aviadores repetiu a dose em Jacareacanga (Pará) e também foram presos.
FORAM PERDOADOS – As três tentativas foram dominadas pela rápida atuação do marechal Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra, que garantiu a posse de Juscelino e depois o manteve no poder. O mais impressionante é que todos os envolvidos foram presos e depois perdoados por Juscelino e Lott. E a página foi virada.
Essa belíssima história da preservação da democracia brasileira é contada no livro “Lott, a espada democrática & outros escritos pacifistas”, do jornalista e escritor Pedro Rogério Moreira (ex-O Globo, ex-TV Globo e ex-SBT), lançado pela editora Thesaurus.
Depois de ver as cenas de vandalismo do 8 de janeiro deste 2023, Pedro Rogério achou que valia a pena recuperar uma entrevista de seis horas que fez com Lott em 1978, ainda no tempo do regime militar. E assim surgiu a ideia desse oportuno livro.
PERDÃO AOS GOLPISTAS – Juscelino e Lott eram pessoas de bem, legalistas. Nem foi surpresa quando eles perdoaram aos revoltosos, que foram reintegrados à Aeronáutica. No entanto, por ironia do destino, os golpistas de 1964 jamais perdoaram nem Juscelino nem Lott, que foram implacavelmente perseguidos pela ditadura militar.
O golpista de carteirinha era o governador Carlos Lacerda, que foi o mentor civil do golpe de 64, mas acabou também sendo preso e cassado pelos militares.
Numa admirável costura política empreendida pelo deputado Renato Archer, do MDB, em 1966 Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek se encontraram em Lisboa para criar a “Frente Ampla” pela democracia, que teve apoio de João Goulart, visitado por Lacerda e Archer em 1967 no Uruguai.
MORTES EM SÉRIE – Os três morreram misteriosamente, num intervalo de apenas nove meses: Juscelino em agosto de 1976, Jango em dezembro de 1976 e Lacerda em maio de 1977.
Este exemplo histórico demonstra que pode ser uma ingenuidade acreditar na eficácia do perdão para golpistas. Pelo visto, se não forem punidos com rigor, os os articuladores voltam a se reagrupar e ressurgem com ainda mais força para tentar a tomada do poder.
Por essas e outras razões, entendo que para os mentores do golpe não pode haver perdão. Porque, se eles forem perdoados e voltarem à prática do golpe, podemos ser retirados de casa e levados a caminho do desconhecido. Por tudo isso, é importante apoiar o ministro Alexandre de Moraes, que está cumprindo seu dever ao julgar com rigor essa turma golpista, e merece o aplauso dos democratas.
1) Hoje é Dia dos Pais, o meu, gostava muito de Juscelino, ele era apaixonado por Brasília e lá no Gama onde morávamos fundou, o
2) Centro Espírita JK – Jesus e Kardek, funcionava em nossa casa, na quadra 23. Era também uma homenagem ao grande presidente que o Brasil, a meu ver, o melhor de todos… teve falhas, mas quem não tem…
3) Herdei do meu pai a paixão pelos livros impressos
Esses caras se esquecem de 2017. Bem próximo da guerra civil.
O artigo de Marcelo Godoy, no Estadão de hoje, comenta sobre fatos ocorridos na Ditadura Militar/ Civil, principalmente a tortura de presos políticos em São Paulo no DOI.
Militares federais, policiais civis, policiais Militares se uniram na prática da tortura, sem direito a HC, advogados, nada.
“Pesquisadores das Universidades do Estado de São Paulo, de Campinas e de Minas, encontraram vestígios de sangue embaixo do piso de tacos de madeira em duas salas usadas pelo interrogatório de presos na sede do antigo Destacamento de Operações de Informações do 2 Exército em São Paulo.
O Ministério Público Estadual de São Paulo, entrou com uma Ação na Justiça para que o governo Estadual transforme a sede da repressão em um Memorial”.
Porém, encontra gigantesca oposição do governador de SP, Tarcísio de Freitas. Sinal claro, que o local não será transformado em Memorial da Tortura.
Os presos, que não colaboravam, após torturas intensas, eram colocados na cela do dragão, que consistiam de chão com chapas de aço conectadas com fios elétricos. Os choques elétricos começavam com intensidade mínima até o ponto, em que o preso desmaiava para nunca mais levantar do piso de aço.
Para quem ainda tem dúvidas, de que golpistas tratam brasileiros com flores, como a Revolução dos Cravos em Portugal, pela violência dos vândalos do dia oito de janeiro de 2023, seria pior do 1964. Ministros do STF, deputados e senadores, cidadãos comuns, ficariam reféns dos psicopatas Golpistas.
Um elogio: Fomos salvos pela ala legalista do Alto Comando do Exército. Parabéns, aos generais, que cumpriram a Constituição, resistindo a aventura golpista em marcha.
Para os valorosos oficiais generais e para todo o grupo de comentaristas e pelo querido Editor da TI, Carlos Newton, um Feliz dia dos Pais.
Caro Antônio Rocha. Trabalhei, ainda muito jovem, no prédio da Manchete na Rua do Russell, bairro da Glória.
Bloch era muito amigo de Juscelino. Quando o presidente Bossa Nova voltou do Exílio, o dono da Manchete montou um escritório para o ex-presidente na cobertura do prédio.
Um belo dia, encontro com Juscelino no elevador. Ele me cumprimentou e percebi a profunda tristeza estampada no rosto dele.
O melhor lugar para se viver é no Brasil, apesar de tudo. No exterior, não somos nada, o brasileiro além fronteiras é considerado um forasteiro.
Quem teve a sensibilidade no regime militar, de propiciar a volta dos exilados foi o general presidente João Figueiredo, o João sem medo.
Figueiredo sofreu na família, a perseguição sofrida pelo seu pai, pela Ditadura do Estado Novo. Disse o general: ” lugar de brasileiro é no Brasil”. Pensamento de Estadista.
Sinceramente, foi o melhor presidente do período militar e está à frente da maioria dos presidente que se seguiam após o seu mandato.
Excelente artigo, caro Roberto.
É bom lembrar também que além dos atos golpistas de 8 de janeiro, esses mesmos patriotas tentaram explodir um aeroporto, tragédia que só não foi materializada por pura sorte.
Rafael, tentaram reviver a bomba do Riocentro em 1981, com o mesmo objetivo: causar uma comoção nacional, abrindo caminho para o endurecimento do regime e sustando o processo de entrega do Poder aos civis.
No dia 24, tentaram a mesma manobra criminosa, mas a bomba do aeroporto de Brasília, não explodiu.
Não era pra explodir! Só para criar o “clima” para o “Evento de Falsa Bandeira” de 08.01.
Lembrando, que perdoar os golpistas do oito de janeiro, abriria o caminho para a volta deles anos depois. Os perdoados por Juscelino, voltaram em 1964. Porém, Juscelino não foi perdoado pelos Ditadores de plantão.
Alexandre de Morais, não pode resistir a pressão. Os perdoados de hoje, vão nos matar amanhã. Golpismo têm que ser punido com rigor.
O advogado Bernardo Fenelon, defensor do Ajudante de Ordens, de Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid e do pai dele, general Lourena Cid, alegando ” foro íntimo”, abandonou a defesa de ambos.
Quando o cliente, não conta para o advogado, toda a cronologia dos fatos, que ensejaram a prisão ou o indiciamento por suposta ação criminosa, abala a relação de confiança entre o advogado e o cliente, além de prejudicar o processo de Defesa.
Sem dúvidas nenhuma todos que participaram desta sujeira fascista tem que ser preso seja lá quem for, esperamos está postura do Ministro Alexandre de Morais
craque roberto, sou lacerdista, com muita honra. a medíocre politica brasileira seria digna e competente, com dezenas de lacerdas.e outras tantos com o carisma e virtudes de juscelino. parabéns.
Um péssimo artigo..digno de um ‘epicureu”.
O que me deixa mais triste …com relação aos fatos hodiernos e passados é serem interpretados de acordo com a visão partidária do narrador.. O Autor deste artigo é um destes que entram na discussão dos fatos já defendendo sua opção partidária…e faz isso com afinco que até se parece um defensor renumerado.
O autor perde sua narrativa com comparações históricas fora do contexto, e se julgando o Historiador laureado deixa transparecer que sua interpretação visa defender um lado da moeda…e isso o faz com um ardor que mácula o ordenamento Histórico por ora analisado.
Sua defesa do ignóbil Servidor público por ora investido no cargo de Juiz de nossa corte Suprema chega ser deprimente , para quem almeja interpretar fatos históricos hodiernos .
Todos com um minimo senso de verdade e elementar leitura de nossa CF…Há de notar que este servidor devia ser exonerado e responder pelos seus devaneios na forma da lei . Mas o articulista embebido por uma fórmula maligna defende tal ser como único ser supremo de nossa nação..um verdadeiro Mao Tsé Tung… de toga.
Publicar artigos ou tentar publicar fatos manobrados…há um grande e colossal abismo moral, e isso exige de quem escreve lisura, equidade, verdade… e finalmente ver seu artigo produzir senso critico com lógica a quem tiver oportunidade de analisá-lo.
Isso é um fato, menos do que isso é publicar um ato de defesa partidária..com viés ideológico, e isso mácula o artigo .E NOS MOSTRA o verdadeiro foco do articulista :
a defesa de seus ideais de opção ideológica.
Uma lástima …que em nada edifica.
YAH SEJA LOUVADO SEMPRE …