Disputa entre Congresso e STF é ideológica e o marco temporal causará muita confusão

Marco Maia: Câmara pode não cumprir decisão do STF — Conversa Afiada

Charge do Bessinha (Conversa Afiada)

Merval Pereira
O Globo

O projeto de lei que o Senado aprovou para restabelecer a tese do marco temporal para as terras indígenas não vale. O STF já decidiu a questão e o Congresso só pode mudá-la via emenda constitucional (PEC). A partir do momento em que o STF decidiu, decidir ao contrário é inconstitucional.

O STF será acionado e dirá que é ilegal. Um detalhe dessa disputa entre Congresso e STF é que ela é ideológica, entre um Congresso mais conservador e um STF progressista. As discussões são todas com base em valores — liberação da maconha, aborto, terras indígenas — questões que a direita preza muito e que o STF está legislando ao contrário.

OCUPANDO ESPAÇO – E o STF só está legislando porque o Congresso nunca tentou fazer leis sobre isso. É majoritariamente conservador, mas não tem maioria de dois terços para aprovar emenda constitucional.

Vão fazer barulho, haverá disputa institucional, dificuldade para administrar a crise, mas na verdade só com PEC o Congresso pode mudar alguma medida tomada pelo STF. Importante falar que o STF não mudou nenhuma medida aprovada pelo Congresso. Se tentasse fazer isso, seria influência indevida, como o presidente Lula tentou fazer com a desestatização da Eletrobras, assunto já decidido pelo Congresso.

A disputa do Congresso conservador, STF progressista e governo de esquerda é o que está causando tudo isso. A decisão do STF sobre o marco temporal vai continuar valendo, a menos que o Congresso consiga dois terços para a PEC, o que acho difícil.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Reina a confusão institucional. Nosso amigo Merval Pereira transmite a opinião de ministros do Supremo, que defendem veto de Lula ao projeto aprovado pelo Congresso. Porém, há controvérsias, diria o genial Francisco Milani. O novo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, surgiu com uma tese alternativa, que tudo indica ser juridicamente a mais acertada. Diz ele que o STF tem de aceitar todo projeto aprovado pelo Congresso que não macule cláusula pétrea. Faz sentido, em termos constitucionais. E o marco temporal nada tem de cláusula pétrea. Assim, o assunto deve provocar uma discussão infernal. (C.N.)

4 thoughts on “Disputa entre Congresso e STF é ideológica e o marco temporal causará muita confusão

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    NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Reina a confusão institucional. Nosso amigo Merval Pereira transmite a opinião de ministros do Supremo, que defendem veto de Lula ao projeto aprovado pelo Congresso. Porém, há controvérsias, diria o genial Francisco Milani. O novo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, surgiu com uma tese alternativa, que tudo indica ser juridicamente a mais acertada. Diz ele que o STF tem de aceitar todo projeto aprovado pelo Congresso que não macule cláusula pétrea. Faz sentido, em termos constitucionais. E o marco temporal nada tem de cláusula pétrea. Assim, o assunto deve provocar uma discussão infernal. (C.N.)
    Perfeitíssimo!O STF,não deve discutir as decisões soberanas do Congresso Nacional,exceto aquelas,que ferem as Cláusulas Pétreas,estabelecidas na Constituição Federal!

  2. Confusãoo, tás brincando?
    Está escrito, que TODOS os alçados indistintamente, TERÃO UMA MESMA IDEIA e tão fixa quanto a do “cão” de Asterix e Obelix!

  3. O que existe são imensas e intransponíveis contradições internas dentro do Consórcio de Privatização do Estado, que não dão mais pra segurar no hipócrita não ser o outro, logo nem se ser. Ou melhor, ser o que não pode ser dito sobre si mesmo. Há um espelho quebrado. Colar suas partes talvez mostre o que realmente é: um ser disforme, incoerente, hipócrita, farsante e falsário. Um ser que não se sustenta em si.

    Quanto mais destrói aquilo que finge não ser, mais e mais aniquila a sua aparência irreal, metafísica.

    O Circo dos Espelhos já perde seus espectadores.

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