Ramagem, ex-diretor da Abin, diz esperar  inquérito sem ‘falsa narrativa e especulação’

Alexandre Ramagem

Ramagem diz ter investigado o uso do software israelense

Paolla Serra e Dimitrius Dantas
O Globo

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado pelo PL do Rio, Alexandre Ramagem se manifestou nesta sexta-feira sobre as investigações da Polícia Federal que tratam de programa espião usado pelo órgão – o sistema de geolocalização de dispositivos móveis, comprado de empresa israelense, que teria sido utilizado sem a devida autorização judicial.

Nas redes sociais, o parlamentar disse esperar que o inquérito prossiga “atinente a fatos” e sem se deixar levar por “falsas narrativas e especulações”.

GOVERNO TEMER – Na postagem, Ramagem afirma que o programa foi comprado antes do governo Jair Bolsonaro, ainda na gestão Michel Temer.

A aquisição ocorreu em 26 de dezembro, a cinco dias da posse de Bolsonaro. E a ferramenta continuou a ser usada ao longo de três anos, inclusive sob a gestão de Ramagem na Abin.

“Em 2019, ao assumir o órgão, procedemos verificação formal do amparo legal de todos os contratos. Para essa ferramenta, instauramos ainda correição específica para afirmar a regular utilização dentro da legalidade pelos seus administradores, cumprindo transparência e austeridade”, afirmou Ramagem em suas redes sociais.

DIZ O DOCUMENTO – O Globo obteve o documento que instaurou a correição citada por Ramagem. O texto está presente em um boletim interno da agência publicado no dia 28 de março de 2022, quase um ano após o fim do contrato do software, como confirmado pela Abin. Ramagem deixou o cargo dois dias após o procedimento ser instaurado em razão de sua candidatura à Câmara dos Deputados.

Segundo a colunista Bela Megale, do GLOBO, a PF identificou que o sistema que monitorou ilegalmente a localização de pessoas foi usado mais de 30 mil vezes. Desse montante, 2.200 usos na gestão de Ramagem estão relacionados a adversários do governo de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a PF, a plataforma teve como alvos jornalistas, advogados e políticos, além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, os mandados foram expedidos pelo ministro da Corte Alexandre de Moraes.

PROCESSO DISCIPLINAR – A PF apura, além do uso indevido do sistema, a atuação de dois desses servidores da Agência que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão.

Conforme O Globo revelou em março, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas para conseguir identificar o último local conhecido da pessoa que porta o aparelho. O sistema foi utilizado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o diretor da agência era Alexandre Ramagem.

A PF pontua também que o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. “A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, informou, em nota.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria de O Globo diz que os investigados da Abin podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Esse dispositivo de localização geográfica é fundamental nas investigações modernas. O que falta saber é quem foi ou está sendo investigado e sob quais motivos. Vamos aguardar. (C.N.)

3 thoughts on “Ramagem, ex-diretor da Abin, diz esperar  inquérito sem ‘falsa narrativa e especulação’

  1. Tanta cousa para fazer e a merda da perseguição ao governo anterior não para.E tanto lero lero contra os ex integrantes do governo anterior que já tá beirando cousa de quem nada tem o que fazer.
    É tanta bobagens é tanta palhaçada que realmente está ficando claro que a “pf” virou uma “kgb” tupiniquim.
    Só um idiota sem noção do que é politica…acha que entra governo sai governo não há “espionagem” dos desafetos…Isso é fato em todas as eras e em em todas as nações.
    Ou alguém acha qye o nível de informações da “receita federal”…fica lá intocável sem vazar nada?..Só mesmo um asno elevado ao quadrado para crer que isso não ocorre.
    Tudo mistificação .
    bandido investigando(espionando) bandido…tudo para cooptar “segurança “…
    Um mago da espionagem dos eua…já dizia…Informação é poder.
    Portanto essa bobagem de agora é mais uma prova de que tudo acaba bem entre bandidos quando ambos os lados tem armas iguais e munições iguais…tudo fica em “casa”.
    Vida que segue…nessa terra amaldiçoada e cheia de ratos vorazes…
    YAH o ALTÍSSIMO SEMPRE SEJA LOUVADO SEMPRE…

  2. Fico imaginando um novo governo que faça tudo que o atual está fazendo em vasculhar adversários.
    Na Argentina os devotos do experimento soviético estão ligando a imagem do Milei, candidato conservador aos “defeitos” do Bolsonaro.
    Na coluna do C. Humberto:
    Recepção calorosa

    Foi difícil para o ex-presidente Jair Bolsonaro conseguir caminhar no aeroporto de Belém, para cumprir agenda no Pará. Foi recepcionado por uma multidão com cantos de “o capitão chegou”.

    Efeito comparativo

    “Em todos os lugares que Bolsonaro vai, ele ainda é tratado como presidente, enquanto o atual presidente, em todos os lugares que ele vai, é tratado como ladrão”, comparou o deputado federal Luiz Lima (PL-RJ).

  3. Gaza.
    O esquerdismo trata Israel como Bicho Papão e ao Hamas com ‘movimento’.
    Agora é só coitadismo e sofrência.
    O Hamas se esqueceu de consultar aos progressistas o que aconteceria quando despejassem trocentos mísseis sobre Israel?
    Israel mandaria a Gal Gadot com a unha do mindinho pintada de branco solicitando paz aos operadores de boa aventurança do Hamas.

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