Quem quer calar a crítica embasada e ponderada de Conrado Hübner?

Conrado Hubner

Conrado Hübner é perseguido por manifestar opinião

Roberto Livianu
Poder360

A liberdade de crítica é considerada uma das vertentes da liberdade de expressão, consagrada universalmente e no Brasil constitucionalmente como um dos mais caros direitos fundamentais. É de conhecimento público que um dos mais cultos e corajosos professores de nosso país, Conrado Hübner, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que ministra suas aulas na cátedra de Direito Constitucional e simultaneamente é articulista da Folha de S.Paulo e diretor do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo, tem se posicionado publicamente acerca de temas espinhosos com rara coragem.

É fato notório que o professor Conrado tem criticado ministros do STF e o ex-procurador-geral Augusto Aras. Sofreu, em virtude disso, representação oferecida pelo advogado Carlos Henrique Bastos Silva Mendes, na qual requereu que a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público Social da capital denunciasse Conrado por improbidade administrativa ao supostamente violar o regime de dedicação integral da universidade nos últimos cinco anos.

QUESTIONAMENTO – Além do trabalho como articulista da Folha, o professor teve outras três atividades questionadas: a sociedade minoritária em uma empresa de prestação de serviços, a realização de uma palestra remunerada no Iree (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) e o fato de integrar a diretoria do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo.

O inquérito civil, depois da devida investigação, teve arquivamento corretamente promovido e depois confirmado pelo Conselho Superior do Ministério Público. A íntegra da discussão pode ser acompanhada por meio da gravação da 79ª Reunião Ordinária do Conselho Superior do Ministério Público.

Assim, o Conselho Superior, sem acolher qualquer tipo de pedido do representante, só determinou o retorno dos autos à origem, a fim de que se manifeste a Faculdade de Direito da USP quanto à atividade de articulista de jornal de seu professor.

UNIVERSIDADE APOIA – Sobre o exercício da função de articulista, é preciso registrar que a Comissão de Ética da Universidade de São Paulo, em razão de representação formulada pelo ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, lavrou parecer arquivando a referida representação, com o fundamento de que a função articulista é compatível com a sua função de professor e valorizada pela Universidade:

“(…) a atuação do prof. dr. Conrado Hübner Mendes no debate público se coaduna às suas competências como pesquisador, especialista no âmbito do Direito Constitucional, das Teorias da Democracia e da Justiça, que incluem a análise e averiguação das decisões do Ministério Público contra o interesse público; todas essas são matérias de suas teses e publicações acadêmicas, que repercutem em suas atividades de extensão universitária, valorizadas e incentivadas pela universidade.” …

Por causa do texto “O estado de coisas inconstitucional do lobby advocatício”, publicado em abril na Folha, Conrado foi acusado pela prática de crimes contra a honra.

VIRIA A GALOPE… – No artigo, Conrado critica os partidos Psol, PC do B e Solidariedade por terem ajuizado uma ação no Supremo pedindo a suspensão do pagamento de multas e revisão de acordos de leniência firmados entre o Estado brasileiro e as empresas que praticaram ilícitos.

Antes de acionar o Judiciário, os advogados publicaram um artigo de opinião afirmando que Conrado não havia poupado calúnias contra o grupo e que o acionamento pela via judicial “viria a galope”.

Vale registrar sobre o fato objeto da crítica do professor Conrado que o acordo atacado pelos três partidos na ação movida foi devidamente homologado pelo Supremo Tribunal Federal e as empresas celebrantes se viam representadas pelas maiores bancas de advocacia do país.

SEGURANÇA JURÍDICA – Nenhuma dessas empresas anuiu o ajuizamento dessa ação pelos partidos se dizendo prejudicada pelos acordos. Uma ação que desrespeita acordo homologado pela Suprema Corte implica em quebra de segurança jurídica.

O artigo 5º da Convenção da OCDE é categórico: não se pode deixar de punir a corrupção sob pretexto de dano à economia, discurso utilizado na ação. Não parece razoável esse verdadeiro processo de retaliação promovido ao professor Conrado Hübner pelo simples fato de ter opiniões críticas divergentes, o que é natural numa democracia.

Deve-se saber lidar com a crítica embasada, científica e ponderada. Conrado jamais ofendeu pessoas, e sim teve pontos de vista distintos, o que deve ser aceito num sistema democrático. Afinal, quem quer calar e por que calar Conrado Hübner?

9 thoughts on “Quem quer calar a crítica embasada e ponderada de Conrado Hübner?

  1. No artigo, Conrado critica os partidos Psol, PC do B e Solidariedade por terem ajuizado uma ação no Supremo pedindo a suspensão do pagamento de multas e revisão de acordos de leniência firmados entre o Estado brasileiro e as empresas que praticaram ilícitos.

    São partidos testas de ferro do partido do larápio.

  2. DIRETAS-JÁ, A MAIS PODEROSA, CORRUPTA, INSANA, DIABÓLICA, MAQUIAVÉLICA, DITADURA DA HISTÓRIA DO BRASIL! O Estado e os 3 poderes dessa gigantesca republiqueta assassina e genocida de 40 anos e 2 milhões de assassinatos subnotificados, manipulados, se agiganta a cada minuto como um leviatã renascido dos quintos dos subterrâneos mais infernais do mundo. A Republiqueta não realizou nenhuma grande obra para o povo, a não ser uma ferrovia que demorou 30 anos, sendo que os americanos fizeram uma muito mais extensa, intercontinental, no século 19, em 3 anos. A republiqueta Diretas-já está vivendo de glórias de ditaduras passadas, tais como a Petrobras de Getúlio Vargas, incrementada na Ditadura de 64. Mas a republiqueta dos corruptos e incompetentes engravatados e bem-falantes, quase faliram a Estatal com o ‘’Petrolão’’, e até mesmo uma plataforma (P36), de 350 milhões de dólares foi afundada, por causa de uma cadeia de incompetências. Os vagabundos embusteiros vivem se vangloriando da energia limpa, fruto da Ditadura Militar de 64. Também do agronegócio da Ditadura Militar, idealizado por Allysson Paulineli e outros. Os filhotes genocidas das Diretas-Já estão há 40 anos cuidando de suas carreiras políticas, sendo que milhares de dinastias surgiram nessas 4 décadas. O povo deveria ter escolhido a volta da monarquia, assim centenas de bilhões de reais dos cofres públicos seriam desnecessários em campanhas políticas. A republiqueta das Diretas-Já abundou em novas Capitanias Hereditárias, e não somente em coronéis de barranco e novo e velho cangaço. O SUS e o INSS receberam o toque de Midas, às avessas, da republiqueta, isto é, tudo virou porcaria! O show de bola midiático da vez é uma Reforma Fiscal atrasada 40 anos que somente será (?) concretizada em 50 anos! LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

  3. A chave da história é: qual o matiz político do Hübner?
    Se ele molestou os pruridos ideológicos dos partidos citados temos uma boa perspectiva de análise.

    • Que fase…que República maldita….
      Calar e condenar um arauto da VERDADE e LIBERDADE..

      Que merda nos metemos…que DESGRAÇA agora paira nos ares de nossa amada PÁTRIA…valores áureos sendo jogados ao lixo…sob o sabor de “partidos políticos do inferno”
      YAH YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…

  4. Afinal , quais são de fatos as atribuições legais dos membros de um partido político ?
    Suponho que não seja de advogar e interferir em questões jurídicas que não lhes dizem respeito , tal como , pedir a suspensão do pagamento de multas e revisão de acordos de leniência , pelos partidos políticos Psol, PC do B e Solidariedade , sem que as Cias. envolvidas sequer solicitassem .

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