“O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh”, um documentário instigante, no Canal Brasil

O dia em que Ho Chi Minh andou pelo Rio de Janeiro – TraduAgindo

Aos 21 anos, o famoso Ho Chi Minh viveu no Rio de Janeiro

José Carlos Werneck

O Canal Brasil exibiu esta semana o intrigante e instigante documentário “O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh”, dirigido por Claudia Mattos, feito para evocar a misteriosa passagem “daquele que ilumina” pelo Brasil, no início do século XX. Sim, o líder revolucionário vietnamita passou pelo Rio de Janeiro, então capital federal, em 1912, em circunstâncias terríveis.

Cozinheiro na tripulação de um navio, ficou doente e foi deixado em terra firme para curar-se (ou morrer). Caso se recuperasse, deveria encontrar um navio que o levasse de volta à França, metrópole colonial que dominava a Indochina, nome genérico da região onde nascera (hoje dividida em três países independentes, o Vietnã, o Laos e o Camboja).

O JOVEM MINH – Ho Chi Minh (1890-1969) tinha pouco mais de 21 anos quando viveu sua breve aventura brasileira e chamava-se Nguyen Sinh Cung. No Rio, depois de curado, teria trabalhado como garçom para ganhar uns trocados e sobreviver até conseguir viabilizar seu regresso.

Teria feito amizade com um líder sindical pernambucano, de nome José Leandro da Silva, também cozinheiro de grandes embarcações, que teria atuado na Revolta da Chibata, dois anos antes, liderada por João Candido, o Almirante Negro.

Maria do Rosário Caetano, falando sobre o filme na”Revista de Cinema diz que quem quiser saber mais sobre o assunto deve ler uma reportagem no site “Jacobin”, na internet.

FONTES DE HANÓI – O texto jacobínico baseia-se em fontes da Universidade de Hanói, instituição que confirma a temporada carioca de Ho Chi Minh, nome que significa “Aquele que Ilumina”, pseudônimo que adotou ao abraçar a luta anticolonial contra franceses, japoneses e norte-americanos, marca de toda a sua vida. O estadista vietnamita referiu-se a tal temporada em seus escritos e também em seus “Poemas do Cárcere”.

Maria do Rosário Caetano diz que a diretora Claudia Mattos tomou o caminho mais livre possível. Primeiro, já no título, deixou claro queseu tema era o Rio de Janeiro de Ho Chi Minh. Ou seja, ia mostrar a cidade brasileira da segunda década do século XX, aquela que ambientou a Revolta da Chibata, viu florescer a Pequena África lá pelos lados da Gamboa e teve no terreiro de Tia Ciata matriz do samba nascido na Bahia e naturalizado carioca.

Para tanto, a cineasta, que na origem é pesquisadora, PhD em Comunicação e Cultura pela UFRJ, criou personagens ficcionais e transformou o embarcadiço-cozinheiro José Leandro da Silva em “Faca Cega”, um líder sindical dos mais descolados, negro cheio de ginga e muitas atitudes, avô de Pilar ,interpretado pelo cineasta Luiz Antônio Pilar.

6 thoughts on ““O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh”, um documentário instigante, no Canal Brasil

  1. Sensacional, o fato histórico trazido por você, José Carlos Werneck. A passagem do líder do povo vietnamita, Ho Chi Min, pelo Rio de Janeiro.
    Simplesmente fantástico.

  2. Abrólhos!
    “Sonhos Utópicos Sanguinários: A Nova Era, o Comunismo e o Nazismo.”
    Autor: Carl Teichrib
    Forcing Change, Volume 4, Edição 4.
    “Considere as seguintes citações do espírito-mestre da Nova Era chamado de Maitréia, o Cristo, conforme canalizadas por Benjamim Creme. Tenha em mente que essas palavras foram transmitidas durante o auge da Guerra Fria: “O homem é Um. Isto, essencialmente, é o que Marx está dizendo. O homem é Um. A humanidade é Uma. Eventualmente, todos os sistemas sociais tenderão para um sistema que encoraje essa irmandade, ou Unidade do homem, que Marx sentiu, como um ser espiritual.” [5]. (Nota do autor: Maitréia então diz a Creme que a falha na teoria estava na forma como ela foi imposta!)
    “No futuro, no futuro não tão distante, veremos que todos os sistemas políticos são expressões divinas. Há mais em comum entre a verdadeira democracia e o verdadeiro comunismo do que parece existir hoje. O que é chamado de comunismo hoje, como ele existe na Rússia, na China e o mundo comunista, não é de forma alguma o verdadeiro comunismo, mas é uma estrutura em evolução, movendo-se em direção a uma “expre$$ão” mais perfeita da forma de pensamento como ela existe na Mente Divina(?); o mesmo acontece com a democracia.” [6].”
    Bahhhhh!
    PS. Ho Chi Minh teria cimentado o “verdadeiro” comunismo ou não passou de mais um utilizado malversor dos bens alheios e eficaz “redutor populacional”?

  3. 1) Na década de 1970 a Editora Paz e Terra publicou um livro de bolso “Poesias de Ho Chi Minh”. Nas horas vagas ele gostava de fazer versos.

    2) É possível que este nome “Ho Chi Minh = Aquele que Ilumina” tenha se inspirado no Buda, pois a antiga região da Indlchina tinha o Budismo como majoritário. E “tio Ho”, como era conhecido pelos amigos e simpatizantes, várias vezes escondeu-se nos mosteiros budistas fazendo-se passar por monge enquanto era procurado pelos governantes de então.

    3) O Vietnã, cuja capital o homenageou com o nome Ho Chi Minh é praticamente budista.

    4) Vide “Os Grandes Líderes Ho Chi Minh”, Editora Nova Cultural, 1987, 94 páginas, muitas fotos.

    5) O Vietnã hoje é uma próspera Economia, também conhecida como Dragão Asiático, mais ou menos seguem os passos da China na abertura política, hoje, muitos jovens vietnamitas estudam em universidades dos EUA e países da Europa, Canadá, Austrália.

  4. 1) Dragão ou Tigre Asiático…

    2) Durante a Guerra do Vietnã eu me correspondia com um monge budista alemão que morava lá, Venerável Dr. T. T. Anurudha, diretor do Instituto de Budologia de Vung Tau, no antigo Vietnã do Sul, com o fim da guerra ele voltou para a Alemanha onde depois veio a falecer.

    3) Dr. Anurudha era poliglota e publicou alguns livros em Esperanto sobre o Budismo, além de inglês e alemão, guardo de lembrança dois livros desses em Esperanto.

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