Prates estava em confronto com amplos setores do governo e sua demissão era esperada

Crise do pagamento de dividendos  levaram à demissão

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva resolveu demitir Jean Paul Prates da Presidência da Petrobras, substituindo-o por Magda Chambriard, que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff e atuou como funcionária de carreira da petroleira por mais de duas décadas. Engenheira de formação, Magda é também consultora na área de energia e petróleo.

A demissão de Prates era esperada e só não se realizou antes em função da inundação no Rio Grande do Sul, com a necessidade do governo dirigir sua atenção e esforços para a situação das milhares de famílias atingidas. Com a nomeação de Magda Chambriard, Lula também vai ao encontro da reivindicação dos setores que desejam colocar mulheres na direção de órgãos da administração pública. Uma vez oficializada no cargo, será a segunda presidente mulher da estatal – a primeira foi Graça Foster (2012-2015).

CONFRONTO – Jean Paul Prates estava incompatibilizado com amplos setores do governo que já o haviam questionado diante da crise do pagamento de dividendos da Petrobras. A demissão terá que ser confirmada pelo Conselho da Petrobras, mas isso não é problema difícil de ser resolvido. Afinal, ninguém pode exercer um cargo dessa importância quando a sua decisão se choca com a orientação governamental.

O reflexo na Bolsa de Valores não deverá ultrapassar a reação normal dos investidores com a decisão. No fundo do problema, a demissão de Prates era aguardada, conforme dito. As contradições vieram à tona e tornaram insustentáveis a posição do presidente da empresa. É possível que tenha alguma repercussão, mas que não será capaz de abalar a política colocada em prática. A Petrobras é um órgão difícil de se administrar, tendo registrado uma série de substituições em seu comando nos últimos anos.

FAKE NEWS – Enquanto isso, em função das fake news injetadas na rede da internet, o presidente do Supremo Tribunal federal, Luís Roberto Barroso, voltou a defender a regulamentação do setor, matéria complexa em função da forma com que podem ser colocados textos nas plataformas. O tema volta ao debate e tem regido pautas diversas. Mas ainda não se chegou a uma solução efetiva que, ao meu ver, encontraria fácil solução com a aplicação da Lei de Imprensa.

Afinal de contas, a liberdade de imprensa não significa impunidade ou imunidade sobre matérias postas no sistema de comunicação. Há que se defender a responsabilidade dos autores e afastar as desinformações que são inseridas por pessoas que têm prazer em criar confusão e levar à contradições nas mais diversas áreas. É incrível que a maldade se faça sentir em tragédias como a do RS. As fake news tem se proliferado, não só nesses casos, mas também em relação a ele. Barroso defende a regulamentação. Mas quais as medidas necessárias? Aí está a questão.

A matéria legal tem a sua origem no bom senso e as fake news contrariam esse princípio fundamental, invadindo as redes sociais, algo repugnante no comportamento dos autores das notícias falsas. Regulamentá-las no sentido de impedir a sua publicação não é tarefa fácil, mas a responsabilidade dos autores é algo que exige uma ação direta tanto do poder público quanto das pessoas ou organizações atingidas.

8 thoughts on “Prates estava em confronto com amplos setores do governo e sua demissão era esperada

  1. Prates, foi “petrolado” por excesso de resistência, à segumento de agenda khazariana, ora pois….multilaterais patrões de “para tanto alçados”, pelo lucrativo e sabotável mundo!
    Se obedecem ficam, se não, tcháu pros gaiteiros!

  2. O ex-senador do PT, eleito pelo Rio Grande do Norte e engenheiro Jean Paul Prates, nomeado por Lula, presidente da Petrobrás, em março de 2023, missão muito bem concluída, foi demitido pelo presidente Lula.

    Prates entrou em rota de colisão com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD de Minas, ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

    Além de Silveira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, trabalhava pela demissão, porque Prates não quis alavancar a política de investimento requerida pelo presidente.

    Prates cometeu doiss erros:
    1 – falou publicamente, que iria conversar com Lula para convencê-lo a desistir de alocar os recursos do lucro extraordinário da Petrobrás para uma conta de investimento. Foi uma crise desnecessária, a ponto do presidente chamar o ministro da Fazenda para mediar e propor uma solução, enfim encontrada por Haddad.
    2 – Prates não concordou com as pautas do governo, vindas do poderoso ministro Chefe da Casa Civil, Rui Costa, um trator que não se intimida em passar por cima, de quem não atende as suas demandas.
    3- O senador licenciado, Jean Paul Prates, foi ao Senado pedir o apoio de seus pares para permanecer no cargo.

    Lula esperou o melhor momento para pedir o cargo.

    Prates não é mais senador e ficará desempregado. Em entrevista, disse que estava muito triste. mas lula deve encaixá-lo em outro cargo federal.

  3. Afinal de contas, a liberdade de imprensa não significa impunidade ou imunidade sobre matérias postas no sistema de comunicação. Há que se defender a responsabilidade dos autores e afastar as desinformações que são inseridas por pessoas que têm prazer em criar confusão e levar à contradições nas mais diversas áreas.

    Sr. Pedro

    Essa responsabilidade também vale para as jornazistas da Rede Goebbells..?

    Duas delas são “craks” em fazer fake news.

  4. Concordo com Pedro do Couto, aliás, sempre.
    As Fake news são um desserviço ao país.
    São tantas mentiras disseminadas para causar pavor e confusão na cabeça de quem perdeu suas casas, seus móveis e sua dignidade
    Numa delas, postaram um caminhão entulhado de caixões, simulando uma situação da tragédia no RS. Mas, na verdade o caso se passou na Turquia, devastada por um Terremoto na fronteira com a Síria. Morreram 7 mil pessoas, entre turcos e sírios. Por que fazem isso? Pura maldade.
    Também postaram falsamente, que os caminhões vindos de todos os Estados, foram barrados por falta de Nota Fiscal.

    Merece qual castigo, os imbecis e desumanos, que vieram ao mundo para causar confusão e tristeza nas pessoas?

  5. Sr. Pedro

    Como seriam as reportagens da Rede Goebbells sobre a tragédia do Rio Grande se não tivesse a internet…??

    Hoje milhões de pessoas tem um celular na mão e em um minuto desmente as ‘mentirinhas” contadas pelos jornazistas amestrados…..

  6. Devemos medir e pensar bem , antes de se ” publicar , falar ” alguma matéria de forma inconsequente/irresponsável , evitando destruir a reputação de quem quer que seja , sem prova cabal .

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