Em ano eleitoral, Joe Biden se vê obrigado a “apoiar” a fúria genocida de Netanyahu

Biden e Netanyahu

Biden quer parar a guerra, mas netanyahu nem liga para ele

Janio de Freitas
Poder360

A ideia consagrada de que o presidente dos Estados Unidos é a pessoa mais poderosa do mundo, com o maior dispositivo militar da história, está entre os destroços de Gaza. De outra parte, o Tribunal Penal Internacional provoca, sem buscar, a subversão na engrenagem de domínio do mundo.

Ainda pouco percebida, a situação caótica tem originalidades quase divertidas, mas também algum risco de desenvolvimentos sem precedentes. Dentre eles, por exemplo, a hipótese de um presidente norte-americano ver-se sob denúncias formais ao TPI.

Aliados que se opõem, é como se pode definir o Estado atual do grupo de países seguidores dos Estados Unidos nas questões básicas de política internacional. O pedido de prisão de Benjamin Netanyahu e do general Yoav Gallant, pela matança que conduzem contra a população de Gaza, foi repelido pelos Estados Unidos com ataques duríssimos de Joe Biden ao TPI.

 Alemanha, França e Bélgica, embora sem exigência de pronunciar-se, puxaram imediato apoio ao Tribunal, declarando-se países submissos às suas decisões. A discordância vai muito além do ocasional.

Candidato à reeleição, Biden precisa atacar o o Tribunal e a decisão que lhe traz maior desgaste eleitoral. Ser o mais decisivo sustentáculo do réu de crimes gravíssimos em Gaza é um ônus, político e público, de superação improvável.

Aliados dos Estados Unidos contra a Rússia de Putin por meio da Ucrânia, na devastação de Gaza os europeus limitaram-se ao apoio pelo silêncio sobre os crimes israelenses.

Não te atacar o TPI. Necessitam do oposto: também Putin, que é seu medo e seu pretexto, está sob pedido de prisão pelo TPI. Atacar o pedido sobre Netanyahu é atacar todos os anteriores. E, de quebra, deslegitimar o Tribunal é a melhor homenagem que Putin pode receber – além do mais, vinda dos inimigos.

Netanyahu isola Israel, Biden isola os Estados Unidos. Igualados na ambição de permanência no poder. Contrários no que um recebe do outro. Foi clara, por exemplo, a crença do governo norte-americano na eficácia e pouca duração da represália de Israel à incursão criminosa do Hamas no 7 de outubro.

A ferocidade e a continuidade do ataque exigiram de Biden uma atitude para neutralizar a má repercussão. À vista dos milhares de mortos que se sobrepunham, Biden fez pedidos de moderação. Apenas. Netanyahu respondeu sempre, em público e aos emissários, que nada se alteraria. Não recebeu contravapor. Nem deixou de receber mais armas e bombas.

aviso de invasão da cidade de Rafah, com 2 e tantos milhões de pessoas, assustou Biden. Sua reiterada advertência de morticínio foi respondida com mínimas variações de “Israel não vai mudar nada”. Já em última instância, Biden passou a dizer que “os Estados Unidos podem suspender a ajuda” bélica. Netanyahu, várias vezes:

“Ninguém no mundo muda o plano de Israel”. E mandou a população abandonar a cidade. Netanyahu iniciou o ataque e a invasão de Rafah. Fechou a entrada de cargas. A ONU, há 3 dias, suspendeu a distribuição de alimentos: o ataque não preserva o seu pessoal. Nem os alimentos e os medicamentos desembarcados no cais improvisado por norte-americanos vão além da praia.

A fome e a sede atacam também, e fazem seus mortos, sobretudo crianças. A repulsa a Netanyahu aumenta no próprio Israel. Não na Casa Branca. Se o presidente dos Estados Unidos o confrontar, assim reconhecerá o erro de apoiá-lo sem reserva. O que pode levar algum país – como fez a surpreendente África do Sul contra o primeiro-ministro israelense – a acusar Biden, no Tribunal Penal Internacional. de municiar Netanyahu nas ações consideradas crimes contra a humanidade.

8 thoughts on “Em ano eleitoral, Joe Biden se vê obrigado a “apoiar” a fúria genocida de Netanyahu

  1. Pior são os esquerdistas que apoiam os terroristas e ditaduras de esquerda. Será que esse cara chorou pela morte do presidente do Irã

    • Não vejo diferença entre uma pessoa que apoia Irã, EUA ou Israel. Com a desculpa do 11 de setembro EUA promoveu a guerra que matou mais 5 milhões de pessoas. Israel hoje pratica crimes de guerra ou genocídio segundo alguns…

      Se o Irã hoje faz guerra usando seus proxys, Israel e EUA atuam en conjunto financiando o ISIS (Estado Islâmico), povoado que fica no Baluchistão e etc ….

      Não tem essa de povo Santo, o certo ou o que prega o bem . Os dois lados tem mão do capeta. Triste é ver brasileiro sendo feito de idiota apoiando um ou outro baseado em contos do vigário.

  2. Não tem essa de pior ou melhor, cada um dos polos têm seus interesses.

    Na linha do artigo de Jânio de Freitas, o presidente Joe Biden condena Vladimir Putin por atacar a Ucrânia e concorda com o pedido de prisão do russo, pelo Tribunal Penal Internacional. No entanto, discorda da mesma sentença contra o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netaniyau, que comete crimes ainda mais devastadores.
    Por que Biden condena Putin e absolve Netaniyau?

    Porque Joe Biden não quer perder o apoio da comunidade judaica nos EUA, muito influente na América, no setor financeiro. Biden precisa de recursos financeiros para concorrer com Trump em novembro desse ano.

    Ao mesmo tempo que apoia Netaniyau contra a vontade, pelos motivos elencados aqui, Biden tem perdido votos da comunidade árabe, dos estudantes e dos negros, que apoiam a criação do Estado Palestino.

    Joe Biden se encontra numa sinuca de bico, sem saída. Todos os pedidos de Biden para Netaniyau não invadir Rafha, ao Sul da Faixa de Gaza, para onde os palestinos foram direcionados, diante da destruição total do Norte da Faixa de Gaza, foram ignorados por Bibi, que não dá a mínima para o presidente dos Estados Unidos.

    Todos sabem e lógico, Joe Biden também sabe, que Binjamin Netaniyau apoia a candidatura de Donald Trump do Partido Republicano. Quanto mais, o primeiro ministro mata inocentes, mandando explodir bombas em cima da cabeça dos palestinos na suposição de que vai atingir os guerrilheiros do Hamas também, o candidato Biden perde votos.

    Se a eleição presidencial fosse hoje, Donald Trump venceria com certas folga .
    A situação política interna e o conflito Israel& Hamas estão longe de acabar. Então, se continuar assim até lá ( novembro)Joe Biden pode dar adeus a reeleição. Só lhe restará passar a faixa presidencial para Donald Trump.
    Será que o planeta aguenta esse ogro do Trump, por mais quatro anos?
    Tenho lá minhas dúvidas.

  3. Como pode agradares á dois senhores ao mesmo tempo e instante , ou seja , aos ” Diabos , capetas & Deus , Alá , jeová ” , e o raio que os partas ?
    Por incrível que pareça , essa contradição e bandidagem dos USA , França , Inglaterra , Israel , esta favorecendo o fim da guerra ” Ucrânia & Rússia ” , tão benéfica aos países Europeus não envolvidos nessa trama guerreira contra a Rússia , quanto aos países da União Europeia ” envolvidos nessa trama , onde todos perderam , com a incógnita existencial territorial da Ucrânia e de seu povo.

  4. Esquerdismo, demonizar Netanyahu, encher a bola do Biden e demonizar Trump.
    Os outros é que são os genocidas, nós da esquerda somos os limpinhos. Usaremos todas nossas verdades contra todas as mentiras dos adversários ideológicos.

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