Discussão climática mostra que o amor à democracia é uma mentira deslavada

Democracia? Bem, democracia deveria ser o governo do povo, para o povo e pelo povo… – Carlos Sousa

Charge do Duke (O Tempo)

Luiz Felipe Pondé
Folha

O aquecimento global pode esperar o tempo político das democracias? Suspeito que não. Uma das grandes mentiras do nosso debate público em política hoje é o confesso amor à democracia. Só prezamos a democracia quando o povo vota em quem votamos. Se não, há uma crise grave na democracia. Derrubar o X no Brasil é a prova de que, às vezes, quem fala que defende a democracia, na verdade, só quer a transformar no seu clubinho de fãs. O fim da picada. Uma humilhação: um juiz faz o que quer e não há ninguém de bem no poder que possa detê-lo.

Tenho certeza de que em alguns séculos nossos descendentes se perguntarão: afinal qual seria a razão de tanto discurso meloso acerca desse falso amor quando obviamente ele não existe? Ou melhor, esse amor, aliás, como todo amor, é condicionado por premissas prévias.

INSATISFAÇÕES – As acusações à direita de que os conservadores são antidemocráticos são largamente conhecidas. Muitos deles cristãos reacionários, ou seculares mal resolvidos.

Mas, se faz necessário trazer à luz, também, as insatisfações da esquerda com relação à democracia liberal. Vale a pena lembrar que, já desde o século 19, figuras como Marx, e mesmo Lênin, já no século 20, consideravam a democracia um regime a serviço dos interesses da burguesia: o Estado liberal democrático nada mais seria do que um comitê executivo a serviço dos interesses da classe dominante.

A conversão da esquerda à democracia é posterior, e sempre um tanto incerta. Não entro aqui em questões outras tais como se funcionaria bem uma democracia liberal num país como o Brasil em que as instituições são em grande medida corruptas nalgum momento da sua história ou nalgum elo da sua cadeia operacional.

QUESTÃO DO CLIMA – Minha questão é mais estrutural. Vamos trabalhar com um exemplo bem didático: a questão do clima e a legitimidade institucional dos seus órgãos decisórios e acordos multilaterais —suas “COP’s bizantinas”. Na verdade, essa legitimidade passa pelo Estado nacional e sua soberania popular limitada.

É aqui que a porca torce o rabo. Deixo para os especialistas a discussão do clima. Conheço epistemologia —teoria da ciência— o bastante para saber que aspectos fora do cinturão racional, como dizia Imre Lakatos no século 20, se misturam aos aspectos racionais ou determinados pelo método científico enquanto tal. Basta ver a contaminação do tema pela polarização para ver esses aspectos fora do cinturão racional em operação.

A questão do clima não é apenas científica, ela é política, ideológica e de mercado: profissionais do debate público apostam na questão do clima como seu nicho no comércio das ideias, como se dizia no século 19, diríamos, como “sua fatia de mercado”. Opções de carreira, de sociabilidade entre pares, de pertencimento a instituições que atribuem credibilidade a estes profissionais estão em toda parte, para o olhar treinado em sociologia do mercado intelectual.

CONFLITO ÓBVIO – É fácil se perceber o conflito entre o investimento político e de carreira na questão do clima, e no seu aparato institucional multilateral internacional de soberania incerta, e o confesso amor à democracia liberal limitada à soberania nacional. E o conflito é estrutural.

Esse descompasso trai, se o profissional do mercado das ideias em questão for de esquerda, o conflito de tornar as “políticas do clima” legítimas sob o modo de operação da soberania na democracia liberal.

E é este descompasso que traz à luz os limites do amor da esquerda contemporânea à democracia, e, com isso, ela retorna ao berço da esquerda histórica, ao duvidar do valor político das democracias liberais.

AGRADAR AO POVO – Nas democracias liberais há que se dar atenção a opinião popular na competição por votos —as eleições—, e, nesse sentido, os políticos estão preocupados em agradar ao povo que pode estar longe de “crer” na questão do clima.

As “políticas do clima” pensam o tempo numa escala muito mais longa do que os mandatos na democracia liberal. A pergunta que surge no coração da esquerda verde é: o clima pode esperar o tempo político das democracias? Suspeito que não.

O problema é que os defensores da agenda do clima não podem se deixar confundir com golpistas, e, portanto, são obrigados a mentir sobre o que pensam: a democracia liberal nacional deve ceder sua soberania a alguma forma de governo global de tecnocratas do clima. E daí tocam, em segredo, seu réquiem para democracia. Você consegue ouvir a música? Não?

7 thoughts on “Discussão climática mostra que o amor à democracia é uma mentira deslavada

  1. “Lascas”, conforme:
    “Tese x Antítese = Síntese.”
    “Capitalistas Ocidentais Criando o Comunismo e a Nova Ordem Mundial”

    “O autor Antony Sutton em seu livro Wall Street and the Bolshevik Revolution reimprime o desenho feito pelo cartunista Robert Minor, e que foi publicado no jornal St. Louis Dispatche, em 1911. Observe que em 1911 o comunismo ainda era uma teoria; o czar ainda governava a Rússia. Nesse desenho, Karl Marx é retratado no meio da rua na região de Wall Street em Nova York, dando uma grande gargalhada, com sua tese sobre “Socialismo”, que conhecemos hoje como Comunismo, debaixo do seu braço esquerdo. Edifícios arranha-céus de ambos os lados da rua e o Prédio do Empire State são vistos claramente ao fundo. Multidões de pessoas estão no segundo plano, parecendo jubilosas. Qual é a causa para a alegria? Os capitalistas ocidentais estão fazendo uma passeata em homenagem a Karl Marx. George Perkins, um sócio do riquíssimo banqueiro J. P. Morgan, está apertando a mão de Marx, com um grande sorriso na face. Atrás de Marx, com sua mão estendida, está Andrew Carnegie. Os banqueiros J. P. Morgan e John D. Rockefeller também são vistos esperando sua vez de cumprimentar Marx. Além disso, diretamente no segundo plano, entre Marx e Perkins, está o presidente Teddy Roosevelt. O lado político desse plano da Nova Ordem Mundial é representada por Teddy Roosevelt, mostrado com seu típico sorriso com os dentes à mostra.

    Assim, esse desenho capta sucintamente a correta compreensão que os capitalistas ocidentais apoiaram as teorias de Karl Marx sobre o Comunismo. Por quê? Porque agora tinham criado a Antítese perfeita para a Tese Ocidental, e assim poderiam começar a criar seu sistema híbrido, a Síntese, melhor conhecido como Nova Ordem Mundial.

    “Tese x Antítese = Síntese” também poderia ser escrita assim: “Capitalismo ocidental X Comunismo = Nova Ordem Mundial”! Existem três sistemas de governo, dois atualmente constituídos e um por vir. O Comunismo e o Capitalismo estão atualmente estabelecidos no mundo, mas um terceiro governo, ainda não nomeado, está para aparecer, que não será nem Comunista nem Capitalismo, referido comumente como Nova Ordem Mundial.

    Como podem capitalistas bem-sucedidos dar apoio ao assassino Comunismo? Na manchete acima da charge política, coloquei a fórmula pela qual a história tem sido dirigida desde 1776, quando um revolucionário chamado Adam Weishaupt formou sua organização Mestres dos Illuminati.

    Weishaupt não tinha um elemento em seu grande plano para estabelecer sua Nova Ordem Mundial: um Plano de Batalha Tático que claramente especifica como ele deveria proceder para derrubar todos os governos estabelecidos no mundo ocidental. Em 1823, um professor alemão de filosofia chamado Hegel criou essa fórmula, esse plano de batalha específico. Hegel propôs que as sociedades fossem governadas pela seguinte fórmula:

    A existência de um tipo de governo ou sociedade, chamado Tese, provocava o aparecimento do oposto desse tipo de governo ou sociedade, que Hegel chamou de Antítese;

    Tese e Antítese naturalmente começariam a batalhar uma contra a outra, pois são sistemas exatamente opostos e, portanto, com visões diferentes sobre o mundo;

    Se a Tese e a Antítese batalharem por um longo período de tempo, sem que nenhum lado aniquile o outro, essa batalha resultará em ambos os lados mudando para um sistema híbrido de governo e de sociedade, que Hegel chamou de Síntese.

    Uma batalha constante, ou ameaça de batalha, era a chave. Hegel teorizou que “Conflito traz mudança, e o conflito planejado traz mudança planejada.” Essa teoria varreu a Europa, nos campus das universidades, acendendo um grande debate! Após certo tempo, a fascinação dos estudantes com essa teoria foi desaparecendo, mas os Illuminati, com a Maçonaria agora totalmente envolvida na liderança do Plano da Nova Ordem Mundial, tinham sua fórmula para alcançar seus objetivos!

    Vamos agora definir esses termos conforme eles se relacionam com o Plano de Weishaupt:

    Vamos agora definir esses termos conforme eles se relacionam com o Plano de Weishaupt:

    Tese — é o sistema original que dominava a Europa no fim do século XVIII. Esse sistema era Iniciativa Privada na economia, Monarquia ou Democracia na política, e judaico-cristão na religião;

    Antítese — é o sistema oposto à Tese, que, teoricamente, batalhando contra a Tese por um período longo de tempo, produziria um novo sistema, chamado Síntese. O principal problema é que nenhum sistema realmente oposto à Tese existia em 1776.

    Portanto, o que você faz quando nenhum sistema oposto apareceu “espontaneamente”? Se eu estivesse incumbido de executar o Plano da Nova Ordem Mundial, e acreditasse na teoria de Hegel, suponho que procuraria criar um sistema exatamente oposto à Tese. O autor e editor católico Piers Compton, escreve sobre a criação da Antítese, o oposto exato da Tese Ocidental. Em 1846, “havia uma sensação de mudança no ar, uma mudança que se estenderia além das fronteiras da Igreja e transformaria muitas facetas da existência… Dois anos mais tarde, um corpo seleto de iniciados secretos, chamado Liga dos Doze Justos dos Illuminati, financiou Karl Marx para escrever o Manifesto Comunista…” [The Broken Cross: Hidden Hand in the Vatican, pág. 16].

    A Antítese foi teoricamente criada quando o Manifesto Comunista foi publicado por Karl Marx em 1848. O autor cristão, Gary Kah, descobriu esse segredo quando recebeu uma coleção de livros maçônicos antigos e secretos. Ele escreveu sobre isso em seu livro En Route to a Global Occupation [leia a resenha]. Na página 94, Kah reproduz um diagrama que ele descobriu, que ilustra a ligação histórica entre o Movimento de Nova Era, com a Maçonaria, com os Illuminati, os Rosa-cruzes, os Cavaleiros Templários, Gnosticismo, Cabalismo, e a mãe de todos eles, as antigas religiões de mistério do Egito e da Babilônia. Nas laterais desse corpo principal de ligação, estavam vários grupos criados pela Maçonaria/Illuminati. “Marxismo” é mostrado em um quadro, com uma seta apontando para a Maçonaria/Illuminati! Não resta dúvida. A Maçonaria e os Illuminati criaram o Comunismo como um oposto direto à Tese, para que a teoria de Hegel pudesse ter prosseguimento.

    O Comunismo propõe que na economia, o Estado possua todos os bens de produção e que planeje o que será produzido; na religião, propõe o ateísmo; na política, propõe uma ditadura do proletariado. Um oposto mais completo à Tese do que esse não teria sido possível.

    * Síntese — é o novo sistema híbrido produzido pela batalha constante entre a Tese e a Antítese. A Síntese está planejada para ser uma economia fascista, em que os meios de produção e a distribuição dos produtos estão nas mãos da iniciativa privada, mas o governo determina quanto será produzido e quantas empresas poderão produzir o mesmo tipo de produto. A síntese foi planejada para ser satânica na religião, que é o híbrido entre a Tese judaico-cristã e a Antítese ateísta. Esse novo sistema, hipoteticamente chamado de Síntese, sempre teve um título. Sempre foi conhecido como Nova Ordem Mundial.

    Esse Plano Hegeliano foi a grande premissa que guiou as ações dos Illuminati desde o início dos anos 1820. Simplesmente, o Plano era criar o sistema perfeitamente oposto à Tese, chamado Antítese. Esses dois lados opostos batalhariam entre si política e verbalmente durante muitos anos, ameaçando o mundo com uma grande guerra. No entanto, o Plano requer que nenhum lado destrua militarmente o outro. Nos muitos anos durante os quais essa batalha foi planejada para ocorrer, as atitudes das pessoas em ambos os lados mudariam gradualmente, até que o ponto fosse alcançado em ambos os lados, que permitiria que o novo sistema, a Síntese, nascesse. Esse sistema Síntese foi chamado de Nova Ordem Mundial.

    Economicamente, o Comunismo é propriedade estatal e planejamento estatal; religiosamente, é ateísta; politicamente, é uma ditadura. Um sistema oposto mais completo à Tese não seria possível, mesmo se fosse planejado desse modo, o que, é claro, ele foi.

    Um dos maiores segredos de todos os tempos é que grande parte das companhias e dos líderes do “Estamento do Poder” estão realmente trabalhando para derrubar este país capitalista da Tese, e movê-o para o sistema Síntese, também conhecido como Nova Ordem Mundial.

    O Comunismo é meramente um sistema idealizado para lutar contra o Capitalismo de modo a criar a Nova Ordem Mundial, onde os grandes líderes empresariais se tornarão muito mais ricos do que o Capitalismo poderia permitir.”

  2. Será que a natureza é tão sábia e politizada para tacar fogo na quase totalidade do território de um país no momento que atravessa uma crise político ideológica oposicionista e conspiratória?

  3. Pelo que se apurou até agora , a grande maioria dos incêndios que estão ocorrendo no Brasil , são comprovadamente de cunho criminoso , sendo que pouquíssimos são de intempéries da natureza .

    • Se são de cunho criminoso, como a mais elementar lógica indica, quem seriam os mentores, planejadores e financiadores? Os autores são só consequência.

  4. Eis aí o cerne da questão , quem são os mandantes e financistas desses crimes , não contra ” governos A , B , C , D ” , mas sim contra o Brasil e seu povo , sendo que os governos passam , portanto qual é a lógica desses crimes contra o país , onde todos perdemos , inclusive os criminosos envolvidos .

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