BC de Galípolo esquece Lula e eleva os juros a 13,25% ao ano

Juros

Charge do J.Bosco (O Liberal)

Nathalia Garcia
Folha

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cumpriu o plano traçado em dezembro e elevou nesta quarta-feira (29) a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano. Essa foi a primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo – nome de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi unânime entre todos os membros do colegiado.

No comunicado, o comitê reafirmou a sinalização de que pretende fazer mais uma alta da mesma intensidade na próxima reunião, em março, citando a “continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação”. No entanto, evitou se comprometer com qualquer ritmo de ajuste em maio.

POLÍTICA DE CONTRAÇÃO

O Copom também voltou a defender a necessidade de uma política de juros mais contracionista, ou seja, uma atuação que ajude a frear a força da atividade econômica de forma a controlar o avanço da inflação.

Entre os fatores, citou a piora adicional das expectativas de inflação, a elevação de suas próprias projeções, a força da atividade econômica e as pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho.

A decisão veio em linha com a expectativa consensual do mercado financeiro. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que a elevação da Selic em um ponto percentual era a projeção unânime entre 33 economistas consultados.

ALTAS SEGUIDAS – A Selic está agora no mesmo patamar observado entre agosto e setembro de 2023. Mas, na época, a taxa básica seguia em trajetória de queda. Após quatro altas consecutivas, os juros já acumulam elevação de 2,75 pontos percentuais.

O atual ciclo de alta de juros teve início em setembro do ano passado, na reta final da gestão de Roberto Campos Neto no BC. No ponto de partida, a taxa básica estava em 10,5% ao ano. A primeira elevação foi gradual, de 0,25 ponto percentual. No encontro de novembro, o comitê acelerou o passo pela primeira vez, com um aumento de 0,5 ponto.

O Copom, então, optou por um movimento mais agressivo em dezembro e deu um choque de juros. Além de subir a Selic em um ponto percentual, prometeu mais duas altas da mesma intensidade nas reuniões seguintes, em janeiro e março. Agora, concretizou a primeira parte da estratégia.

PIORA ADICIONAL – O choque de juros reflete um cenário de piora adicional das expectativas de inflação. O risco fiscal seguiu no radar dos economistas e a incerteza no cenário externo, com a volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, deixou o câmbio volátil.

Sobre a questão fiscal, o colegiado do BC foi um pouco mais breve do que no comunicado da reunião anterior. Dessa vez, repetiu que segue acompanhando “com atenção” os impactos sobre a política monetária e os ativos financeiros.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, disse.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vivemos em clima de irresponsabilidade total. O presidente não se incomoda com o fato de o Brasil ser o país que mais paga dívida pública. É também o que cobra os mais elevados juros nos cartões de crédito e que paga os mais altos juros reais, descontada a inflação. Tem alguma coisa estranha nisso. Ah, Carlos Lessa, que falta você nos faz… E ninguém comenta esse desvio na conduta da economia. É como se não existissem economistas no país. (C.N.)

17 thoughts on “BC de Galípolo esquece Lula e eleva os juros a 13,25% ao ano

  1. Essa subida já tinha sido prevista e ainda vai ter mais um ponto percentual.

    Ainda mais que nos Estamos A houve um breque. Há que se ver o panorama econômico no mundo, principalmente nos EUA

    Aqui no Brasil,, Galipolo, por enquanto, tem que ficar na dele e manter o já havia sido decidido.

  2. Lula é um zero à esquerda na política monetária

    Galípolo ‘passa por cima’ de Lula e dá continuidade à gestão do bolsonarista Campos Neto, aumentando os juros para supostamente combater a inflação

    O Banco Central sob o lulista Gabriel Galípolo atua, portanto, no mesmo diapasão da gestão do ex-presidente bolsonarista Roberto Campos Neto.

    O Copom (Comitê de Política Monetária) ‘não deu bola para o que Lula diz’ e aumentou hoje a Selic para 13,25%, já confirmando nova alta da taxa para a próxima reunião.

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Economia, 29/01/2025 | 19h49 Por Alvaro Gribel

  3. “Aqui no Brasil,, Galipolo, por enquanto, tem que ficar na dele e manter o já havia sido decidido.”

    PT pregava que saindo o bolsonarista tudo iria se resolver…agora não restou outra alternativa kkk

    Como repete CN, a desfaçatez dessa gente é uma arte.

    • PS..

      Gastou, roubou, mentiu, endividou o Brasil e o preto, branco pobre e favelado não viu o que prometeu na mesa….

      Sr. Newton, o Ladrão não quer acabar com a fome e a pobreza, ele quer acabar com o pobre….

      “Como disse em meu primeiro pronunciamento após a eleição, se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida. É por isso que hoje conclamo: vamos acabar com a fome em nosso país”, disse.

      aquele abraço

  4. Agora só falta a esquerda atirar pedras no Pedro Álvares Cabral por ter aumentado a Selic pois não podem criticar o Homem do Lula. Mas está eufórica com o dinheiro rendendo muito nas aplicações bancárias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *