Militares já veem novo foco de crise com Lula por ato de 8 de janeiro

Em Brasília, Lula participa de solenidade com militares da Marinha

Militares acham que este ato ajuda a dividir o país

Bela Megale
O Globo

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes das Forças Armadas participaram do ato que marca os dois anos do 8 de janeiro, nesta quinta-feira, para dar o recado que não compactuam com os ataques e prezam pela democracia. Nos bastidores, porém, militares da ativa e da reserva já veem um novo foco de crise envolvendo o próprio evento.

O fato que tem sido alvo de críticas na caserna foi o último momento do evento, no qual Lula desceu a rampa do Palácio do Planalto para um abraço em torno da palavra “democracia”, escrita com flores. No local estavam representantes do MST, CUT e outros movimentos sociais que fazem parte da base do PT, os quais estão entre os organizadores do ato.

ASPECTOS IDEOLÓGICOS – Para os militares, o gesto pode passar a imagem de que predomina o aspecto ideológico no evento. E ainda existe a preocupação de que alguns discursos inflamem os ânimos nas Forças Armadas.

O clima entre governo e os fardados azedou há alguns meses, com a mudança do regime de aposentadoria dos militares proposta pelo Ministério da Fazenda no pacote fiscal.

Outro fator foi a prisão e indiciamento de oficiais das Forças, inclusive de alta patente, no inquérito do golpe que tem Jair Bolsonaro como personagem central.

SEM BADALAÇÃO – O sentimento nas Forças Armadas está em sintonia com uma ala de ministros do governo, que avalia que o ato deveria ser mais protocolar e, até mesmo, reduzido a manifestações públicas do presidente Lula e de autoridades que representam os Três Poderes.

Para esse grupo, colocar o 8 de janeiro como uma bandeira do governo ajuda a acirrar a divisão da sociedade.

A maioria dos integrantes do governo Lula, porém, defende que é necessário transformar essa data num marco, especialmente diante da violência dos ataques proferidos contra os prédios dos Três Poderes e do risco do retorno da extrema direita ao poder, como ocorreu nos Estados Unidos com Donald Trump.

Saia justa! MPF questiona Meta se novas regras valem no Brasil

BRASIL |O Ministério Público Federal (MPF) anunciou que vai oficiar a Meta,  responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, para esclarecer se o fim  do programa de checagem de fatos será implementado noCaio Junqueira
CNN Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) vai oficiar a plataforma Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, para verificar se as novas regras apresentadas pelo dono da empresa, Mark Zuckerberg, nesta terça-feira (7) serão implementadas no Brasil. A informação foi confirmada à CNN pelo próprio MPF.

O órgão quer saber se a Meta no Brasil vai seguir a matriz americana e encerrar seu programa de checagem de fatos e substituirá a monitoragem por um sistema de “Notas da Comunidade” semelhante ao que é utilizado pela plataforma X, antigo Twitter, de propriedade de Elon Musk.

INQUÉRITO CIVIL – Os ofícios serão encaminhados dentro de um inquérito civil que tramita desde 2021 e que apura a responsabilidade das big techs nos conteúdos postados.

A Meta é um dos alvos desse inquérito. Em julho do ano passado, por exemplo, o MPF cobrou uma indenização de R$ 1,7 bilhão por violação de direitos de usuários.

Desde que o inquérito foi aberto, segundo fontes do MPF, a empresa vem colaborando e implementando medidas de regulação de conteúdos postados. Com os ofícios, a ideia é saber se isso será mantido ou se haverá um alinhamento às regras anunciadas pela matriz americana hoje.

NOVAS REGRAS – Chamou a atenção de procuradores que Zuckerberg cite que as novas regras “começarão nos Estados Unidos”, sugerindo que elas podem ser adotadas em todo o mundo.

As mudanças, segundo essas fontes, colidem com normas já aprovadas em diversos países e até mesmo com recomendações já feitas pelo MPF no Brasil e adotadas pela empresa no sentido de regulação de conteúdos postados.

A leitura no MPF é a de que falou mais alto dentro da empresa seus interesses econômicos nos Estados Unidos e a leitura de que é preciso ter o novo presidente do país, Donald Trump, ao seu lado na luta contra a regulação que as big techs vem sofrendo mundo afora.

REGULAÇÃO EM CURSO – A impressão, porém, é a de que Trump e as big techs não teriam por si só força para enfrentar os processos de regulação em curso em diversos países do mundo.

No Brasil, por exemplo, muito embora o Congresso tenha evitado votar qualquer projeto nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga uma ação que no limite pode ser impactada pela postura da Meta daqui em diante.

E, de acordo com fontes do MPF, não haveria muita margem de manobra das empresas para mudar seu curso tampouco para não cumprir sua decisão, já que o risco de perder o grande mercado brasileiro estaria em jogo.

NO SUPREMO – O julgamento do Supremo Tribunal Federal analisa a constitucionalidade do artigo 19 da lei do Marco Civil da Internet, que isenta as plataformas de responsabilidade por conteúdo de terceiros.

A corte caminha, contudo, para rever essa regra e dar alguma responsabilidade para as big techs.

A análise no Ministério Público Federal é de que, se a Meta deixar de controlar o conteúdo no Brasil, o Supremo pode endurecer no grau de responsabilidade que pretende dar as big techs. Até agora, apenas três ministros votaram (Dias Toffoli, Lupis Roberto Barroso e Luiz Fux).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É mais uma reprise da comédia “O Rato que Ruge”, de Jack Arnold, em que Peter Sellers comanda a tropa de um minúsculo país europeu que declara guerra aos Estados Unidos. Comprem muita pipoca e se preparem para dar boas risadas. (C.N.)

Uma canção magistral de Taiguara que foi censurada sem haver motivo

Taiguara: a voz mais censurada pela ditadura, por Carlos Motta -

Taiguara foi o cantor mais censurado do país

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor Taiguara Chalar da Silva (1945-1996)nascido no Uruguai durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva, foi um dos melhores compositores da MPB e considerado um dos símbolos da resistência à ditadura militar, tanto que teve, aproximadamente, 100 músicas vetadas, razão que o levou a se autoexilar na Inglaterra em meados de 1973.

A letra da música “Hoje” inicialmente foi censurada, sob alegação de fazer alusão ao governo militar, à tortura ( trago em meu corpo, as marcas do tempo) e insinuar que a sociedade era infeliz sob o comando da ditadura militar. A música enfim foi liberada e gravada por Taiguara no LP Hoje, em 1969, pela EMI-Odeon.

HOJE
Taiguara

Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo…

Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos,

Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas…
Na solidão das noites frias por você.

Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo, acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte

Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte

Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei.

Após convite de Trump, Bolsonaro pede ao STF para ir à posse no dia 20

Bolsonaro se defende sobre ida a embaixada da Hungria: 'Não há preocupação com prisão preventiva' - BBC News Brasil

Bolsonaro precisa desesperadamente do seu passaporte

Igor Gadelha e Gustavo Zucchi
Metrópoles

Após receber o convite para comparecer à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro acionou o STF para reaver seu passaporte e poder viajar para Washington.

A informação foi confirmada pelo filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ex-presidente teve seu passaporte aprendido em fevereiro de 2024, por conta das investigações de um possível golpe de estado.

PEDIDO AO SUPREMO – Ainda segundo o deputado, o advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, já enviou a petição ao STF pedindo autorização para a viagem do ex-presidente.

Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou Bolsonaro a ir ao velório e a missa de sétimo dia da mãe de Valdemar Costa Neto e encontrar com o presidente nacional do PL. Eles estavam proibidos de se falar por ambos serem investigados no inquérito sobre um possível golpe de estado em 2022.

A posse de Trump e seu vice, o senador J.D Vance, irá acontecer no próximo dia 20 de janeiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se for, dificilmente volta. É um homem rico, com patrimônio de R$ 140 milhões, pode se deliciar em qualquer lugar do mundo. (C.N.)

Neste 8 de janeiro, lembre-se de que a democracia não pertence ao PT

Democracia neste sete de abril | Rede Humaniza SUS - O SUS QUE DÁ CERTO

Charge do Solda (Site Solda Cáustico)

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

A diplomação do próximo presidente americano transcorreu sem incidentes. As urnas só são contestadas — como no 6 de janeiro de 2021— quando Trump perde. Ou quando Bolsonaro perde. Nesta quarta-feira, no 8 de janeiro, será nossa vez de lembrarmos a versão brasileira do pastiche americano.

Em 21 de março de 2022 escrevi nesta Folha, na coluna “O Telegram tem o direito de ignorar a Justiça brasileira?”: “De uma coisa podemos ter a mais tranquila certeza: caso perca as eleições, Bolsonaro tentará desacreditar as urnas e causar tumulto, numa reedição da invasão do Capitólio americano em janeiro de 2021“. Dito e feito. Não era uma previsão arriscada. A estratégia era explícita.

MESES DE MENTIRAS – Aqui, como lá, fomos submetidos a meses de mentiras sobre as urnas, vindas sempre do mesmo grupo. Depois da derrota, o fanatismo precisou de uma catarse. Lá, acreditaram que poderiam impedir a diplomação na marra. Aqui, que a quebradeira dos prédios públicos provocaria uma intervenção militar.

Dois anos depois do 8 de janeiro, uma boa notícia: segundo pesquisa Quaest, 86% dos brasileiros desaprovam os ataques. E uma notícia ainda melhor: entre os que votaram em Bolsonaro em 2022, 85% desaprovam.

Como a maioria desses não mudou seu alinhamento político, concluo que não veem sua posição ideológica como causadora das invasões. Essas foram um excesso cometido por malucos (ou, talvez, por infiltrados) que não os representam. Jamais farão, portanto, um “mea culpa”.

PAUTAS CATIVAS – Isso não é ruim. A pior coisa que pode acontecer para a preservação da nossa democracia é ela se tornar pauta cativa de um dos lados do espectro. Foi o destino do combate à corrupção. Ao transformar-se uma bandeira de ataque da direita contra a esquerda, foi pela esquerda rejeitado. O mesmo ocorreu, em sinal contrário, com a pauta ambiental.

Combate à corrupção e defesa do meio ambiente fazem falta. Na medida em que temos um sistema democrático, contudo, ainda podemos votar para colocá-los em prática. Se ficarmos sem democracia, por outro lado, não será possível votar para restabelecê-la.

A democracia liberal nada mais é do que uma maneira de organizar o poder na sociedade. Apesar dos problemas, é a melhor que conhecemos, pois permite que toda a população tenha voz, que direitos minoritários sejam protegidos e que o poder troque de mãos pacificamente.

PACTO UNIVERSAL – Sua preservação depende de um pacto universal: garantir o cumprimento das regras do jogo é mais importante do que a vitória do meu time na próxima partida.

Para isso, as lideranças de direita devem rechaçar o discurso negacionista das urnas. E a esquerda deve abandonar o discurso de que toda oposição é uma ameaça à democracia.

Mesmo porque ninguém no Brasil é santo. Basta lembrar dos escândalos de corrupção para financiar campanhas e do alinhamento histórico de nossa esquerda com o regime Maduro. O golpismo de direita não reveste a esquerda do manto democrático.

VALORES UNIVERSAIS – O filme “Ainda Estou Aqui” —que rendeu a Fernanda Torres o merecido Globo de Ouro— mostra como uma boa história pode furar as barreiras ideológicas ao tocar valores humanos universais, sem ser panfletária.

Por enquanto, a rejeição ao 8 de janeiro ocupa esse mesmo lugar: todos o condenam. Tenhamos a sabedoria de preservar essa história sem rebaixá-la ao grau de propaganda partidária.

Uma grande notícia! Brasil fecha 2024 com US$ 337 bilhões em exportações

O superávit no comércio externo chegou a US$ 74,6 bilhões

Pedro do Coutto

O setor do governo Lula que está apresentando melhores resultados é, sem dúvida, o do comércio externo. As exportações brasileiras totalizaram US$ 337 bilhões, um crescimento de 3,3% na corrente de comércio em relação a 2023, que chegou a US$ 599,5 bilhões.

As importações somaram US$ 262,5 bilhões, com saldo positivo de US$ 74,6 bilhões. Os dados são da balança comercial divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O Brasil se destaca com recorde de exportação de US$ 181,9 bilhões na indústria de transformação em 2024, maior valor desde 1997.

Somente no mês de dezembro de 2024, as exportações somaram US$ 24,9 bilhões, e as importações, US$ 20,1 bilhões, com saldo positivo de US$ 4,8 bilhões e corrente de comércio de US$ 45 bilhões. Comparando-se este período com o de dezembro/2023, houve queda de -6,7% na corrente de comércio.

COMPARATIVO – Fazendo um comparativo entre 2023 e 2024 nas exportações, dezembro de 2024 somou US$ 24,9 bilhões, enquanto em dezembro de 2023 foi de US$ 28,8 bilhões, uma queda de 13,5%.

Em relação às importações, houve crescimento de 3,3% em dezembro/2024 (US$ 20,1 bi), comparativamente ao mesmo mês de 2023 (US$ 19,5 bi). O resultado de dezembro foi 48,5% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Já entre janeiro a dezembro de 2023 e o mesmo período de 2024, nas exportações houve uma queda de 0,8% – em 2024, foram US$ 337,0 bi, e, em 2023, US$ 339,7 bi. Em relação às importações, houve crescimento de 9,0% entre o período de janeiro/dezembro – 2024 (US$ 262,5 bi) com janeiro/dezembro – 2023 (US$ 240,8 bi).

SOJA – Entre as exportações, produtos historicamente importantes para a balança comercial brasileira, como a soja, registraram uma queda de vendas para o comércio exterior. No entanto, a venda de mercadorias como óleo bruto de petróleo e combustíveis apresentaram alta no ano passado.

Não se deve confundir a balança comercial com o balanço de pagamentos, pois esse pode ter um resultado diferente, mas não capaz de inverter o êxito alcançado pelo governo. O Brasil tem acumulado resultados positivos como os números agora demonstram. O governo Lula tem assim razões para estar satisfeito, traduzindo os números como um fato muito importante para as políticas externa e interna do país.

Guinada da Meta tem impacto mundial e fortalece Trump e Musk

Zuckerberg, sobre o Facebook: “Voltaremos às nossas raízes em torno da  liberdade de expressão” | Metrópoles

Zuckerberg volta às raízes em torno da liberdade de expressão”

Bruno Boghossian
Folha

A guinada anunciada pela Meta na regulação de plataformas como Instagram e Facebook terá impacto profundo no ambiente político de vários países. A redução do controle sobre desinformação e conteúdo potencialmente hostil tem tudo para se tornar o padrão das zonas digitais, onde cidadãos formam suas convicções e decisões de voto.

O momento da mudança, dias antes da posse de Donald Trump, revela a dose de oportunismo de Mark Zuckerberg.

ALINHAMENTO – O chefe da Meta não escondeu a tentativa de alinhamento com o republicano e indicou que espera trabalhar com o governo para lutar contra a regulação de plataformas digitais na Europa e em outras regiões.

Zuckerberg tornou a capitulação completa ao declarar que a moderação feita por suas empresas resultou em censura. Não foi só uma ferramenta retórica. Ele escolheu o vocabulário dos críticos do protocolo em vigor até aqui, num claro esforço para refazer pontes com uma clientela vinculada à direita trumpista.

As mudanças começam pelos EUA, mas reflexos em países como o Brasil serão inevitáveis. No plano das leis, a Meta tende a fazer um lobby mais agressivo contra a aprovação de propostas de controle de conteúdo.

MUSK FORTALECIDO – Além disso, Elon Musk não estará mais tão isolado no desafio a decisões judiciais emitidas pelo que Zuckerberg chamou, curvando-se a uma propaganda conspiracionista, de “tribunais secretos”.

A Meta vai distribuir para usuários americanos mais conteúdo sobre política. Também vai reduzir restrições a temas como imigração e gênero. A depender do entusiasmo de Zuckerberg para espalhar a nova regra, a decisão deve oferecer incentivos adicionais, em outros países, para grupos diversos interessados em explorar temas morais para obter ganhos eleitorais.

Os controles aplicados pela Meta nos últimos anos eram imperfeitos. Não eram capazes de conter uma desinformação que promove o ódio e representa ameaças concretas. Por outro lado, atendiam com mais vigor às preocupações de um lado do espectro ideológico. Por razões políticas e financeiras, Zuckerberg vai lidar só com o segundo ponto do problema. Ele admite que as plataformas passarão a filtrar menos “coisas ruins”.

Maior pena dos golpistas deve ser de Bolsonaro — 28 anos de prisão

Tribuna da Internet | Se Bolsonaro for preso, o país pode enfrentar uma  convulsão social?

Charge do Lattuff (Brasil De Fato)

Rafael Moraes Moura
O Globo

A Procuradoria-Geral da República prepara-se para apresentar denúncia contra os envolvidos na trama golpista. Enquanto aguardam a decisão, os advogados dos indiciados no inquérito já fazem reservadamente suas previsões sobre as penas que serão impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aos principais investigados.

Os criminalistas dão como certo que as penas são superiores às dos invasores do 08/01, e a condenação maior cairá sobre Jair Bolsonaro.

PENA ALONGADA – Os crimes atribuídos pela Polícia Federal ao ex-presidente Jair Bolsonaro – tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa – totalizam uma pena que pode chegar a 28 anos de prisão.

O ex-presidente é apontado como líder da organização criminosa, que atuou, “mediante divisão de tarefas, com o fim de obtenção de vantagem consistente em tentar manter o então presidente da República Jair Bolsonaro no poder”.

Um dos pontos destacados pelos investigadores é a existência de cinco eixos de atuação interligados envolvendo a atuação dessa organização, que incluiriam ataques virtuais a opositores e às instituições e às urnas eletrônicas.

ÚLTIMA INSTÂNCIA – Um foco de preocupação das defesas dos indiciados é que os investigados pela Polícia Federal serão julgados já na última instância de recurso – o STF.

“Não temos um segundo grau de apelação, com magistrados diferentes”, queixa-se outro advogado, que concorda que a “pena média” dos principais indiciados ficará na casa dos 20 anos.

Conforme informou O Globo, a Primeira Turma referendou, de forma unânime, todas as decisões de Moraes em processos que miram bolsonaristas e envolvidos em atos golpistas ao longo de 2024. O colegiado é composto por Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e pelos dois ministros do STF indicados por Lula neste terceiro mandato: Flávio Dino e Cristiano Zanin.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGComo diz Mark Zuckerberg, da Meta, que controla Facebook, Instagram e Threads, se depender do “tribunal secreto”, o presidente Bolsonaro está liquidado. Dele só restarão os cacos da tela metálica implantada em seu abdômen. Sua única possibilidade de salvação é a anistia, que depende de apenas um homem — Lula da Silva, que sonha em ajudar a concedê-la, mas ainda está com vergonha. (C.N.)

Maduro convida o Brasil para sua posse e Lula decide enviar a embaixadora

O Brasil é parceiro da Venezuela', diz nova embaixadora em Caracas

Lula pede a embaixadora Glivania Maria para representá-lo

Jamil Chade
do UOL

Nicolás Maduro convida o Brasil para sua posse, no dia 10 de janeiro, e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enviará sua embaixadora em Caracas. Na semana passada, o UOL revelou com exclusividade que a decisão do Planalto era a de não enviar ministros ou uma delegação de Brasília, e optar pela representante do país na Venezuela.

De acordo com o Itamaraty, o convite dos venezuelanos foi confirmado nesta terça-feira, dia 7. O Brasil deve ser representado pela embaixadora do Brasil em Caracas, Glivania de Oliveira.

PORTA ABERTA – Brasília busca, assim, manter uma porta aberta com o presidente venezuelano para que possa mediar uma eventual saída política para a crise. Mas não eleva sua representação, numa sinalização de que as condições colocadas pelo Brasil não foram atendidas.

Em julho de 2024, a eleição em Caracas foi concluída com o anúncio por parte de Maduro de que teria sido o vencedor para mais um mandato como presidente. A oposição denunciou uma fraude e insistiu que seu candidato, Edmundo González, teria vencido.

O governo brasileiro evitou falar em fraude. Mas insistiu que não reconheceria a eleição enquanto as atas com os resultados não fossem apresentadas. Os documentos nunca foram publicados e uma crise diplomática se instaurou entre Brasília e Caracas.

ATAQUES MÚTUOS – O governo Maduro chegou a atacar o assessor especial de Lula, Celso Amorim, e acusou a diplomacia brasileira de estar a serviço dos interesses americanos. Brasil, Colômbia e México chegaram a ensaiar uma articulação para evitar uma nova onda de violência na Venezuela. Mas os esforços fracassaram.

Nos últimos dias, a nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou que seu governo também estará presente em Caracas para a posse. Mas não definiu se enviará uma missão oficial de sua capital ou se apenas o embaixador na cidade venezuelana será o representante.

Já González, que teve de deixar Caracas, vem percorrendo a América Latina e esteve em Washington com o presidente Joe Biden, na esperança de ampliar o isolamento de Maduro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quase nada de novo no front ocidental. A única novidade é a posição da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), que se uniu ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e a outras entidades para defender o reconhecimento de Maduro. É duro engolir essas posições de supostos defensores da democracia. Tragam um balde, urgente. (C.N.)

Quatro anos depois, ataque ao Capitólio pode ser “apagado” por Trump

Condenan a tres años y medio de cárcel al 'bisonte de QAnon' | Noticias La Tribuna de Talavera

Um dos líderes, Jacob Chansley, já foi libertado

Jamil Chade
do UOL

Há quatro anos, um personagem marcou história. Vestido como um Viking, Jacob Chansley fez parte da ofensiva contra o Capitólio, num abalo à democracia americana. Durante a invasão, ele deixou um bilhete com ameaças ao então vice-presidente Mike Pence. Ele seria condenado a 41 meses de prisão e já está solto,.

Nesta segunda-feira, em declarações ao jornal New York Times, ele insiste que “experimentou a tirania em primeira mão”. Segundo ele, o dia 6 de janeiro de 2021 foi “uma armação”.

NOVO SIGNIFICADO – Ele não está sozinho em sua afirmação e o presidente eleito Donald Trump costura uma ofensiva para dar um novo significado para a data e transformá-la num gesto de resistência. O republicano, durante a campanha eleitoral, chegou a qualificar o 6 de janeiro como “um dia do amor”.

Hoje, ele volta ao poder numa posição ainda mais predominante. Confirmado nesta segunda-feira pelo Congresso americano, Trum agora promete “agir muito rapidamente” para perdoar os autores dos ataques de 6 de janeiro.

Para diplomatas estrangeiros na capital americana ouvidos pelo UOL, o esforço de apagamento do que ocorreu naquele dia deve servir como um alerta ao mundo da operação da extrema direita.

PREOCUPAÇÃO – “O mundo acompanha com preocupação o que ocorre na democracia que se apresenta como modelo a todos”, afirmou um embaixador de um país europeu, na condição de anonimato.

“Se aquelas cenas não são suficientes, o que será?”, questionou outro diplomata.

Desde 2021, mais de 1.580 réus foram acusados e cerca de 1.270 foram condenados em uma investigação extensa que resultou em mais de 660 sentenças de prisão. Esses julgamentos resultaram em sentenças pequenas, com poucas exceções como no caso do ex-presidente dos Proud Boys, Enrique Tarro, que pegou 22 anos de cadeia.

HAVERÁ ANISTIA? – Mas tudo isso deve ser anulado a partir da volta de Trump ao poder. Numa coluna publicada no Washington Post, nesta segunda-feira, o presidente Joe Biden alerta que existe uma ofensiva para tentar “apagar” o que ocorreu em 6 de janeiro de 2021.

“Não podemos aceitar uma repetição do que ocorreu há quatro anos”, escreveu o ainda presidente Joe Biden.

“Quatro anos depois, ao deixar o cargo, estou determinado a fazer tudo o que puder para respeitar a transferência pacífica de poder e restaurar as tradições que há muito respeitamos nos Estados Unidos”, escreveu Biden. “A eleição será certificada pacificamente. Convidei o novo presidente para a Casa Branca na manhã de 20 de janeiro e estarei presente em sua posse naquela tarde”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não há comparação com o 08/01 de Brasília. Em Washington, instigados por Trump, milhares de manifestantes escalaram as paredes do Capitólio, quebrando janelas e chutando portas. “A apenas alguns quarteirões de distância, uma bomba foi encontrada perto do local onde se encontrava a nova vice-presidente, ameaçando sua vida. Agentes da lei foram espancados, arrastados, deixados inconscientes e pisoteados. Alguns policiais acabaram morrendo em decorrência disso”, relatou Biden. E outra diferença foram as condenações, quase todas muito pequenas, de apenas poucos anos ou meses. Quem se declarava culpado pegava apenas 20 dias de prisão, bem diferente do 08/01, com suspeitos julgados como “terroristas” e pegando 17 anos, uma vergonha mundial. (C.N.)

Mark Zuckerberg, da Meta, apoia Musk e Trump contra a Justiça brasileira

Mark Zuckerberg, dono da Meta, empresa que comanda o Facebook e Instagram,  afirma que a política adotada pela empresa para controlar as redes não deu  certo, censurando pessoas, e diz que substituirá

Zuckerberg, que é democrata, apoia Musk e Trump

Duda Teixeira
Revista Oeste

O diretor-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças no monitoramento de conteúdos nas plataformas Facebook, Instagram e Threads nesta terça, 7. As alterações visam garantir a liberdade de expressão e evitar a censura.

De maneira geral, Zuckerberg entende que o excessivo controle, apesar de positivo ao derrubar conteúdos claramente indesejados — drogas, terrorismo, pedofilia etc —, também acaba apagando publicações legítimas, às vezes por mera questão política.

NOTAS DA COMUNIDADE – A solução então é dar mais poder para a comunidade se autorregular, como as notas de comunidade, que já se mostraram eficientes no X.

Considerando que Zuckerberg sempre esteve aliado com o politicamente correto e o Partido Democrata, seus anúncios de agora soam como uma revolução.

Ele agora vai na mesma direção do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e do bilionário Elon Musk, seu concorrente que comprou o Twitter, hoje X.

APOIO DE TRUMP – O empresário americano também disse que espera contar com apoio do governo americano, que estará sob o comando de Trump a partir do dia 20, para enfrentar a tendência global de censura em outros países, incluindo os da América Latina.

“Os países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar a remoção de conteúdo de forma silenciosa”, disse Mark Zuckerberg em vídeo, referindo-se ao Supremo e dizendo estar preocupado com tendências contra a liberdade de expressão em outros países.

“Nós vamos trabalhar com o presidente Trump para proteger a liberdade de expressão no mundo. Vamos pressionar governos ao redor do mundo que estão perseguindo companhias americanas, obrigando-as a censurar mais”, disse Zuckerberg.

CENSURA NA EUROPA – “Os Estados Unidos têm as proteções constitucionais mais fortes para a liberdade de expressão do mundo. A Europa tem aumentado o número de leis institucionalizando a censura e fazendo com que fique quase impossível fazer algo inovador por lá. Os países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar a remoção de conteúdo de forma silenciosa”, disse.

Não há tribunais secretos no Brasil, nem em outros países da América Latina. O que se conhece, isso sim, é o gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Moraes deu seguidas ordens para as redes sociais apagarem conteúdos postados por brasileiros porque os textos incomodavam o magistrado, por algum motivo qualquer.

DECISÕES ILEGAIS – Em abril do ano passado, foram revelados os Twitter Files, as mensagens trocadas pelos advogados da empresa americana reclamando da inconstitucionalidade das ordens do STF.

“A única maneira de a gente retroceder essa tendência global é com o apoio do governo americano”, disse Zuckerberg.

Haverá várias mudanças internas nas redes sociais da Meta. “Eu comecei as redes sociais para dar voz às pessoas. Eu dei uma palestra na Universidade Georgetown há cinco anos sobre a importância de proteger a liberdade de expressão. E eu ainda acredito nisso”, diz Zuckerberg.

BLOQUEAR CONTEÚDOS – Ele citou os “sistemas complexos” que foram criados para bloquear conteúdos indesejados, principalmente por pressão da imprensa e dos governos. “Mesmo que eles censurem apenas 1% das publicações, isso significa milhões de pessoas. E nós chegamos a um ponto em que há muitos erros e muita censura”, afirmou o empresário.

Após comentar a importância dada nas últimas eleições americanas para a liberdade de expressão, Zuckerberg falou em simplificar as políticas corporativas para reduzir os erros.

A primeira medida será substituir as agências de checagem de fatos por notas de comunidade “semelhantes às do X, começando pelos Estados Unidos”.

ESTILO MUSK – Zuckerberg, assim, deverá repetir a estratégia adotada por Elon Musk, após comprar o X em abril de 2022. Naquele ano, Musk foi criticado por demitir as equipes que monitoravam conteúdo naquela rede. Agora, Facebook, Instagram e Threads seguem na mesma trilha e deixam que os usuários da rede se regulem.

A discussão sobre monitoramento de conteúdo, segundo ele, teria começado com a primeira eleição de Donald Trump.

“Após a eleição em 2016, a mídia tradicional afirmou o tempo todo que a desinformação era uma ameaça à democracia. Nós tentamos, com boas intenções, lidar com essas preocupações sem nos tornarmos os árbitros da verdade. Mas as agências de checagem de fatos têm sido muito enviesadas politicamente e contribuíram mais para destruir a verdade do que para criá-la, especialmente nos Estados Unidos”, afirmou Zuckerberg.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A fila anda e reforça a tropa que vai enfrentar Moraes, que se julga todo-poderoso e sem limites. Um belo dia Moraes vai acordar desse sonho plenipotenciário e cair na real. Comprem pipocas. Vai ser muito engraçado. (C.N.)

Ninguém viveu e sofreu o amor como Lupicínio Rodrigues, o Lupe

Lupicínio Rodrigues - Confissões de um Sofredor - Documentário 2024 - AdoroCinemaVicente Limongi Netto 

Músicas do genial Lupicínio Rodrigues cativam jovens e adultos. Bom programa assistir, se deliciar e se comover com documentário sobre a vida do cantor gaúcho, que manteve a chama do amor no peito a vida inteira. Lupicínio nunca teve vergonha de amar.

Letras de suas músicas alimentam a alma. Entre elas, “Nunca”, “Vingança”, “Nervos de aço”, “Se acaso você chegasse” e “Ela disse-me assim”. Letras de Lupicínio são acordes de sinfonia abrindo clarões no céu. Poderiam soar como tristes e amargas, mas são candentes, belas e eternas.

DOR-DE-COTOVELO – Lupicínio sabia que o amor amacia sentimentos. Alimenta emoções e aplaca ternuras. A famosa dor de cotovelo das letras de Lupicínio enaltece o que há de mais belo na vida: o amor. Falta com a verdade quem diz que nunca teve decepção amorosa.

Lupicínio foi mestre inigualável em transformar as dores do amor e do desamor em letras eternas. Seus romances e namoros eram sua razão de viver. Nunca deixou de idolatrar a paixão. Sem ela, sentia vazio no peito. 

O esplendor do amor e do romance duradouro ou efêmero que Lupicínio vasculhava no coração mostram que nem tudo está perdido no oceano de rancores, ambições e podridões que tomaram conta do mundo.

BELO DOCUMENTÁRIO – Foi prazeroso ouvir no cinema, abraçado com o coração, ao lado da minha neta, músicas de Lupicínio nas vozes de gigantes como João Gilberto, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elza Soares, Nei Matogrosso, Jamelão, Linda Batista e Ciro Monteiro. Letras de Lupicínio transformam a desolação e a tristeza em recordações e lembranças difíceis de se apagar.

Lupicínio tem lugar destacado no panteão dos eternos e sublimes artistas brasileiros. Merece louvores e aplausos. Viveu cantando o amor. Sofria por ele.  Sentia prazer de conviver com o sofrimento. Nunca desistiu de ser feliz. Quem torcer o nariz ao ouvir canções de Lupicínio resta procurar um psiquiatra. 

O documentário é “Confissões de um Sofred0r”, de Alfredo Manevy, que fez o roteiro com Marcia Paraíso e dirigiu o filme.

Moraes pretende condenar os golpistas à “pena média” de 20 anos

Mensagens Vazadas: Entenda as Irregularidades de Alexandre de Moraes no STF  e no TSE

Moraes sugere penas maiores do que as dos “terroristas”

Rafael Moraes Moura
O Globo

Enquanto aguardam a denúncia a ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nas próximas semanas, advogados dos indiciados no inquérito da trama golpista já fazem reservadamente suas previsões sobre as penas que serão impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aos principais investigados.

Os defensores dão como certas tanto a denúncia da PGR como a condenação pela Primeira Turma do Supremo, embora não admitam publicamente e insistam em comprovar a inocência de seus clientes. A PGR deve formalizar a denúncia até fevereiro

PENAS ELEVADAS – Na avaliação de advogados de diferentes investigados ouvidos pela equipe do blog, as penas a serem determinadas pelo STF devem ficar na faixa dos 20 anos de prisão.

“Pelos crimes imputados aos principais investigados e pelos julgamentos já realizados pelo STF, esta é a nossa régua. Não menos que 20 anos”, diz reservadamente um dos advogados ouvidos pelo blog.

O cálculo tem como referência o julgamento do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2023, do primeiro réu do 8 de Janeiro condenado pela Corte. Na ocasião, o ex-técnico da Sabesp Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado a 17 anos de prisão por dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.

GRAVOU VÍDEO – O primeiro condenado Perera Aécio foi flagrado dentro do Congresso em 8 de Janeiro usando uma camiseta com a inscrição “intervenção militar já”. Naquele dia, ele postou um vídeo sentado na Mesa Diretora do Senado no qual dizia “Vai dar certo, não vamos desanimar”.

“Se o povo que estava lá invadindo os prédios públicos no 8 de Janeiro pegou pena elevada, imagina quem teve protagonismo na trama golpista. É provável que quem for condenado agora pegue uma pena ainda mais elevada”, diz um influente advogado de um dos investigados.

“Se os indiciados tiveram mais protagonismo (na trama golpista) que os manifestantes, a pena tem que ser mais elevada.”

Aqui é o fim do mundo, segundo Torquato Neto e Gilberto Gil

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cineasta, ator, jornalista, poeta e letrista piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) é considerado um dos principais integrantes do movimento Tropicalista. “A letra de Marginália II, explica o professor José Geraldo da Silva, do Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos, “mostra um depoimento de um locutor virtual, ao falar de sua história, confessando sua culpa e sua comodidade diante dos fatos e da realidade de sua pátria”.

Para o professor, “há um misto de valores dos quais se apropria para mencionar sua visão crítica e irônica do lugar em que vive, mas que nada faz de concreto para que sua realidade mude. O título apresenta uma carga semântica que nos permite inferir que há uma menção a todos que vivem à margem do sistema por medo de assumir uma identidade patriótica e as implicações sociopolíticas  que isso pode acarretar”.  A música “Marginália II“ foi gravada no LP Gilberto Gil, em 1968, pela Universal.

MARGINÁLIA II
Gilberto Gil e Torquato Neto

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Aqui, o Terceiro Mundo
Pede a bênção e vai dormir
Entre cascatas, palmeiras
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti

Aqui, meu pânico e glória
Aqui, meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Olelê, lalá

A bomba explode lá fora
E agora, o que vou temer?
Oh, yes, nós temos banana
Até pra dar e vender
Olelê, lalá

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Macron, da França, acusa Musk de apoiar uma “internacional reacionária”

Blitz de Macron com Musk evidencia disputa global por atração de carro elétrico

Macron teme que Musk apoie a radical Marine Le Pen

Mario Sabino
Metrópoles

Depois de ajudar a eleger Donald Trump, Elon Musk está empenhado em fortalecer a direita radical na Europa. Em dezembro, ele meteu o bedelho na política da Alemanha, onde tem grandes investimentos, para a irritação do chanceler Olaf Scholz, que está para ser defenestrado.

Em artigo publicado em um grande jornal alemão, ele apoiou o partido da direita radical nas eleições que ocorrerão em fevereiro, dizendo que a Alternativa para a Alemanha, esse é o nome da agremiação, era “a última centelha de esperança” para um país que chafurdaria na mediocridade e estaria ameaçado de perder a identidade cultural por causa da imigração em massa.

MACRON REVIDA – Elon Musk suscita tanto incômodo que o presidente francês Emmanuel Macron, que posava de amigo do dono da Testa e da Starlink e o recebeu no Palácio do Eliseu na recepção a chefes de governo e de Estado na noite de reabertura da Notre-Name, afirmou a uma plateia de embaixadores, em Paris, que Elon Musk apoia uma “internacional reacionária”.

“Há 10 anos, se tivessem dito que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo apoiaria uma nova internacional reacionária e interviria diretamente em eleições, inclusive na Alemanha, quem poderia acreditar?”, disse Emmanuel Macron, que teme que a rival Marine Le Pen, da direita radical, seja a sua sucessora em 2027.

O novo amigo de infância de Donald Trump também embaralha o jogo político no Reino Unido.

DANDO PITACO – Na rede social X, de sua propriedade, Elon Musk disse que o primeiro-ministro Keir Starmer, do Partido Trabalhista, cuja popularidade está em queda livre, deveria ser preso por “cumplicidade no estupro de britânicos”.

Com a sua postagem, ele reavivou um escândalo de proporções gigantescas: durante 16 anos, de 1997 até 2013, 1.400 crianças foram estupradas e abusadas sexualmente, em cidades no norte da Inglaterra, e as autoridades responsáveis pela investigação dos casos estão sendo acusadas de beneficiar os criminosos.

O premier Keir Starmer era chefe dos promotores encarregados de investigar o crime.

PARA ACOBERTAR… – Starmer teria atuado, juntamente com colegas seus, para acobertar estupradores e abusadores, boa parte pertencente a bandos organizados, porque a quase totalidade dos celerados é de cidadãos britânicos de origem paquistanesa.

A justificativa era que, se a identidade dos criminosos viesse a público, isso poderia causar tensões raciais. Teriam contado para isso com a cumplicidade de políticos e autoridades locais.

A brecha para que Elon Musk entrasse na história foi a recusa do governo de Keir Starmer de reabrir o caso dos estupros e abusos a pedido das autoridades municipais de Oldham, uma das cidades que foram cenário dos crimes. Elas queriam voltar a investigar o que ocorreu localmente.

STARMER REAGE – O premier declarou que Elon Musk espalha “mentiras e desinformação”, mas o histrionismo do neotrumpista não deve servir, ele também, para encobrir um horror que pode ser ainda mais extenso: acredita-se que as gangues de estupradores vinham agindo desde a década de 1970.

A jornalista americana Bari Weiss, ex-editora de opinião do New York Times, jornal do qual saiu por causa da patrulha esquerdista, e fundadora do The Free Press, deu a justa medida dessa vergonha que não deveria ser varrida outra vez para debaixo do tapete. Porque o que houve foram algumas poucas e simbólicas condenações, na década de 2010. Bari Weiss escreveu o seguinte no X:

“O escândalo já está remodelando a política britânica. Não é apenas sobre a natureza hedionda dos crimes. É porque todos os níveis do sistema britânico estão implicados no encobrimento.

MUITOS ERROS – “Assistentes sociais foram intimidados a silenciar. A polícia local ignorou, desculpou e até mesmo incitou estupradores pedófilos em dezenas de cidades.

Policiais sêniores e funcionários do Ministério do Interior evitaram agir deliberadamente, em nome da manutenção do que chamavam de ‘relações comunitárias’. Vereadores locais e membros do Parlamento rejeitaram pedidos para ajudar pais de crianças estupradas”.

Instituições de caridade, ONGs e parlamentares trabalhistas acusaram aqueles que discutiram o escândalo de racismo e islamofobia. A mídia, na sua maioria, ignorou ou minimizou a maior história de suas vidas. Zelosa na sua falta de curiosidade, grande parte da elite da mídia britânica permaneceu grudada à bolha da política de Westminster e às suas prioridades egoístas.

MODELO FRACASSADO – “Eles fizeram isso para defender um modelo fracassado de multiculturalismo e para evitar fazer perguntas difíceis sobre falhas da política de imigração e assimilação. Eles fizeram isso porque tinham medo de serem chamados de racistas ou islamofóbicos. Eles fizeram isso porque o esnobismo de classe tradicional da Grã-Bretanha se fundiu ao novo esnobismo do politicamente correto”, escreveu a jornalista.

Elon Musk pode apoiar uma internacional reacionária, mas é indubitável que existe também uma internacional progressista empenhada em esconder uma realidade que bate de frente com os seus dogmas. Essa realidade inclui crimes hediondos, como exemplifica o Reino Unido.

Mourão erra feio ao defender a “integridade” dos militares golpistas

Não há mais do que reclamar, perdemos o jogo”, diz Mourão | CNN Brasil

Mourão tem perdido boas oportunidades de ficar calado

Roberto Nascimento

Os fatos que estão vindo à tona sobre a trama golpista não têm paralelo na História do Brasil. Nas reuniões em Brasília, planejavam assassinatos, prisões, gabinete de crise, atos institucionais, relações com a sociedade para explicar o motivo da intentona golpista e uma violência muitas vezes maior do que o Golpe de 1964.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em entrevista concedida ao O Globo, declara que a prisão do general Braga Netto atropelou o devido processo legal.

SEM COMENTÁRIOS – Ora, Mourão não deu nenhuma palavra sobre o atropelo do devido processo democrático por seus colegas generais Braga Netto, Augusto Heleno, Mário Fernandes, Estevam Theophilo, e dezenas de coronéis e oficiais inferiores, reunidos em quadrilha para continuarem mandando no Brasil.

O que tentaram desde o dia 12 de dezembro de 2022, quando os “kids pretos” lideraram um vandalismo sem precedentes na capital, tentando invadir a sede da Polícia Federal, saqueando postos de gasolina e roubando botijões de gás, com ônibus incendiado e quase arremessado da ponte sobre a Rodoviária de Brasília.

O objetivo era causar confusão generalizada, abrindo caminho para o decreto de Garantia da Lei e da Ordem  (GLO) e interromper a passagem de governo. Não foram eficientes, ninguém morreu, o ônibus incendiado ficou pendurado e felizmente não caiu.

NÃO É CRIME? – Portanto, cai por terra o argumento tosco do general e senador, Hamilton Mourão, quando afirmou, que participar de reuniões golpistas, não é crime. Ora, não constituem crime se não provocarem nenhuma violência, e não foi o caso.

Mourão passou quatro anos como vice-presidente, escanteado por Bolsonaro, que não confiava nele de jeito nenhum. Bolsonaro temia, um golpe de Mourão contra ele e também tinha ciúmes do general, que é tosco, golpista, mas bem preparado e articulado.

Bolsonaro, por sua vez, não sabe nada de coisa nenhuma, e covarde, manda os outros fazerem o seu jogo e depois diz que não sabia de nada e que seu auxiliar agiu por conta própria, como fez com o tenente-coronel Mauro Cid, jogando-o as feras, sendo essa falta de solidariedade o motivo principal da delação Cid. Afinal, ninguém quer morrer sozinho na praia.

LÍDERES DE BARRO – Um verdadeiro líder de fato não deixa a tropa no fogo cruzado, nem abandona seus feridos. Um líder nato assume todos os riscos das empreitadas que comanda. Mas não é isto que está ocorrendo, os líderes golpistas se escondem e deixam os subordinados pagarem por terem cumprido ordens.

Esse comportamento dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, compartilhado por Bolsonaro, está pegando muito mal na caserna. Ninguém acredita mais neles.

Braga Neto, um general estrelado, se mostrou um militar fraco, boca suja e desleal, ao ordenar aos subordinados golpistas que infernizassem as famílias do comandante do Exército, Freire Gomes, e do Comandante da Aeronáutica, Baptista Junior. É uma mancha na História do Brasil, que nunca se apagará. Os golpistas ficarão marcados na testa, como traidores da pátria, aqueles que quase levaram o Brasil a uma guerra civil.

Vitória de Fernanda Torres marca para sempre a cultura brasileira

Atriz conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama

Pedro do Coutto

A vitória da atriz Fernanda Torres, que brilhou e conquistou o Globo de Ouro, marca para sempre a cultura brasileira. A realidade se sobrepôs ao silêncio dos que torturaram e mataram o deputado Rubens Paiva na fase final da ditadura que governou o Brasil de 1964 a 1985, longo período que prevaleceu sobre o cenário político do país.

Essa foi a primeira vitória do Brasil no Globo de Ouro desde 1999, quando o longa também dirigido por Walter Salles venceu como Melhor Filme em Língua Não-Inglesa. “Isso é prova de que a arte permanece na vida das pessoas mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva viveu”, disse Fernanda Torres, citando sua personagem, que buscou a verdade sobre o desaparecimento e a morte do marido Rubens.

CAPÍTULO – O desempenho de Fernanda Torres, magnífico, acrescentou um capítulo há mais na triste história envolvendo a tortura e a ocultação da verdade. Rubens Paiva, simplesmente, desapareceu e o seu corpo não foi encontrado. A ditadura, assim, tentou se livrar de mais uma questão trágica abrindo uma cortina de silêncio sobre a realidade. Rubens Paiva foi mais um nome na lista de vítimas de violações dos direitos humanos.

A vitória da atriz brasileira ganhou grande destaque nos principais veículos de imprensa do mundo, estendendo e ampliando uma verdade oculta, mas que incorpora-se a uma lista de enigmas enredados pelos que estupidamente pensaram que a tortura e a morte podem ser esquecidas e cobertas pela nuvem da historia.

A conquista da atriz reflete que a capacidade de representar soa como mais um grito da história que foi escrita nos porões da ditadura e que deixou vítimas que ainda estão aqui, pois permanecem na consciência da sociedade brasileira.

Lula não gosta dos militares, que não gostam dele, apenas o suportam

Após evitar cerimônias sobre 60 anos do golpe, Lula vai a evento do Dia do  Exército | CNN Brasil

Sob Lula, generais perderam espaço no governo federal

Bernardo Mello
O Globo

Depois de quatro anos em que ampliaram presença no governo federal sob a administração de Jair Bolsonaro (PL), generais que compuseram o Alto Comando do Exército, o mais alto degrau da hierarquia militar, perderam espaço sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Levantamento do Globo com portarias do Exército e do Diário Oficial da União aponta que, entre os generais promovidos à quarta estrela desde 2011, após a primeira passagem de Lula pela Presidência, apenas um obteve um cargo de confiança na atual administração: o general Marcos Antonio Amaro dos Santos, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

ERA BOLSONARO – Já o governo Bolsonaro fez 16 nomeações de generais de quatro estrelas em cargos ligados à máquina federal — a maioria (12) nos dois primeiros anos de governo, período equivalente ao atual mandato de Lula.

A lista inclui militares nomeados mais de uma vez, caso do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão Bolsonaro. Braga Netto foi preso pela Polícia Federal, no último dia 14, no inquérito que apura uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula.

O Alto Comando é composto por 16 generais de Exército, nomenclatura dada aos militares da ativa que foram promovidos à quarta estrela. Desde o início da última década, 62 generais atingiram o topo da carreira militar, e 20 deles obtiveram posteriormente cargos de confiança no Executivo federal, a maioria depois de ter passado à reserva.

MILITARIZAÇÃO – Sob a gestão de Bolsonaro, Braga Netto foi um raro caso de general de quatro estrelas nomeado quando ainda estava na ativa: ele assumiu a Casa Civil em fevereiro de 2020, e só passou à reserva no fim daquele mês.

Além de Braga Netto, outros dois militares indiciados na trama golpista compuseram o Alto Comando na última década: Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira — cujo irmão, o também general de quatro estrelas Guilherme Cals Theophilo, foi secretário nacional de Segurança Pública no governo Bolsonaro.

Outro quatro estrelas nomeado foi Mauro Cesar Lourena Cid, ex-chefe do escritório da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações) nos Estados Unidos. Ele é pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, delator do golpe.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, os militares fizeram a festa na gestão de Bolsonaro. Todos detestam Lula, à exceção dos que já trabalharam com Lula em governo anterior, como Amaro dos Santos e Gonçalves Dias, aquele que gosta de servir água mineral a terrorista. O senador Romário diria que, calado, o general é um poeta. (C.N.)

“Comemorar” o 08/01 é mais uma aberração do regime Lula-STF

8/1: Ato mostra Lula e STF alinhados e Congresso dividido - 08/01/2024 -  Poder - Folha

No ano passado, Lula organizou a primeira “comemoração”

J.R. Guzzo
Estadão

A resposta automática do STF a cada crítica que recebe, dessas que já estão prontas e dizem sempre a mesma coisa, é que só condenam o tribunal os que não gostam das suas decisões – e só não gostam porque perdem. É a doutrina jurídica do “perdeu mané”, contribuição maior do ministro Barroso à ciência do Direito Universal.

De acordo com os seus preceitos, a discordância em relação à conduta do STF é apenas uma questão de ignorância leiga diante dos mandamentos e práticas de natureza jurídica. É, também, o resultado da frustração natural do idiota que esperava uma coisa da Justiça e obteve outra.

SÓCIO DO GOVERNO –  O STF brasileiro, na sua atual composição e no seu atual papel de sócio do governo Lula para o que der e vier, vem acumulando há seis anos o maior acervo de decisões estúpidas já tomadas por um tribunal de Justiça em qualquer lugar do mundo. Portanto, é ele, objetivamente, o responsável pelas críticas que recebe – e não o público pagante.

As críticas (que os ministros chamam de “ataques”) se devem unicamente ao seu comportamento irracional, ilegal e frequentemente imoral, e não ao desagrado diante das sentenças. O problema não está nas suas crenças, convicções ou ideias. Está nos seus atos.

Quais os heróis que o STF e o governo Lula têm para o seu Dia 8 de Janeiro? Os ministros que condenam a 17 anos de prisão brasileiros pobres, sem importância nenhuma e absolutamente inofensivos– por tomarem parte numa baderna ou estarem perto dela?

NADA A COMEMORAR – A última contribuição do STF ao acervo cada vez maior de aberrações que vem amontoando em seu museu de cera é a tentativa de transformar o “Dia 8 de Janeiro” numa espécie de nova Data Nacional – algo como o “Dia da Defesa da Democracia”, ou coisa assim.

Não há rigorosamente nada, por qualquer critério lógico, a comemorar em relação ao que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023. É exatamente o contrário, no mundo das realidades: esse foi um dia de infâmia para o consórcio Lula-STF.

Um quebra-quebra desconjuntado em Brasília, em que as armas mais agressivas eram bolas de gude e estilingues, foi usado por ambos para inventar um “golpe armado” que nunca existiu, e que desde então tem servido como pretexto para governarem o país sob um estado de exceção que já dura dois anos.

MOMENTO MAIS VIL – O dia 8 de janeiro é o momento mais vil na história do regime Lula-STF. Uma ex-ministra do tribunal, num momento de delírio aplaudido por todo o plenário, proclamou que tinha acontecido ali um novo “Pearl Harbour” – o ataque do Japão aos Estados Unidos que deixou 2.400 mortos e levou os dois países a uma guerra que só acabaria com a explosão de uma bomba atômica.

Mas no “golpe” do consórcio Lula-STF não foi preciso tratar ninguém com um único band-aid.

As tropas inimigas que o tribunal, o Exército Brasileiro e os ministros Barroso, Flávio Dino e Alexandre de Moraes enfrentaram com estupendos atos de heroísmo são o que se sabe: um aglomerado de motoboys, operários, pequenos comerciantes, cabeleireiras, barbeiros, um vendedor de algodão-doce, um morador de rua, um autista. É um episódio miserável.

CADÊ OS HEROIS – Momentos de heroísmo, no mínimo, exigem heróis. Quais os heróis que o STF e o governo Lula têm para o seu “Dia 8 de Janeiro?” O governador de Brasília, cuja polícia dispersou a arruaça, mas foi deposto na primeira onda de cólera do STF?

Os oficiais do Exército que mentiram para as pessoas postadas em frente aos quartéis – prometendo levá-las para “lugar seguro”, e entregando todo mundo à polícia? Os ministros que condenam brasileiros pobres, sem importância nenhuma e absolutamente inofensivos, a 17 anos de prisão – por tomarem parte numa baderna, ou estarem perto dela?

O dia 8 de janeiro de 2023, e tudo o que derivou dali, é uma vergonha nacional construída pelo consórcio STF-Lula. Teriam de esconder o que fizeram. Mas dizem que estão morrendo de orgulho.

2025 apresenta desafios estonteantes na política e na economia  

Tribuna da Internet | É aberração entender que Moraes e Estado de Direito são a mesma coisa

Charge reproduzida de R. Lippi Cartoons

Eliane Cantanhêde
Estadão

O Brasil nunca foi fácil, trivial, previsível, mas este 2025 vai dar o que falar – e o que escrever! A economia cravejada de interrogações, a política num caminho perigoso e pavimentado por emendas bilionárias, o Judiciário afundando com o peso de penduricalhos e diante de um dos desafios mais difíceis da história, as Forças Armadas em meio a um julgamento inédito de altas patentes, as polícias aterrorizando em vez de defender os cidadãos, o crime organizado vencendo a guerra. E o mundo de ponta cabeça.

O Executivo terá de calibrar a política externa, com a presidência dos BRICs, COP 30, Donald Trump no poder, os destroços de Gaza, a Ucrânia ao deus-dará, crises por toda parte; a economia entre o populismo e o pragmatismo duro e insensível; a relação com um Congresso cada vez mais voraz, reacionário e sem compromisso com a Nação; a violência fora de controle, com governadores de oposição contra a ação federal direta. E, claro, os erros, titubeios e a saúde do presidente Lula.

CONGRESSO NA MIRA – No Legislativo, conclusão das regulamentações da reforma tributária, nova etapa do corte de gastos, projetos de ataque e provocação ao Supremo e retrocessos na agenda social, como a ameaça contra as três hipóteses de aborto legal, obrigando mulheres a situações desumanas.

Tudo isso com prioridade absoluta para emendas modeladas ao gosto da corrupção e… com o deputado Chiquinho Brazão preso, mas com mandato, gabinete, funcionários e salário, apesar das provas inequívocas de que foi um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.

E o Judiciário? Estará sob intenso tiroteio, ao julgar e poder condenar e prender um ex-presidente da República, oficiais de alta patente e a turma toda que articulou e chegou a agir para um golpe de Estado no País.

UIVANDO NA NOITE – Os “lobos solitários” estão à solta, uivando, e os mísseis, torpedos e drones pela internet serão incessantes. O Supremo vai precisar muito da comunicação e da percepção da maioria da sociedade para agir, como se espera, com rigor, mas dentro do arcabouço legal. E com um flanco preocupante: os desvios, desmandos e até crimes do próprio Judiciário.

Esses desafios estonteantes são também da mídia, no olho do furacão. Aliás, sou colunista do nosso Estadão pela terceira vez e entro na Rádio Eldorado de segunda a sexta, às 9h, com Haisen Abaki e Carolina Ercolin.

Posso garantir: a casa é rigorosa com a apuração, caprichosa com o texto, respeita seus profissionais, acata a opinião de suas fontes e leitores e será essencial em 2025, como sempre foi. Parabéns e coragem, Estadão, Eldorado e todos que fazem parte dessa história de 150 anos!