Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo
A imagem circulou sem parar pelas redes sociais. Não é para menos: ela simboliza o Brasil com perfeição. A velha imprensa tratou com a maior naturalidade: os líderes dos Três Poderes reunidos, num almoço no STF, para “debater” as tais emendas impositivas. A primeira pergunta que um jornalista sério teria de fazer diante da cena: o que os ministros supremos faziam ali? Orçamento não é assunto do Legislativo?
Montesquieu não chegou ao Brasil ainda. Em que pese ao grau de soberba do presidente do STF, que se considera um iluminado que precisa “empurrar a história”, o triste fato é que nunca o Iluminismo de boa estirpe nos deu o ar de sua graça. O conceito de República é desconhecido em nosso país, onde a promiscuidade impera, numa total confusão entre público e privado.
INDEPENDÊNCIA – A necessária divisão entre os Poderes não existe de fato. Bolsonaro era atacado pela mídia por gerar “atrito” com o STF, mas o povo vai descobrir, uma vez mais, o alto custo da “harmonia”: é a total morte da independência. Quando a cúpula toda se junta, o povo leva a mão imediatamente ao bolso e diz adeus às liberdades. É o “acordão” que sempre significa mais fardo no lombo do trabalhador, tratado como gado pelo sistema podre.
O conceito de República é desconhecido em nosso país, onde a promiscuidade impera, numa total confusão entre público e privado. O jurista André Marsiglia resumiu bem: “A função mais importante de um Poder é fiscalizar os demais, é o que chamamos sistema de freios e contrapesos. Em meio às acusações da Vaza Toga contra o judiciário, no lugar do Legislativo exercer seu papel fiscalizador, harmoniza-se para negociar emendas. O resto não importa”. Perfeito.
E o timing do encontro também diz muito: foi para mostrar união num momento em que o Senado deveria estar votando urgentemente o impeachment de Moraes.
BLINDAGEM – Os monstros do pântano se protegem. O sistema carcomido se blinda. Na democracia de gabinete, só não há espaço para o povo. Uma semana da reportagem da Folha com as trocas criminosas de mensagens dos auxiliares de Alexandre de Moraes e nada acontece. Na verdade, acontece sim: o CNJ arquiva denúncias contra quem queria sequestrar jornalista asilado nos Estados Unidos para agradar o chefe, a “bruxa” sem noção que não liga para as consequências. As bruxas supremas estão soltas…
Para adicionar insulto à injúria, o STF receberá uma comitiva de “influenciadores” em projeto que busca, supostamente, aproximar a corte da sociedade. Um dos influenciadores já próximos é Felipe Neto. Outro convidado será Átila Lamarino, aquele que defendeu o autoritarismo chinês na pandemia.
É o STF convocando seu “gabinete do ódio”, sua “milícia digital”. Senti falta, confesso, de Alexandre Frota na lista, para pautar as degolas promovidas por Moraes…
LONGE DO POVO -Marsiglia, novamente, rebateu o absurdo: “O STF não tem que se aproximar da sociedade, tem que se aproximar da Constituição. O desejo de ser apoiado pelo povo é político, descabido a uma Corte. No entanto, diz muito do momento nosso maior tribunal se sentir desconectado a ponto de precisar de ajuda para ser compreendido”.
Claro que com essa patota o STF vai apenas se afastar ainda mais do povo. Mas quem precisa do povo quando se tem a mídia e o poder?
O STF virou uma corte política, um puxadinho tucanopetista que persegue ilegalmente seus adversários e críticos. Nada disso combina com uma República, com uma democracia. É puro suco de Brasil, e o Brasil, infelizmente, não é um país sério. É o país da promiscuidade. Uma promiscuidade “democrática”, claro. O Brasil voltou e a democracia foi salva!
(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
Para completar o “Alcoviteiro Conglomerado”, centralizado em “Brasília, a Libertina do Brasil”, faltou a presença da tida tímida mas deslavada “Meretriz do Apocalipse”!
Como cantava o Cazuza, transformaram esse País num puteiro
O 5TF reduziu-se a um birô de chicaneiros do crime organizado, com representantes do CV, do PCC e do PT.
É, tudo o que pinta de novo, pinta no rabo do povo.
Quando os de cima “carcam”, os de baixo “gritam”.
É a avacalhação dos princípios republicanos.
Montequieu, inventou o estrado tripartite, mas isto foi lá nas antigas, hoje já se poderia pensar em nova fórmula, a atual esta envelhecida.
E o democratismo virou suruba.
Soberanas excrescências, acomodadas confortavelmente em suas poltronas luzentes, creem que federão diferentes.
1) Eu lembro do Luscar, excelente chargista que começou na época do antigo Pasquim…
2) Boa charge…
3) Genial…
Orçamento não é assunto do Legislativo? Ora pois, quem elabora o orçamento é o executivo. Ao legislativo cabe aprová-lo.
Mas de um tempo para cá, a voracidade do legislativo faz com que esse poder cada vez mais se imiscua nesse assunto, a ponto de já se auto destinar aproximadamente 20% de tudo que o executivo pode gastar em despesas livres. Esse percentual é muito maior que em outros países. Hoje, o valor das emendas impositivas é de uns 50 bi. Em 2015 era de uns 3 bi.
E, claro, esse poder não quer responsabilidades na aplicação desse montante.
O STF proibiu o tal orçamento secreto e o que o legislativo fez? mudou o nome, mas manteve o teor nada transparente das destinações.
Constantino, como é de praxe dos boçalistas, ataca o STF. Acha que o legislativo deve poder ter o dinheiro público, sem que tenha deveres mínimos, como mostrar claramente onde os recursos serão aplicados.
O legislativo, em vez de fiscalizar a destinação do dinheiro público, agora quer exercer a função de gestor, sem que tenha recebido votos para isso.
E vem esse autor criticar o poder judiciário que ainda é o que consegue dar um pouco de equilíbrio às instituições do Estado.
A historia se repete como farsa, O Bêbado e o Equilibrista.
Kkk…