João Gabriel de Lima
Folha
“As nossas férias da história acabaram”. A frase é de Alexander Stubb, presidente da Finlândia, durante um encontro de chefes de Estado da região do mar Báltico na semana passada, em Helsinki. Ele fazia referência ao retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (20).
De fato, especialistas preveem que tempos complicados se anunciam para a União Europeia. Segundo eles, o bloco terá que líder com duas questões-chave, para além das possíveis sanções comerciais: 1) a defesa militar; e 2) a ofensiva das big techs contra o seu território.
Nos dois casos, vale recordar o primeiro mandato de Trump – e, na comparação, o segundo parece ainda mais desafiador.
GASTOS COM DEFESA – “Em sua primeira presidência, Trump pressionou a UE para aumentar seus gastos com defesa”, diz Folha o cientista político espanhol Francisco Rodríguez-Jiménez, coautor de um livro sobre Trump, “Breve História de uma Presidência Singular”. “Agora, com a guerra [na Ucrânia], a pressão será muito maior”.
Rodríguez-Jiménez lembra que os orçamentos militares dos países da UE variam em termos de porcentagem de PIB segundo a distância que os separa da Rússia.
“Os maiores gastos são da Polônia e da Estônia, da ordem de 4%”, diz sobre dois países cujos primeiros-ministros, Donald Tusk e Kristen Michal, respectivamente, estiveram no encontro em Helsinki.
MAIS DISTANTES – Já a Espanha e a Irlanda, “que ficam longe, investem cerca de 1% do PIB ou até menos”, afirma o cientista político, codiretor de um centro de estudos de política internacional ligado à Universidade de Salamanca.
Foi-se o tempo em que a Europa era um paraíso protegido pelo poder militar dos EUA, como escreveu em 2003 o historiador americano Robert Kagan em seu livro “Do Paraíso e Poder”.
Estar de volta à história, nas palavras do chefe de Estado finlandês, significa responsabilizar-se pela própria defesa. Será um desafio dada a disparidade de gastos e as idiossincrasias da política interna de cada país.
ORÇAMENTO MILITAR – “As nações europeias abriram mão de parte de sua soberania em questões fiscais ou monetária. O ideal agora seria que fizessem o mesmo em defesa, com um orçamento unificado”, afirma Rodríguez-Jiménez.
No caso das big techs, o cenário em relação ao governo anterior de Trump também se tornou mais desafiador. “O grande diferencial é a presença de Elon Musk”, diz o advogado brasileiro Ricardo Campos, professor-assistente na Universidade Goethe, em Frankfurt, e especialista em legislação sobre plataformas digitais.
“Em sua primeira administração, Trump passou grande parte do tempo em guerra com as plataformas. Agora, elas o querem como aliado.” O republicano alojará Musk em sua gestão, num recém-criado Departamento de Eficiência Governamental.
GANHOU REFORÇO – O presidente eleito americano recebeu outro endosso importante do mundo digital quando Mark Zuckerberg, fundador da Meta, decidiu demitir checadores do Instagram e do Facebook.
“As plataformas viram aí uma janela de oportunidade”, diz Ricardo Campos. “Elas querem transformar uma questão normal —o fato de que empresas multinacionais se submetem ao ordenamento jurídico dos países em que atuam— numa questão diplomática, de suposta defesa de empresas americanas no estrangeiro.”
Para a revista britânica The Economist, os EUA sempre exerceram seu poder em nome de valores como liberdade e democracia. Trump representaria uma inflexão: o seu “America First”, EUA antes de tudo, é apenas uma defesa de um país contra os outros, não de uma ideia.
CASO ILUSTRATIVO – O caso das big techs é ilustrativo. De um lado, a UE promulgou em agosto passado sua Lei dos Serviços Digitais, considerada por especialistas como Ricardo Campos um avanço na defesa do debate democrático baseado em evidências. De outro, o governo Trump sinaliza que irá endossar empresas americanas que consideram esse tipo de lei uma forma de censura.
A Lei dos Serviços Digitais, no entanto, segue inspirando a discussão sobre plataformas digitais mundo afora, como se vê por exemplo nos casos do Brasil e da Austrália. No contraponto com o “America First” de Trump, a Europa poderia se fortalecer como soft power?
“Isso só ocorrerá se a UE se mantiver unida”, diz Rodríguez-Jiménez. “O objetivo do novo presidente americano é dividir o continente em países pró-Trump e anti-Trump. Pesquisas mostram que o mundo admira o Estado de Bem-Estar Social, a democracia e os direitos individuais. Está ao alcance da UE fazer disso uma de suas forças”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Muita conversa fiada. A legislação da União Europeia, adotada em 17 de fevereiro de 2024, não fede nem cheira, pois em nada atrapalha o funcionamento das big techs. Um ano depois, o único caso mencionável foi com a Apple, fabricante do iPhone, sob a alegação de que sua loja de aplicativos do, a App Store, não permitia que desenvolvedores direcionassem clientes para canais alternativos de ofertas e conteúdo. Nada a ver com as críticas a Moraes e ao Brasil, pela desfaçatez do Supremo no controle à liberdade de expressão, através de censura ou algo no gênero, sem direito de defesa em processos sigilosos. (C.N.)
Os filhos de imigrantes que nascerem em solo americano, não serão mais reconhecidos como americanos.
É tanto desprezo neste início de mandato, que agora sim, viramos cucarachas de verdade.
Aliás para os americanos, os Sul Americanos não passam de baratas.
O cara vem com jeito de xerife do faroeste.
É arrogante, e está se achando, porque está ladeado de poderosos bilionários.
O que vejo, é um bravateiro estúpido, bancando o machão.
Os EUA, estão quebrados e não aguenta mais nenhum conflito.
Só se mete a besta com os países latinos que ele sabe que não tem nenhum poderio bélico.
Com a Rússia e a China, fala fino.
Este “inteligente”, subestimou Las Vegas e quis bater de frente inventando Atlantic City. SIFU!
Quase quebra e foi afastado pela justiça, houve uma intervenção na administração dos seus negócios.
Depois que gestores do governo daquela época, arrumaram as coisas, devolveram as empresas.
Teve sorte, porque quase virou um Eike Batista americano.
O intuito do trump, é enriquecer ainda mais a quadrilha.
Sim, esses que estavam na cerimônia da posse.
Começou falando alto e grosso, a cara de empáfia, daquele que parece saber de tudo, já nos diz muita coisa.
Se esse sujeito não tomar cuidado e não baixar a bola, vai incendiar o país.
O tempo dirá, mas ele (o tempo) ensina uma coisa, a inexorável lei do retorno e isso pode ser uma catástrofe.
O povo americano que se cuide porque são eles os que mais vão sofrer.
O Xerife, pode dar um tremendo tiro no pé, não acredito que continue com essas bravatas, isso de atacar todo mundo, é euforia de inicio de mandato.
TÁ NO MODO EUFÓRICO!
Vamos ver quanto dura esse êxtase.
O tempo dirá…
José Luis
Trump errou.
Precisa consultar $talinacio para aprender boa governança.
É muito complicado democratas que não aceitam a alternância do poder. O Trump foi eleito pelo povo norte-americano, portanto seu governo é legítimo. E segurem a onda. Ademais seu poder tem limites postos pela própria Democracia de lá.
A pseudo-esquerda, aliada à cultura identitarista, convenceu muito gente de que é o paraíso. Entretanto este mundinho onde só há prazer, direitos, concordância e “bondade”, não “ecxiste”. Temos que produzir, gerar riqueza, enfrentar conflitos, adversários, ter obrigações, deveres, compromisso, mérito.
O que a “esquerda” prega é que um bando de vagabundos improdutivos, ladrões, corruptos, terão toas as suas necessidade atendidas, sem produzirem uma agulha. Têm pavor do cpítulo Primeiro d`O Capital, “O processo de Produção do Capital”, da riqueza.
Ganharás o pão com o suor de teu rosto!
Elementar, para distribuir riqueza, tem que produzi-la.
Qual riqueza que o comunismo produziu?
Cuba distribui o quê?
Charutos, para a direita rica queimar!
Você perguntou, eu respondo!
Comentário perfeito. Esquerdistas detestam quem produz riquezas, mas adoram receber dinheiro sem empregar nenhum esforço, ou seja, só gostam de mamatas.
“A lógica de dominação é clara:
Isolamento dos Estados Unidos, com políticas protecionistas, boicote aos organismos multilaterais, expulsão de imigrantes, fim das políticas inclusivas, inclusive nas grandes corporações, fim do financiamento da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), deixando a Europa dependendo de suas próprias forças armadas.
Tomada total de controle do Estado americano, colocando bilionários e aliados em todos os cargos relevantes, do procurador geral ao presidente do FED.
Pressão sobre os países através de três grupos: as big techs controlando o mercado de opinião; o estímulo às criptomoedas, enfraquecendo as políticas monetária e cambial dos países; e a parceria com a ultradireita religiosa….”
https://jornalggn.com.br/coluna-economica/o-1o-dia-do-fim-da-civilizacao-ocidental-por-luis-nassif/
A imprensa esquerdista está apavorada pois as grandes redes sociais saíram da agenda woke e mais importante, da agenda pseudo progressista que, de progressista nunca teve nada. Um socialista de araque arrebanhava multidões e hoje não consegue nem o pão de cada dia pois, a utopia da esquerda acabou. O resto é pura especulação de quem ficou preso no pincel.