A necessária regulamentação da Inteligência Artificial no país

Charge do rp.ilustrador(Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

O Tribunal Superior Eleitoral nos bastidores já discute a necessidade da regulamentação do uso da inteligência artificial na campanha de 2024, quando candidatos concorrerão a cargos municipais. A grande preocupação dos ministros refere-se ao uso da ferramenta para a propagação da desinformação e das falsas notícias sobre adversários e o processo eleitoral.

O mau uso da inteligência artificial é uma preocupação mundial. Segundo Marcelo Graglia, doutor em Tecnologias da Inteligência, coordenador do grupo de pesquisa Transformação Digital e Sociedade e professor da PUC-SP,  “dentro de uma proposta de desinformação e manipulação da opinião pública, a IA começou a ser usada no campo da guerra. Basta lembrar da anexação da Crimeia pela Rússia, quando uma série de notícias falsas foram utilizadas para confundir a população da região e a opinião pública mundial em relação a invasão que acontecia ali.”

URGÊNCIA – O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, inclusive, já defendeu a urgência de o Congresso Nacional agir nesse sentido como forma de combate às perniciosas fake news, uma vez que com o avanço das novas tecnologias é preciso responsabilizar firmemente quem desvirtua o uso desses instrumentos.

Arthur Lira, por sua vez, se antecipou e quer aprovar um projeto sobre o tema antes do início das campanhas eleitorais.  Evidentemente, tendo em vista as últimas eleições para a Presidência da República,  é imperativo que a Justiça Eleitoral concentre esforços nos veículos utilizados para disseminar as notícias propositalmente enganosas e que ferem o cenário democrático.

A questão tem caráter emergencial, pois há um grande risco de manipulação dos eleitores quando as notícias falsas são utilizadas durante o processo eleitoral. Em todos os países democratas, existe, atualmente, um grande ataque de desinformação em relação à vontade do eleitor. Além de divulgar discursos de ódio e antidemocráticos, as ações têm como objetivo captar o livre arbítrio do eleitor para, a partir disso, de forma fraudulenta, direcionar a sua vontade para determinado candidato ou candidata.

REGULAÇÃO – Conforme defendido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, é preciso que se tenha a regulação das plataformas digitais com “parcimônia necessária”.  Com o falso discurso de “liberdade de expressão”, criminosos se valem da democratização do acesso à informação, ao conhecimento e ao espaço público, para pavimentar espaços para a desinformação, as teorias conspiratórias e a destruição de reputações.

Faltam defesas  que coíbam a desinformação, com o agravante das “deepfakes”,  outra aplicação da inteligência artificial que manipula textos, imagens e vídeos, sendo possível usar o rosto, a voz e a entonação de uma pessoa para criar uma mensagem falsa. O balizamento da proposta regulamentação e a concretização de resoluções são essenciais para a orientação das futuras eleições.

5 thoughts on “A necessária regulamentação da Inteligência Artificial no país

  1. A inteligência artificial porá em milésimos de segundos à prova, as mentiras de Lula, identificando e interrompendo suas exageradas e inacreditáveis manifestações e envergonhando seu descarado autor, publica e mumdialmente, fazendo cair por terra, a “máscara, do tido cara”!
    PS. E não haverá sofftware, que altere tais resultados!
    Bah!!!

  2. Parabéns a Marcelo Copelli por mais um bom e oportuno Artigo!
    .

    Com relação à curriola que desanca o articulista digo que:

    Como a inteligência natural do BROXAnarista médio é equivalente à de uma ameba

    … o jeito é enxertar ao menos um pouco de inteligência artificial pra ver se assim supera a fase oral.

  3. Inteligência artificial vai impulsionar uma grande revolução na vida das pessoas, o grande problema é como controlar o mal uso dela. Hoje ela está sendo amplamente difundida na área militar, empresas estão lançando produtos e outras usam a inteligência artificial para impulsionar os seus negócios. Isso não é coisa de futuro, isso já existe.

    Para simplificar, vamos resumir de forma simples e grosseira dizendo que inteligência artificial é um conjunto de programas e técnicas. O código fonte base dela é aberto e pode ser usado por qualquer um (não tem como controlar isso). É fácil de usar? Claro que não, como se desse o minério de ferro e outros elementos e pedisse para a partir desse ponto criar um automóvel ou avião. As empresas de tecnologia estão criando “bibliotecas” com essa estrutura pronta sendo “vendida” ou “alugada” para outras empresas criarem soluções em AI (inteligência artificial). Nesse contexto, é possível criar algum tipo de trava ou proteção para evitar o mal uso como hacker número e senha de cartões de crédito, quebrar senha de sites ou até mesmo campanhas difundindo de fake news.

    O uso da inteligência artificial se baseia na sua fonte de dados, quanto mais ela tiver melhor será a sua abrangência sobre o assunto. Para isso precisa de um poder computacional que consiga responder no tempo satisfatório. Nesse ponto, comparação de imagens ou áudio e até mesmo diferenciar as opiniões diversas dentro de um áudio com várias pessoas falando sobre um tema… o céu é o limite e isso junto com grande poder computacional mais uma fonte de dados de qualidade é a chave para o sucesso.

    Agora se pensarmos em criação de fake news, ou até mesmo coisas mais sérias. Supor que vamos concorrer à prefeitura de São Paulo por exemplo. A AI pode coletar dados do Portal da Transparência, coletar todas as notícias sobre problemas, escândalos, crimes diversos durante a gestão do Ricardo Nunes. A pode ir além alimentando com dados de conclusão de obras, projetos em andamento etc …. A pessoa vai ter um arsenal de evidências sem precisar cria fake News. Porém a AI vai ter condições de criar vários boatos com base nesses dados para modificar a opinião pública.

    Vamos voltar aos “códigos fontes” da AI que estão abertos e qualquer um pode usar. Da mesma forma que empresas de TI usam esse código para criar “bibliotecas” para usar AI, organizações terroristas estão fazendo mesmo e nesse caso o uso deles é ilimitado sem barreiras e sem qualquer tipo de controle. Podem usar para roubar, planejar ataques, criar planos e etc… Isso não tem como controlar ou policiar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *