Respeitem a “Tribuna da Internet”, ao invés de fazer críticas absurdas

Seu notebook está no modo "democracia sem liberdade de imprensa" - Charge - Estado de Minas

Charge do Quino (Estado de Minas)

Carlos Newton

O sempre presente comentarista Eliel Salles fez uma observação injusta sobre a Tribuna da Internet, nesta quarta-feira, dia 5, nos seguintes termos:

Está em todos os jornais, menos na Tribuna da Internet e na grande (minúscula) impren$a: “Funcionário revela interferência dos EUA na eleição de 2022 para derrotar Bolsonaro. Mike Benz denunciou interferência eleitoral da USAID contra Bolsonaro”

https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e01-brasil/funcionario-revela-interferencia-dos-eua-na-eleicao-de-2022-para-derrotar-bolsonaro

QUESTÃO DE NÍVEL – Não se publicou nada sobre este assunto, porque a Tribuna da Internet é um espaço jornalístico de nível, que não divulga fake news nem bobagens como essa suposta ação da USAID na eleição brasileira.

Aqui na Tribuna conhecemos a importância do trabalho da USAID no desenvolvimento de países carentes, como o Brasil. Basta dizer que, sem a USAIS, nossa atividade agrícola não teria a tecnologia que alcançou a partir da Universidade Federal de Viçosa, que depois se tornou célula-mater da Embrapa e colocou o agronegócio brasileiro no topo do mundo.

Aqui na Tribuna da Internet lutamos para fazer um jornalismo elevado, sem essas cretinas fake news, haja paciência.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Alguns dias antes, em 29 de janeiro, outro comentarista de destaque, José Vidal, publicou aqui um texto interessantíssimo, sobre a visão que a Inteligência Artificial (IA) tem a respeito da Tribuna da Internet:

“O DeepSeek está em evidência como um aplicativo de IA gratuito. Interessantes algumas respostas às perguntas feitas. Por exemplo, fiz uma a respeito do viés ideológico do site. A resposta”:

A “Tribuna da Internet” é um site brasileiro de notícias e análises que, de acordo com observações gerais e análises de seu conteúdo, tende a apresentar uma “orientação conservadora ou de direita” em seu viés editorial. O portal frequentemente publica críticas a governos e partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT), e aborda temas alinhados a pautas tradicionalmente conservadoras, como defesa de valores morais específicos, posicionamentos críticos a políticas progressistas e apoio a figuras políticas associadas à direita brasileira.

MAIS BOBAGENS – Esse tal de DeepSeek, que significa busca profunda e estaria destruindo as big techs americanas, como um novo fenômeno da tecnologia, infelizmente não passa de um embuste, apenas mais uma embromação. Sua definição da Tribuna da Internet é lixo puro, tipo Piada do Ano. pois indica que aqui não há críticas à direita. 

Essa Inteligência Artificial chinesa é tão incompetente que chama a Tribuna de “site” e “portal”. Ou seja, nem consegue diferenciar um “portal”, um !site” e um “blog”.

No mais, é curioso esse furor uterino dos intelectuais com a Inteligência Artificial. Estão tão excitados que não percebem defeitos de origem sobre o alcance da IA. Por exemplo, por mais que tentem, os programadores não conseguiram nem conseguirão fazer a IA entender uma apetitosa ironia, uma frase de efeito ou o que significa o simples colocar de três pontos no final da frase. Ou seja, jamais entenderá o que é poesia…

BALANÇO DE JANEIRO – Como sempre fazemos questão de fazer, vamos publicar agora as contribuições de amigos e amigas que entendem a diferença entre a Tribuna da Internet e outros blogs, sites e portais.

De início, os depósitos na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO           VALOR
08    081317        DEP DIN LOT………100,00

29    291324        TRANS F.M.M……..200,00
31    311645        DEP DIN LOT………230,00

Agora, vamos às contribuições através do banco Itaú:

02    PIX TRANSF JOSE FR……………..150,00
02    PIX TRANSF PAULO R……………..100,00
06    TED 001.5977.JOSE A P J……….306,01
15    TED 001.4416.MARIO A C R…..300,00
31    TED 033.3591.ROBERTO S N….200,00   

Agradecendo muito aos amigos que participam dessa utopia de manter um espaço livre e independente, sob o signo da liberdade, sugerimos que procurem não se deixar conduzir por notícias tolas como essa do “servidor da Usaid”.

Aliás, Trump só está acabando com a Usaid porque a entidade ajuda nações carentes, ao invés de explorá-las, como esse presidente lunático pretende que passe a ocorrer. (C.N.)                                    

Estratégia de Trump pode render frutos imediatos, depois trará mais prejuízos

De bravata em bravata, Trump vai assustando o mundo

Hélio Schwartsman
Folha

Donald Trump já mostrou que não hesitará em impor tarifas, tanto a países aliados como a adversários. Também mostrou, pela rapidez com que “se entendeu” com México e Canadá, que está mais interessado em arrancar concessões de seus parceiros do que em erguer barreiras alfandegárias.

Há uma explicação psicológica para isso. Trump gosta de se vender ao mundo como um gênio dos negócios. Introjetou tanto essa imagem que os centros de prazer de seu cérebro fervilham cada vez que ele acha que fez uma boa negociação.

RISCO NADA DESPREZÍVEL – Não estou, com isso, afirmando que o mundo será poupado de uma guerra comercial. O risco de haver uma não é nada desprezível. Sempre existe a chance de Trump não se entender com o governante de outro país. Apenas destaco que as motivações do presidente americano têm mais a ver com seu ego do que com um plano de ação coerente em termos econômicos ou geopolíticos.

E o preocupante é que, em suas primeiras interações tarifárias, Trump se deu bem, o que funciona como reforço à atitude de bullying.

A valentia de Gustavo Petro, da Colômbia, não durou um dia. Os líderes de México e Canadá também foram céleres em fazer promessas a Washington. Elas não são muito realizáveis, mas os dois países ganharam tempo. As negociações com a China ainda não foram enterradas.

MAIOR POTÊNCIA – Tais desfechos eram esperados. Exceto talvez pela China, nenhum país tem, sozinho, condições de enfrentar os EUA, ainda a maior potência econômica do planeta guarnecida pela mais formidável máquina militar jamais montada.

O que Trump não quer ou não consegue ver é que essas vitórias não vêm sem custos. Ao agir como um valentão, o presidente americano desfaz décadas de política de alianças, baseada em laços de confiança, soft power e ajuda externa, pela qual outros presidentes tanto se empenharam.

Nenhum país baterá de frente contra os EUA, mas vários vão procurar caminhos sem os americanos, o que, no longo prazo, é ruim para Washington. E as relações internacionais não são o único estrago que Trump está causando aos EUA.

Marconi Perillo é alvo de buscas que investigam desvios na Saúde

Marconi Perillo (PSDB) foto do dia 12 de março de 2023 em Goiânia Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular

Marconi Perillo é investigado por fatos ocorridos há 13 anos

Honório Jacometto e Gabriela Macêdo
g1 Goiás

O ex-governador Marconi Perillo, que é presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), é um dos alvos da operação da Polícia Federal que investiga suspeitos de desviar recursos da Saúde de Goiás. A informação foi apurada pelo repórter da TV Anhanguera, Honório Jacometto. Os crimes ocorreram durante os anos de 2012 a 2018. Em nota, Marconi Perillo disse que é inocente.

“Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos há 13 anos”, escreveu Marconi.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL – Segundo a investigação, os desvios ocorreram por meio de uma Organização Social (OS) em contratos com o governo estadual da época. A operação Panaceia foi realizada na manhã desta quinta-feira (6) e sequestrou mais de R$ 28 milhões dos investigados.

O sequestro de bens é um mecanismo jurídico que congela recursos de investigados em um processo até que se tenha certeza se foi adquirido com dinheiro do crime.

Ao g1, a OS Gerir repudiou a operação e a considerou como um “ato de retaliação política”. Disse ainda que, como as investigações foram iniciadas há mais de cinco anos, “violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a um constrangimento ilegal e injustificado.

CONTROLE INTERNO – O Governo de Goiás informou que a Organização Social em questão nunca prestou serviços à atual gestão e que, a partir de 2019, “foram implementados controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos”.

A operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e um em Brasília. Segundo a Polícia Federal, o desvio de dinheiro acontecia por meio de contratos de uma OS com o governo estadual.

A OS firmava contratos com o Governo de Goiás para administrar alguns serviços. Para a execução desses serviços, a OS subcontratava empresas ligadas a políticos e até a administradores da OS. Com a subcontratação, parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos administradores da OS.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se a moda pega, não fica um, meu irmãoMas como explicar uma investigação que já dura mais de cinco anos? Se bobear, os crimes estão quase prescrevendo. (C.N.)

Estadão mostra que Kubitschek não era tão “democrata” quanto se alega

Frente Ampla, Lacerda, JK e Jango | Acervo

No final, Lacerda e JK acabaram se tornando amigos

José Carlos Werneck

O jornal “O Estado de São Paulo”, que está completando 150 anos, publica em sua edição desta quinta-feira que “em 24 de agosto de 1956, a sucursal do Estadão no Rio foi invadida por policiais armados de metralhadoras que exigiam dos jornalistas a entrega de todos os exemplares da edição daquele dia”.

O motivo da arbitrária e violenta invasão, em pleno regime democrático, foi a publicação do artigo intitulado “Manifesto ao povo brasileiro”, do jornalista e então deputado federal pela UDN do então Distrito Federal, Carlos Lacerda.

“EXIBICIONISTA” – No artigo, Lacerda chamava o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, de “exibicionista delirante”.

No dia seguinte, o “Estadão” publicou o editorial “Violência inexplicável”, condenando a invasão da polícia à redação: “Atentados representam um insulto à democracia”, dizia o texto.

O jornalista Julio de Mesquita Filho, diretor do jornal, denunciou a arbitrariedade à Associação Interamericana de Imprensa. “Tudo isto é da mais flagrante ilegalidade. Tudo isto é contra a Constituição”, ressaltou Mesquita.

TRÊS PROIBIDOS – Como se vê, o governo do presidente Juscelino Kubitschek não era assim tão democrata, como hoje se costuma alardear.

Os jornalistas Carlos Lacerda, Helio Fernandes e seu irmão, o genial Millôr Fernandes, foram, à época, muito censurados e diversas vezes até proibido de se manifestar.

Durante meses, Lacerda, Helio e Millôr ficaram proibidos de aparecer na televisão.

O que será do Supremo se Lula e o PT perderem a eleição em 2026?

Charge do Zé Dassilva: Ninguém precisa saber - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

André Marsiglia
Poder369

Parece que não é mais segredo para ninguém que, assim como existiu no Brasil um consórcio de mídia, durante a crise pandêmica, existe hoje no país uma espécie de consórcio estatal, unindo o Poder Executivo à Suprema Corte, sob a justificativa de terem de enfrentar uma crise democrática. 

Não sei dizer sobre a crise da pandemia, mas a democrática, sem dúvida, é criada em laboratório. Não há risco nenhum que justifique que os dois Poderes se unam, submetendo o Congresso e todos nós ao arbítrio de uma visão moralista e egocêntrica de país. 

FUTURO PRÓXIMO – Olhando para 2026, o perigo da permanência desse consórcio estatal obviamente preocupa. Mas preocupa ainda mais pensar em uma Corte órfã do Executivo.

Com o governo petista em frangalhos, a chance de que caia diante de alguma candidatura da direita é imensa. O que acontecerá? A Suprema Corte acuada vai recuar? Difícil crer.

Uma hipótese mais plausível é que a vulgarização do uso do conceito de “desinformação”, para mexer em quem fica e quem sai do tabuleiro político, seja usada com cada vez mais frequência.  Reconheço que o impacto da desinformação não é irrelevante para uma eleição.

EXEMPLO DE MARÇAL – Um bom exemplo é o famoso laudo de Pablo Marçal na última eleição paulistana. O impacto não prejudicou sua desastrada candidatura, mas impactou. É fato. No entanto, como dizer que há impacto em supostas desinformações de Bolsonaro em eleições que ele perdeu? 

E com base na subjetividade do conceito de desinformação, que não existe na legislação nacional, é plausível pensar que nossa Corte Suprema use o cartão vermelho que traz sempre ao bolso como forma de controlar a política e seguir mandando em todos nós, submetendo um Congresso e um Executivo de direita e um povo verdadeiramente cansado. 

Tudo em nome da democracia, claro.

Trump tenta cometer crimes contra a humanidade em Gaza e na Ucrânia

Netanyahu adorou a ideia de expulsar todos os palestinos

Wálter Maierovitch
do UOL

A diferença entre os piratas e os corsários está na “chapa branca”. Os corsários, oficialmente, assaltavam, roubavam e matavam nos mares. Os livros de história revelam que os corsários exibiam uma carta de autorização para espoliar, a chamada “carta de corso”, assinada pela rainha da Inglaterra. O butim era dividido com a rainha, vista como legitimadora das ações bandidas.

O pirata, diferentemente, assaltava e roubava por sua conta própria, sem butim a dividir. Trump, em menos de dez dias, veste-se de corsário. Usa o cargo de presidente dos EUA como sua carta de corso. Aí, sem corar as faces, mostra o seu plano de assaltar a faixa de Gaza e de coagir para tomar as riquezas da Ucrânia.

VANTAGEM ECONÔMICA – No particular, Trump é movido pela ambígua ética da vantagem econômica, em troca de fornecimento de apoio bélico-militar.

À luz do direito internacional, o chamado direito das gentes, a proposta de esvaziar a faixa de Gaza, com remoção forçada de cerca de 2 milhões de palestinos (antes da guerra, eram 2,2 milhões), tipifica o crime de limpeza étnica, que é um crime contra a humanidade.

E tem mais. Trump ignora a divisória Resolução 181-1947 da ONU, que estabeleceu dois territórios para dois povos, na Palestina. Até agora, só temos o Estado de Israel.

ILEGAL E IMORAL – A proposta de Trump não é só ilegal, mas imoral. Antes do encontro do presidente americano com o premiê Netanyahu, seu assessor Steve Witkoff, representante dos EUA para o Oriente Médio, quis dourar a pílula, mas não convenceu.

A justificativa de Witkoff, de que a reconstrução de Gaza é impossível com pessoas na faixa territorial, soou como lorota, diante da assertiva de Trump.

Atenção: a proposta de Trump para Gaza envergonha o povo judeu, que, na sua longa história, viveu expulsões, escravidão e êxodos. A não desaprovação por parte de Netanyahu foi vergonhosa.

ÊXODO PALESTINO – Além do crime contra a humanidade anunciado, a limpeza étnica, Trump quer matar o direito internacional público. Ele ignora a história e prepara-se para repeti-la. O povo palestino, quando da Resolução 181 da ONU, teve de migrar para a instalação do Estado de Israel.

A esse episódio, o êxodo palestino, os historiadores chamam de “Nakba”, que significa “catástrofe”. Para os palestinos, esse êxodo foi um holocausto.

E para não gastar muita tinta, como se dizia antigamente, vamos à proposta de Trump para Zelensky, já em situação de desespero com o corte do apoio econômico e militar por parte dos EUA.

EXIGE GARANTIA – Trump disse, e os jornais europeus destacaram, dado o susto causado no âmbito da União Europeia: “Quero uma garantia. Estou procurando encontrar um termo de acordo com a Ucrânia. Eles (ucranianos) garantirão com terras raras e outras coisas o que estamos dando e daremos”.

Trump, no velho estilo mercantilista, quer uma recompensa em lítio, titânio e urânio. De olho nas baterias para os veículos elétricos, por exemplo, quer explorar as abundantes reservas ucranianas.

Como disse Zelensky a empresários norte-americanos no recente fórum de Davos, a Ucrânia precisa ser reconstruída, e ele, como presidente, está certo do interesse das empresas da construção civil norte-americana. Pelos seus cálculos, a Ucrânia precisará, na reconstrução, de US$ 500 bilhões.

DOIS SIGNIFICADOS – Para a União Europeia, ajudar a Ucrânia significa segurança contra a expansão russa. Já para Trump, tudo não passa de “negócios” e exploração das fraquezas.

Quanto ao premier Netanyahu, mostrou-se um pigmeu aético diante de Trump. Envergonha o povo judeu e faz a alegria dos radicais israelenses.

Trump pensa em migração de palestinos para a Jordânia (que já abriga 3 milhões de palestinos refugiados) e Egito. Uma desumanidade.

Juíza quer ouvir testemunho de Musk no processo contra a empresa OpenAI

Northern California's newest federal judge a Piedmonter – East Bay Times

Juíza Rogers quer saber de Musk está dizendo a verdade

João Pedro Adania
Estadão

Nesta terça-feira, 4, os advogados de Elon Musk foram ao tribunal enfrentar a OpenAI, enquanto uma juíza federal analisava o pedido do bilionário por uma ordem judicial que impediria a dona do ChatGPT de se converter em uma empresa com fins lucrativos. Musk, que faltou a audiência, alega no processo que a OpenAI infringe os princípios estabelecidos em sua fundação. Por outro lado, a OpenAI sustenta que a ordem judicial solicitada por Musk causaria prejuízos às suas operações e beneficiaria tanto ele quanto sua empresa de inteligência artificial (IA).

Fundada em 2015, a OpenAI nasceu como uma organização sem fins lucrativos para desenvolver inteligência artificial (IA) de código aberto. Mas isso não se concretizou: hoje todos os modelos da OpenAI têm código fonte fechado. O plano de reestruturação do negócio começou em setembro de 2024, com a ideia de atrair mais investidores e aumentar sua competitividade no mercado.

A juíza distrital dos EUA que avalia o caso, Yvonne Gonzalez Rogers, disse que era um “exagero” de Musk afirmar que ele será irreparavelmente prejudicado se uma intervenção não acontecer para impedir que a OpenAI conclua a transição de um laboratório de pesquisa sem fins lucrativos para uma corporação com fins lucrativos.

MONOPÓLIO? – A juíza Rogers, porém, alegou preocupação sobre a relação entre a empresa de Sam Altman e a parceira comercial Microsoft. Ela disse que não impediria o processo que analisa se o acordo entre as duas gigantes pode ser considerado monopólio no mercado de IA.

“É plausível que o que Musk está dizendo seja verdade. Descobriremos”, disse a juíza. “Ele se sentara no banco das testemunhas”.

Musk investiu no surgimento da OpenAI e foi membro do conselho, mas processou a empresa em 2024, primeiro em um tribunal estadual da Califórnia e depois em um tribunal federal. O bilionário alega que a companhia traiu seus princípios enquanto laboratório de pesquisa sem fins lucrativos. Musk investiu cerca de US$ 45 milhões na startup até 2018, segundo seu advogado.

ORDEM JUDICIAL – A disputa legal entre Musk e OpenAI se intensificou no final do ano passado, quando as reivindicações do bilionário pediram uma ordem judicial que pararia os planos da OpenAI de se converter um uma entidade com fins lucrativos (ou benefit corporation, em inglês). Musk também colocou como autora do processo sua própria empresa de IA, a xAI.

O que conecta a Microsoft à OpenAI é o executivo Reid Hoffman, que já foi membro do conselho da gigante de IA e agora integra o board da Microsoft. Hoffman deixou o conselho da OpenAI em 2023, para evitar conflitos com sua startup de IA, a Infection.

A juíza do caso é conhecida das big techs. Ela mediou a disputa da Apple com a Epic Games, embora tenha dito na terça-feira que o caso de Musk é “nada parecido” com aquele. A audiência de terça-feira estava marcada para janeiro, mas foi adiada depois que o advogado de Musk, Marc Toberoff, disse que sua casa foi destruída no incêndio florestal de Pacific Palisades.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Briga de cachorro grande na disputa pela Inteligência Artificial, que por enquanto é apenas superficial, conforme iremos demonstrar aqui amanhã. (C.N.) 

Aliados de Lula apostam em denúncia contra Bolsonaro para frear a anistia

Charge da Semana - Anistia • atualidade

Charge do Fred Ozanan (Arquivo Google)

Rafael Moraes Moura
O Globo

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostam na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares de alta patente para frear as discussões no Congresso Nacional em torno do projeto de lei que prevê a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes em Brasília.

A expectativa é a de que a denúncia seja apresentada ainda neste mês. A equipe do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ainda está analisando as 884 páginas do relatório da Polícia Federal que levou ao indiciamento, em novembro do ano passado, de Jair Bolsonaro e outras 39 pessoas por conta da articulação de um plano golpista para impedir a posse de Lula.

CUSTO POLÍTICO – Na avaliação de lideranças da base lulista, inclusive de dirigentes partidários ouvidos reservadamente, uma denúncia robusta contra o ex-presidente da República confirmando o entendimento da Polícia Federal deve aumentar o custo político e a pressão da opinião pública para o Congresso não avançar em qualquer ofensiva para livrar Bolsonaro e seus aliados – apesar da pressão da tropa de choque bolsonarista em sentido contrário.

Conforme informou o blog, em pouco mais de um ano de gestão, Gonet já apresentou 256 denúncias perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – 92,5% delas giram em torno dos atos golpistas.

“É indefensável uma anistia com uma denúncia contundente da PGR. O impacto dela pode inviabilizar a tentativa de se votar anistia”, diz a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Seria um constrangimento muito grande para a Câmara votar isso, porque não há a menor possibilidade de consenso.”

PESO ENORME – Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a palavra de Paulo Gonet “terá um peso enorme” nas discussões sobre o projeto, de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), ex-líder do governo Bolsonaro.

“O efeito é fortíssimo, tenho convicção de que a denúncia vai praticamente sepultar as iniciativas de anistia aqui na Casa”, afirma. “Há muitos elementos de prova reunidos, delação premiada de alguém que estava dentro da trama (o ex-ajudante de ordens Mauro Cid) e todos os três poderes foram agredidos no 8 de Janeiro.”

Em outubro do ano passado, o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a criação de uma comissão especial na Casa para analisar a questão. Na prática, Lira ganhou mais tempo, atrasou a possibilidade de a medida ser aprovada rapidamente pelos parlamentares – e tentou evitar que o tema contaminasse a disputa pela sua sucessão.

CADÊ A COMISSÃO? – A comissão até agora não saiu do papel e o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já afirmou que vai tratar o assunto de forma “imparcial”.

— Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado. A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes. Com certeza, esse será um tema levado para essas reuniões nos próximos dias, e vamos conduzir com a maior imparcialidade possível — disse Motta.

A amizade sincera que unia Dominguinhos e Renato Teixeira

Arquivo do Raul: Dominguinhos e Renato Teixeira

Dominguinhos e Renato, amigos desde a juventude

Paulo Peres
Poemas & Canções

Com seu parceiro Renato Teixeira, o instrumentista, cantor e compositor pernambucano José Domingos de Morais (1941-2013), o saudoso Dominguinhos, retrata nesta letra o que significa uma “Amizade Sincera”. A música faz parte do CD Renato Teixeira no Auditório Ibirapuera, gravado em 2007.

AMIZADE SINCERA
Renato Teixeira e Dominguinhos

Amizade sincera é um santo remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua, amigo

Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé
Os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo apesar de tão raro
Não há nada melhor do que um grande amigo

Harmonia entre os Poderes precisa passar pelo teste da luz do Sol

Motta e Alcolumbre visitam Lula e garantem trabalho conjunto com Governo Federal

Entre Motta e Alcolumbre, um sorriso amarelo de Lula

Josias de Souza
do UOL

Nas últimas 72 horas, os chefes dos Três Poderes derramaram baldes de saliva para enaltecer o surto de harmonia que se abateu sobre Brasília. Um despacho do ministro Flávio Dino, do Supremo, mostrou que a repentina onda de concórdia vale apenas até certo ponto. O ponto de interrogação.

Nesta terça-feira, Dino convocou para 27 de fevereiro audiência de conciliação sobre as famigeradas emendas parlamentares. Executivo e Legislativo terão que demonstrar que cumprem ordem judicial de dar transparência aos gastos. Inquéritos da Polícia Federal mostram que a verba continua saindo pelo ladrão.

MESMO LERO-LERO – Davi Alcolumbre e Hugo Motta, presidentes do Senado e da Câmara desde sábado, combinam o lero-lero da harmonia entre os Poderes com a exigência de manutenção do arranjo que levou congressistas a plantarem bananeira dentro dos cofres do Tesouro Nacional. Nos últimos cinco anos, as emendas sugaram R$ 186 bilhões.

Numa das reuniões de conciliação que realizou com representes do governo e do Congresso no ano passado, Dino disse era preciso moralizar as emendas, pois “os inquéritos estão chegando”. Advertiu que os “armários” do Supremo estão “cheios de investigações contra parlamentares.” Há pelo menos duas dezenas de inquéritos.

Alguém deveria ter piedade dos brasileiros, abrindo os armários das emendas. A hipotética harmonia que tomou conta da Praça dos Três Poderes precisa passar pelo teste da luz do Sol.

Lula critica a anistia e diz que Bolsonaro ‘vai perder outra vez’ em 2026

Sob nova direção, Centrão reina absoluto nos “acertos” do Congresso

Centrão como segurança | Charges | O Liberal

Charge do J.Bosco (O Liberal)

Dora Kramer
Folha

Os primeiros sinais da sinfonia congressista emitidos pelos novos maestros da Câmara e do Senado corroboram a impressão geral de que os comandos mudaram para permanecer tudo como está.

Tanto o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) quanto o senador Davi Alcolumbre (União-AP) pontuaram de modo excessivo o protagonismo do Legislativo na cena da República.

EMENDAS, SEMPRE – Ambos ocuparam boa parte dos discursos com a defesa enfática do avanço do Parlamento sobre o Orçamento federal, inequívoco fator de desequilíbrio entre os Poderes.

Motta ainda fez leve referência à necessidade de transparência. Alcolumbre nem isso. Preferiu se concentrar na guarda das prerrogativas dos pares, segundo ele, “inegociáveis”.

Por aí já se vê o caminho que os dois tomarão na conversa que pretendem ter com o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, para “negociar” a liberação de emendas suspensas.

CITAR ULYSSES? – O novo presidente da Câmara chegou ao limite do sacrilégio ao citar várias vezes a figura de Ulysses Guimarães (1916-1992) para comparar o Congresso de hoje ao da Constituinte.

A distorção histórica não pode ser perdoada porque o deputado não estava lá; nasceu um ano após a promulgação da Carta. Criado em família de políticos, tinha a obrigação —de resto de todos os brasileiros— de saber a diferença.

Não que à época não houvesse pressão sobre o Planalto ou que a conduta do Parlamento fosse exemplar. Lembremos que ali consagrou-se a prática do “é dando que se recebe”. Mas não havia o apetite visto hoje na captura despudorada do dinheiro público para o financiamento das carreiras de deputados e senadores.

ATENDIMENTO AO CENTRÃO – O aval do presidente Lula (PT) a ambas as candidaturas não dará vantagem automática ao governo, seja no andamento da agenda ou nas alianças para 2026.

A oposição também foi fiadora dessa eleição e, portanto, credora dos benefícios resultantes dos acertos internos, cuja primazia será o atendimento ao centrão, intensamente homenageado no dia da vitória pela nova direção.

Em nove meses, China puniu 589 mil por corrupção e 53 eram ministros

G1 - Ex-ministro acusado de corrupção é condenado à morte na China - notícias em Mundo

Ex-ministro de Ferrovias, Liu Zhijun, pegou pena de morte

Carlos Newton
Bloomberg

O jornal Valor Econômico, da Organização Globo, publicou discretamente uma matéria da agência americana de notícias Bloomberg, revelando que a Justiça da China, nos primeiros nove meses do ano de 2024, puniu 589 mil pessoas por corrupção e violações disciplinares, incluindo aceitar ou oferecer suborno. Deve ter batido o recorde, porque em 2023 foram 610 mil condenados.

O mais interessante e significativo é que, segundo publicação no site da Comissão Central de Inspeção Disciplinar da China, 53 autoridades de nível ministerial, ou equivalente, estão entre os punidos.

NÚMERO RECORDE – Assim, a mais recente campanha abrangente anticorrupção da China implicou um número recorde de altos funcionários por dois anos consecutivos, com foco no setor financeiro. Um total de 2.972 outros casos foram transferidos para análise do Ministério Público. 

Entres os condenados estão vários banqueiros, que foram rotulados pelas autoridades como  “hedonistas”, ou seja, pessoas que têm como principal objetivo a busca do prazer.

E por isso criaram um novo comitê de trabalho sobre corrupção financeira, indicando um impulso para uma fiscalização mais permanente do setor financeiro.

EXPLICA TUDO – Enquanto isso, no maior país do lado debaixo do Equador, ocorre exatamente o contrário. A Suprema Corte, em ato nada republicano, em 2019 decidiu mudar a lei para soltar um presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em julgamentos dez magistrados, em três instâncias de Justiça, sempre por unanimidade.

Depois, em 2021, mesma Suprema Corte “descondenou” o político, possibilitando que voltasse ao poder com seus cúmplices, enquanto a Justiça ia além e devolvia o dinheiro aos empresários que confessaram haver desviado recursos públicos.

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P.S.Essa diferença entre China e Brasil explica muita coisa. Ou pior – explica praticamente tudo. (C.N.) 

Proposta alienada de Trump para Gaza é mais um crime de guerra 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assina uma série de ordens executivas na segunda-feira, 3 de fevereiro, no Salão Oval

Trump gosta de assinar seu nome com destaque absoluto

João Paulo Charleaux
Folha

A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remover a população palestina da Faixa de Gaza contra a própria vontade e enviá-la a outros países, é um crime de guerra. A legislação internacional aplicável aos conflitos armados proíbe a remoção forçada da população civil de um território ocupado, seja qual for a justificativa.

Trump disse no sábado (25) que planeja “construir habitações em uma localidade diferente” de Gaza. O presidente americano espera que outras nações árabes –muitas das quais já se pronunciaram contra o plano– aceitem receber entre 1,5 milhão e 2 milhões de palestinos: “Nós apenas limpamos a coisa toda e dizemos: ‘Sabe como é, acabou.’”

TUDO PROIBIDO – O direito aplicável diz que “as transferências forçadas, em massa ou individuais, bem como as deportações de pessoas protegidas do território ocupado” são proibidas “qualquer que seja o motivo”, como previsto no artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra de 1949, que trata da proteção dos civis em conflitos armados internacionais.

Outra ilegalidade contida na proposta é a de “os EUA assumirem o controle da Faixa de Gaza”. Se efetuado com uso de recursos militares, o plano americano configuraria uma invasão e uma ocupação ilegal de território internacional alheio, o que violaria o artigo 51 da Carta da ONU de 1945~

Justificaria até mesmo uma resposta armada de parte de quem governa o território a ser ocupado – seja o Hamas, na configuração atual, seja a AP (Autoridade Palestina), como previsto no acordo de cessar-fogo, com ou sem auxílio de aliados como o Hezbollah, o Irã e outros atores envolvidos na dinâmica.

LIMPEZA ÉTNICA – Além do deslocamento forçado da população civil e da ocupação ilegal de território, o plano do presidente americano pode reforçar ainda o argumento de limpeza étnica e de genocídio, corroborando a denúncia feita pela África do Sul contra Israel no Tribunal Penal Internacional.

Os sul-africanos acusam o Estado israelense de pretender extinguir ou inviabilizar a existência dos palestinos por meio de uma ação militar genocida. Para demonstrar essa intencionalidade, a equipe de juristas da África do Sul vem apresentando declarações públicas de autoridades israelenses, feitas ao longo do tempo, que sugerem uma intenção deliberada de varrer os palestinos da região.

Do lado israelense, a defesa vem dizendo que essas declarações foram feitas por atores políticos, que não têm controle efetivo sobre a linha de ação dos militares que atuam em Gaza.

EXTERMÍNIO – Se a fala de Trump for levada a cabo, será mais difícil para Israel continuar negando que toda a devastadora operação militar em Gaza após o 7 de outubro de 2023 não tinha como intenção final o extermínio ou deportação da população local para possibilitar uma ocupação do território na sequência.

Trump falou em fazer de Gaza uma “Riviera do Oriente Médio”. De acordo com as Convenções de Genebra, a população civil removida de uma área ocupada tem de ser “reconduzida aos seus lares logo que as hostilidades tenham terminado neste setor”. A Riviera prometida por Trump não poderia, portanto, ser construída para nenhum outro povo do mundo que não fosse o palestino.

A única possibilidade de que o plano anunciado por ele não seja ilegal é se tiver o consentimento expresso dos palestinos.

APOIO PALESTINO – Nesse caso, as remoções não poderiam mais ser consideradas forçadas, e a presença dos EUA em Gaza seria fruto de um acordo —como diversos países africanos, por exemplo, celebram com potências que prometem auxiliá-los no combate a grupos extremistas internos.

Nada indica, no entanto, que os palestinos estejam dispostos a abrir mão de Gaza para passar a viver em outros países, com a promessa de, depois de um tempo, receber uma nova casa na “Riviera do Oriente Médio”.

Sem consentimento e acordo, o plano, se implementado, está fadado a receber como resposta ações militares —que podem vir na forma de um novo ciclo no conflito em Gaza ou em empreitadas terroristas furtivas contra alvos americanos pelo mundo— e também na forma de processos judiciais, como os que já correm no Tribunal Penal Internacional contra Israel.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Onde estão os médicos, os psiquiatras, os psicanalistas, os enfermeiros? Ninguém percebe que Trump está desequilibrado? Falta ao mundo um Dr. Simão Bacamarte para dizer que o presidente americano está fora de juízo. Ao invés da Casa Branca, ele precisa ser tratado na Casa Verde, que era o nome do hospício de Bacamarte, o anti-herói criado por Machado de Assis. (C.N.)

Ao lado de Alcolumbre e Motta, Lula sentiu como se estivesse em casa…

Presidente Lula reunido Hugo Motta e Davi Alcolumbre | Agência Brasil

Motta, Alcolumbre e Lula falam o mesmo dialeto político

Vicente Limongi Netto

Lula tremeu, sentiu frio na espinha, no primeiro encontro com os eleitos e empossados presidentes da Câmara e do Senado. Depois dos abraços protocolares, juras de amor eterno e sorrisos cinematográficos, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) deram logo o bote no presidente. É preciso que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, seja menos rigoroso e carrasco com a emendas parlamentares.

Até as pedras das ruelas sabem que o assunto foi promessa de campanha, tanto do deputado Motta como do senador Alcolumbre. Caso Dino não seja generoso com o pleito, o inferno astral do Executivo com o Legislativo permanece sem hora para acabar.

“RACHADINHAS” – A propósito do nocivo Alcolumbre, recordei dia 2, em artigo aqui na Tribuna, uma matéria da “Veja” revelando “rachadinhas” no gabinete dele, no primeiro mandato como presidente do Senado. funcionárias eram contratadas como “fantasmas”.

Nessa linha, agora, na coluna de hoje, dia 5, no Diário do Poder, Cláudio Humberto também salienta a escabrosa matéria da Veja, revelando que das 6 mulheres contratadas aquela época por Alcolumbre, 4 delas agora recebem salários pelo Bolsa Família.

 Cláudio escancara toda a canalhice com riqueza de detalhes.  “Deu em nada, até hoje”, conclui Cláudio, lamentando. 

BOLAS FORA – Duas notícias que assustam o futebol e a bola, causando calafrios na espinha. A primeira: o Botafogo tenta contratar Tite. Aquele mesmo de frases bolorentas que quase afunda o Flamengo e perdeu duas Copas do Mundo para o Brasil.

A segunda, também patética e hilariante, é que o treineiro cambaleante Dorival Júnior faz pose de inteligente e diz que aprova a vinda do Neymar para o Santos. Neymar está feliz, era o apoio que precisava para voltar a brilhar nos gramados…

Na política, outras bolas fora: o ex-senador Reguffe filiou-se ao Solidariedade. Não é nada, não é nada mesmo. E petistas e bolsonaristas estão em cretinas e inúteis batalhas de bonés. Lembrou bem o craque Fernando Cesar Mesquita, é o Febeapá de Sergio Porto voltando com tudo, nos arrais dos demagogos e estúpidos. Pobre Brasil, cada vez mais dominado por canalhas. 

Reforma ministerial: Lula deve chamar partidos para discutir mudanças

Lula vem sendo aconselhado a montar novo mapa da Esplanada 

Pedro do Coutto

Passada a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, Lula quer chamar presidentes e líderes de partidos para tratar da reforma ministerial. O presidente vem sendo aconselhado a montar um novo mapa da Esplanada dos Ministérios com base na nova correlação de forças dentro do Congresso Nacional.

A avaliação entregue ao Palácio do Planalto por aliados é de que a atual composição de ministros não garante a aprovação das principais matérias de interesse do governo no Legislativo – porque não contempla, na mesma proporção, os partidos que mais votam com o governo.

DESEJO – Segundo alguns líderes, partidos com um único ministério, como PP e Republicanos, têm votado mais alinhados ao governo que o União Brasil, por exemplo, que tem três ministros. A dúvida, agora, é se Lula vai acatar o principal desejo dos partidos do centro: a escolha de um de seus membros para os ministérios do chamado “núcleo duro”, que atuam diretamente no Palácio do Planalto e lidam com a articulação política.

A ideia é defendida por amigos de Lula como forma de garantir o apoio desse grupo político ao longo de 2025. Em relação a 2026 e à eleição presidencial, não dá para amarrar nada. Tudo vai depender de como o governo vai chegar a esse período: fortalecido ou enfraquecido.

RECONHECIMENTO – A partir do momento que Lula admite que a reforma ministerial é necessária, ele também reconhece tacitamente que há setores no governo que não estão funcionando, a começar pela própria Presidência da República, pois Lula confessou que o governo não está entregando tudo o que prometeu na campanha eleitoral.

Logo, é preciso que ele reveja as suas ações e partir para a divulgação objetiva e honesta do que está acontecendo. Há pessoas que ocupam ministérios só para atender uma cota partidária, uma vez que não apresentam produção nenhuma que possa justificar a presença em cargos governamentais.

Gleisi Hoffmann deve entrar na equipe ministerial, sem dúvida, sobretudo após os elogios de Lula. O presidente deve ter sentido a necessidade de alguém mais combativo.  O que está deixando Lula tranquilo, por enquanto, é a ausência de uma adversário a sua altura na disputa da eleição presidencial em 2026. Caso apareça, Lula deverá se preparar para enfrentá-lo.

Lula ridiculariza Trump: “Tem político que vive de bravata”, diz

“Quem tem de cuidar de Gaza são palestinos”, diz Lula em crítica a TrumpGabriela Boechat e João Rosada
CNN , Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (5) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o tipo de mandatário que “vive de bravata” e que isso não deve ser uma preocupação do Brasil. “Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim”, disse.

O presidente deu a declaração ao comentar a ameaça de Trump em taxar membros do Brics com tarifas de 100%. O republicano afirmou que vai adotar a medida caso o bloco continue buscando uma alternativa ao dólar.

MOEDA PRÓPRIA – “É importante que a gente não tenha preocupação com as bravatas do Trump. Que a gente discuta o que é importante para nós, o que é importante para o mundo”, disse em entrevista a rádios mineiras nesta manhã.

De acordo com Lula, o bloco dos Brics tem direito de ter moeda própria para comércio. Para ele, nenhum país, não importa o quão importante seja, pode “brigar com todo mundo o tempo todo”.

“Os Brics significam quase metade da população mundial, significa quase metade do comércio exterior desse mundo, e temos o direito de discutir uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo que decidiu, não foi a ONU, que o dólar seria a moeda. Foram os Estados Unidos”, disse.

PAUTA DOS BRICS – Uma alternativa ao dólar para trocas comerciais foi pauta dos encontros do Brics nos últimos anos. Em janeiro, Trump disse que exigiria compromisso dos países integrantes do bloco e ameaçou aumentar as tarifas.

“Vamos exigir um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, escreveu Trump.

Nesta quarta-feira, Lula também desafiou Trump ao dizer que quem tem de recuperar a Faixa de Gaza são os Palestinos. A declaração é uma crítica ao presidente dos Estados Unidos, que afirmou nesta semana que seu país irá participar da reconstrução de Gaza.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula tenta transformar Trump numa bandeira política de sua campanha. É claro que Trump não permitirá ser peitado por Lula e sua retaliação pode prejudicar os brasileiros, como um todo. (C.N.)

Novo comando do Congresso firmou compromisso de não mudar nada

O Congresso que é a Cara do Brasil: cúmplice da corrupção - O que é notícia em Sergipe

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Dora Kramer
Folha

A escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado, neste sábado (1º), contraria a regra de que eleição não se ganha de véspera. Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) consolidaram suas vitórias muito antes disso. O deputado Motta esteve desde sempre no radar como reserva técnica de Arthur Lira (PP-AL), enquanto ele exercia o poder do jogo de cena da indecisão versus expectativa entre três ou quatro companheiros de centrão.

O senador Alcolumbre cedeu a cadeira para Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há quatro anos, já na perspectiva de uma volta certa sem contestações significativas ao nome daquele que havia chegado à presidência como novato em 2019 já derrotando o veterano Renan Calheiros (MDB-AL).

ELEIÇÃO ANTECIPADA – Pode haver um ou outro protesto sobre a concentração de comando, manobras regimentais indevidas, mas se o resultado for diferente do previsto será algo tão surpreendente quanto a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005.

Desta vez, porém, não há risco no horizonte. Lá, o que hoje chamamos de centrão atuou no espaço aberto por uma barbeiragem do PT de competir com dois candidatos, ambos sem apoio suficiente na Casa. Aqui, o partido rendeu-se às evidências e entrou na composição.

Há uma frente ampla de fato, formada a partir de um acordo cujos termos falam mais a respeito de interesses internos que de conexão com a sociedade.

AMPLO ACORDO – Descontadas referências vagas a esforços “por um Brasil melhor”, a tônica dos compromissos é sindicalista. No topo da agenda, a preservação do poder sobre o Orçamento no manejo das emendas.

Há promessas para a administração de pautas divergentes entre direita e esquerda, deve haver alguma distensão nas relações com Executivo e Judiciário, mas o grande consenso firmado é em torno da manutenção das coisas como estão.

Fosse para mudar a dinâmica poderosa e autorreferida do Congresso, Hugo Motta e Davi Alcolumbre não estariam sendo ungidos às presidências da Câmara e do Senado num clima de confraternização fundado na certeza de que o Parlamento seguirá no controle da situação.

Jogo na Guerra Fria era outro e Trump põe todos no colo da China

Trump vs Xi: US relations with China under threat as 2018 EGO BATTLE begins  | World | News | Express.co.uk

Trump não tem controle e Jinping é controlado demais

Elio Gaspari
O Globo

Donald Trump entrou na Casa Branca com a cabeça no fim do século 19. Naquele tempo o vigor da economia americana contrapunha-se a uma Europa dividida e a uma América Latina sonolenta. Se os Estados Unidos tinham rivais, depois de 1914 eles resolveram brigar com duas guerras. Em 1945, terminada a briga, a economia americana era, disparada, a mais forte do mundo. Do outro lado estava a falecida União Soviética. Veio a Guerra Fria e ela desmoronou.

Agora, em poucas semanas o presidente americano ameaçou a Europa, encrencou com os dois vizinhos e com a China, a segunda economia do mundo.

SEM PACIÊNCIA – Falta ao trumpismo a percepção de um lugar comum: a paciência chinesa. No final do século 19, o Império do Meio estava em franca decadência e ao final da Segunda Guerra, em 1945, era uma nação conflagrada pela guerra civil. Hoje, a situação é outra, misturando protecionismo e expansionismo, Trump joga uma parte do mundo no colo da China.

No dia de sua posse, Trump teve um sinal de que a famosa “destruição criadora” do capitalismo está num país teoricamente socialista. Na verdade, trata-se de uma ditadura de partido único, economicamente capitalista. Trump reclama porque consórcios chineses mandam no canal do Panamá, mas isso só acontece porque as empresas americanas deixaram de competir.

SEM BRIGAS – Foi-se o tempo em que a China treinava guerrilheiros. De 1964 a 1968, cerca de 40 militantes do Partido Comunista do Brasil receberam treinamento militar em Pequim e pelo menos dez morreram na guerrilha do Araguaia.

Naquele tempo, a China e a União Soviética competiam com os Estados Unidos ideologicamente. Hoje a competição é exclusivamente econômica.

A visão de mundo do trumpismo quer ser expansionista e, ao mesmo tempo, isolacionista. O sonho dos Anos Dourados, que ficaram no passado, é hoje uma contradição em si mesma e a China se beneficia disso.

INVESTIMENTOS – Ela investe na infraestrutura pelo mundo afora, ocupando o espaço dos Estados Unidos. Além disso, se os chineses fazem carros numa fábrica que foi da Ford, o problema é da Ford e, portanto, da indústria americana.

Para ficar no caso panamenho, são os chineses que constroem a ponte sobre o canal, coisa de US$ 1,3 bilhão. Os americanos sequer competiram.

No dia em que Trump encrencou com a Colômbia, o embaixador chinês em Bogotá disse que as relações entre os dois países estavam em “seu melhor momento”. Aí está a vulnerabilidade do surto trumpista: onde ele encrenca, lá entra o chinês.

MÁQUINA CHINESA – O trumpismo tem algo de subversivo em relação aos valores seculares da democracia americana, enquanto o governo chinês prossegue na tradição milenar de seus imperadores.

Às vezes essa tradição leva a desastres, com fome e até mesmo casos de antropofagia. Mas, há décadas, nem mesmo Donald Trump é capaz de achar que a máquina chinesa anda para trás.

O presidente americano tem um gosto pela bravata e esse é mais um problema. O Império do Meio tem horror a estridências. A ideia de impor tarifas ao México e ao Canadá para suspendê-las temporariamente dias depois é coisa que a China jamais fez, nem durante seus momentos de delírio. Afinal, seus governantes não precisam cultivar diariamente o público interno.

Um poema bem-humorado de João Cabral  sobre como pontuar a vida

Bola de futebol... é um utensílio... João Cabral de Melo Neto - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata e poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), no poema “Questão de Pontuação”, afirma que o homem que pontuar a sua vida é aceito por todos, mas ele só discorda do ponto final.

QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
João Cabral de Melo Neto

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida: 
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia); 
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal: 
que use, na frase que ele vive, 
o inevitável ponto final.