E-mail enviado é realmente o convite “oficial” para posse de Trump

Enviado de Trump para o Oriente Médio se reúne com Netanyahu | CNN Brasil

Amigo de Trump, Witkoff cuida de Oriente Médio

Juliano Galisi
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu à defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a apresentação do “convite oficial” para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em resposta ao pedido de Moraes, os advogados do ex-presidente adicionaram um e-mail recebido pelo cerimonial do evento, afirmando que a mensagem já se tratava do chamamento definitivo. O domínio do remetente pertence a uma organização ligada a Trump que está encarregada da programação do evento, que será realizado na próxima segunda-feira, 20 de janeiro.

SEM PASSAPORTE – Bolsonaro está com o passaporte apreendido em razão da investigação por tentativa de golpe de Estado e depende do Supremo para ter o documento liberado e poder viajar aos Estados Unidos. A Corte, em 2024, já recusou pedidos semelhantes de Bolsonaro em duas ocasiões.

O e-mail apresentado pela defesa de Bolsonaro foi enviado pelo endereço info@t47inaugural.com. O “T47 Inaugural” é uma entidade privada, sem fins lucrativos e criada com o propósito de organizar os eventos do dia da posse de Donald Trump.

É praxe nos Estados Unidos que um comitê privado, ligado ao presidente prestes a assumir o mandato, esteja encarregado do cerimonial da posse. A mensagem foi encaminhada ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na manhã de quarta-feira, 8.

EXPLICAÇÕES – “T47″ faz referência à inicial do sobrenome “Trump” e ao fato de o republicano ser o 47º chefe do Executivo dos Estados Unidos. O número 47 foi utilizado por Trump em diversos momentos da campanha presidencial, como ao anunciar um conjunto de projetos denominado “Agenda 47″.

O “T47 Inaugural” está a cargo do empresário Steve Witkoff e da ex-senadora da Geórgia Kelly Loeffler. Ao anunciar os responsáveis pelo seu comitê de posse, Trump descreveu Witkoff e Loeffler como “amigos e apoiadores de longa data”.

“Estou entusiasmada por aceitar esta enorme honra ao lado de Steve Witkoff. Estamos ansiosos por realizar uma celebração muito especial”, disse Kelly Loeffler no X (antigo Twitter) em 9 de novembro. A republicana foi senadora dos Estados Unidos pela Geórgia entre 2020 e 2021.

AMIGO ÍNTIMO – Trump estava acompanhado de Steve Witkoff em 15 de setembro, quando foi alvo de um atentado a tiros em um clube de golfe.

O empresário, que administra o Witkoff Group, já assumiu uma função pública no mandato anterior de Trump, quando foi nomeado para um comitê de “resgate econômico” para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19.

Tanto Witkoff quanto Loeffler assumirão cargos no próximo mandato do republicano: o empresário foi nomeado para assuntos relativos ao Oriente Médio, enquanto a ex-senadora presidirá a Small Business Administration (SBA), uma agência pública destinada a auxiliar pequenos empresários.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Não há lei que impeça Bolsonaro de viajar. O único impedimento chama-se Alexandre de Moraes. Cabe ao ministro-relator-vítima-julgador decidir. No lugar dele, o que você faria? (C.N.)

Cessar-fogo em Gaza está pronto e só falta o Hamas aceitar, diz Blinken

Blinken diz que Israel concordou com a proposta de cessar-fogo em Gaza CNN  360º - YouTubeJennifer Hansler
da CNN

O secretário de Estado do governo dos EUA, Antony Blinken, disse nesta terça-feira (14) que um acordo para libertação de reféns e cessar-fogo está “pronto para ser concluído e implementado” se o Hamas aceitá-lo.

“Acredito que teremos um cessar-fogo”, avaliou Blinken. Ele e outras autoridades dos EUA demonstraram otimismo para finalização das negociações nos últimos dias. Mas Blinken reconheceu que “em momentos diferentes, partes dificultaram a finalização de um acordo ou eventos atrasaram ou descarrilaram sua conclusão”.

À BEIRA DO ACORDO – “Nos últimos meses, o Hamas tem sido o estraga-prazeres, mas nas últimas semanas, nossos esforços intensivos nos levaram à beira de um acordo total e final”, comentou.

“No domingo, os Estados Unidos, o Catar e o Egito apresentaram uma proposta final. A bola agora está na quadra do Hamas”, ressaltou o secretário.

O principal diplomata dos EUA pontuou ainda que, independentemente de um acordo ser alcançado nos últimos seis dias do mandato do governo Biden ou após a posse do governo Trump, ele acredita que “seguirá de perto os termos do acordo que o presidente Biden apresentou em maio passado”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O cessar-fogo é o primeiro passo, justamente quando a crise humanitária chega a seu ápice, devido ao inverno e às forte chuvas, que estão fazendo com que os refugiados morram de frio, especialmente as crianças e os idosos. É muito triste constatar que, em pleno Terceiro Milênio, com o enriquecedor avanço tecnológico da humanidade, continuemos a viver em meio à barbárie e à falta de solidariedade, com a riqueza total insistindo em conviver com a miséria absoluta. É desanimador. (C.N.)

Disparada do dólar e valorização do petróleo pressionam a inflação

O ano começou com diversas pressões em torno da Petrobras

Pedro do Coutto

Novamente o problema do preço do petróleo e de seus derivados atinge o país. O ano começou com diversas pressões em torno da Petrobras e dos preços dos combustíveis. Com o avanço do dólar e, mais recentemente, do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a defasagem da gasolina e do diesel vendidos pela estatal atingiu o maior patamar desde julho do ano passado — de 13% e 22%, respectivamente, esta semana —, o que alimenta a cobrança do mercado por um reajuste nas bombas.

Enquanto a Petrobras não decide sobre um aumento, a partir de 1º de fevereiro o consumidor verá os preços mais altos nos postos, pois a alíquota do ICMS subirá em todo o país. No caso da gasolina, será uma alta de 7,1%. Já no diesel, o aumento será de 5,3%. Isso vai pressionar ainda mais a inflação. Em 2024, a gasolina foi o que mais contribuiu para a alta de 4,83% do IPCA, usado na meta do Banco Central. Além disso, teme-se que os Estados Unidos, no novo governo de Donald Trump, enfrentem inflação e juros maiores, o que valorizaria ainda mais o dólar.

CONFUSÃO – O Brasil é exportador de óleo bruto, um dos maiores do mundo. Mas é importador dos derivados. Não compreendo a preocupação da Petrobras com a questão que está fazendo o governo também participar, demonstrando uma certa confusão quanto ao problema. O dólar atinge a exportação do óleo bruto e a também a importação de gasolina, óleo diesel e gás liquefeito, fatores que se colocam no caminho da Petrobras.

Tenho a impressão que deveria ter uma divulgação mais clara sobre o assunto. Como o dólar influi positivamente para nós quando há um aumento na escala internacional e quando influi nos custos sobre os derivados do petróleo ?

ANÁLISE – O Globo publicou na edição de ontem ampla reportagem fazendo uma análise sobre a defasagem no aumento dos combustíveis. Não sendo o preço reajustado, terá reflexo nos dividendos para acionistas da Petrobras. De qualquer forma, quando se mexe nos preços é preciso considerar o vai e vém.

A questão é, conforme dito,  o que o aumento do dólar traz de positivo e negativo para a Petrobras, já que a exportação de óleo bruto traz dados a favor, mas que não são divulgados. É preciso fazer um comparativo desses com a importação dos derivados. O governo foge de apresentar números absolutos.

Artigo de Barroso revela que presidente do Supremo não gosta da Constituição

ANOTAÇÕES DE MIGUEL TEIXEIRA CCIX - Olhando a Maré

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

Carlos Andreazza
Estadão

Luís Roberto Barroso teve artigo autoelogioso publicado neste jornal. Já ao segundo parágrafo informava o leitor de que o juiz se desacostumou do mundo em que a liberdade de expressão não o lisonjeie, habituado ao conforto daquele em que tudo quanto o desgostar será raivoso.

Para que se avalie a realidade em que o texto foi produzido, uma afirmação se impõe: “somos o tribunal mais transparente do mundo”. Barroso – palestrante em eventos de empresas com interesses no Supremo – mereceria uma nota de comunidade.

Merecerá, antes, gratidão. Ao escrever que “é possível não gostar da Constituição e do papel que ela reservou para o STF”, iluminou o cronista. Barroso, um inconformado, não gosta da Constituição.

MONOCRATISMO – Daí seu artigo trazer palavra nenhuma acerca do monocratismo por meio do qual seus pares têm se constituído até em líderes de governo, as jurisprudências aos ventos influentes das ocasiões. Omitiu-se.

Em sua defesa: omissão – a Parlamentar sobretudo, doutor – é posição politicamente legítima. Criticar togado que usurpe poder alheio – por virtuosa que lhe seja a intenção, por linda que for a Lei cultivada à cabeça –, obrigação do jornalismo.

A louvação a si confirma que o Supremo renunciou ao comedimento, uma peça pretendida como em defesa do STF e do próprio autor – uma das estrelas do tribunal personalista desde o qual Xandão, o nosso novo herói, saiu da lâmpada.

INTIMIDATÓRIO – Na prática, o texto é intimidatório – natureza que o ministro talvez nem seja capaz de perceber, tal o déficit de república na corte que preside. Corte que, sob o corpo onipresente e infinito dos inquéritos xandônicos, já censurou o jornalismo. Em defesa da democracia.

Barroso, autoritariamente distraído, conta o número de editoriais em que o Estadão criticou o Supremo no ano passado. Dirá, a seguir, que o Brasil “é o país que ostenta o maior grau de judicialização do mundo, o que revela a confiança que a população tem na Justiça.”

A maioria dos editoriais em que o jornal foi duro com o STF teve como objeto um inquérito estabelecido de ofício, sem qualquer provocação e sem objeto definido – o que só revela a confiança de um ministro no outro.

“PERDEU, MANÉ!” – É vergonhoso que juiz dessa corte constitucional – e logo o do “nós derrotamos o bolsonarismo” – insinue que o Estadão, publicação sesquicentenária, contribua “para ambiente de ódio institucional”.

Barroso – o do “perdeu, mané!” – se tem na conta de um dos nossos salvadores. Pelo que lhe deveríamos a gratidão acrítica eterna. Vive no 8 de janeiro permanente e cultiva esse estado de vigília paralisante.

No curso da leitura de sua autocongratulação nunca falta a entrelinha ameaçadora: se nos criticar, o capeta volta e o golpe vem. Mas aqui não cola.

Devido a sua extrema vaidade, Moraes vai levar muita pancada neste ano

Charge do Kleber (Correio Braziliense)

Carlos Newton

Enquanto colecionava inimigos somente aqui na filial Brazil, não havia problemas para Alexandre de Moraes, exceto suportar as críticas azedas dos milhões de bolsonaristas, e ele não dava a mínima para eles. Podia reinterpretar a Constituição e as leis à vontade, porque o colegas do Supremo lhe davam total cobertura.

Moraes se sentia o máximo. Podia desempenhar vários papéis ao mesmo tempo, posando de vítima, promotor, juiz de instrução, relator, julgador e revisor, ninguém tinha nada a ver com isso, que maravilha viver, como dizia Vinicius de Moraes.

ATÉ QUE… – De repente, não mais que de repente – olha o poetinha aí de novo! – surge diante do estrambólico ministro a figura enigmática de Elon Musk, o empresário mais rico do mundo, que não tem como levar desaforo para casa e decidiu enfrentá-lo pessoalmente, fazendo o ego de Moraes  se sentir ainda mais importante e se alçar a espaços nunca dantes imaginados nem pelos astronautas da SpaceX.

Preso na armadilha da vaidade, o superministro brasileiro não parou para raciocinar sobre as críticas de Musk, que na matriz USA denunciava ordens sigilosas para bloqueio de perfis nas redes sociais brasileiras, sem queixa-crime, inquérito e ação judicial, com desprezo dos requisitos processuais, como o devido processo legal, o direito a ampla defesa, a possibilidade de recurso, e mandando prender, bloquear conta bancária, censurar e tudo o mais.

Se tivesse raciocinado sobre a procedência da queixa de Musk, o magistrado brasileiro não teria partido para uma guerra que é impossível vencer.

PRESSUPOSTOS LEGAIS – A argumentação jurídica de Musk é perfeita. Em nenhum país democrático (são quase 150) aceita-se ordem judicial sem os pressupostos legais.

E agora Musk não está sozinho. Primeiro, conquistou o apoio do Comitê Jurídico da Câmara americana, onde a deputada republicana Maria Salazar exibiu o retrato de Moraes como inimigo da democracia.

O pior veio em seguida. Trump foi eleito, deu um cargo importantíssimo a Musk, que já ganhou apoio de seu antigo maior rival, Mark Zuckerberg. E ao entrar em cena, o dono da Meta foi logo chamando o Supremo de “tribunal secreto”.

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P.S. 1
Moraes pode embromar o  nacionalismo à vontade, dizendo que “este país tem leis”, e até ganhar apoio insensato de Lula, que saiu defendendo a soberania nacional. Mas não se trata disso. O que se discute são atos ilegais do Supremo, inadmissíveis em qualquer país democrático.

P.S. 2Nesta terça-feira, o grupo Meta de Zuckerberg anunciou que o fim do monitoramento das redes sociais será somente nos EUA. Com isso, deu um nó em Moraes, que agora nada mais pode alegar.

P.S. 3Não é preciso ser vidente, pitonisa ou oráculo para prever que Moraes terá um ano dificílimo pela frente, com Lula pendurado nele, por causa dessas supremas aberrações jurídicas. Vai ser divertido. Comprem pipocas. (C.N.)

Farra do Boi! Tribunal alagoano aprova pagamento de até R$ 438 mil por juiz

Tribuna da Internet | Justiça no Brasil, manipulada e dispendiosa, custa  três vezes mais que a média mundial

Charge do Kemp (humortadela)

Weslley Galzo
Estadão

Uma série de decisões administrativas aprovadas pela cúpula do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) no final de 2024 pode garantir ganhos financeiros de quase meio milhão de reais a dezenas de magistrados que atuam na Corte.

A principal medida foi o reconhecimento pelo presidente do TJ-AL, Fernando Tourinho, de que ele próprio e os seus pares têm direito ao recebimento de valores retroativos do benefício conhecido como gratificação por acúmulo de função, ou acervo.

DENTRO DA LEI – Em nota, Tourinho afirmou que “todas as medidas adotadas relacionadas a pagamentos de vantagens e benefícios a magistrados e servidores estão rigorosamente fundamentadas na legalidade, sendo reconhecidas como devidas e autorizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”. (Leia a nota completa ao final da reportagem).

Em decisão assinada no dia 18 de dezembro do ano passado, Tourinho deu encaminhamento ao pedido da Associação Alagoana de Magistrados (ALMAGIS) para que o TJ-AL pagasse aos seus juízes e desembargadores o valor equivalente a três anos de gratificação.

A justificativa apresentada pela organização classista – e reconhecida pelo presidente do TJAL — é de que os magistrados alagoanos fazem jus a esse dinheiro por causa do período entre 2015 e 2018 em que os juízes e desembargadores federais receberam o benefício.

NÍVEL FEDERAL – A gratificação por acúmulo de função foi instituída em 2015 à nível federal. Porém, o mesmo benefício só começou a ser pago pelo TJ-AL em 2018, quando a Assembléia Legislativa de Alagoas aprovou uma lei própria para regulamentar esses pagamentos.

Essa diferença de três anos é reivindicada pela ALMAGIS sob o argumento de que o pagamento retroativo dessa vantagem garantiria “isonomia” entre os diferentes ramos do Poder Judiciário. Um levantamento anexado ao processo de liberação do benefício no TJ-AL estima o custo de R$ 58 milhões com a distribuição da cifra entre 159 magistrados.

Dentre os beneficiários da gratificação, 147 juízes e desembargadores devem ganhar mais de R$ 100 mil. Um grupo menor, mas expressivo, de 91 magistrados, deve receber valores superiores a R$ 400 mil, que somados equivalem a R$ 37 milhões do total.

ALTA VELOCIDADE – O processo de liberação desses valores tramitou de forma rápida no TJ-AL. O pedido da ALMAGIS foi apresentado à Presidência do tribunal no dia 17 de dezembro.

No dia seguinte, a demanda já tinha os pareceres favoráveis das áreas necessárias, como a Procuradoria-Geral de Justiça. No dia 19 daquele mês, o presidente da Corte assinou a decisão em que reconheceu o direito dos colegas ao benefício.

Para custear esse pacote de benefícios e outras medidas futuramente, o TJ-AL aprovou na sessão administrativa do dia 19 de dezembro a autorização para que R$ 15 milhões do Fundo Especial de Modernização do Poder Judiciário (Funjuris) sejam usados para o pagamento de “auxílios e outras vantagens, desde que caracterizadas como ‘outras despesas correntes”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
E ainda há quem chame isso de Justiça. Como dizia Tom Jobim, é a lama, é a lama, é a lama… (C.N.)

Explicação da Meta em ação do STF tinha tom oposto ao de Zuckerberg

Entenda debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil

É difícil entender o debate sobre regras das redes sociais

Renata Galf
Folha

Em manifestação no STF (Supremo Tribunal Federal) em novembro do ano passado, a Meta usou tom oposto ao agora empregado por Mark Zuckerberg, CEO da empresa, para abordar suas atividades de moderação.

Ao invés de falar em “censura” ou em acusar a ocorrência de uma alta quantidade de erros e restrições excessivas —como fez agora o CEO—, no curso de ação que pode resultar em maior responsabilização das redes sociais no Brasil, a Meta defendeu sua atuação proativa.

OUTRA POSTURA – Com afirmações como a de que a “moderação de conteúdo realizada pela Meta é efetiva” e que a aplicação de suas políticas “engloba uma abordagem coerente e abrangente”, a empresa buscava rebater a ideia de que haveria inação por parte dela no combate a conteúdos nocivos.

O tom é bastante distinto do de Zuckerberg. “Construímos um monte de sistemas complexos para moderar o conteúdo. Mas o problema com sistemas complexos é que eles erram”, disse ele no último dia 7, ao anunciar uma guinada na postura da empresa. “Chegamos a um ponto em que são apenas muitos erros e muita censura.”

Ele também anunciou que deixaria de usar filtros automatizados para violações de baixa gravidade: “O problema é que os filtros cometem erros e removem muito conteúdo que não deveriam”, disse o dono da empresa.

VERSÃO ANTERIOR – Já no documento protocolado no STF, apenas dois meses antes, a empresa destacava que sua atividade de moderação se dava com base na “detecção de violações baseadas em denúncias de usuários, tecnologia (com uso de inteligência artificial) e análise humana” e que “os resultados desses esforços são contundentes”.

Dizia ainda que isso “demonstra que, para situações objetivas e previstas nos termos de uso, as ferramentas existem e são efetivas no combate à veiculação de conteúdos nocivos. Salienta-se que 98,30% desses conteúdos foram removidos por ação proativa”.

A Folha questionou a Meta quanto a quais fatos provocaram a mudança de visão sobre a ação de moderação da própria empresa nesse curto intervalo. Também perguntou por que, nas manifestações anteriores, não era divulgada pela empresa a estimativa de erros de moderação. A Meta respondeu que não iria comentar.

MARCO CIVIL – O Facebook —que faz parte da Meta, junto do Instagram, Threads e WhatsApp— é uma das partes da ação que começou a ser julgada no fim de 2024 no STF e que envolve o Marco Civil da Internet.

O seu artigo 19, ponto principal da discussão pela corte, diz que as redes só estão sujeitas a pagar indenização por um conteúdo postado por terceiro se, após uma decisão judicial ordenando a retirada, mantiverem o conteúdo no ar.

À época, a regra foi aprovada com a preocupação de assegurar a liberdade de expressão. Uma das justificativas era que as redes seriam estimuladas a remover conteúdos legítimos com o receio de serem responsabilizadas.

DESESTÍMULO – Críticos dizem que a regra desincentiva as empresas a combater conteúdo nocivo e querem ampliar as hipóteses de responsabilização.

A Meta defende a constitucionalidade do esquema atual, mas, ao mesmo tempo, busca se blindar das críticas de que só agiria para remover posts problemáticos após ordem judicial.

“O artigo 19 do MCI [Marco Civil da Internet] não torna a internet um ambiente anárquico. Como já dito, ele não impede a atuação proativa dos provedores com o escopo de mitigar o risco de a internet ser utilizada para fins ilícitos”, diz a empresa nessa mesma manifestação.

MAIS DIFERENÇAS – Também o tom reservado ao Judiciário guarda diferenças relevantes. Na ação no Supremo, ao defender a importância do modelo do Marco Civil da Internet brasileiro, o Judiciário é descrito pela empresa como “órgão constitucionalmente designado para realizar esse juízo de ponderação, garantindo que direitos fundamentais em conflito sejam harmonizados de forma justa e equilibrada”.

Já Zuckerberg diz que “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”.

Em nota e relatório divulgados pela Meta em dezembro, a empresa voltou a defender sua atuação proativa, em meio ao julgamento do STF, marcado até aquela altura por sessões com fortes críticas às redes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Interessante matéria de Renata Gaif, que aponta contradições, embora não mencione que o Supremo (leia-se: Alexandre de Moraes) está se comportando como um tribunal despótico, com decisões monocráticas liminares, sem abrir processo, sem dar direito de defesa e sem possibilidade de recurso, tudo isso sob sigilo. Bem, se isso não é censura, teremos de criar um neologismo para tornar inteligível o debate. (C.N.)

Depois de bombas e de fome, crianças em Gaza agora morrem de frio

Depois de bomba e fome, crianças em Gaza agora morrem de frio

Israel está dificultando a entrada de tendas e agasalhos

Jamil Chade
do UOL

Entidades internacionais alertam que, depois de sofrerem com bombas e a fome, crianças em Gaza começam a morrer de frio. Dados divulgados pela ONU revelam que, em apenas um mês, oito recém-nascidos não sobreviveram à hipotermia e outros 74 morreram diante de um inverno duro que afeta a região.

Em 15 meses de conflitos, crianças e mulheres representam 70% dos 43 mil mortos em Gaza.

Um informe da ONU sobre a situação humanitária circulado entre governos na última sexta-feira (10) e obtido pelo UOL revelou que uma das mortes ocorreu com um bebê de 35 dias “devido ao frio e à falta de abrigo quente em Gaza”.

MÁS NOTÍCIAS – De acordo com a entidade Médicos Sem Fronteiras, entre outubro e dezembro de 2024, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Complexo Médico Nasser em Khan Younis admitiu 325 bebês, com “recém-nascidos e bebês prematuros com infecções respiratórias potencialmente fatais, desidratação e outras complicações”.

De acordo com Mohammed Abu Tayyem, pediatra do Nasser, a ala pediátrica está registrando um aumento no número de crianças com bronquiolite aguda, pneumonia, infecções do trato respiratório superior e até mesmo exacerbações de asma brônquica.

“O médico atribui esses casos crescentes ao clima rigoroso do inverno, às condições terríveis das tendas e aos suprimentos limitados de aquecimento, que tornam os bebês prematuros e de baixo peso mais vulneráveis à hipotermia”, explicou o informe da ONU.

O PREÇO DA GUERRA – Ao comentar sobre a morte de pelo menos sete recém-nascidos devido à hipotermia em dezembro, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou que “mais crianças estão em perigo” e que, embora “toda criança mereça um começo de vida saudável e seguro, as crianças de Gaza estão pagando o preço da guerra com suas próprias vidas”.

A diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell, reiterou que “o abrigo inadequado, a falta de acesso à nutrição e à saúde, a situação sanitária terrível e agora o clima de inverno colocam em risco a vida de todas as crianças em Gaza”, sendo que os recém-nascidos e as crianças com problemas de saúde são especialmente vulneráveis.

CHUVAS DE INVERNO – No dia 3 de janeiro, a OIM (Organização Internacional para as Migrações) expressou “profunda preocupação” com o “impacto devastador das chuvas de inverno e das temperaturas congelantes sobre os palestinos deslocados em Gaza”.

Na OIM, a estimativa é de que Gaza precise de 1,5 milhão de itens de abrigo de emergência para atravessar o inverno. Mas conseguiu apenas entregar 180 mil. O restante está em armazéns e pontos de entrada da região.

A entidade explica que “a capacidade limitada de carga nas passagens, os longos requisitos de coordenação impostos pelas autoridades israelenses para levar itens de abrigo para a Faixa de Gaza e a frequente rejeição de tais itens, juntamente com o alto risco de saques armados, continuam a dificultar a assistência para atender às necessidades de pelo menos 945 mil pessoas que precisam urgentemente de roupas térmicas, cobertores e lonas para proteger os abrigos da chuva e do frio”.

INUNDAÇÕES – Enquanto isso, as fortes chuvas e inundações continuam a afetar gravemente os locais de deslocamento e os abrigos improvisados, com a Defesa Civil Palestina relatando a inundação de 1.542 barracas em 30 e 31 de dezembro nas províncias de Gaza, Khan Younis, Deir al Balah e Rafah.

A entrega de kits para abrigar contra o inverno também sofre com atrasos nas aprovações das autoridades israelenses, procedimentos complexos e processos de liberação alfandegária na Jordânia, no Egito e em Israel, além de saques armados de suprimentos de ajuda.

De acordo com a ONU, há mais de um mês, cerca de 13.000 kits de roupas infantis estão aguardando a entrada em Gaza, vindos da Cisjordânia, e mais de 11.000 kits de roupas infantis já foram perdidos devido a saques.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O pior disso tudo é pensar que se trata de um guerra de fundo religioso, onde israelitas e muçulmanos não admitem convivência pacífica.  É a continuação das guerras das cruzadas, em nome de Deus. (C.N.)

Meta diz à AGU que fim da checagem só vale nos Estados Unidos

Charges

Charge do Genildo (Arquivo Google)

Deu na IstoÉ News

A Meta, empresa dona das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentou na segunda-feira, 13, a carta-resposta aos questionamentos enviados pela Advocacia-Geral da União (AGU) após o anúncio de novas políticas de moderação de conteúdo pelo CEO da companhia, Mark Zuckerberg.

No documento de quatro páginas, a Meta salientou que o encerramento do Programa de Verificação de Fatos por agências independentes de checagem de informação para dar lugar à política de “notas da comunidade”, como é aplicada atualmente no X, valerá apenas para os Estados Unidos neste primeiro momento.

TESTE MUNDIAL – O modelo é testado em território norte-americano com objetivo de ser replicado futuramente em outras partes do mundo, como indicou Zuckerberg no vídeo de anúncio das alterações no último dia 7.

“A substituição do atual Programa de Verificação de Fatos independente pelas Notas da Comunidade busca garantir que pessoas com diferentes perspectivas decidam que tipo de contexto é útil para outros usuários verem”, justificou a Meta.

A AGU demonstrou preocupação com as mudanças anunciadas pela empresa e cobrou na notificação extrajudicial enviada na sexta-feira, 10, que fossem dadas explicações sobre as medidas que serão adotadas para coibir crimes como violência de gênero, racismo e homofobia nas suas plataformas.

DIREITOS HUMANOS – Em resposta, a Meta amainou o discurso de Zuckerberg e afirmou estar “comprometida em respeitar os direitos humanos e seus princípios subjacentes de igualdade, segurança, dignidade, privacidade e voz”.

O CEO da companhia disse no vídeo de anúncio da nova política de moderação que a checagem independente de fatos passou a ser usada para “calar opiniões”.

“Na Meta, estamos comprometidos em respeitar os direitos humanos, conforme estabelecido nos Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos (UNGPs) em nossas operações comerciais, desenvolvimento de produtos, políticas e programação”, disse a Meta à AGU.

ABRIR DEBATES – A empresa justificou ao governo que as mudanças foram feitas para tornar mais permissivas as discussões políticas e sociais, mas que continuará a remover informações falsas “quando houver a possibilidade de ela contribuir diretamente para risco de lesão corporal iminente” ou a capacidade de “interferir diretamente no funcionamento de processos políticos, como eleições e censos”.

Um dos motivos que também levou o governo a cobrar explicações da Meta foi o fato de Zuckerberg ter afirmado que a América Latina tem “tribunais secretos de censura”, no que foi entendido pelo Palácio do Planalto como uma referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A guinada na moderação de conteúdo pela Meta ocorre às vésperas da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e demonstra um alinhamento da empresa ao discurso de liberdade de expressão irrestrita defendida pelo político norte-americanos e seus seguidores.

DIREITO FUNDAMENTAL – “A Meta está profundamente comprometida com a liberdade de expressão, direito humano fundamental que permite o exercício de muitos outros direitos”, afirmou.

De acordo com a empresa, os esforços para coibir discursos danosos a grupos vulneráveis foram exagerados, “limitando debate político legítimo e, com frequência, impedindo a livre expressão que pretendemos viabilizar”.

“As mudanças recentemente anunciadas pretendem enfrentar essa questão, como parte de nosso compromisso contínuo de melhorar e buscar o equilíbrio ideal entre a liberdade de expressão e a segurança”, prosseguiu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com essa explicação, a Meta coloca o ministro Moraes no corner, como se diz na linguagem do box. Como o afrouxamento no controle ao discurso de ódio é para garantir liberdade de expressão e nada mudou para a Meta, também para Moraes nada pode mudar. (C.N.)

Lula já tem ministro-marqueteiro, só falta arranjar uma marca melhor

Ministro Sidônio Palmeira toma posse em cerimônia com Lula — Foto: YouTube/Reprodução

Lula empossa Sidônio Palmeira como seu novo ministro

Josias de Souza
do UOL

No comitê eleitoral, o marketing político é uma atividade-meio. Seu propósito é vender esperança. Ao transformar o marqueteiro de 2022 em ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do Planalto, Lula como que se rende à evidência de que o resultado dos dois primeiros anos do seu terceiro governo não correspondeu a todas as expectativas.

Empossado formalmente no comando da Secom nesta terça-feira, Sidônio Palmeira passará a manejar o marketing como atividade-fim. Sua missão agora é construir um enredo capaz de evitar que a conversão da esperança em decepção comprometa a competitividade de Lula para 2026.

EFEITO TRUMP – A lufada de centro-direita da eleição municipal e a volta de Donald Trump mostraram à esquerda que já não basta defender a democracia. É preciso conectar o regime à geladeira.

No Brasil, como nos Estados Unidos, a macroeconomia não vai mal. O PIB cresceu acima do esperado, gerando empregos formais e melhorando a renda. Mas a inflação, sobretudo a dos alimentos, atiça o fantasma da impopularidade.

A aproximação das linhas de aprovação e reprovação do governo nas pesquisas mostrou que algo vai mal. Em dois anos, Lula 3 não conseguiu transmitir uma simbologia, uma marca. Programas sociais são vistos como direitos adquiridos.

ALGO NOVO – Cobra-se agora, além da picanha prometida em 2022, solução para o que parece insolúvel —o combate ao crime organizado, por exemplo. Ou proteção social para trabalhadores sem CLT.

Nesse contexto, o problema do governo não se restringe à debilidade da comunicação. Falta a Lula algo novo para expor na vitrine.

Ibaneis quer um lugar no Senado e já sonha com objetivo maior em 2030

Governador do DF Ibaneis Rocha quer ampliar modelo de saúde | Política

Ibaneis ainda tem muitos anos no prazo de validade

Vicente Limongi Netto

Coluna Eixo Capital (Correio Braziliense – 12/01) revela que o governador Ibaneis Rocha não pretende chegar no Senado “como mais um entre 81”. Boas falas. O senado já está cheio de figuras medonhas. O governador vai trabalhar para servir, de fato, a coletividade.

Ibaneis é homem rico e independente. Advogado vitorioso. Outro ponto saudável. Forte indício que não será mais um sabujo, entre tantos, do patético Davi Alcolumbre, ao que tudo indica, futuro presidente da Câmara Alta, no lugar de Rodrigo Pacheco, que não deixará saudades. 

Ibaneis sonha com voos maiores. É relativamente moço. Tem todo o direito de falar grosso. É do MDB, partido forte e respeitado no Brasil. Síntese: Ibaneis Rocha desde já ingressa na passarela dos que sonham com o lugar de Lula, no pleito de 2030. 

HONRADO E FELIZ – Estou honrado, agradecido e feliz com as palavras da competente e respeitada Lia Dinorah.  

“O texto de Vicente Limongi Netto, publicado no livro “Essa é Minha História – Volume II: Relatos de Servidores Aposentados do Senado Federal”, é uma verdadeira declaração de amor à câmara alta do Congresso Nacional e à nobre arte do jornalismo político.

Com emoção e riqueza de detalhes, ele resgata décadas de vivências, amizades e aprendizado, revelando a importância do ambiente institucional como espaço de ideias, crescimento e serviço público exemplar.

MESMA PAIXÃO – Limongi honra o papel do servidor e do repórter com a mesma paixão, destacando o valor do trabalho comprometido e ético em tempos em que as ferramentas eram mais escassas, mas a dedicação era imensa. Sua narrativa carrega o peso da experiência e o brilho da memória afetiva, servindo de inspiração para quem valoriza a história e o legado daqueles que, como ele, dedicaram suas vidas ao fortalecimento das instituições democráticas.

Seu relato não é apenas um registro, mas um testemunho sensível e valioso de um tempo em que o Senado era visto, vivido e respeitado como um centro de grandes debates e de atuação comprometida com o país. Um texto digno de admiração, assim como o autor que o escreve.

Parabéns e obrigada pela aula de mestre, meu amigo querido! Grande abraço,”

Lia Dinorah, colunista do Jornal de Brasília

SOCORRO, BRASIL! – Primeiro tem queimada em todo canto. Depois, a chuva grossa, irritante e temerosa.  Desabam as pontes, motoristas  e passageiros morrem em trânsito.

 Brasil alagado, enlameado, humilhado, largado, ultrajado, despedaçado, indignado, cansado, desmoralizado, envenenado, chutado, abandonado, desesperado, quebrado, desequilibrado, carbonizado e avacalhado. 

Fiquem bem,

“Com o Brasil caminhando desse jeito, não se sabe onde ele vai chegar…”

Chico Salles, grande cantor paraibano

Paulo Peres
Poemas & Canções

O engenheiro civil, cantor, compositor e cordelista paraibano Francisco de Salles Araújo (1951-2017), neste martelo agalopado, deixou seu pensamento percorrer “Os Caminhos do Brasil”.

OS CAMINHOS DO BRASIL
Chico Salles

Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.
Esse papo vem do meu pensamento
Sem querer envolver outra pessoa
Falo assim deste jeito e numa boa,
Escrevendo aqui o meu lamento,
Construir uma família é um tormento
A canção não se tem pra quem mostrar
No amigo não se pode confiar
Eu só vejo vaidade e preconceito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Nossos rios estão todos poluídos
Nossa mata tá sendo derrubada
Guris assaltando a mão armada
O saber bem longe dos oprimidos
Os homens cada vez mais desunidos
O futuro demorando a chegar
Assim é difícil ate sonhar
Nunca mais ouvi falar em respeito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

As noticias nos deixam descontentes
Confusas com assuntos arrumados
Ate os escritores renomados
São a todos os fatos indiferentes
Tão de férias descansando e ausentes
Omissos e sem nada a declarar
Quando é que iremos despertar
E exigir o que nos é de direito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

O progresso aqui é só pretexto
Cresce mesmo é a ponta da miséria
Esta é a afirmação mais séria
Que trago neste meu martelo texto
Afirmando, confirmando no contexto
Já saí por aí a pesquisar
Com tristeza e revolta constatar,
Para aqui apontar este conceito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Na política é só corrupção
O modelo econômico indecente
A impunidade está presente
Muita hipocrisia e ambição
O descaso com a população
Tá na hora do povo acordar
Botar fogo para a chapa esquentar
E da vida tirar melhor proveito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

E assim, sempre pela contra mão.
A família tem a bolsa como esmola
Juventude aí cheirando cola
A maior desgraça da Nação
Sem saber o que é educação,
A TV ajudando alienar
Algum dia esse bicho vai pegar
A causa passará a ser efeito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Chineses avaliam vender TikTok a Musk para escapar da proibição nos EUA

TikTok: o que é e como funciona a rede social - Olhar Digital

Trump pede que a Tik Tok não seja suspensa nos EUA

por Bloomberg

Autoridades chinesas estão avaliando uma possível alternativa que envolve Elon Musk adquirir as operações americanas do TikTok, caso a empresa não consiga evitar uma polêmica proibição do aplicativo de vídeos curtos, segundo pessoas familiarizadas com o assunto disseram à agência Bloomberg.

Sob um dos cenários discutidos pelo governo chinês, a plataforma X de Musk — anteriormente Twitter — assumiria o controle do TikTok nos EUA e operaria as empresas juntas, disseram as fontes.

ATRAIR ANUNCIANTES – Com mais de 170 milhões de usuários nos EUA, o TikTok poderia reforçar os esforços da X para atrair anunciantes. Musk também fundou uma empresa separada de inteligência artificial, a xAI, que poderia se beneficiar dos grandes volumes de dados gerados pelo TikTok.

Autoridades em Pequim preferem fortemente que o TikTok permaneça sob a propriedade da ByteDance Ltd., disseram as fontes, e a empresa está contestando a iminente proibição com um recurso na Suprema Corte dos EUA.

No entanto, os juízes indicaram durante os argumentos em 10 de janeiro que provavelmente manterão a lei que afasta a possibilidade de uma empresa chinesa por trás da rede social em solo americano.

EFEITO TRUMP – Altos funcionários chineses já começaram a debater planos de contingência para o TikTok como parte de uma discussão ampla sobre como lidar com o futuro governo de Donald Trump, que assume em 20 de janeiro, sendo um deles envolvendo Musk, afirmaram fontes, que pediram anonimato para revelar discussões confidenciais, à agência Bloomberg.

Um acordo de alto nível com um dos aliados mais próximos de Trump tem certo apelo para o governo chinês, que deve ter alguma influência sobre a venda final do TikTok, disseram as fontes.

Musk investiu mais de US$ 250 milhões na reeleição de Trump e foi indicado para um papel importante na melhoria da eficiência governamental após a posse do republicano.

SEM CONSENSO – As autoridades chinesas ainda não chegaram a um consenso definitivo sobre como proceder, e as deliberações são preliminares, disseram as fontes. Não está claro quanto a ByteDance sabe sobre as discussões do governo chinês ou se o TikTok e Musk foram envolvidos. Também não está claro se Musk, TikTok e ByteDance já mantiveram conversas sobre os termos de um possível acordo.

Musk e seus representantes não responderam aos pedidos de comentário da Bloomberg. Em abril, Musk postou que acredita que o TikTok deveria permanecer disponível nos EUA.

“Na minha opinião, o TikTok não deveria ser proibido nos EUA, mesmo que tal proibição possa beneficiar a plataforma X”, escreveu ele na X. “Fazer isso seria contrário à liberdade de expressão. Não é o que os EUA representam.”

SEM COMENTÁRIOS – Representantes da ByteDance e do TikTok também não responderam às mensagens buscando comentários. A Administração do Ciberespaço da China e o Ministério do Comércio da China, agências governamentais que poderiam estar envolvidas nas decisões sobre o futuro do TikTok, também não responderam aos pedidos de comentário.

As conversas em Pequim sugerem que o destino do TikTok pode não estar mais sob controle exclusivo da ByteDance, disseram as fontes. Autoridades chinesas reconhecem que enfrentarão negociações difíceis com o governo Trump sobre tarifas, controles de exportação e outras questões, e veem as negociações sobre o TikTok como uma potencial área de reconciliação.

O governo chinês possui uma chamada “ação dourada” em uma afiliada da ByteDance que lhe dá influência sobre a estratégia e as operações da empresa.

US$ 40 BILHÕES – App vale ao menos US$ 40 bi nos EUA. As operações americanas do TikTok podem ser avaliadas entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões, estimaram os analistas da Bloomberg Intelligence, Mandeep Singh e Damian Reimertz, no ano passado. Esse é um valor substancial, mesmo para a pessoa mais rica do mundo.

Não está claro como Musk poderia realizar tal transação, se exigiria a venda de outros ativos ou se o governo dos EUA aprovaria. Ele pagou US$ 44 bilhões pelo Twitter em 2022 e ainda está pagando empréstimos significativos.

Trump pediu à Suprema Corte que suspenda lei que ameaça proibir o TikTok até que ele tome posse e possa atuar na negociação.

Meta envia esclarecimentos à AGU, e o governo Lula discutirá medidas

Zuckerberg diz que o monitoramento tornou-se censura

Luis Eduardo de Sousa
Folha

A Meta, do bilionário Mark Zuckerberg, respondeu aos questionamentos da AGU (Advocacia Geral da União) nesta segunda-feira (13), nas últimas horas antes do encerramento do prazo estabelecido pelo órgão ligado ao governo Lula (PT).

Na última sexta-feira (10), a AGU deu 72 horas para que a empresa responsável por Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp prestasse esclarecimentos sobre o fim de seu programa de checagem de fatos, anunciado por Zuckerberg na semana passada. A notificação não tinha caráter judicial –não obrigava, portanto, a empresa a se manifestar sobre sua decisão.

ACENO A TRUMP – As mudanças protagonizadas pela plataforma configuram um aceno de Zuckerberg ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em nota enviada à Folha na madrugada desta terça (14), a Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU informou que a empresa respondeu, no fim da noite desta segunda, às informações solicitadas pela PNDD (Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia).

“As informações enviadas serão agora analisadas pela equipe da PNDD. A resposta da empresa será discutida em reunião técnica que deverá ocorrer ainda hoje”, complementa o texto.

DISCUSSÃO AMPLA – Conforme adiantou a Folha, o órgão federal pretende analisar a resposta da Meta e discutir seu conteúdo com representantes dos ministérios que têm relação com o tema.

Entre eles estão as pastas da Justiça e Segurança Pública; Direitos Humanos e Cidadania; e ainda a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), agora liderada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira.

“Somente após essa análise, a AGU, em conjunto com os demais órgãos, se pronunciará sobre os próximos passos em relação ao assunto e tornará público o teor da manifestação”, finaliza a nota enviada pela comunicação do órgão.

QUESTÃO DE SOBERANIA – Um dia antes de o governo enviar o pedido de informações, Lula mandou um recado a Mark Zuckerberg, CEO da Meta, ao dizer que um cidadão não pode achar que tem condição de ferir a soberania de uma nação.

Zuckerberg criticou nesta semana tribunais da América Latina e disse que trabalhará com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, “para resistir a governos ao redor do mundo que estão perseguindo empresas americanas e pressionando por mais censura”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Comprem mais pipocas, porque a novela está apenas começando e o tema censura ainda corre o risco de ser censurado… (C.N.)

Fazenda sinaliza que deve adotar novas medidas fiscais para manter arcabouço

Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Pedro do Coutto

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, sinalizou que o governo deve adotar novas medidas fiscais neste ano, o que, na prática, pode diminuir as frustrações dos investidores com o pacote considerado tímido de ajuste de gastos. No ano passado, a desconfiança com o governo fez o dólar disparar e ficar acima do patamar de R$ 6. A cotação da moeda americana se mantém nesse nível em 2025.

De acordo com o número 2 de Fernando Haddad, as novas propostas de corte de despesas e arrecadação devem começar a ser debatidas após a aprovação pelo Congresso do Orçamento de 2025. Segundo ele, a equipe econômica deve voltar a insistir em impor limites aos “supersalários”, pagamentos que extrapolam o limite estabelecido pela Constituição, porque a revisão de gastos deve atingir “o andar de cima”. Durigan ainda rechaça o impacto de políticas fiscais na inflação do ano passado.

ESPECULAÇÕES – É curioso, pois se novas medidas ainda cabem no projeto de arrecadação e despesas, por que não foram colocadas antes da elaboração do projeto, evitando dar margem a especulações? Agora, possíveis alterações podem indicar a falta de segurança sobre as previsões. Com a retomada da limitação dos supersalários, com a proposta de uma Medida Provisória, incluindo aposentadoria de militares, o governo mostra que parece estar confuso sobre a questão,tendo em vista os avanços e recuos na área da Fazenda que é muito sensível e delicada de ser operada.

Cortar os supersalários não adianta. Em relação ao mapa geral não pesam tanta coisa, pois não teriam um efeito percentual tão forte sobre as contas públicas. É preciso equacionar, portanto, o peso percentual de cada medida para se ver se no conjunto cada ação poderá ter reflexos na economia.

Mas, conforme dito, isso deveria ter sido previsto antes da elaboração do projeto apresentado. Qualquer nova restrição à aposentadoria de militares com base na aprovação da idade mínima, provocará uma reação contrária ao governo de grande intensidade, pois é difícil mexer nessa área sem que ela produza efeitos negativos na política governamental.

Defesa de Bolsonaro alega que convite para posse de Trump é “o próprio e-mail”

Jair Bolsonaro durante entrevista no aeroporto de Brasília

Se receber o passaporte, Bolsonaro foge ou não foge?

Daniel Gullino
O Globo

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o convite para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é o próprio e-mail que foi apresentado.

Na semana passada, os advogados de Bolsonaro, que está com passaporte apreendido, pediram autorização para ele viajar para a posse de Trump, que será realizada no próximo dia 20, e apresentaram um e-mail enviado pela organização do evento.

MORAES BLOQUEIA – No sábado, contudo, Moraes afirmou que a solicitação não tinha os “documentos necessários”, já que a mensagem tinha sido enviada por um “endereço não identificado” e “sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”.

Em manifestação protocolada nesta segunda-feira, a defesa de Bolsonaro alega que o endereço de e-mail consta no site oficial da organização da posse de Trump.

“Por considerar que o e-mail info@t47inaugural.com e o domínio “t47inaugural.com” são de fato utilizados pelo Trump Vance Inaugural Committee, Inc. é que consta no website oficial do comitê em ao menos 04 (quatro) oportunidades”, diz o texto.

EXIGÊNCIA CUMPRIDA – Os advogados afirmam que o convite é “o próprio e-mail datado de 08/01/2025 e enviado por info@t47inaugural.com ao Deputado Eduardo Bolsonaro”.

Portanto, dizem que por isso consideram que a exigência do ministro Alexandre de Moraes foi cumprida com a apresentação da mensagem, junto com sua tradução juramentada.

No sábado, Moraes também solicitou o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), após a complementação do pedido de Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bolsonaro já fugiu do país duas vezes e depois voltou. Primeiro, viajou no avião da Presidência para os Estados Unidos às vésperas da posse de Lula, temendo ser preso por causa da venda do relógio. Depois, fugiu de novo, passando três noites na embaixada da Hungria. Agora, que já está condenado pelo TSE e respondendo a outras ações e a outros inquéritos, quem pode garantir que permanecerá no país? Sua renda pessoal de aplicações financeiras está atingindo R$ 1 milhão por ano. Ou seja, pode viver como um nababo nos Estados Unidos, ao lado do amigo Trump, ou numa cela de 15 metros quadrados, igual à de Lula, aqui no Brasil.  (C.N.)

Petistas inventam que Lula foi “inocentado”, fato que jamais aconteceu

As redes estão falando do Lula condenado - Estadão

Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

Merval Pereira
O Globo

“No Brasil, até o passado é incerto”, definiu o economista Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda do Plano Real e um pensador do país dos mais consistentes. Mais incerto ainda porque, como já disse o grande escritor George Orwell, “a historia é escrita pelos vencedores”.

Com o advento da internet, as fake news substituíram com vigor insuperável os boatos, que já tiveram seu papel na nossa história, como a acusação de que o brigadeiro Eduardo Gomes teria desprezado os votos dos “marmiteiros” na eleição presidencial de 1945 contra Eurico Gaspar Dutra, que acabou vencendo por larga margem.

EM DISCUSSÃO – O uso das redes sociais nas campanhas políticas, agravado agora pela Inteligência Artificial (IA) está em discussão há algum tempo no mundo, e agora mais do que nunca com a decisão de Mark Zuckerberg de retirar de suas plataformas digitais (Facebook, Instagram, WhatsApp) as checagens sobre a veracidade do que é publicado.

A vontade de distorcer os fatos dos vencedores do momento em benefício próprio não é novidade. Em 1924, após a morte de Lênin, principal líder da Revolução Bolchevique de 1917, Leon Trotsky e Josef Stalin passaram a dividir a influência sobre o partido comunista que, na prática, governava a União Soviética.

Depois de intensa disputa interna, em 1925 Stalin assumiu o poder e tratou de eliminar a memória do rival. Fotos em que Trotsky aparecia foram simplesmente destruídas, ou sua imagem foi apagada pelos parcos recursos da época.

APENAS NARRATIVAS – Hoje, na era da pós verdade iniciada por Trump, as versões oficiais não passam de narrativas, isto é, criações de marqueteiros que levam a História para o lado que lhes convém. No Brasil, a situação é mais grave, pois os vencedores de hoje são os perdedores de amanhã numa velocidade alarmante.

Lula, por exemplo, foi julgado e condenado por corrupção, no processo conhecido como do “petrolão”, sobre o esquema de corrupção da Petrobras classificado pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de “cleptocracia”.

O juiz Sérgio Moro, hoje senador, foi por anos a fio um herói nacional, e teve a respalda-lo as decisões do TRF da região e o próprio STF. O mesmo tribunal que, a partir 2019, mudou seu entendimento depois que foram reveladas conversas entre Moro e os procuradores de Curitiba que desvendaram um indevido conluio entre as partes.

ERA BOLSONARO – Nesse intervalo, Bolsonaro venceu uma eleição presidencial e governou desastrosamente o país por quatro longos anos, culminados na descoberta de uma tentativa de golpe de estado para impedir, justamente, a volta ao poder de Lula, em 2022.

Nesse período, a história brasileira passou por revisões próprias “dos vencedores”. Bolsonaro governou afirmando que nunca houve golpe militar no Brasil, elogiou os torturadores como patriotas, tentou mudar, através de legislações ou de decisões pessoais os avanços sociais que o Brasil conquistara, como casamento homoafetivos, direito a aborto legal, liberdade de expressão.

LULA ABSOLVIDO? – Os petistas, por sua vez, tentam até hoje passar à História a balela de que Lula foi absolvido pela Justiça, quando seus processos foram simplesmente arquivados ou prescreveram. Semana passada, o hoje presidente assumiu o controle da história nos seus domínios provisórios, no Palácio do Planalto, querendo reescrevê-la do seu ponto de vista.

Na galeria de fotos dos presidentes, orientou para que as legendas “contassem a historia”. E o que Lula pensa que é verdade? “A Dilma [Rousseff] foi eleita, foi reeleita e depois sofreu um impeachment por um golpe. Depois esse aqui [Michel Temer] não foi eleito, tomou posse em função do impeachment da Dilma, e depois esse aqui [Jair Bolsonaro] foi eleito em função das mentiras. É isso que tem que colocar”.

Quanto a Getúlio Vargas, nunca foi ditador, na visão histórica de Lula.

Atenção! Ainda existe quem defenda a coexistência de israelenses e palestinos

Palestinos caminham em uma estrada de terra repleta de escombros de edifícios destruídos no bairro de Shujaiya, na Cidade de Gaza, em 7 de outubro, no primeiro aniversário da guerra em curso na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo palestino Hamas

A guerra continuará até o final dos tempos? Claro que não.

Ari Roitman
O Globo

O presidente Lula fez duas declarações extraordinárias sobre o conflito no Oriente Médio: disse que a contraofensiva israelense em Gaza foi o maior massacre no planeta desde 1945 e que Israel matou 42 mil mulheres e crianças. Como ambas são falsas, é triste ver um líder democrático espalhar fake news como um “patriota” da internet.

Alguns dizem que foram meros lapsus. Não faria muita diferença (valei-me, São Sigmund!), mas Lula, claro, não é o único. Uso seu exemplo para chamar a atenção para aqueles que, com o propósito de combater Israel e seus governos, acabam insuflando o antissemitismo. Caso exemplar é o ex-deputado José Genoino, que sugeriu um boicote aos judeus no Brasil — esquecendo que o nazismo não começou com as câmaras de gás…

FECHAR OS OLHOS – Por que será que os progressistas, que costumam combater todo tipo de preconceito, preferem fechar os olhos ao antissemitismo?

O conflito no Oriente Médio, em última instância, é uma disputa territorial entre dois povos que reivindicam a mesma terra — a terra dos respectivos ancestrais.

Mas esse conflito tem três lados. Além dos extremismos — israelense e palestino — hoje dominantes, cujo projeto é o extermínio físico do oponente, há um terceiro lado: os que defendem a coexistência de dois Estados. E condenam os intolerantes, cujos atentados, sequestros e bombardeios indiscriminados atingem sobretudo a população civil.

LONGE DE ARAFAT – Infelizmente, a maior parte da esquerda optou por apoiar o terrorismo islâmico, esquecendo que essas organizações atuais estão muito longe dos grupos laicos e nacionalistas do tempo de Arafat — que foram dizimados por elas. Hamas e Hezbollah não defendem a causa do Estado palestino.

Defendem, seguindo as diretrizes do Irã, a destruição de Israel. E de toda a civilização ocidental, pois seu objetivo final é impor as leis corânicas ao mundo. Preparem-se mulheres e homossexuais, liberais e progressistas!

Os franceses, tantas vezes vítimas do terror islâmico, apelidaram isso de islamo-gauchisme — que traduzo, na mesma linha irônica, como marxismo-jihadismo…

CONTAS A PRESTAR – Muitos não são tão explícitos como Genoino e se contentam em formular narrativas distorcidas do conflito. Multiplicam as maldades de Israel — como fez Lula — e omitem ou justificam as dos palestinos.

Sejamos claros: os dois lados têm muitas contas a prestar no que se refere a decência e direitos humanos.

Mas denunciar os massacres em Gaza sem mencionar as atrocidades cometidas pelos palestinos tem uma intenção: demonizar Israel — e, com isso, queira-se ou não, fomentar o antissemitismo.

ANTISSEMITISMO – Ora, mas criticar Israel é antissemitismo? Claro que não — eu mesmo sou muito crítico ao governo extremista e expansionista desse país e sempre defendi a criação de um Estado palestino.

Mas nem por isso apoio a destruição de Israel e a limpeza étnica (“do rio ao mar…”), como fazem tantos porta-vozes da esquerda.

Entendo que Israel é um país de refugiados, e, do ponto de vista macro-histórico, o povo judeu é um dos que mais precisam de um Estado nacional.

Elon Musk alerta também para desequilíbrio do crescimento populacional

Elon Musk alerta: Novo maior problema do mundo pode levar China e Índia a perderem 773 milhões de pessoas até 2100

Musk analisa situação da Índia, da China e da Nigéria

Bruno Teles
Site CPG

O empresário americano Elon Musk alerta que novo maior problema do mundo pode levar China e Índia a perderem 773 milhões de pessoas até 2100. Diz que será um grave problema porque menos pessoas significa menos trabalhadores, menos inovação e mais dificuldades para sustentar idosos.

Isso pode levar a crises econômicas e sociais graves no futuro, diz Musk, que considera o colapso populacional como a maior ameaça à humanidade, enquanto China e Índia enfrentam uma queda histórica e a Nigéria assume a subliderança populacional até 2100.

DECLÍNIO POPULACIONAL – Conhecido por suas inovações e opiniões controversas, Elon Musk chamou atenção recentemente para o problema que, segundo ele, é a maior ameaça à humanidade – o declínio populacional.

Utilizando sua conta no X (antigo Twitter), Musk reafirmou sua preocupação com um gráfico alarmante que mostra uma queda acentuada na população de países como China e Índia, totalizando a perda de 773 milhões de pessoas até 2100.

Com 12 filhos, Elon Musk não apenas discursa sobre o tema, mas também exemplifica sua visão de que taxas de fertilidade reduzidas, envelhecimento populacional e emigração são problemas que precisam de atenção urgente.

MENOS NASCIMENTOS – O que levou Elon Musk a destacar o declínio populacional? Desde 1963, as taxas de fertilidade global caíram mais da metade. Enquanto uma média de 5,3 filhos por mulher era comum há 60 anos, hoje muitos países não alcançam sequer a taxa de reposição de 2,1 filhos por mulher. Países como Inglaterra e País de Gales, por exemplo, registraram um número médio de 1,44 filhos em 2023, o menor já observado.

Essa tendência reflete mudanças sociais, econômicas e culturais. Educação, carreira e acesso a métodos contraceptivos estão entre os fatores que diminuíram a taxa de natalidade ao redor do mundo.

Além da baixa natalidade, a emigração contribui para o esvaziamento populacional em alguns países. Simultaneamente, o envelhecimento da população aumenta a dependência econômica de uma geração sobre outra, reduzindo a força de trabalho ativa e trazendo desafios econômicos.

SITUAÇÃO ALARMANTE – China e Índia, atualmente as nações mais populosas, enfrentarão quedas históricas. Enquanto a população indiana deve cair de 1,5 bilhão para 1,1 bilhão, a China verá uma redução ainda mais drástica, chegando a 731 milhões de habitantes. Essas projeções indicam que a China será ultrapassada pela Nigéria, cuja população deve atingir 790 milhões até o final do século.

Na contramão dessa tendência,  outros países africanos como República Democrática do Congo e Etiópia continuarão a crescer seus números de habitantes. Isso evidencia um deslocamento demográfico global, com a África se tornando o novo centro de crescimento populacional.

VISÃO DE MUSK – Para o empresário americano, a redução populacional é mais do que uma questão numérica: é uma ameaça existencial. Ele argumenta que uma menor base de jovens impactará diretamente a inovação, a economia e a capacidade de resolver problemas globais.

Como pai de 12 filhos, Musk defende que grandes famílias podem ser uma solução prática. Ele também utiliza suas redes para debater o tema, incentivando diálogos sobre possíveis soluções.

Não somente as nações europeias, mas também Estados Unidos, Canadá e Austrália mantêm níveis populacionais quase estáveis graças à migração líquida positiva. Esses países utilizam políticas de imigração para compensar taxas de natalidade baixas e envelhecimento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A preocupação do empresário Elon Musk é procedente. O descontrolado crescimento populacional da África significa que a miséria se alastra no continente, que fornece para o resto do mundo uma força de trabalho jovem e ativa, mas de baixo nível. Esse crescimento descontrolado levanta inquietantes dúvidas sobre infraestrutura, educação emprego e matéria-prima para sustentar esse aumento no número de habitantes na África. Mas quem se interessa? (C.N.)

Caminho da esquerda no Brasil e no EUA seria o populismo?

Os populistas amam tanto os pobres que os multiplicam” - Blog do Ari Cunha

Charge do Wilmar (Arquivo Google)

Bruno Boghossian
Folha

O estrategista James Carville, ligado ao Partido Democrata, estava errado. Dias antes da eleição de 2024, ele publicou no New York Times a previsão de uma vitória de Kamala Harris. Agora, ele voltou para reconhecer a falha e discutir suas razões.

O erro de Carville teve um aspecto particular. Ao fazer a previsão, o estrategista ignorou a máxima que ele mesmo cunhou, em 1992, ao estabelecer que o fator determinante de qualquer eleição “é a economia, estúpido”.

EFEITO 2024 – A derrota de 2024 levou o Partido Democrata à constatação de que sua plataforma econômica não convence mais o eleitorado e empurrou classes trabalhadoras para Trump.

Carville sugere uma alternativa que representa um mergulho profundo (para padrões americanos) no que descreve como um programa populista.

O argumento central é que a esquerda precisa enfrentar a direita na arena econômica recorrendo a uma frustração parecida com aquela que foi instrumentalizada por Trump e obrigando os republicanos a recuarem aos pontos impopulares de sua agenda.

FALSAS BANDEIRAS – Para isso, o establishment de esquerda deveria assumir bandeiras consideradas extravagantes, como o aumento do salário mínimo de US$ 7,25 para US$ 15 por hora, forçando a direita a se opor à ideia.

Assim, os republicanos ficariam com o peso de defender o corte de impostos para os mais ricos e o aumento do custo da saúde para os mais pobres.

O termo populismo aparece na definição de Carville sem a carga pejorativa das últimas décadas. A palavra se refere principalmente à oposição entre povo e elites que, no ciclo político atual, também vem sendo explorada por líderes de direita pelo mundo.

CASO DO PT -No caso da esquerda americana, a ideia de uma guinada populista remete à bifurcação que os democratas enfrentaram em 2016, quando seguiram o establishment atrás de Hillary Clinton em vez de abraçar Bernie Sanders, que tinha uma plataforma digna daquele adjetivo.

O caminho aparece, com suas nuances, diante de uma esquerda brasileira que procura se reconectar às classes trabalhadoras.

Não à toa, o tópico mais citado como trunfo nesses setores é a proposta de redução expressiva da jornada de trabalho.